Título: Estupidez

Autoras: Pamina e Mint

Sinopse: O comportado cavaleiro de aquário resolve que é hora de se declarar, o charme do cavaleiro de escorpião já estava tirando-o do sério, e como lhe faltava coragem para fazê-lo (ainda que ele não admita) resolveu embebedar-se e agarrar, sem aviso prévio, o surpreso escorpiano. Camus/Milo (MdM/Afrodite, Mu/Shaka)

Retratação: Os personagens e locais não nos pertencem, são todos de Masami Kurumada. Apenas escrevemos isso aqui sem fins lucrativos e na intenção de nos divertirmos um pouco mexendo com o Camus.

Capítulo 04

Camus voltou de sua viagem à França. Só havia conseguido três dias de licença, mesmo alegando a Saori que se encontrava muito cansado com os afazeres da fundação e precisava de um descanso. Era aquilo de sempre: ter que aturar a menina mimada porque era a deusa Athena. Soltou um suspiro resignado se espreguiçando e sentindo a maciez dos lençóis de seda da sua cama. A mala ainda não havia sido desfeita e estava a um canto do quarto escuro. Fechou os olhos com força pensando em dormir um pouco, mas os abriu assim que sentiu um cosmo familiar entrar na sua casa.

Levantou da cama, abotoando a blusa preta que vestia e saiu do quarto, talvez se fingisse que estava muito ocupado, Milo fosse embora. Tratou de pegar alguns papeis em cima da mesinha da sala, sentou no sofá e fingiu estar concentrado enquanto ouvia os passos de Milo subindo a escada, percebeu o cavaleiro entrar na sala, mas continuou com sua atenção voltada aos papeis.

- Camus?

- Ah... Oi, Milo. – Camus tirou os olhos da papelada e olhou sério para o sorridente escorpiano. – Se você está querendo treinar, hoje eu não posso, tenho que organizar...

- Eu não vi aqui para treinar, Camus. – Milo se sentou no sofá ao lado de Camus, um pouco irritado por o amigo não ter notado que nem em roupas de treinamentos ele estava. – Eu quero conversar com você.

- Agora eu não posso, quem sabe amanhã ou outro dia. – Camus se levantou do sofá, aquele cheiro de mar que exalava do corpo de Milo o tirava do sério. Tentou se mostrar mal humorado para que Milo saísse dali de uma vez.

- Mas, você chegou hoje e... – Tentou ser sutil e calmo, mas não era algo típico dele. – Ah Camus, deixa disso você passou três dias longe do santuário e quando volta não quer falar comigo, só por causa daquilo. – Percebeu a atitude de Camus, estava fugindo, podia ser inconscientemente, mas estava.

- Do que você está falando? Eu não quero falar com você porque estou ocupado, não tem nada haver com o fato de ter ficado bêbado e ir parar na sua casa.

- Não estou falando de você ficar bêbado, estou falando do que você disse. – Camus crispou os lábios.

- Seja lá o que eu disse, estava bêbado, então você não deve levar a sério.

- Quando você disse que havia ido até a minha casa para se declarar você não estava mais bêbado, Camus. – Cruzou os braços, mas não pode deixar de sorrir ao se lembrar de Camus saindo resmungando da sua casa.

- Eu... Eu não disse isso. – Camus murmurou incrédulo. Talvez tivesse dito mesmo, mas foi em russo ou francês e até onde sabia Milo não entendia nenhuma dessas línguas.

- Disse sim. – Milo descruzou os braços, levantou e andou até Camus. – Então, você foi lá, mas não se declarou, foi por isso que bebeu, Camus? – Chegou bem perto de Aquário e este tentou se manter longe das sensações que aquela aproximação trazia.

- Você deve ter entendido mal. – Falou tão seguro, que por um instante Milo achou que fosse isso mesmo.

- Não, eu sei que não. – Encostou um pouco o corpo no de Camus, que sem saber por que se afastou. Não podia se deixar levar, tinha decido quando esteve na França que afastaria aquele sentimento e voltaria a ser o Camus de sempre. Vestiu sua habitual máscara de gelo e com indiferença pediu para que Milo fosse embora.

