"Entre deuses e dinossauros"

Autor (a): Phoenix

Lady K

Achei ótimo vc ter gostado do cap, da minha criatividade de incluir os deuses gregos, mas tb achei que vc deveria ter parabenizado a mim (já que não sabe meu nome, diga apenas Phoenix!) e não à Nay! Afinal de contas, quem escreveu fui eu (e vc não sabe quem eu sou.....) e não ela, que por sinal, ainda não deu o ar da graça por aqui, só deixou review na minha outra fic! Mesmo com esta bola na trave, obrigada!

Nessa Reinehr

Que bom que vc está gostando e foi pensando em quem poderia não conhecer muito de mitologia que coloquei aqueles comentários no final. Mesmo assim, se ficar qualquer dúvida, pode perguntar! À prósito, adoro os filmes de Hércules!

Taiza

Obrigada pelos elogios, fiquei muito lisonjeada; pode ter certeza de que há dedicação e muita pesquisa para dar o melhor à vcs! Vc tem razão..... eu me animei mesmo a escrever, redescobri esta paixão e não pretendo parar...... me aguardem! Quanto à Marguerite e Roxton...... vcs não perdem por esperar!

No capítulo anterior....

Challenger e Finn haviam recebido dois visitantes inusitados: o deus Hermes e a deusa Deméter, mas não faziam a mínima idéia do que fazer com eles e com a história fantástica que haviam contado.

CAPÍTULO 3

Depois de um começo de dia pra lá de desagradável, finalmente Marguerite começava a vislumbrar uma possibilidade de virada da sua sorte. Enquanto caminhavam pela mata em direção à praia, Roxton tentava fazer gracinhas para ver se a herdeira desamarrava a cara, mas ela não mudava a expressão. Na verdade, quando ele se distraia, olhava para outro lado, ela dava um sorrisinho sarcástico e pensava como era bom ter alguém como ele a seu lado, nos bons e maus momentos. Mas nem pensar em demonstrar isso, não ainda.

Ela estava tão distraída que não percebeu quando ele começou a se aproximar e ia segurar sua mão. Na hora em que suas mãos se tocariam e eles poderiam caminhar como um casal de fato, a herdeira virou-se de repente:

"Será que Malone já terminou de copiar aqueles símbolos?"

Após um profundo suspiro, Roxton respondeu:

"Não faço a menor idéia.... mas achei maldade sua não ter ido traduzir lá mesmo......"

"Maldade? Porque?"

"Porque o pobre coitado deve estar se matando para copiar aqueles desenhos e você poderia ter poupado seu trabalho, bastava ter voltado lá...."

"Eu estava muito cansada, além do mais ele adora escrever não é? Que diferença faz se o texto não é dele?"

"Marguerite, posso lhe fazer uma pergunta?"

"Acabou de fazer!"

"Então a segunda..... porque você implica tanto com Malone?"

"Ele é que implica comigo.... mas será possível que tudo seja minha culpa?"

"Não mude de assunto.... você sempre provoca o rapaz....."

"Está bem, algumas vezes eu provoco ele, mas a casa fica tão monótona que alguém tem que movimentar um pouco, além do mais faz tempo que não discutimos!"

"Pode expressar isso mais exatamente? Seriam dias? Ou horas?"

"Foi pra isso que você me convidou...... fazer uma avaliação do meu comportamento com os moradores da casa? Quem será o próximo?"

"Deixe de ficar sempre na defensiva Marguerite.... estamos apenas conversando....."

"Não, você está me acusando e me interrogando!"

"Ok, ok, mas você gosta dele....não gosta?"

Marguerite parou e olhou fundo nos olhos de Roxton.

"Apesar de não parecer, e de ninguém acreditar eu tenho coração Lord John Roxton!"

"Eu sei, mas é que às vezes você não deixa isso muito claro minha lady!"

"Gostei disso..."

"De que? De me dizer que você tem um coração?"

"Não....de ser sua.............lady"

Eles já estavam muito próximos da praia, e quando Marguerite começou a ficar com a voz cada vez mais suave, absolutamente prestes a se render, foi a vez de Roxton deixá-la no ar:

"Se não nos apressarmos, vamos perder o melhor do dia!"

"Mas o que deu nele?". Marguerite murmurava de modo quase imperceptível enquanto seguia o caçador. Estas atitudes dele a deixavam meio insegura em relação a seus sentimentos; por diversas vezes ele já havia demonstrado o quanto se importava com ela, de uma forma que ninguém nunca havia feito, mas talvez ela nunca tivesse deixado claro para ele o que sentia. Quem sabe esta poderia ser uma boa oportunidade de fazer isso, afinal estariam sozinhos e em uma bela e convidativa paisagem.

