Título: O astro do Rock
Autora: Bélier
Categoria: Universo Alternativo/Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Meu primeiro U.A! Saori é dona de uma famosa gravadora. Ao contratar a mais nova sensação do Rock mundial, a moça deixa o temperamental artista aos cuidados do seu competente Diretor de Marketing. Isso não vai acabar bem...
Capítulo 8 – O primeiro show
Miro acordou irritado, seu celular pessoal tocando insistentemente no criado mudo. Atendeu, resmungando um alô.
Hã... Senhor Miro? – Era a secretária de Kamus. Ela hesitou um pouco, diante da voz de sono do roqueiro. – Sinto acorda-lo, é que... o Senhor tinha um horário marcado com o Senhor Kamus, hoje de manhã, mas infelizmente ele não poderá atendê-lo!
Miro ergueu as sobrancelhas. – Aconteceu alguma coisa com o seu chefe?
Eu... Na verdade eu... não sei! – Miho pareceu meio perdida. – Ele simplesmente não apareceu para trabalhar, e ele... ele nunca faz isso, sabe?
Ah, tudo bem, não deve ser nada de mais... Logo ele aparece por aí. – Miro esfregou os olhos, abrindo a boca de sono.
Eu... eu já até liguei para a casa dele, mas ninguém atende! Sinto muito por ter que desmarcar...
Sem problemas, eu não poderia ir, mesmo. Depois você me liga para marcar outro horário, tá? Tchau! – Miro desligou o celular, antes que Miho pudesse dizer mais alguma coisa. Virou-se debaixo dos lençóis para o outro lado.
Às vezes eu sinto uma vontade incrível de despedi-la... – Kamus resmungou, ainda sem abrir os olhos. Seu cabelo azul-esverdeado espalhava-se em profusão pela cama de Miro, misturando-se ao dele.
Ora, vamos... ela só está preocupada! Afinal, o chefe certinho-louco-por-trabalho nunca fez isso... – Kamus ergueu uma das mãos, tentando tocar o rosto de Miro, mas este se desviou.
Não comece... – Kamus ameaçou, finalmente abrindo os olhos. Sua mão acabou encontrando os cabelos de Miro, que ele acariciou, distraído. Ao olhar para o rosto do outro, lembrou-se com detalhes da noite maravilhosa que tinha passado com ele.
"Essa, com certeza, foi a maior besteira que eu já fiz em toda a minha vida!" Kamus pensou. Mas ele não podia negar que fora uma das melhores. O fato de ter passado a noite com Miro, inclusive perdendo a hora, comprovava isso. Ele realmente nunca fizera aquilo.
Que horas são? – Kamus perguntou, seus dedos escorregando pelo rosto macio do cantor.
Dez horas... – Miro se aconchegou mais contra o corpo de Kamus. – Lá vem você dizer que já está atrasado...
Estou, e bastante. – Kamus envolveu a cintura do outro homem. – Por isso mesmo não adianta mais ter pressa. – Sua boca procurou a dele, e trocaram um beijo apaixonado.
Miro deitou-se de costas sobre o colchão, atraindo Kamus para cima dele, malicioso. Kamus colou seu corpo ao do cantor, se apoiando nos cotovelos para poder observar o rosto bonito daquele que o havia conquistado de forma tão fácil. Distraído, enrolou uma mecha dos cabelos azuis em um dos dedos, seus olhos buscando contato com os do cantor. Miro envolveu sua cintura com os braços, suas mãos acariciando languidamente as costas do outro homem.
Kamus desviou sua atenção do cantor por um momento, e sorriu. – Eu deveria ter imaginado algo como isso...
Miro franziu as sobrancelhas. - Do que você está falando?
Dessa sua roupa de cama! – Kamus acariciou a fronha do travesseiro, próximo a cabeça do cantor.
Miro soou ligeiramente ofendido. – Muito extravagante para você, Sr. Certinho?
Não... Pelo contrário... – Kamus passou a mão espalmada pela seda negra. – Eu gosto. Combina com você.
Mesmo? – Miro perguntou, olhando para o diretor duvidosamente.
U-hum. – Kamus beijou a boca do cantor de leve. – E é geladinha.
