Título: O astro do Rock

Autora: Bélier

Categoria: Universo Alternativo/Romance Yaoi

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Meu primeiro U.A! Saori é dona de uma famosa gravadora. Ao contratar a mais nova sensação do Rock mundial, a moça deixa o temperamental artista aos cuidados do seu competente Diretor de Marketing. Isso não vai acabar bem...

Capítulo 2 – Escolhendo as músicas

Estou te dizendo, o cara é um chato! – Kamus tomou mais um gole de cerveja, passando pela enésima vez a mão pelos cabelos, que já estavam um tanto quanto bagunçados.

Ei, não vou mais te prescrever os remédios se você continuar bebendo! – Seu amigo comentou.

Kamus olhou para o copo. – Ah, Mu, por favor, você sabe que é cerveja sem álcool!

Mesmo assim... – Mu comentou, preocupado.

Olha que eu troco de médico, hein? – Kamus ameaçou. – Mas você pode continuar sendo o meu amigo...

Os dois estavam sentados em um bar-restaurante muito famoso. O local costumava lotar de gente, e naquele dia não era exceção. A cozinha internacional do restaurante costumava atrair muita gente para o jantar, e a reserva de uma mesa sempre se fazia necessária. Já as mesinhas que compunham o bar eram muito disputadas no final da tarde, quando executivos e outros profissionais o procuravam para o happy-hour.

Ainda acho que você não precisa disso... – Mu tentou dissuadi-lo mais uma vez a deixar de usar os remédios para dormir. No ano passado, Kamus quase tivera uma crise de estafa, e desde então, Mu vinha acompanhando a saúde do amigo.

Ah, Mu, você não entende... – Kamus balançou a cabeça, desanimado. – É tanta correria que tem dias que eu simplesmente não consigo dormir... Sei que parece exagero da minha parte, mas é verdade. Às vezes tenho vontade de abandonar esse mundo da música... – Kamus apertou o copo com tanta força que Mu pensou que este fosse se partir. – Hoje, por exemplo: eu quis esganar aquele cantor de meia tigela! Virá-lo do avesso!

Mu reparou que o rosto de Kamus começou a avermelhar, em sua fúria, e abaixou a cabeça, fingindo tirar um cisco da sua roupa impecavelmente branca, apenas para esconder um sorriso. O amigo era muito controlado, mas quando tinha esses rompantes de ira, era difícil acalma-lo.

Nesse momento, os dois amigos viram o dono do restaurante se aproximar.

Olá! Tudo bem? – O rapaz cumprimentou-os, simpático. – Desculpem a falta de atenção, mas, como vocês podem ver, o local está lotado...

Nós entendemos... – Kamus balançou a cabeça, fingindo conformar-se. – Não entendemos, Mu?

Mu olhou de Kamus para o proprietário. Agora ele é que estava mal-humorado.

Está faltando alguma coisa na mesa, senhor? – O dono do restaurante perguntou para Mu, uma leve malícia estampada em sua voz.

VOCÊ seria uma opção válida? – Mu resmungou, fingindo consultar o menu.

Não, eu não estou no cardápio... – O loiro puxou uma cadeira, sentando-se ao lado de Mu. – Sinto muito, amor, mas hoje isso aqui está uma loucura...

Eu entendo, Shaka, estou vendo... – Mu suspirou, resolvendo deixar a irritação de lado. – Ainda bem que está lotado, não?

Claro! – Shaka passou os olhos pelo bar apinhado de gente. Mu tentou, disfarçadamente, soltar o cabelo de Shaka, que estava preso. – Deixa isso! – Shaka afastou a mão do namorado, divertido.

Não gosto dele preso. – Mu resmungou, de novo.

Mas eu tenho que usar assim, oras! – Shaka riu. Voltou sua atenção para Kamus. – E aí, como andam as coisas na toda poderosa Kido?

Nem me fale... – Kamus então recomeçou a contar a história, seu rosto se crispando cada vez que citava Miro. Concluiu com um "Foi o pior dia da minha vida!"

Sei... – Shaka olhava atentamente para Kamus, mas na verdade estava prestando atenção na mão de Mu, que acariciava a sua. – Pelo que você falou, o cara é o cão-chupando-manga!

Acho que isso o define perfeitamente! – Kamus disse, satisfeito.

Bem, se vocês me dão licença, eu tenho que ir, agora... – Shaka já ia se levantar, quando um de seus garçons chegou com o pedido de Mu e de Kamus.

Mu viu que o rosto do loiro ficou vermelho. – Ora... Isso é um insulto, vocês sabiam! – Shaka tentou controlar sua raiva.- Com toda as opções de cozinha internacional que tenho aqui, no bar e no restaurante, vocês pedem... vocês pedem... ISSO!

Mu sorriu ingenuamente, despejando displicentemente sal sobre o prato. – Ora, mas essas são as melhores batatas fritas do Japão!