- Saia daqui, você está passando dos limites. Eu não fui me declarar coisa nenhuma. – Os olhos do escorpiano perderam o brilho por alguns instantes. – Eu... Eu ia contar sobre me declarar para outra pessoa e você já acha que é você. Ainda por cima vem para cá com esses joguinhos de sedução que costuma usar com os outros. Não sou burro feito os outros, Milo, nunca que eu sentiria algo por você, então trate de procurar outra pessoa que esteja disposta a participar dos seus joguinhos. – Falou com toda a frieza que conseguiu juntar.

- Não estou fazendo joguinhos. – Ainda processava as palavras frias de Aquário. Quer dizer que Camus se referia a outra pessoa e não a ele. – Eu pensei que...

- Pensou errado, Milo. Agora vá embora. – Pediu voltando a olhar para os papeis.

- E por que tentou me beijar? Por que achou de ir à minha casa, estando bêbado, podendo jogar suas magoas para cima do primeiro que encontrasse? – Voltou a se aproximar de Camus, mesmo estando inseguro, já estava ali mesmo não tinha mais nada o que perder.

- Eu nunca tentei te beijar. – Camus olhou confuso.

- Quando você vai parar com isso, Camus? Você já está me deixando confuso com toda essa situação. E quanto aos joguinhos, é um estúpido se pensa assim. – Virou-se de costas, tentando segurar a vontade de chorar, não iria fazer isso, não ali ainda estando na casa de Aquário. Há quanto tempo sentia algo mais pelo gélido cavaleiro? Nem sabia direito e achava que nunca seria correspondido, mas desde que Camus chegou daquele jeito em sua casa no meio da madrugada, sentiu algo acender dentro de si achando que teria alguma possibilidade.

- Você que é um estúpido, Milo. – Já estava na porta quando Camus voltou a falar. – É tão estúpido que mesmo que eu colocasse uma faixa na frente do santuário escrito: "Milo, eu te amo", você ainda se daria ao trabalho de perguntar: "Isso é comigo?". Você é tão estúpido que nunca nota o quanto eu me arrepio ao sentir o teu cheiro ou quando nossos corpos se tocam enquanto treinamos. Tão estúpido ao ponto de nunca perceber minha preocupação e cuidado com você, minhas tentativas inúteis de tentar te agradar ou meu mau humor por saber que por mais irritante que eu ache ouvir você falando, eu não consigo ficar muito tempo sem ouvir a sua voz. – Milo se virou sem acreditar em nada do que ouvia.

Pela primeira vez não sabia ao certo como reagir e permaneceu parado ali. Só podia estar sonhando. Ele era mesmo o estúpido de toda aquela historia.

Camus foi chegando perto, se deixando levar por tudo aquilo. Sua pela arrepiou so de olhar para um Milo completamente abobalhado, com os cabelos ajeitados ondulando nas costa e ainda mantendo o ar de garoto rebelde, os olhos azuis brilhando, e os lábios... Mais tentadores do que costumavam ser. Agora estava tão próximo que podia até ouvir as batidas do coração de Milo, ou seria as batidas do seu? Sentiu o familiar remexer de borboletas que sempre vinha acompanhado do característico cheiro almiscarado.

Sem se conter mais, encostou timidamente os lábios no pescoço do grego, que ainda parecia processar tudo o que Camus havia dito. Sua mente entorpeceu e ele beijava lentamente o pescoço de Milo, como quem não queria que aquilo acabasse. Foi subindo os lábios em direção ao rosto e beijou com suavidade as faces do grego que agora já parecia ter entendido o que se passava e acariciava as costas de Camus. Milo fechou os belos olhos azuis, ansiando pelo contado dos lábios do cavaleiro de gelo. Camus parou de beijá-lo ainda entorpecido e quando Milo menos esperava, roçou os lábios frios, preguiçosamente, para depois deslizar a língua sentindo toda a maciez de Milo.

O grego já não agüentava o jeito preguiço de Camus beijar, era bom e torturante, talvez por isso fosse bom. Vendo que não agüentaria por muito tempo continuar com o roçar lento de línguas, começou a corresponder ao beijo ferozmente, típico de quem queria aquilo há bastante tempo. Segurou na nuca de Camus e ouvi um gemido abafado entre o beijo. Camus era sensível na nuca, isso era bom. Agora era a vez de ele torturar o gélido cavaleiro, que nesse momento queimava a ponto de começar a se livrar de sua própria roupa...