Humpf! Eu deveria ter desconfiado... – Mesmo tentando parecer irritado, Miro não conseguiu evitar o riso. – Cubo de gelo!
Não me chame mais assim... – Kamus ameaçou, apertando seu corpo ainda mais contra o do roqueiro.
Cubo de gelo, cubo de gelo, cubo...! – Miro foi calado pela boca exigente de Kamus. O cantor correspondeu, sua língua buscando a de Kamus ardentemente, transformando a batalha verbal entre eles em outra mais prazerosa.
Depois de algum tempo, os dois interromperam o beijo, ofegantes. Miro se mexeu sob Kamus maliciosamente, num convite mudo, que não ficou sem resposta.
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Kamus olhou para o relógio de pulso e constatou que já passava do meio dia. Miro havia insistido para que ele ficasse para que almoçassem juntos, mas já estava tão atrasado para o trabalho, que certamente não teria tempo sequer para almoçar. Felizmente, haviam tomado café da manhã tarde. Kamus ficou impressionado com a quantidade de pessoas que trabalhavam na cobertura.
O Diretor de Marketing terminou de se vestir e se sentou na cama para colocar os sapatos. "Droga, ainda preciso passar em casa para trocar de roupa... é hoje que o pessoal lá da gravadora vai pegar no meu pé..." Sentiu o colchão ceder, quando Miro juntou-se a ele.
Preciso ir... – Kamus riu, enquanto o cantor abraçava-o pelas costas. Terminou de calçar os sapatos, e se virou para enfrentá-lo. – Pensei ter ouvido ontem à noite que você tinha compromissos hoje cedo, por isso não podia se encontrar comigo, lá na gravadora...
Miro riu, malicioso. – E você acreditou! Era só uma desculpa para poder te ver fora daquele lugar!
Kamus estreitou os olhos, fingindo estar com raiva. – Eu deveria ter imaginado... – Ao se lembrar de que esperara pelo cantor durante mais de uma hora, na rua, sorriu. Achou melhor não falar nada, para não estragar sua fama de durão.
Kamus... – a voz de Miro, sempre tão jocosa, assumiu um tom sério. – Eu... falei sério quando disse que esperei muito para ter você...
Kamus riu. – Não diga! Pelo jeito como você brigou comigo desde o começo, quase não dava para desconfiar!
Não seja irônico... – Miro retrucou. – Estou querendo te dizer que não era só por uma noite...
Quem diria, o superastro está me pedindo em namoro! - Kamus segurou o rosto moreno de Miro, erguendo-o levemente e fixando seu olhar no dele. O diretor surpreendeu-se ao ver como o cantor estava desconcertado. Logo ele, sempre tão seguro de si. Seria possível que seus sentimentos eram correspondidos? Desistiu de provocá-lo, e lhe deu um beijo rápido. – Eu entendi, seu tolo! E nem pense você que vai se ver livre de mim, agora que me seduziu.
Um leve sorriso transpassou o rosto do roqueiro, e Kamus levantou-se para ir embora. – O que vai fazer à noite?
Hoje, nada... – Miro deitou-se na cama. – Estou dando um tempo, daqui a duas semanas começam os shows...
Já! – Kamus se surpreendeu.
U-hum... – O cantor assentiu. – Você vem aqui me ver?
Kamus observou o amante espreguiçar-se languidamente sobre os lençóis negros. Usou toda a sua força de vontade para dar-lhe as costas e caminhar até a porta do quarto.
Vem? – Miro insistiu.
Claro.
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Hum... Alguma coisa mudou.
Como assim? – Kamus perguntou, sorridente. Era sábado à noite, e ele acompanhava o casal de amigos mais uma vez num jantar caprichado.
Bem... Você está diferente! – Shaka comentou, franzindo as sobrancelhas. Apesar do restaurante lotado, seu dono havia se dado uma folga.
Isso é verdade! – Mu comentou, depois de provar o vinho maravilhoso que o namorado tinha pedido. – Viu como aquele calmante não era mais necessário? Nunca o vi mais animado!
Eu não preciso estar sempre mal-humorado... – Kamus provou também a bebida. – Esse vinho é muito bom, Shaka!
