N/A - Bem que eu queria possuir Harry Potter...Quem sabe o Aragorn também ! Mas vocês sabem que nem eles e nem o resto me pertencem e que eu não ganho nada escrevendo isso , não é? Então vamos ao que interessa...

PS - Não se esqueçam: entre parênteses pensamento do personagem.

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Capítulo 8 - Edoras, o Palácio Dourado

- Ok, somos seis pessoas e temos três cavalos...fica claro o que devemos fazer, não? - Aragorn olhava confiante para os amigos.

- Será que não vamos sobrecarregar os pobrezinhos? - Cristine afagava o pescoso do grande cavalo castanho.

- Pobrezinhos?! - Gimli parecia inconformado - Olha o tamanho dessa coisa!

- Pode ficar tranquila Cristine, os cavalos de Rohan são conhecidos em toda a terra média por sua força e resistência. Vamos montar então? - o guerreiro vai ao encontro do cavalo cinzento - Gimli, você vem comigo, os casais provavelmente vão querer viajar juntos.

Legolas e Hana se abraçam sorrindo, enquanto Harry e Cristine ficam visivelmente constrangidos ao serem mencionados como um casal.

- Eu não quero subir nessa coisa! - o anão aponta para o animal com receio - Nunca ouvi dizer de anões montados em cavalos.

- E eu nunca vi elfos e anões que fossem amigos, no entanto você e Legolas se dão muito bem. - Hana olhava para Gimli divertida.

- Isso é muito diferente de subir nisso! São muito grandes e tem aparência feroz! - o cavalo bufa impaciente e o anão dá um passo para traz, receoso.

- Tudo bem...se você prefere ir à pé... - Aragorn finge descaso - Mas não acho que corra como eles, e se formos esperar por você, então não há sentido em termos cavalos. Sinto muito amigo, diante da gravidade da situação, vamos deixá-lo para trás. - ele se dirige ao cavalo e faz menção de montar.

- Espere! - Gimli parecia extremamente confuso - Bom...eu vou, mas me segure muito bem! Eu nunca cavalguei antes e realmente espero viver para decidir se é bom ou ruim. - ele deixa então que Aragorn o coloque sobre a sela do garanhão.

Os outros olhavam hesitantes para os cavalos.

- Você já montou antes? - Legolas se dirigia a Hana enquanto retirava a sela e arreios do seu cavalo, à moda dos elfos.

- Cavalos não...Hipogrifo conta? - ela sorri do olhar espantado do elfo.

- Você já montou um hipogrifo??! Eu pensei que fossem apenas lendas! - ele parecia maravilhado.

- Não são lendas. Nessa época ainda são muito raros, mas no futuro se tornarão um pouco mais numerosos. Meu tio tinha um muito bonito e as vezes eu dava umas voltinhas....mas não deve ter muito a ver com cavalos. O que eu tenho que fazer?

- Espere um pouco, eu vou te ajudar a montar - o elfo pula agilmente para o lombo do animal e estende a mão para a garota, que a segura prontamente e segundos depois já está montada atrás de Legolas, abraçando firmemente o elfo pela cintura e colando o rosto em suas costas. Simplesmente adorava o perfume suave de orvalho que vinha dos cabelos dele. Era uma coisa estranha, que ao mesmo tempo que confortava, lembrava algo selvagem, livre...inexplicável.

Enquanto isso, Cristine e Harry se aproximam do cavalo castanho.

- Você já montou alguma coisa normal? - ela se dirige a Harry, que passava a mão pela garupa do animal.

- Não...nada que não tivesse asas! - um leve sorriso se esboçou em seu rosto ao se lembrar de Bicuço e os Testrálios.

- Eu já! Adoro animais. Uma vez visitei um sítio trouxa cheio deles. São muito legais! Como eu já montei, então eu vou conduzir e você vai na garupa. - enquanto falava, ela ia retirando cuidadosamente a sela do cavalo.

- Você vai tirar os arreios dele também? - o tom de voz do moreno era levemente apreensivo.

- Não, só a sela. É desconfortável quando se monta em dupla... - com grande leveza ela pula para o lombo do animal e estende a mão para o rapaz - Vem que eu te ajudo...sem os estribos é mais difícil.

No instante seguinte Harry já está na garupa do cavalo, um pouco constrangido com a proximidade entre seu corpo e o da ruiva e o quanto isso lhe parecia certo. As pernas que se tocavam completamente, o sutil contato dos quadris dela em suas coxas, o suave perfume de pêssego que vinha da cascata de cachos vermelhos...aquilo tudo de repente fez sua cabeça girar e o coração bater com força, dando a sensação de que poderia facilmente quebrar uma ou duas costelas. ( Meu Merlin! Isso simplesmente não pode estar acontecendo comigo! Estou me apaixonando por ela...)

