Título: O astro do Rock

Autora: Bélier

Categoria: Universo Alternativo/Romance Yaoi

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Meu primeiro U.A! Saori é dona de uma famosa gravadora. Ao contratar a mais nova sensação do Rock mundial, a moça deixa o temperamental artista aos cuidados do seu competente Diretor de Marketing. Isso não vai acabar bem...

Capítulo 4 – Fazendo as fotos

"Hoje vai ser um daqueles dias, novamente..." Kamus suspirou, entrando no estúdio fotográfico e cumprimentando os colegas.

Depois de aprovada a gravação do single com a música de trabalho de Miro, Kamus marcou uma sessão de fotos com o cantor, para providenciar as capas do CD e outras imagens para divulgação. Após isso, vinha a gravação do primeiro clipe, e a distribuição do single às rádios e lojas especializadas.

Kamus imaginou se Miro daria tanto trabalho para tirar fotos e fazer o videoclipe como o Bronze Saints. Rezou para que não, pois não suportaria aturar a chatice do cantor mais de uma vez.

- E aí, Kamus, cadê a estrela temperamental? – Máscara comentou, divertido. – Não vejo a hora de obrigá-lo a fazer umas poses bem estranhas...

- Não tente fazer isso, meu amigo, as conseqüências podem ser terríveis... – O diretor mudou de assunto, ao ver o cantor chegar, sempre seguido pelo segurança enorme. – Bem, bem, acho que podemos começar, então, que o astro já chegou...

Miro fez cara de poucos amigos para Kamus, mas tinha um sorriso agradável ao cumprimentar o resto da equipe. "Filho de uma mãe! Ele vai se fazer de agradável com os outros, só para me contradizer!" Kamus sentiu uma raiva já conhecida se apossar dele.

Afrodite imediatamente cercou o cantor.- Olá! Então você é o famosíssimo Miro! – Afrodite olhou o rapaz de cabelos azuis de alto abaixo. Kamus reparou que Máscara da Morte fungou ligeiramente, descontente. – Ora, ora, não vejo a hora de demonstrar meus dons nessa pele perfeita!

- Err... – Miro ficou sem graça diante do escrutínio do maquiador. Kamus sorriu internamente. Então ele não era tão seguro de si sobre o seu charme, como quis demonstrar aquele dia no elevador.

Kamus sentia-se estranho cada vez que se lembrava daquele incidente. Um misto de raiva e confusão tomavam conta dele, ao pensar nas insinuações do cantor sobre a sua suposta falta de tato com as pessoas, e total falta de vida social.

- E esse cabelão, hum? Vamos dar uma escovadinha nele?! - Afrodite passou um braço pelo de Miro, arrastando-o para a sua sala.

-x-

Afrodite voltou depois de uma hora ajeitando o cantor, que, depois de maquiado e penteado, parecia mais deslumbrante do que realmente já era. Miro já tinha selecionado previamente as roupas que iria usar, bem como o cenário que desejava.

Apesar de achá-lo um arrogante de primeira, Kamus tinha que concordar que o cantor era muito simples em termos de visual, para não dizer relaxado. Miro não parecia se incomodar muito com visuais elaborados, embora usasse roupas caras. Parecia que jeans e couro eram suas roupas favoritas.

Assim, entre jaquetas de couro e calças jeans rasgadas , a sessão de fotos começou. Kamus acompanhou atentamente a sessão, admitindo a contra gosto que Miro era muito fotogênico. O cantor, entre uma pose séria e outra, fazia algumas cômicas que arrancavam gargalhadas dos que assistiam ao ensaio, e aquilo o desgostava muito. A certa altura, o Diretor de Marketing chegou a imaginar se só ele se sentia incomodado com o jeito arrogante do rapaz...

Máscara fez uma pausa para trocar o filme, e Kamus pediu a Miro que trocasse de roupa, para iniciar outra sessão de fotos. O cantor concordou com um aceno, e começou a tirar a jaqueta ali mesmo.

Kamus revirou os olhos. "Exibido!" Mas, quando o cantor tirou a camisa, ele viu algo que o deixou boquiaberto.

- Ei! Espere aí! – Kamus gritou, aproximando-se de Miro.

- Que foi, agora? – O cantor resmungou, contrariado, já pegando outra blusa para vestir.

- Isso! – Kamus afastou com uma das mãos o cabelo comprido de Miro, jogando- o por cima do ombro esquerdo do roqueiro. Sua outra mão pousou sobre o ombro direito do rapaz. – Essa tatuagem!

- Oh, isso... – Miro pareceu ligeiramente desconfortável.

Kamus admirou a tatuagem. Um enorme escorpião, muitíssimo bem feito, pegava boa parte das costas de Miro. A aparência ameaçadora do aracnídeo era incrível, seu ferrão voltado para cima, bem próximo da espinha do cantor. Kamus notou, fascinado, que o escorpião fora desenhado de forma a acompanhar o formato da constelação daquele signo, as pequenas estrelas escuras se destacando na tatuagem avermelhada.

- Você já fez fotos dela em algum trabalho anterior? – Kamus perguntou, afastando-se finalmente do cantor.