Shaka rangeu os dentes, olhando para o namorado, que espetou duas batatinhas num palito. Mu apoiou o cotovelo na mesa, balançando o palitinho com as batatas presas na sua direção. – Vamos... Eu sei que você gosta...

Shaka apertou os lábios, tentando se controlar. Mas, antes que Mu pudesse evitar, o loiro roubou as batatas da sua mão, levantou-se e saiu apressado.

Mu sorriu, e pegou outro palito. – Adoro provoca-lo!

Vocês se dão bem... – Kamus comentou. – Mesmo morando juntos, isso não atrapalhou o relacionamento de vocês?

Não... Nós somos muito parecidos... – Mu olhou o loiro, enquanto ele voltava ao caixa. – E por falar nisso, você tem ouvido falar da Hilda?

Eu! Sei lá, ela deve estar desfilando para alguma grife famosa, lá na Europa, agora mesmo! – Kamus comentou, dando risada. Ele havia namorado – se é que aquilo poderia ser chamado de namoro – a top-model durante alguns meses. – Olha Mu, eu juro que nunca mais me envolvo com outra pessoa famosa! Que complicação!

Cuidado com esse "nunca", amigo... – Mu profetizou, divertido.

- x-

Para desgosto de Kamus, logo que chegou ao escritório, no dia seguinte, Miho avisou-o que havia marcado horário para Miro às 11 horas.

"Droga"

O Diretor de Marketing praguejou durante a manhã toda, fazendo com que todos saíssem do seu caminho, ao vê-lo passar...

Por volta das 11h30, Kamus estava mais estressado ainda. O cantorzinho não havia aparecido, e ele estava ali, perdendo tempo, uma vez que Saori não tinha deixado nada sob sua responsabilidade. Tamborilou os dedos no tampo da mesa, irritado. De repente, ouviu uma gritaria, vinda do lado de fora de sua sala.

Kamus abriu a porta do escritório. Deparou-se com Miho descabelando-se, tentando pegar um autógrafo de Miro. Mas sua secretária encontrava-se com um "pequeno" problema: transpor a enorme muralha que havia se colocado entre ela e o cantor.

Alguém pode me explicar o que significa isso! – Kamus pôs a cabeça para fora, observando a cena.

Eu já falei que não tem perigo, deixa a menina vir aqui que eu dou o autógrafo pra ela! – Miro pediu ao segurança, divertido.

Mas chefe, a moça tá descontrolada! – O segurança comentou, ainda cheio de dúvidas, seus braços enormes abertos, impedindo que Miho passasse.

Srta. Miho, comporte-se! – Kamus ralhou, impaciente. – Até parece que você nunca viu um artista famoso aqui na gravadora!

Ai, Sr. Kamus, igual ele não! – Miho gritou, histérica. O segurança finalmente deixou que a secretária se aproximasse do roqueiro, e ela estendeu o bloquinho de anotações para Miro, feliz.

O cantor assinou, fazendo charme, e devolveu o bloco e a caneta para Miho, que não perdeu a oportunidade e pendurou-se em seu pescoço, abraçando-o. O segurança tornou a se aproximar, e a garota tratou de desgrudar do roqueiro.

Miro sorriu, e voltou-se então para Kamus. – E aí, seu Certinho?

Kamus já começou a sentir a raiva tomar conta dele. Disfarçando, olhou interrogativamente para o enorme homem que acompanhava o roqueiro. O cara era realmente um armário ambulante, e o fato de usar um terno preto e óculos escuros parecia aumentar o seu tamanho.

Notando o olhar do Diretor, Miro explicou, displicentemente. – Esse aí é o Aldebaran, meu segurança... – Virando-se para o homem. - Falou Deba, daqui a pouco a gente se vê!

Falou, chefe. – Aldebaran sentou-se num dos sofás da sala de espera, para desespero de Miho, tirou os óculos escuros e começou a folhear uma revista.

Miro entrou gingando na sala de Kamus, e largou-se displicentemente na cadeira frente a sua mesa. Kamus observou o cantor com uma careta de desaprovação. Fechou a porta, fazendo um esforço enorme para ser educado com o homem insuportável, mas, ao virar-se novamente para ele, suas intenções foram por água abaixo...

Tira esse sapatão nojento de cima da minha mesa! – Kamus ameaçou, com uma voz firme e controlada, porém aterrorizante.

Por favor? – Miro colocou a mão em concha próxima do ouvido, fazendo cera.

Kamus trincou os dentes. – Por favor.

O roqueiro desceu as pernas, retirando os pés de cima da mesa impecável de Kamus. – Você vai é morrer cedo, se continuar estressado desse jeito!

Seria uma dádiva! – Kamus se sentou atrás da mesa. – Pelo menos não teria que trabalhar com você!

Ui, que mal-educado! Eu vou contar pra tia Saori!