- Acho melhor você se segurar... - ela não teve tempo de terminar a frase e já sentia mãos fortes que deslizavam por sua cintura, num gesto um pouco indeciso, mas que mesmo assim fez com que um leve tremor percorresse seu corpo.

Interpretando a reação como positiva, ele se enche de coragem, e agora corre as mãos suavemente pelo abdômen da garota, envolvendo-a em um abraço.
Cristine se sentia estranha...não conseguia raciocinar direito com que estava acontecendo. Por que aquela sensação de calor ao toque do moreno? E todo aquele topor então? Ela simplesmente não conseguia reagir, nem que fosse para azará-lo. Não ...decididamente azará-lo era a última coisa que desejava fazer naquele momento, e como tudo que desejava lhe parecia realmente inapropriado, resolveu simplesmente relaxar no abraço que recebia, as costas agora completamente coladas ao peito do rapaz e a cabeça recostada em seu ombro, sentindo o leve aroma de sabonete que vinha do pescoço dele. Fechou os olhos e respirou mais fundo, se concentrando em não levar seus lábios ao encontro da pele quente do rapaz. Então Harry se inclina levemente para a frente, encostando seu rosto na pele macia e fina do rosto da ruiva, que ao se dar conta de como estavam próximos agora, sente a respiração falhar e o coração bater descompassado. (Céus! Isso não pode acontecer...o que vou fazer agora? Estou me apaixonando por ele...).

A magia do momento é quebrada pelo som - que aos ouvidos do casal parecia estranhamente distante - de Aragorn instigando seu cavalo, e então os animais iniciam um trote suave que aos poucos se transforma em galope, e o grupo agora ruma rápido e decidido em direção à floresta de Fangorn.

Quando finalmente chegam à orla da floresta a tarde já passa do meio, e o sol já está alaranjado no horizonte. Não demoraria mais que algumas horas para que o dia terminasse por completo.
Não encontraram nenhuma dificuldade para localizar a clareira onde Éomer e seus homens haviam deixado os restos mortais dos orcs abatidos, pois a fumaça e cheiro que vinham do local eram realmente fáceis de seguir. Decidiram então aproveitar o que restava da luz do dia para procurar entre os cadáveres quase carbonizados alguma coisa que pudesse indicar o paradeiro de Merry e Pippin, cada um rezando interiormente para que não encontrassem os Hobbits entre os mortos.
Hana indicou a Legolas uma pequena trilha entre as árvores e ambos seguiram por ela, indo parar em uma clareira um pouco menor que a anterior, mas que também apresentava claros sinais de batalha. Começaram então a vasculhar o local em busca de algo interessante, quando de repente o elfo se abaixa bruscamente.

- Veja! Tem uns rastros estranhos aqui...parece que alguém se arrastou por uma parte do caminho, mas depois a trilha some...Hum...agora temos pegadas de orc, mas estão mais fundas do que as outras...devia estar carregando peso e... - o elfo agora olha intrigado para o chão, recolhendo algo amarronzado entre os dedos - Uma folha de Mallorn! E mais adiante migalhas de lembas! Não resta dúvida de que eles estiveram aqui e vivos...orcs não comem lembas!

- Ai meus sais! Eu não posso mais continuar com isso...detesto fingir que não sei de nada! - Hana suspira profundamente, tentando recuperar um pouco da calma - Olha, se eu te contar exatamente o que aconteceu aqui você vai guardar segredo?

- Claro! - os olhos claros de Legolas agora brilham satisfeitos - Deve ser terrível ficar o tempo todo fazendo de conta que não sabe o que vai acontecer, não é ? - ela concorda com um gesto de cabeça - Pode falar, sou todo ouvidos!

- É o seguinte: enquanto Éomer atacava os orcs, um dos líderes deles que sabia do anel pegou os hobbits e levou para longe, na esperança de tomar o anel para seu próprio uso. Só que também foi atacado pelos cavaleiros, e os hobbits, que não são bobos nem nada, aproveitaram para fugir, se escondendo na floresta.- ela fala tudo rapidamente, quase não parando nem para respirar.

- Então não devemos perder tempo! Vamos procurá-los antes que se embrenhem demais na mata! - o elfo parecia terrivelmente agitado e ameaça correr floresta adentro.

- NÃO!! - Hana o segura pelo braço - Nós devemos ficar aqui essa noite...é muito importante que eles façam essa parte da jornada sozinhos. Fique tranquilo, eles estão bem! Amanhã podemos subir aquelas escarpas rochosas mais adiante e ver se os avistamos, ok?