- Não, e nem vou fazer! – Miro vestiu a camisa, irritado. – Já te falei que não vou explorar a minha imagem!

Kamus deu risada. – Então, porque a fez, se não deseja que ninguém a veja?

- Fiz pra mim, algum problema? É só o símbolo do meu signo, nada demais. – Miro deu de ombros.

O Diretor sorriu, irônico. – Não seja ridículo! Você, fazendo alguma coisa pra ninguém ver?! Não zombe da minha inteligência!

- É claro que... certas pessoas... vão poder vê-la. – Miro virou-se, insinuante. – Mas ela não é pro seu bico, tá bem?

- Quê?! – Kamus arregalou os olhos, enfurecido. – Como você ousa insinuar...

- Eu não estou insinuando nada! – Miro ergueu as mãos espalmadas num gesto de conciliação. – E, tudo bem, se você acha que a tatuagem vai ficar legal nas fotos, eu faço, mas nada muito ousado, OK?

Kamus contou até dez, tentando recobrar a paciência. Não conseguiu. Virando- se para Máscara da Morte, ordenou. – Tire umas fotos dele de costas, enfocando a tatuagem. Eu quero que algumas sejam feitas em preto e branco. – Antes de sair, virou-se para o roqueiro, com ar de superioridade. – Ah, e veja se consegue deixá-lo bonito! – E saiu batendo a porta.

- x –

No dia seguinte...

- Ei, Kamus, aqui estão as provas das fotos do Miro. – Shura estendeu-lhe um envelope. – O Máscara deixou comigo, enquanto você não estava.

- Já estão prontas? Que bom... – Kamus pegou o envelope. Ele havia passado boa parte da manhã em uma reunião com Saori, e estava cansado. Mesmo assim, decidiu dar uma olhada nas provas e selecionar as melhores, para que fossem feitas as fotos o mais rápido possível.

- Se você não se importar, eu já vou almoçar... – Shura comentou, meio sem graça. – É que eu combinei com a Shina... Quer vir também?

Kamus sentou-se em sua mesa, encarando seu assistente ligeiramente. – Ah, tudo bem. Eu vou ficar mais um pouco e dar uma olhada nisso.

- Então, até mais. – Shura olhou um tanto quanto compadecido para o chefe.

Ao ver Shura sair, Kamus suspirou, resignado. Talvez Miro tivesse mesmo razão. Talvez ele fosse um fracasso em termos de vida social, relacionamentos e afins. Um mau-humorado, chato e insensível. "Cubo de gelo!" As palavras do cantor ecoaram por sua mente, parecendo zombar dele, mais uma vez.

Kamus balançou a cabeça, tentando desviar os pensamentos. Abriu o envelope e começou a observar as minúsculas fotografias, analisando quais deveriam ser aproveitadas e ampliadas. Notou, satisfeito, que Miro era bem mais fotogênico do que Seiya, por exemplo, e provavelmente nenhuma outra sessão de fotos seria necessária. Com uma lupa, observou atentamente as fotos em que o cantor se deixara fotografar sem camisa, sua tatuagem de escorpião marcante à mostra. "Ficaram boas. Na contracapa do CD, em preto e branco, ficarão ótimas..." Foi quando uma foto em particular chamou sua atenção.

"Eu... Não acredito!" Kamus olhou boquiaberto a pequena foto, aproximando- se mais para observá-la melhor. "Maldito Máscara da Morte!" Kamus olhou e olhou, um leve rubor espalhando-se por seu pescoço e rosto. "Como foi que aquele safado tirou essa foto, e eu não vi?! Desgraçado, ele me paga!"

"Com certeza, aquela canalha tirador de sarro está querendo curtir com a minha cara!" Kamus sentiu uma vontade imensa de descartar aquela foto, como fizera tantas vezes com outras que não haviam ficado boas, ao longo dos anos em que trabalhava com aquilo.

Mas a curiosidade falou mais alto, e ele acabou marcando-a para que ela fosse ampliada.

- x –

Depois de alguns dias...

- Senhor Kamus, aqui estão as fotos do Miro! – Miho suspirou, revirando os olhos. – Ah, será que eu posso dar uma olhadinha?!

- Nem pensar! – Kamus apanhou o envelope fechado das mãos da secretária, que mostrou uma certa resistência para soltá-lo. – Eu não quero as fotos todas babadas!

- Ah, só uma, por favor... – Miho já estava com cara de quem ia chorar.

- Agora não! – Kamus olhou o relógio. – Aliás, logo ele vai estar aqui, se eu não me enganar...

- É sim, ele vem hoje pra ver as fotos. – Miho suspirou, novamente.

- Bem, eu vou almoçar rapidinho, se ele chegar, peça que me espere. – Kamus olhou feio para a secretária. – E nada de dar escândalo!

- Sim, senhor... – Miho saiu, cabisbaixa.

Kamus olhou para o envelope, consultou o relógio, e achou melhor deixar para ver as fotos depois. Largou-o sobre a mesa e saiu.

- x –

Kamus almoçou o mais rápido que pôde, e voltou para sua sala.