É de uma ótima safra, vinda da França... Faço questão que provem! – Shaka balançou a taça delicadamente, aspirando o bouquet do vinho tinto.
Hã, você se importa em pedir ao garçom mais uma taça? – Kamus perguntou, olhando em direção à entrada do restaurante.
Claro, mas... – Shaka voltou-se, e reparou que era Miro que chegava, provocando um leve alvoroço no restaurante. O loiro sorriu.
Mu balançou a cabeça, divertido. – Ah, agora entendi tudo! Bem que o Shaka comentou que você estava apaixonado por ele!
Mu! – Shaka olhou carrancudo para o namorado, seu rosto vermelho de vergonha. – Seu fofoqueiro!
O cantor foi conduzido até a mesa deles, e sentou-se com um leve aceno às pessoas que o reconheceram. Voltou-se então para Shaka e Mu, cumprimentando-os – Sinto pela confusão...
Tudo bem. – O loiro deu de ombros. – Eu seria hipócrita se fingisse que isso não é bom para o restaurante!
Todos riram, e Miro trocou um olhar significativo com Kamus. O diretor de Marketing o apresentou formalmente aos dois amigos, apesar de Miro já os conhecer de sua outra visita ao restaurante.
Seu restaurante é ótimo! A comida é muito boa... – Miro comentou, tentando quebrar o gelo.
Obrigado! – Shaka agradeceu. Kamus sabia que nada agradava mais o loiro do que elogios ao negócio ao qual ele se dedicava tanto.
E então, desde quando vocês estão juntos? – Mu perguntou, seus olhos verdes brilhando inocentemente.
Mu! – Shaka olhou para o companheiro, horrorizado. – Que falta de tato!
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Kamus desviou-se das pessoas que circulavam pelos corredores que levavam até os camarins. "E eu que jurei nunca mais namorar ninguém famoso!"
Com muito esforço, conseguiu chegar ao de Miro. O cantor, apesar de ter um relacionamento muito bom com a banda, havia exigido para os shows um camarim exclusivo.
Boa noite, Aldebaran... – Kamus parou diante do enorme segurança, esperando que ele lhe desse passagem.
Quase que não o encontra! – O grandalhão riu. – Ele ia ficar uma fera se o senhor não chegasse a tempo!
Hn. – Kamus resmungou. – E quem consegue chegar até aqui! Isso está uma loucura, tem gente por toda parte!
Um show não se faz só com o cantor, meu chapa! O pessoal que fica por trás dos panos é que faz o serviço pesado! – Aldebaran estufou o peito, orgulhoso por participar daquele circo todo.
Kamus apontou para a porta, impaciente, e o segurança finalmente o deixou passar.
Ei, achei que não viesse à minha estréia! – Miro veio ao encontro de Kamus. O cantor estava lindo, com suas costumeiras calças de couro e uma camisa esvoaçante de seda bordô. Kamus estreitou os olhos, com ciúme da forma como a calça marcava os quadris estreitos do amante.
Eu juro que tentei chegar antes! – O Diretor de Marketing suspirou.
Ei, o que você tem aí? – Miro olhou desconfiado para Kamus, que mantinha um dos braços escondidos atrás das costas.
Oh, isso... – Kamus ofereceu uma caixa estreita ao cantor, que a pegou, curioso. – É para você.
Miro rasgou o papel delicado, encontrando uma única rosa vermelha, perfeita, dentro da caixa.
Bem, sei que você vai receber milhares das suas fãs... – Kamus fez um gesto de pouco caso, tentando esconder seu ciúme. – Mas pelo menos eu entreguei a minha pessoalmente!
Miro observou a rosa, retirando-a com cuidado da caixa. O cantor notou um pequeno cartão junto ao caule da flor, e o abriu. Kamus observou atentamente as reações de Miro, diante da única frase que ele havia escrito. O roqueiro leu, e depois o encarou, surpreso. Colocando a caixa e a rosa sobre uma mesa, Miro se aproximou, circulando a cintura do amante com os braços.
Kamus abraçou o cantor, segurou-o pela nuca e deu-lhe um beijo demorado. Sua língua invadiu a boca quente de Miro com impaciência, e ele apertou-o mais forte de encontro ao seu corpo, sentindo a luxúria dividir espaço em sua mente com seu ciúme e amor.