- Tem razão - o elfo reflete por alguns instantes - E já que vamos ficar por aqui, e não precisamos procurar mais nada... - ele sorri sedutor para a garota, sentando-se em um pedaço de tronco caído aos pés de uma grande árvore e puxando a morena para seu colo.

Hana sorri marota para o namorado e começa a provocá-lo com pequenos beijos pelo rosto, afundando os dedos nos cabelos fartos e macios do elfo, que tenta em vão alcançar seus lábios. Ela prossegue com sua "tortura", beijando-o agora no pescoço e subindo lentamente até alcançar as orelhas, o que faz com que um gostoso arrepio percorra a pele dele. Hana então passa a língua devagar pela orelha do elfo, aprisionando o lóbulo entre os dentes numa mordida suave, fazendo com que ele deixe escapar um suspiro entrecortado. Agora a morena havia conseguido algo realmente inédito: pela primeira vez o elfo não estava dando a mínima para o mundo e seus problemas. Estava ocupado demais para pensar nessas "bobagens". Suas mãos passeavam tranquilas pelas costas da garota e seus lábios tocavam a pele branca e macia do pescoço dela, indo em direção ao rosto e finalmente alcançando os lábios quentes e macios da namorada. O beijo que começou suave e carinhoso rapidamente se torna exigente e apaixonado, fazendo com que eles se distanciassem cada vez mais da realidade. Nunca haviam se sentido tão completos antes, e se o mundo terminasse naquele momento, para os dois não faria a menor diferença, pois estavam felizes. Realmente haviam sido feitos um para o outro.

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(obs: o que estiver em itálico são nossos heróis cochichando, ok?)

Já era o segundo dia que Rony, Mione e Neville seguiam Sam e Frodo o mais discretamento o possível pela íngreme cordilheira das Emyn Muil. Ainda não haviam sido notados, o que era um verdadeiro milagre, pois Rony não era exatamente o que se poderia chamar de discreto e Neville vivia escorregando e fazendo pedras rolarem "inexplicavelmente" às vistas dos hobbits. Felizmente eles atribuiam esse tipo de evento a Gollum, não desconfiando de nada além disso.

Gollum realmente os seguia de perto, e com certeza suas intenções não eram nada amigáveis. Era uma criatura definitivamente asqueirosa. Tinha a pele escura, era magricelo e estranhamente encurvado, andando algumas vezes com os pés chatos e mãos pegajosas no chão, lembrando, para absoluto terror do ruivo, uma aranha gigantesca e desengonçada. A cabeça era desproporcional ao corpo e possuía ralos fios de cabelo distribuidos de maneira aleatória, os olhos eram grandes e redondos, refletindo a pouca luz da lua como os olhos dos gatos, e a boca exibia dentes amarelos e afiados. Tinha uma aparência doentia que deixava quem o visse dividido entre o asco e a compaixão, além de falar de uma maneira completamente estranha, parecendo que aquele corpo bizarro era habitado não por uma, mas sim por duas personalidades que frequentemente mantinham diálogos entre si. No tempo que passava observando os hobbits, resmungava coisas nada agradáveis de se ouvir, sempre seguidas de gestos que lembravam assustadoramente estrangulamentos e coisas do gênero.

- Ah! Malditos hobbits! - durante uma das pausas, o ruivo esfregava os pés massacrados pela árdua caminhada - tinham que vir pelo caminho mais difícil?

- Ron, eles estavam com pressa. Além disso, do ponto onde partiram, esse era o único caminho possível sem se perder vários dias voltando rio acima. - a garota esfregava a testa com os polegares em movimentos circulares - Ai...minha cabeça vai explodir! Nev, não tem nada que ajude aí nas suas poções?

- Não exatamente, mas tome um gole da poção revigorante, afinal, pode ser simplesmente cansaço. - ele estende um frasquinho com um líquido arroxeado de aparência pegajosa para Hermione, que toma um gole enquanto Rony faz uma careta de nojo.

- É...pelo menos o gosto é bom! Vamos ver se produz alguma melhora. - ela fecha os olhos e recosta a cabeça no ombro do ruivo, que deixa de massagear os pés para afagar carinhosamente os cabelos cheios da namorada.

Frodo e Sam aproveitavam a pausa para mastigarem entediados um pedaço de lembas para repor as energias.

- Sabe, Sr. Frodo, a primeira vez que provei desse bolo élfico não imaginei que fosse possível enjoar de algo tão saboroso... mas depois de tanto tempo comendo somente dele, bem que um pedaço de pão e uma caneca de cerveja iria bem!