- Ah, Senhor Kamus... O Miro já chegou, e ele está esperando o Senhor lá na sua sala...

- QUÊ?! Você deixou ele entrar lá sem a minha autorização?! – Kamus ficou irritado. Aquilo era o cúmulo do absurdo!

- Err... Eu não tive muita escolha... – Miho apontou com a cabeça para Aldebaran, que estava parado na porta da sala, de guarda. – Depois daquele escândalo com as fãs lá na recepção... O senhor se lembra, não?

- É claro que eu me lembro... – Kamus passou pelo segurança, entrando na sala. "Como eu poderia me esquecer! Eu estava no meio daquela palhaçada!"

Mas o pior ainda estava por vir. Kamus encontrou Miro observando atentamente as fotos.

- Você deveria saber que isso é muita falta de profissionalismo, entrar na minha sala sem autorização e ainda mexer nas minhas coisas! – Kamus comentou, friamente.

- SUAS coisas, nada! Tem o MEU nome aqui, ó, está vendo? – Miro, com a sua cara debochada de sempre, mostrou seu nome no envelope pardo. Kamus desabou em sua cadeira, derrotado. Ele nunca conseguiria ganhar daquele convencido. Para tudo ele tinha uma resposta. Deturpada, mas tinha.

Foi quando ele se lembrou da foto.

- Me dá isso aqui! – Kamus tentou tirar as fotografias da mão de Miro, debruçando-se sobre a mesa, mas o cantor se afastou, rindo.

- Eu já falei, são minhas! Porque eu não posso olhar? Que homem estressado! – Miro passou a foto de cima para baixo, olhando outra. - Só porque você quer vê-las primeiro?! Eu sei que eu sou lindo, gostoso, irresist... – As palavras de Miro morreram em sua garganta, e o sorriso desapareceu de seus lábios, ao observar melhor a foto que agora estava por cima.

Kamus esfregou o rosto com as mãos, se preparando para o pior. Seria a chance perfeita para que o cantorzinho despejasse suas provocações contra ele.

Mas, para a sua surpresa, Miro olhou durante um bom tempo para aquilo. Kamus poderia jurar que ele havia ficado sem graça. Talvez até vermelho. Depois de uma certa hesitação, Miro estendeu a foto para ele. – Acho que essa é sua.

- Obrigado. – Kamus pegou a foto rapidamente, e sem nem mesmo olha-la, guardou-a na gaveta, apressado. – Err... então, o que achou?

- Bem, todas ficaram legais. Você tinha razão, as da... – Miro clareou a garganta. - ... tatuagem, não ficaram ruins.

- Certamente que não... Bem, eu sugeria que colocássemos uma daquelas, em preto e branco, na contracapa do single, e uma outra dessas daqui... – Kamus pegou as fotos de Miro, separando algumas. - ... na capa.

- Por mim, tudo bem. – Miro ainda parecia incomodado.

Os dois conversaram durante mais algum tempo, espalharam as fotos sobre a mesa de Kamus e optaram pelas melhores, inclusive para divulgação em revistas e confecção de pôsteres.

- Bem, mais uma etapa concluída! – Kamus comentou, quanto terminaram, tentando parecer casual.

- É claro... – Miro levantou-se. – Então, se é só isso, fui.

- Até. – Kamus acenou, agradecendo interiormente o fato do cantor não ter feito nenhuma piada.

Ao se ver a sós, Kamus escondeu o rosto entre as mãos, desanimado. Olhou para a gaveta fechada, sem coragem de olhar para o que estava lá dentro. Finalmente, abriu-a e tirou a foto, observou-a. "Oh, isso é pior do que eu imaginava!"

Máscara da Morte havia conseguido captar o exato momento em que ele se aproximou de Miro, focando-os da cintura para cima. Sua mão esquerda afastava o cabelo azul ondulado por sobre o ombro nu do roqueiro, enquanto a direita tocava a tatuagem em suas costas. Era um toque breve, apenas um roçar de dedos. Mas a expressão em seu rosto era o pior. Máscara podia ser um gozador, mas era um excelente fotógrafo.

Kamus passou a mão pelos cabelos, desolado que Miro tivesse visto aquilo.

Fascínio. Pura e simplesmente fascínio. Seus olhos, na foto, pareciam nunca ter visto nada igual. Nada tão belo. "Deus, eu fiz mesmo essa cara?! Não é a toa que o Máscara quis me sacanear!" Seu olhar então recaiu sobre Miro. O cantor havia voltado seu rosto ligeiramente para o lado, como se tentasse ver a mão que tocava seu ombro. Um leve sorriso pairava nos lábios ligeiramente entreabertos do cantor, e seus olhos, semicerrados, não deixavam claro o que se passava em sua mente.

Kamus estremeceu ligeiramente. Engoliu em seco, seu coração falhando uma batida.

Afinal de contas, que cara era aquela que Miro fizera?!

Continua

Pessoal, dêem uma passadinha lá no blog, pra ver uma fanart da tatuagem do Miro, que eu usei de inspiração! Beijos!

Bélier

bélier.aries.blog.uol.com.br