Depois de duas semanas juntos, Kamus ainda se surpreendia pela forma como seu corpo respondia ao do outro homem. Ele nunca se julgara um amante quente e ciumento. Seus relacionamentos anteriores sempre foram muito reservados, mas Miro conseguia deixá-lo louco. A forma como o cantor se insinuava para ele o fazia sempre querer mais.
Como que lendo seus pensamentos, Miro desceu suas mãos até o traseiro de Kamus, apertando-o. O diretor gemeu em resposta.
Uma leve batida na porta tirou-os do delírio em que estavam.
Preciso ir... – Miro ajeitou os cabelos, levemente bagunçados pelas mãos afoitas de Kamus. – Eu... - Kamus esperou ansioso que Miro dissesse o que ele queria ouvir. As palavras não vieram, e ele ficou desapontado. – Eu te encontro no final do show!
OK. – Kamus deu passagem ao cantor, que se dirigiu ao palco.
O Diretor de Marketing suspirou, resignado, e foi até o camarote reservado para ele pelo cantor, para assistir o show. Lá, encontrou algumas outras pessoas que assessoravam Miro.
Kamus! O quê faz aqui?
Kamus tentou parecer natural. Esquecera-se completamente do empresário do cantor. Pensou rapidamente numa desculpa. – Olá Saga! Só vim conferir o primeiro show do meu cliente mais famoso!
Saga olhou-o, pensativo. – E então, achou que fez um bom trabalho?
Eu... – Kamus sentou-se ao lado de Saga. – Eu não fiz muita coisa. Ele é um excelente artista. Só precisava ser orientado.
É, ele tem um gênio ruim, mas, como eu já te falei, é um bom rapaz. Fico feliz que a sua antipatia por ele tenha desaparecido.
Kamus ficou sem graça, sem saber o que responder. Felizmente, naquele momento, aplausos ensurdecedores fizeram-se ouvir, indicando que o super star já havia subido ao palco e o show ia começar.
Miro começou com "Sympathy for the Devil", sua segunda música de trabalho. O cantor havia lhe mostrado a ordem das músicas, e "Its my life" ia encerrar o show.
Kamus se surpreendeu com a performance do cantor no palco. Ele era extremamente carismático, e sabia que era bonito, mas procurava não deixar que isso se sobressaísse sobre sua música. E era muito bom ouvi-lo cantar.
Depois de algumas músicas, a banda fez uma pequena pausa. Kamus sabia que o roqueiro ia cantar uma balada muito bonita, a seguir. Pelo enorme telão, o diretor observou Miro ajeitar melhor o microfone, enquanto afastava seus cabelos do rosto.
Essa música vai para alguém especial. – A voz melodiosa de Miro ecoou pelo recinto. – Eu também te amo.
A gritaria foi tanta, que Kamus não soube distinguir se as fãs estavam eufóricas, ou inconformadas.
Não que ele estivesse realmente preocupado.
(I don't want to miss a thing – Aerosmith)
Continua
Quase lá, pessoal! O próximo é o último!
(Bélier envergonhada) Foi mal pela demora, eu realmente estou vivendo dias atribulados.
Sei que esse capítulo ficou meio entrecortado, mas é que eu tentei mostrar como o relacionamento dos dois se desenrolou durante as duas semanas em que eles ficaram juntos. Ainda ficou faltando uma cena, envolvendo a tatuagem do Miro, que eu decidi deixar para o próximo. Para quem não reconheceu a música, é do AeroSmith, tema do filme Armageddon. Muito linda a letra, achei que combinou com o capítulo.
Só um comentário... Eu fiquei meio na dúvida quando descrevi o local do show do Miro. Lá no Japão, os shows costumam ser feitos em locais fechados, e todo mundo fica sentado... Bem diferente da balbúrdia dos nossos shows de rock! Bem, nem tão diferente, lá as fãs se descabelam bastante, também!
Eu não comentei muito sobre o final dessa fic, porque ele me parece muito óbvio.
Só não sei se vou ter coragem de fazê-lo como ele se apresenta à minha frente. O tempo dirá.
Beijos!
Bélier