- É, Sam...mas aqui não há nada que possa nos oferecer qualquer tipo de refeição, portanto temos que nos contentar com isso, pois é melhor do que nada. Quanto ainda temos?

- Um bom suprimento...deve durar até o fim da jornada, mas não teremos nada para a volta - era visível o pesar com que ele dá a notícia ao companheiro.

- Não se preocupe meu amigo...SE houver uma volta daremos um jeito! - Frodo sorri para o companheiro, que faz um grande esforço para retribuir o gesto.

- Mudando de assunto, o Sr. tem visto ele? - Sam falava baixo, olhando furtivamente para os lados.

- Não...depois que partimos só o vi uma vez. Mas ele continua nos seguindo e eu sinto constantemente sua presença.

- Acha que deveríamos nos revezar para dormir?

- Não, Sam...não acho que ele se atreva a nos atacar. Teve muitas oportunidades e não o fez.

- Isso é o que você pensa! - Rony faz ares de indignação - se não estivéssemos aqui, esses dois imbecis já teriam virado jantar!

- Sabe...o Sr, vai me achar louco...mas eu acho que não é só o Gollum que está nos seguindo...venho sentindo mais presenças além dele. - o grupo prende a respiração diante do comentário de Sam.

- Orcs, talvez? Mas Ferroada não está emitindo brilho algum... - Frodo olha para a lâmina adormecida da espada.

- Não acho que sejam orcs...posso estar errado, mas creio que são boas energias que ando sentindo. - Neville sorri satisfeito ao comentário de Sam, enquanto Rony faz um gesto de "não diga!".

- Sam, não seja igênuo...estamos sozinhos nessa empreitada, e mesmo se alguém quisesse nos ajudar, não poderia andar nessas montanhas sem ser visto. Nem o infame do Gollum conseguiu!

- Mas que pessimista miserável! - Mione balançava a cabeça com uma expressão de reprova no rosto.

- Tem razão...- Sam se torna cabisbaixo, fazendo Neville sentir um aperto no peito por não poder se revelar ao amigo - Devo estar imaginando coisas...

Os dois se deitam para dormir, protegendo-se do vento frio das montanhas com suas capas élficas, enquanto Hermione lança em todos elaborados feitiços para aquecer, permitindo que os cinco ficassem um pouco mais confortáveis.

O dia seguinte chegou até eles tão frio e nebuloso como os anteriores, com a diferença de que Frodo estava agora mais decidido do que nunca a descer das Emyn Muil de qualquer maneira, escapando de vez da armadilha em que eles próprios haviam se colocado. Procuraram com bastante cuidado, até que finalmente encontraram um ponto da encosta que parecia oferecer uma certa segurança, formando uma garganta com algumas saliências que permitiam uma precária escalada. Eles então se lançam relutantes garganta abaixo, fixando seus dedos curtos e pequenos pés peludos da melhor maneira possivel nas saliências estreitas da parede rochosa. A coisa até que ia considerávelmente bem, quando ouvem um grito agudo e cortante, que faz com que Frodo instintivamente largue das rochas para cobrir os ouvidos, o que quase causa a sua queda, devido ao lugar onde se encontrava ser realmente estreito, muito mal acomodando somente seus pequenos pés. Sam então se lembra da corda élfica que trazia na mochila e a lança para o amigo, puxando-o de volta para o topo com a ajuda invisível de Neville ao mesmo tempo em que uma grande tempestade começa a cair, anunciada por terríveis raios e trovões. Abrigam-se como podem em uma saliência escavada nas rochas e esperam que a tempestade passe, enquanto Hermione lança em seus amigos e nela própria um providencial feitiço Impervious.

Quando a tormenta finalmente cessou, os hobbits então puderam descer, dessa vez com maior facilidade, devido à corda de Sam, que dava para chegar ao fim da garganta restando ainda uma pequena folga. Descem com cautela, primeiro Frodo e depois Sam, ajudados mais uma vez por Neville, que por mais que fosse lembrado por Hermione que não podia ser descoberto, se recusava terminantemente a deixar o amigo hobbit correr tamanho risco sozinho. Sam se escontrava agora em segurança no chão, mas olhava para cima desolado.

- Mas que droga! Uma corda tão boa e providencial e agora terei de deixá-la aqui, para ser usada pelo nojento do Gollum! - o hobbit olhava pesaroso para cima e coçava a cabeça - Será que não tem um jeito de levá-la?

- Tem sim! - Frodo sorria sarcástico - Suba lá e desamarre ela. Depois desça se for capaz! Vamos Sam, pare de se lamentar que a jornada é longa...não podemos nos ater em bobagens!. - Naquele instante Neville começa a achar que Frodo merece tudo o que está passando só pela forma que trata o amigo.