"Ah finalmente chegamos! Há tanto tempo que não vínhamos aqui, quase havia me esquecido como é lindo!"

"É verdade!"

"Ora, ora, vejo prenúncios de um aprazível dia! Nós concordamos em alguma coisa!"

"Nós concordamos em muitas coisas, talvez você possa descobrir..."

Aquelas palavras soaram magicamente aos ouvidos de Roxton, que largou a cesta no chão e tomou a herdeira em seus braços. Parecia que finalmente aquela difícil mulher se renderia a seu desejo, mais que isso, a seu amor. Ela já havia entrado em seu jogo de sedução por meio de palavras outras vezes, mas seu olhar naquele momento era diferente. Tinha o charme que o fisgou desde o momento em que a viu, mas ao mesmo tempo tinha uma meiguice quase infantil, algo raramente visto na sempre poderosa e altiva Senhorita Krux.

No momento em que os corpos dos dois se encontraram, o tempo parou para ver o eclipse daquela paixão. A ânsia dos dois era enorme, os beijos se sucediam, como se só agora tivessem descoberto um ao outro e não pudessem mais se perder. Dá pra imaginar onde isso iria parar, e não demoraria muito, se eles não tivessem sido interrompidos por jatos d'água lançados contra eles. Eles estavam na beira da praia e soltaram-se assustados para ver o que estava acontecendo. Ainda tiveram tempo de ver uma cena surreal:

Das águas emergiu uma enorme carruagem puxada por dois cavalos marinhos esverdeados; em cima vinha um homem altivo, com uma longa barba e com um tridente nas mãos. A agitação que ele provocou nas águas do mar foi tão grande que formaram–se gigantescas ondas que acabaram por arrebentar em Marguerite e Roxton, que estavam na beira.

Trazida pelas enormes ondas, a carruagem veio deslizando até onde os dois aventureiros estavam, parando quase a seus pés. O homem parecia surpreso, mas não tanto quanto Marguerite e Roxton que nem piscavam diante do que haviam acabado de presenciar.

"Mas que diabos é isso agora?"

"Quieto Roxton, ele está se aproximando!"

O homem saltou da carruagem e dirigiu-se aos aventureiros:

"Onde estou?"

"O que??". Perguntou Roxton.

"Fiz uma pergunta simples... a não ser que vocês também não saibam que lugar é este!"

"Mas que mal educado.......". Disse Marguerite.

"Agora quem diz quieta sou eu!". Roxton interrompeu Marguerite. "Bem, este aqui é o mundo perdido, como nós chamamos, é um plateau que fica escondido na Amazônia e...."

"Mundo perdido? Amazônia? E o que eu estou fazendo aqui?"

É claro que Marguerite não ficaria quieta por muito tempo:

"Se você não sabe, que dirá nós! Mas ajudaria saber seu nome: quem é você?"

"Hahahah... com esta chegada intempestiva, poderia até dizer que é o deus do mar....". Disse Roxton em tom de brincadeira.

"Então me conhece?!"

"Hum?". Disseram Roxton e Marguerite ao mesmo tempo.

"Você sabe quem eu sou, então porque não disse logo...."

"Eu estava brincando! Você não vai querer que eu acredite que você é...."

"Tudo bem, vocês são mortais não são?"

"Mas é claro que somos! Por acaso você não é?!". Perguntou Marguerite arqueando a sobrancelha.

"Por sorte de vocês, eu estou paciente hoje..... eu sou Posêidon e vocês quem são?"

"Eu sou Marguerite e ele Roxton, mas pode parar de brincadeira e dizer quem você é de verdade...."

"Marguerite vem cá....". Roxton puxou Marguerite de lado. "É difícil acreditar que ele seja realmente quem está dizendo, mas pense um pouco... o cara saiu da água! Você já viu cavalos marinhos puxando carruagens que saem do mar??".

Marguerite recusava-se a acreditar que aquilo poderia ser verdade, mas que outra explicação teria para a aparição daquele homem? O lugar de onde ele havia saído, a carruagem, o tridente que trazia nas mãos, tudo aquilo batia com as coisas que havia lido sobre mitologia grega, mas ver um mito de carne e osso, e pior, logo no plateau era demais para sua cabeça. Entretanto, já havia visto tantas coisas estranhas e inimagináveis naquele lugar, que começou a achar que Roxton poderia ter razão.