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Acordou sentido a tão conhecida maciez dos seus lençóis de seda. Mas algo não estava certo ali. Havia um peso sobre o seu peito e a sensação de cosquinhas em sua barriga. Abriu os olhos e viu Milo deitado com a cabeça sobre seu peito, os cabelos azuis caindo mais para o lado e tocando a sua barriga. Enrolou um dos dedos na ponta de um dos cachos de Milo, brincando. Milo se mexeu um pouco e logo depois se sentou rapidamente ainda sem acreditar, levantou tão rápido que o lençol foi junto deixando a mostra boa parte do corpo de Camus. Sorriu se lembrando da noite que teve com o francês e voltou a se deitar se aninhando no peito de Camus que voltou afagar os cabelos sedosos.

- Camus?

- Que foi?

- To com fome.

- Nossa, Milo, você é tão romântico. – Debochou Camus revirando os olhos para cima.

- O que você queria que eu dissesse, heim? – Milo não conteve o sarcasmo na voz. – Desde quando você gosta de ceninhas românticas, Camus?

- Cala a boca, Milo. – Continuou brincando com um dos cachos azuis. – Eu estou com preguiça de preparar o café da manhã.

Milo beijou o peito do cavaleiro e foi subindo, demorando em seu pescoço e vendo as marcas que havia feito na noite anterior.

- Deixa pra lá, eu também to com preguiça. – Murmurou antes de beijar os lábios de Camus, sentindo as mãos geladas desceram pela suas costas e aperta-lo mais contra o corpo pálido.

- Eu quero você sempre aqui, Milo. – Sussurrou no ouvido do grego, sem se importar com as conseqüências daquela frase. Era a mais pura verdade e ele se permitiu demonstrar isso, mesmo que significasse fraqueza.

Mal sabia ele que teria que agüentar o ciúme excessivo de Milo e o próprio ciúme, ao ver alguém jogando charme para o amado. Ter que aturar as cobranças e brincadeiras de mau gosto constantemente. E ainda tinha a piadinha que os outros cavaleiros iriam fazer, por ter se rendido ao grego. Tudo compensado pelos momentos de carinho, luxúria e amor que teriam, pelo olhar manhoso do escorpião sobre si quando queria algo, ou pelo sorriso infantil que às vezes surgia no lugar do malicioso. Agarrou com força a cintura de Milo, como quem não quisesse sair dali nunca e mostrando que agora ele era só seu.

- Camus?

- Que foi, Milo? Você vai dizer de novo que está com fome?

- Eu te amo. Era isso que você queria que eu dissesse, não era?

Fim?

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N.A: Pamina - Quase que eu fiz um lemon, ia ser massa ver o Camus gemendo, mas acabei achando que o lemon não se adequaria muito bem ai. E finalmente eu sei o que é OOC, ´brigada a quem me explicou nas reviews o que era isso, eu já tinha uma noção de que devia ser algo relacionado ao personagem não estar totalmente como ele é de verdade, mas não tinha certeza.

Ficamos muito felizes com as reviews, e acho que citar o nome das pessoas que deixaram é o mínimo que podemos fazer, então ai vai: Loneliness, Scorpion Lyra, Charlotte Scully, Persefone-sama, Keiko Maxwell, Ia-Chan, Nadeshisco, Anna-Malfoy, Charine, Dark Wolf, Akane Kittsune, Prudence-chan ("exagerado, jogado aos seus pés eu sou mesmo exagerado." Ai, essa fic é linda, moça, você escreve muito bem. Sabe aquele do Shun e Hyoga, a do beijo russo? É linda também. Eu não lembro o nome, que ódio que eu tenho de mim mesmo).

Gente é isso. Ah sim, a fic tem continuação. Já temos dois capítulos prontos e assim que der eu atualizo. E me desculpem pela demora desse último capítulo, mas foi porque eu fiquei sem computador. Então nos vemos na próxima.