-Vou soltar essa corda! - ele vai decidido em direção ao penhasco, mas é detido por Mione.

- Não! Eles vão nos descobr... - já era tarde. Neville acabara de desatar o nó no exato instante em que Sam dava um forte puxão na corda. - Ai meu Merlin! Agora o nosso plano já era.

Mas em vez de serem descobertos, eles observam com alívio Sam ficar maravilhado com a "magia élfica", que faz as cordas se soltarem de acordo com o desejo de quem as utiliza.

Caminharam o dia todo em uma região nada amistosa, que continha apenas seixos e pedras rudes e escorregadias que por várias vezes fizeram com que Rony quase fosse ao chão, fazendo com que o ruivo soltasse sonoros palavões, que deixavam aos outros boquiabertos com tamanha criatividade.
Já estava anoitecendo novamente, então eles resolvem procurar abrigo para a noite. Quando olham para as encostas da montanha, notam que Gollum vem descendo com tamanha facilidade que novamente lembra a Rony uma gigantesca aranha. Os três observam espantados Sam se camuflar com sua capa e rumar para o penhasco, ao encontro da criatura, que chiava e resmungava pra si mesma o tempo todo.

- Ach, ssss! Cuidado, meu precioso! Não devemos arriscar nosso pessscoço, devemoss? Não, precioso Gollum! - ele ergue a cabeça e pisca para a lua - Nós odeia ela...sssórdida luz que fica nos essspionando, machucando nossos olhos - ele agora chegava ao chão - Onde esstá, meu precioso? Onde essstão os ladrõezinhos nojentos com meu precioso? Malditos! Nós odeia eles!

Rony tapava a boca com as mãos tentando conter as gargalhadas.

- Rony! Quer parar de rir? - Mione bufa para o namorado.

- Rsss...ai, Mione! Não dá pra parar! Rss...esse treco pode ser horrível, mas quando começa a falar...cara, é hilário! Vixe!!! Olha só que tombo!

Golum havia perdido o equilíbrio e rolava os poucos metros que faltavam para alcançar o chão. Assim que ele toca o chão e antes do que o esperado, Sam se lança sobre ele, que mesmo pego de surpresa ainda reage, dando uma forte mordida no ombro odo hobbit, que mesmo perante a dor, não deixa de segurar fortemente a criatura. Quando Rony já fazia menção de lançar algum feitiço em Gollum, Frodo finalmente aparece e o agarra pelos cabelos ralos, puxando sua cabeça para trás e ameaçando cortar-lhe a goela com a espada. Gollum espertamente se rende de imediato, jurando cinicamente que não queria lhes fazer mal e só reagiu por ter sido atacado primeiro.

- Que fazemos com essa coisa? - Frodo ainda tinha Gollum pelos cabelos.

- Sei lá...que tal amarrarmos ele e deixarmos aqui? Assim não poderia mais nos seguir! - Sam olhava maldoso para Gollum, que agora esperneava e chorava, implorando para não ser deixado à morte e que faria qualquer coisa pelo "senhor do precioso".

Para o total espanto de todos, Frodo decide que não vai deixar Gollum para morrer, mas que em troca ele deve guiá-los até Mordor.

- Mas que estúpido! Essa coisa vai matá-los na primeira oportunidade! Ou eles acham que vão até Mordor sem dormir? - Rony esmurra os joelhos inconformado.

- E você acha que eles chegariam mesmo a Mordor SEM essa coisa? - Mione olhava o ruivo com reprovação - Estúpido ele seria se o matasse e ficasse perdido por aí.

- Pensei que VOCÊ soubesse ir até Mordor! - ele retruca no mesmo tom que ela utilizou.

- É mesmo! Eu podia pegar eles pelas mãos e levá-los até lá, não? Ah, Rony, Cai na real garoto!

O ruivo fecha a cara e passa a brincar despreocupado com algumas pedrinhas do chão, enquanto Neville sorri e balança a cabeça. (Esses dois não tem jeito mesmo!).

Depois que Frodo resolveu não matá-lo e ainda por cima ordenou a Sam que retirasse a corda élfica do tornozelo dele, deixando-o livre, o comportamento de Gollum mudou drasticamente. Chiava menos, passou a falar com os companheiros em vez de consigo mesmo e se esforçava realmente para agradar, chegando mesmo a chorar se Frodo o repelia. Sam agora desconfiava dele mais do que nunca, mas não dizia nada, visto que das últimas vezes em que tiveram algum impasse, Frodo estranhamente acabara por dar ouvidos à Gollum, passando a chamá-lo intimamente pelo seu antigo nome, Sméagol. Sam gostava menos do novo Gollum-Sméagol do que do antigo, se é que era possível.