"Então como o senhor veio parar aqui?". Marguerite voltou a puxar conversa com o homem, mas agora com um tom mais respeitoso, pois, por via das dúvidas era melhor não contrariá-lo: e se ele fosse mesmo um deus?

"Não faço idéia minha cara... fui convocado para uma reunião e estava a caminho quando de repente tudo começou a se desvanecer. Quando vi, já estava emergindo aqui, bem na frente de vocês!"

"Reunião?"

"É..... na partilha, Hades ficou com os infernos, Zeus com o céu e a terra e eu com os mares..... cada um é responsável por sua parte, mas de tempos em tempos nos reunimos para ver como tudo está em todos os lugares...."

"Então é uma reunião de divindades?". Perguntou Marguerite enquanto seus olhos brilhavam num misto de curiosidade e assombro.

"Pode-se dizer que sim, quase todos comparecem......."

"Mas e agora? O que vai fazer?"

"Boa pergunta.... bem, já que estou aqui, que tal me mostrarem este tal mundo perdido? Quem sabe, logo Zeus dá um jeito nesta confusão e eu volto para onde estava indo...."

"Adoraria conhecer Zeus!"

"É..... com certeza Hera também adoraria lhe conhecer!"

"Não entendi!". Disse Marguerite.

"Eu explico, Hera é mulher dele e este seus olhos, duvido que ele não deixasse mais uma semi divindade por aqui mesmo!"

Marguerite e Posêidon gargalharam, afinal o deus tinha bom humor; apenas Roxton fez cara de poucos amigos.

"Divindade ou não ele terá que se portar..... aqui não é o Olimpo! E Marguerite não é uma de suas adoradoras! "

"Veremos....". Disse Posêidon.

"Bom, não podemos ficar aqui o dia todo... o passeio já se perdeu, que tal irmos para casa?". Perguntou Marguerite.

"E ele?"

"Vem conosco!". Disse Marguerite visivelmente empolgada.

"Ótima idéia! Tem mais de vocês por aqui? Saio tão pouco de meu reino que quase esqueço da existência da terra firme!"

Roxton ainda tentou argumentar, mas Marguerite foi logo pegando o braço do deus e conduzindo-o pela areia da praia.

"Só uma coisa antes minha cara.....". Posêidon aproximou-se do mar e bateu seu tridente no chão. Imediatamente surgiu o cortejo que costumava acompanhá-lo: nereidas, centauros marinhos, cavalos marinhos e golfinhos. Ele falou com os seres em uma língua incompreensível e eles rapidamente voltaram às profundezas, seguidos pelos cavalos que conduziam sua carruagem. Os aventureiros ainda puderam ver quando os cavalos mergulharam e a metade de seus corpos, em forma de caudas de peixe, ficaram à mostra.

"Você viu aquilo Marguerite?!"

"Vi...... mas não me peça explicações..... acho que é melhor nem sabermos!"

"Porque o espanto?". Questionou Posêidon surpreso.

"Eles....... eles são metade cavalo e metade peixe!". Disse Roxton perplexo.

"Ah...... vocês deveriam conhecer meu filho, Tritão....... a diferença é que ele é metade homem, metade peixe....."

"Acho melhor deixar para lá!". Disse Roxton.

Se, para Roxton e Marguerite, restava alguma dúvida de que aquele era Posêidon, o senhor dos mares, ela havia sido dissipada. Ele voltou-se para Marguerite e ofereceu novamente seu braço; seguiu andando com ela e passou diante de Roxton, perplexo diante do súbito aparecimento e desaparecimento daquelas criaturas fantásticas.

"Vamos Roxton..."

"Estou indo Marguerite..... estou indo.......".

CONTINUA......

Um pouco de mitologia:

Posêidon: Depois que os Titãs foram derrotados por Zeus, na divisão do mundo coube-lhe a senhoria do mar e de todas as divindades marinhas. Tinha um palácio nas profundezas do mar, onde morava com sua esposa Anfitrite e seu filho Tritão. Sua arma era o tridente, com o qual levantava as ondas fragorosas, que engoliam as naus, e fazia estremecer o solo ou desperdiçar os recifes. Teve como Zeus, numerosos amores, todavia enquanto os filhos de Zeus eram heróis benfeitores, os de Posêidon eram geralmente gigantes malfazejos e violentos.

DISCLAIMER: Os personagens aqui citados fazem parte da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World", não sendo, portanto de propriedade do(a) autor(a) desta fanfiction.