Seu... – Kamus ficou vermelho de raiva, mas controlou-se. – Bem, vamos ver o seu material, e acabar logo com isso.

Antes de tudo, eu queria avisar que o meu empresário só não veio porque estava ocupado demais ajudando o irmão dele com uns problemas... - Kamus franziu as sobrancelhas. Miro estendeu para o Diretor de Marketing um CD gravado. – Toma aí. É todo o material inédito que tenho. Gravei lá no estúdio de casa, com o pessoal da minha banda.

Você tem um estúdio em casa? – Kamus perguntou, enquanto girava sua cadeira para alcançar um moderno aparelho de som.

E quem não tem? – Miro deu aquele sorrisinho irônico.

Kamus ignorou-o, e colocou o CD para tocar. O som ecoou pela sala.

Durante a próxima hora, Kamus ouviu com atenção as músicas de Miro, discutindo – no sentido literal da palavra - as que deveriam ser colocadas no próximo CD do artista. O Diretor acabou se vendo num dilema: apesar de não suportar o cantor, tinha que admitir que suas músicas eram boas. Em algumas faixas, como as baladas, Miro havia usado apenas o violão, e sua voz mostrava-se realmente muito... boa, Kamus admitiu, a contra-gosto, seu cérebro se recusando a usar uma palavra mais amável que "boa".

Bem, agora que chegamos a um consenso sobre as músicas... – Kamus voltou o Cd até a oitava música. – Acho que poderíamos lançar esta como single...

(It's my life – Bon Jovi)

Por que essa? – Miro não gostou da escolha. – Não quero trabalhar essa primeiro!

Mas é tão b... boa. – Kamus comentou, impaciente. – Mostra bem a sua personalidade...

Miro fez cara de emburrado.

Confie em mim, eu sei que essa música vai ser um sucesso. Sem falar que é a de mais personalidade.

Tá querendo dizer que as outras são ruins! – O cantor apertou os olhos.

Não, seu moleque mimado! – Kamus finalmente perdeu a paciência. – Só estou tentando dizer que é a que tem mais impacto, OK?

Eu não sou mimado!

Kamus revirou os olhos. – Então tá, você não é, todas as suas músicas são ótimas e eu já perdi muito tempo aqui! Estamos decididos?

Tudo bem! Afinal, sei que todas as músicas vão fazer sucesso!

Kamus bufou. – Então, por favor, deixe com a minha secretária a sua disponibilidade de horários, para que possamos começar a gravação das músicas. Começamos primeiro com essa.

Miro bufou em assentimento. – Vai ficar com o CD?

Vou, Pode ficar tranqüilo que eu não vou jogá-lo no lixo, não. "Apesar de sentir uma vontade imensa de jogá-lo bem no meio da sua testa!" Kamus pensou, enquanto abria a porta para que Miro saísse. O que foi um erro.

Logo que o cantor saiu, uma pequena multidão de garotas o esperava do lado de fora, e a gritaria começou. Aparentemente, todas as secretárias da Kido Records estavam ali. Miho devia ter dado um jeito de avisar as outras, e Aldebaran não estava conseguindo controlar todas.

Sentindo uma satisfação mórbida, Kamus empurrou o roqueiro para fora da sua sala com tudo.

Ei! – Miro gritou, meio apavorado.

Se vira! – Kamus bateu a porta atrás do cantor, trancando-a.

Continua

Comentários da autora:

Ahahahaha!

Então é isso, o Miro tem cara de Bon Jovi!

Pra falar a verdade, eu não sou muito fã dele, mas o cérebro é uma coisa estranha. Fiquei um tempão tentando encontrar a música certa para o Miro... Tentei imagina-lo cantando, as roupas que ele usaria, aquele cabelão balançando enquanto ele toca guitarra... e do nada, me veio a imagem do John Bon Jovi... Vai entender...

Só não decidi ainda se todas as músicas dele serão dele, ou se escolho outro artista. Mas isso é assunto lá pro meu blog, pessoal! Dêem uma passadinha, é belier.aries.blog. mais uma coisa: estou achando chato fazer o Kamus dependente de algum remédio, mas eu vou precisar desse "artifício" mais pra frente. Tipo assim, misturar remédio com bebida? Hum... Vai ser um problema pra quem estiver perto, quando o picolé soltar a franga.

Ah! Lembrei de umas coisas que me perguntaram nas reviews:

É claaaaaaro que vai ter romance entre os dois, Susu-chan! Sorry, Shinigami, mas o Miro vai ser uke, de novo. Se eu mudar, acho que não vou escrever direito. Prudence, respondida a sua pergunta? (me conta o que você achou) Ai, Pipe, onde eu vou arrumar autógrafo e poster do Miro! Agora danou-se. Não me mate, Kaho, caso contrário alguém vai ter que terminar isso por mim! Muito obrigada a todas que deixaram reviews e mandaram e-mails!

Aguardo ansiosa comentários!

Beijos!