Caminharam ainda por bastante tempo, chegando finalmente a um grande fosso, onde deveriam decidir se rumariam para os Pântanos Mortos ou seguiriam pelas planícies que beiravam o rio. Por conselho de Gollum, seguiram para os pântanos, pois de acordo com a criatura, alí dificilmente encontrariam orcs, que eram bastante abundantes nas planícies dessa região.

- Também, com esse cheiro! Nem os orcs são doidos de andar por aqui! - O ruivo exibia uma expressão de tremendo nojo e tampava o nariz com uma das mãos.

Caminharam então por dentro do grande fosso durante toda a noite, e quando a fenda começou a ficar rasa, indicando que o percurso estava quase chegando ao fim, o sol já ia nascendo. Como gollum não suportava a luz do sol, o qual chamava de grande-cara-amarela, e aquela região ainda fosse vastamente frequentada por orcs, decidiram então que viajariam somente durante a noite, dorminto por quase o dia todo e partindo novamente assim que a noite caiu.
Chegaram finalmente à fronteira do fétido pântano, e como não conheciam a região , estavam agora totalmente dependentes de Gollum, que saltitava feliz como um vira-latas, parecendo estranhamente satisfeito diante da perspectiva de andar em um lugar que além de extremamente malcheiroso era coberto por uma densa névoa.

- Pelo menos assim fica mais difícis eles nos notarem - Neville parecia resignado com sua sorte.

Logo no início do trajeto, puderam constatar que o que de longe parecia ser um vasto brejo, se tratava na verdade de uma interminável cadeia de poças e atoleiros, entre os quais Gollum saltitava feliz, parando de vez em quando para esperar e encorajar os companheiros a prosseguirem. A névoa era tão densa e pesada, que decidiram que não faria mal algum em caminhar durante o dia também, pois a luz do sol não conseguia atingí-los e muito menos os orcs conseguiam avistá-los, se é que algum se aventuraria em lugar tão pouco hospitaleiro.
Quando uma nova noite chega, eles estão exatamente no meio do pântano, onde o chão agora era bem mais úmido e mole, fazendo com que a cada passo eles se afundassem mais na lama gorgolejante.

- Eu juro por Merlin que quando sairmos daqui, se sairmos, é claro, eu vou MATAR a Hana!! Como ela pôde nos mandar pra uma droga de lugar desses? - Rony sacudia frenéticamente os pés, tentando se livrar da lama malcheirosa que lhe cobria as botas. - MALDIÇÃO!!!

- Pára de gritar peloamordedeus! - Hermione tapa a boca do namorado com as mãos - Desse jeito eles vão nos descobrir!

- Qual é, Mione! Durante o dia já não dá pra ver um palmo na frente do nariz! E estamos desiludidos, Lembra? No sentido literal da palavra também!

- Mesmo assim é melhor tomarmos cuidado, se eles suspeitarem que...espera...o que é aquilo alí?? - A garota aponta para pequenas luzes bruxuleantes que pairavam sobre o chão, se movendo como numa dança.

- Não sei... - o ruivo tinha o olhar perdido - são bonitas... - ele segue em direção das luzes como que hipnotizado por elas, ignorando as tentativas de Neville para contê-lo.

- Que são essa luzes, Gollum? - Sam olhava em volta preocupado, pois as luzes estavam vindo na direção deles.

- São as velas dos que morreram aqui na grande batalha de muitas grandes-caras-brancas atrás. Elas vêm pra levar nós com elas. Não devem olhar pra elas, muito perigoso! Os hobbits bonzinhos não querem cair no pântano e virar velinhas pequeninas, querem? - ele puxa a capa de Sam e aponta em direção a Frodo, que seguia em direção às luzes como olhar vidrado - Não deixe o messstre ir! Elas vão levá-lo!

- Mestre Frodo, volte! - como não obtém resposta, Sam vai atrás de Frodo, mas na pressa, tropessa em uma das poças, caindo com as mãos dentro da água.

As poças que durante o dia eram preenchidas com uma água turva e esverdeada, agora se apresentavam translúcidas como janelas, deixando ver em seu interior vários cadáveres de homens, elfos e orcs que jaziam silenciosos em seu interior. Sam se levanta num sobressalto.

- AAARRGHH!!! - Rony acaba de tropeçar também e tem o rosto colado a uma das poças - TEM GENTE MORTA AÍ DENTRO!! - Ele havia se levantado, e esperneava histéricamente sem sair do lugar - MIONE, EU JURO QUE TEM GEN...

