Epílogo
Era fim de tarde no Três Vassouras, e cinco amigos se reuniam para conversar sobre os dias que viriam, e o que fariam durante eles para não ficarem entediados. Ah, e não podiam deixar de lembrar do que havia acontecido no dia anterior, já que não acontecia todo dia.
- Foi maravilhoso o casamento dos dois, não acham? – disse Cinthia. – Achei um pouco cedo, mas a Luciana estava linda naquele vestido de noiva.
- O Olívio é um sortudo mesmo – concordou Fred à sua maneira.
- Mas não foi estranho que os dois entraram atrasados na igreja? – lembrou Aline. – E eles estavam um pouco estranhos durante a cerimônia, como seu quisessem rir de alguma coisa.
- É, foi estranho, mas com certeza eles vão ter uma boa explicação para isso – disse Douglas, se lembrando em seguida de uma coisa que ele havia falado com Olívio. – Ah, vocês sabiam que na semana que vem já é o primeiro jogo dele no Campeonato Nacional? E quero vir a tempo de assistir o jogo.
- Vocês vão voltar para o Brasil? – perguntou Jorge. Eles três haviam ficado na Inglaterra para ver o casamento, mas não haviam falado nada do que fariam depois.
- Vamos. Temos que acertar as coisas por lá, mas eu vou voltar no final de dezembro para fazer o curso de Medicina Bruxa que começa em janeiro – Aline havia gostado muito das aulas de Magia Medicinal no último ano e decidiu que iria trabalhar como medibruxa.
- Eu vou voltar mais cedo – disse Douglas. – Em agosto já começam os testes para auror, e em setembro começa o curso de aperfeiçoamento. Vou ter que ficar um ano e meio de molho antes de poder trabalhar na ativa, acreditam?
- Mas isso é bom! – disse Aline. – Assim você fica seguro e aprende a se defender direito. E pelo menos eu não vou ficar tão preocupada enquanto estiver no Brasil durante o resto desse ano.
- Que bonitinha. Eu não sabia que você se preocupava tanto assim comigo – disse ele apertando a bochecha dela.
- Hum. E vocês dois?
- Bom, vocês se lembram do prêmio do Tribruxo que o Harry deu para a gente um ano atrás – lembrou Fred. – Vamos usar aqueles mil galeões para abrir a loja que a gente havia planejado desde o começo. Mamãe não está mais pegando no nosso pé por causa disso.
- Mas mesmo que vocês comprem o terreno e tenham o trabalho de construir a loja, vai sobrar muito dinheiro – disse Cinthia. – O que pretendem fazer com todo o resto, além de comprar o que precisam para os logros?
- Vestes a rigor para o Roniquinho – disse Jorge. – Parece que ele vai precisar de novo no ano que vem, e mamãe não sabe o significado de bom gosto quando se trata de escolher roupa para os filhos.
- E também queremos sair da Toca, de preferência arranjar alguma coisa em Hogsmeade para ficar perto da loja.
- Por que não fazem a loja em Londres? Tem mais mercado e menos concorrência da Zonko's.
- Aí é que você se engana, Aline. Você sabia que a margem de lucros da Zonko's durante as visitas dos alunos de Hogwarts é maior que a da Jing-Ling em Londres nas épocas de feriado? Tá certo que em Londres tem mais gente, mas aqui também é um ponto turístico que atrai bruxos de toda a Inglaterra durante todo o ano.
- É, é melhor para montar a loja aqui mesmo – concordou Cinthia. – Como vai ser o nome da loja?
- Bom, essa foi mais uma idéia da nossa querida mamãe – disse Jorge. – Gemialidades Weasley! Devíamos contratá-la como sócia; propaganda é a alma do negócio!
- Então eu vou achar fácil a loja de vocês quando voltar – disse Cinthia. - Só vou precisar procura uma loja com um letreiro luminoso bem grande.
- Você vai voltar para o Brasil também? – perguntou Aline. Jorge olhou para Cinthia parecendo mortificado com a notícia.
- É, vou. Mas eu não sei quando volto. Não sei exatamente o que fazer ainda, e dependendo do que eu escolher eu posso nem voltar.
- Mas e eu? – perguntou Jorge no mesmo tom que perguntaria uma criança chorona.
- Vocês aprenderam a aparatar para quê? – respondeu ela sorrindo. – A gente da um jeito. Isso é o de menos.
- Você podia aceitar o convite da Emerina Morgan.
- Eh... não é bem isso o que eu tenho em mente. Mas se te consola, é mais provável que eu volte para a Inglaterra. Não sei se tem muita opção de trabalho na área que eu quero lá no Brasil, pelo menos não agora.
- Bom, então nós vamos ter que marcar um dia para todos se encontrarem e dizer o que aconteceu com cada um, já que vamos ficar muito tempo separados – disse Douglas.
- Que tal na véspera de Natal, aqui mesmo – sugeriu Aline. - É feriado em qualquer lugar, e não vai ter nada que atrapalhe o dia.
- Acho que vai dar para vir sim – concordou Cinthia.
- Então está marcado: vinte e quatro de dezembro!
Como já estava ficando tarde, os cinco voltaram para as suas atuais residências. Fred e Jorge foram voando até a Toca, e Aline, Douglas e Cinthia ficariam hospedados em uma estalagenzinha do vilarejo até o dia seguinte, quando pegariam um barco para o Brasil.
Eles se separariam, mas era só para acharem os seus sonhos. Cada um seguiria o seu caminho, mas como a vida muitas vezes ensina, os caminhos sempre acabam se cruzando, e algumas vezes andam lado a lado até o fim.