- Silêncio! - o feitiço da namorada o atinge certeiro no peito, e ele continua com a boca aberta em um grito silencioso, sem parar de saltitar frenéticamente - Que droga Rony! Até em Hogwarts já devem saber que estamos aqui!

Neville quase não podia conter o riso. Estava sentado no chão, as mãos cobrindo fortemente a boca enquanto seu corpo todo se sacudia em um acesso de gargalhadas mal-contidas. Os ataques histéricos de Rony sempre lhe pareceram hilários, mas dessa vez o ruivo havia excedido as espectativas.

Sam consegue deter Frodo segundos antes de ele se atirar de cabeça em uma das poças. Estava sentado no chão abraçado ao amigo quando tem certeza de ouvir gritos...gritos humanos. Infelizmente não conseguiu saber se realmente ouviu algo, pois o barulho logo cessou. Segurou Frodo firmemente pelos ombros e voltou para perto de Gollum, que olhava ansioso para a corrente no pescoço do hobbit, de onde pendia o Um anel. Enquanto continuam sua jornada entre as poças, que agora mais pareciam túmulos, Gollum ia sanando a curiosidade de Sam sobre os cadáveres, explicando que eles não estavam realmente lá, sendo somente um reflexo dos muitos bravos que haviam morrido na última grande batalha, que havia ocorrido há muitos anos atrás, quando alí ainda não era pântano.
Conforme iam avançando, as terras voltavam a se tornar mais secas e firmes, e quando acharam que o perigo havia passado, ouvem novamente o estridente grito lamurioso que os assustara no penhasco.
Taparam os ouvidos e se encolheram junto ao chão, pois uma enorme e negra criatura alada os sobrevoava, o bater das asas fazendo com que a densa névoa de dissipasse um pouco, deixando-os perigosamente expostos. Depois de insistir por alguns minutos, a criatura finalmente desiste, voando rapidamente em direção à Mordor, que agora já não devia mais estar tão longe.
Aliás, quanto mais próximos ficavam de seu destino, mais cansado Frodo ia ficando, dando a impressão que que o anel em seu pescoço ia ganhando peso conforme se aproximava do local de sua criação. O hobbit agora tinha a aparência de alguém à beira da exaustão total e prestes a desfalecer. Quando o dia finalmente amanhece, as torres negras de Mordor já são visíveis, embora ainda muito distantes.
Na quinta noite desde que saíram com Gollum, eles finalmente chegam à desolação do reino de Mordor, com sua terra aviltada e adoecida.

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Aragorn volta apressado par aa grande clareira, onde a fogueira de orcs ainda ardia.

- Então, encontrou os dois? - Gimli olhava curioso para o guerreiro, que parecia estranho.

- Sim, quer dizer...eu....eles estavam ocupados...virão depois. - ele desvia o olhar rapidamente e Cristine acha que está vendo coisas. ( Ele está corado??!)

- Ocupados exatamente com o quê? - a ruiva olha inquisitiva para Aargorn, leventando uma sombrancelha.

- Com nada que seja da sua conta, cabeça-de-abóbora! - Hana e Legolas surgem entre as árvores próximas à trilha pela qual Aragorn havia chegado.

- Queria falar conosco Aragorn? - o elfo olha para a ruiva com um soriso cínico, e esta fecha a cara e lhe mostra a lingua.

- Erm...na verdade, eu só queria avisar a vocês que não encontramos nenhum vestígio dos hobbits. - o guerreiro exibia uma expressão derrotada.

- Mas nós encontramos! - Hana sorria para o grupo, que a olhava interessado. - Na outra clareira haviam sinais claros de que eles escaparam dos orcs durante o massacre. Eles estão por aí, em algum lugar. Amanhã será mais fácil de seguir as pistas.

- Que bom! - Gimli esfregava as mãos - Agora vou fazer uma fogueira para nos aquecermos um pouco.

- Não sei se é uma boa idéia...essa floresta é estranha e nem um pouco confiável se querem saber. Melhor não cortar nenhuma lenha. - o elfo olhava em volta apreensivo - Vocês não sentem a energia do lugar? Mal posso respirar direito...

- Ma eu não vou cortar nada! - o olhar do anão era suplicante - Juro que só pego o que estiver no chão!

- Certo. Afinal uma fogueira pode ajudar um pouco...a noite vai ser fria, e só temos um cobertor por pessoa. - Aragorn olha sério para o grupo - Mas teremos que vigiar, afinal o fogo pode atrair os inimigos.

- Isso não é problema, afinal nós sempre vigiamos mesmo... - Harry dá de ombros - E um pouco de ação bem que viria a calhar...estou tenso...preciso gastar um pouco de energia.

- Você só pode estar brincando! - a ruiva estava atônita - Nós corremos por quatro dias, criatura! Que raios de energia você ainda tem pra gastar??

- Huuummmm! Acho que você não vai querer saber...ou vai? - o comentário sarcástico da morena é acompanhado por gostosas gargalhadas do resto do grupo, deixando Cristine extremamente irritada e Harry mais corado do que um dia já esteve.

Ainda rindo, o anão se levanta e se embrenha na floresta. Quando retorna trazendo a lenha de que precisava, eles decidem que o melhor seria dormir na clareira menor, pois não seria nada agradável dormir ao lado de um enorme churrasco-grego de orcs.
A noite estava realmente fria, e a pequena fogueira de Gimli não estava conseguindo trazer todo o conforto necessário, fazendo com que os menos acostumados à vida ao ar livre tremessem de frio.

Harry observa Cristine a uma certa distância. Ela estava um pouco afastada da fogueira, mas mesmo assim o brilho das chamas ainda se refletia em seus cabelos, fazendo com que assumissem os mais variados tons de vermelho. Estava recostada em um tronco caido, em uma posição entre sentada e deitada, com o cobertor puxado até os ombros. Parecia ter os pensamentos muito distantes dali, os olhos verdes fixos na dança das chamas. Ele respira fundo e fecha os olhos, fechando a mão com força no cobertor que estava ao seu lado. Decidido, se levanta e caminha até a garota, parando ao seu lado e tossindo de leve para chamar sua atenção. Ela fixa o olhar no moreno, que agora está em pé ao seu lado com o cobertor em uma das mãos.

- Posso? - ele indica com a mão livre o lugar no tronco ao lado dela - Está muito frio...não consigo me aquecer.

Ela acena positivamente com a cabeça, e ele então joga seu cobertor por cima do dela e depois senta-se ao seu lado, puxando uma parte das cobertas para si. Com um pequeno movimento, acaba de vez com o espaço entre eles. As laterais dos corpos agora se tocavam sutilmente, e ele dirige a mão hesitante aos joelhos da garota, encontrando as mãos dela, que estavam frias. Harry então as puxa para si, massageando os dedos pequenos da garota na tentativa de aquecê-los e estranha a falta de reação da ruiva, afinal ela sempre tinha alguma, quer positiva ou não.

- Até quando você acha que eles aguentam? - Legolas sussura ao ouvido de Hana, que tinha a cabeça tranquilamente repousada em seu ombro.

-Hein?

- Sua irmã e o Potter - ele eponta com a cabeça em direção ao casal - Até onde você acha que eles levam essa situação?

- Não sei...a Cris é impossível! Você não sabe como é teimosa...e orgulhosa também...

- E ele?

- AFE! É um poço de timidez...não sei se vai tomar alguma atitude - ela sorri ao ver ele se sentar e puxar as cobertas - se bem que parece estar melhorando!

- Tomara que se decidam logo...isso está me dando nos nervos! - o elfo suspira pesadamente - Só eles ainda não perceberam...

- Relaxa! Uma hora eles tem que se tocar! Vem, vamos dormir...

Harry continua a massagear as mãos de Cristine, até que finalmente ela esboça uma reação, suspirando longamente. Quando ele se vira para observá-la, encontra os olhos verdes da ruiva fixos nos seus, refletindo feiticeiros o brilho vivo das chamas da fogueira, brilho este que ela também podia ver através das íris claras do moreno. Com um gesto delicado, ela desvencilha uma das mãos das dele e a leva até o rosto do rapaz, retirando lentamente seus óculos e colocando-os com cuidado sobre o cobertor e passando a contornar com os dedos os traços bem feitos do rosto dele...as sombrançelhas espessas, o nariz bem desenhado, o queixo másculo. Ele sente a respiração se acelerar, e afasta com os dedos uma mecha do cabelo ruivo que caía sobre os olhos da garota, prendendo-a atrás da orelha e pousando a mão trêmula na curva do rosto dela, que fecha os olhos e escorrega a mão para nuca do rapaz, brincando com os cabelos negros e rebeldes e fazendo com que ele se arrepie. Estavam próximos demais...podiam sentir suas respirações curtas e descompassadas e o coração acelerado. Ele se inclina devagar para a frente, e o espaço entre eles, que já era mínimo, agora é quase inexistente, os narizes se tocando de leve num provocante beijo de esquimós.

- Quem está aí?? - A voz de Gimli ressoa como um trovão no silêncio da floresta, fazendo com que a ruiva se afaste assustada e arrancando de Harry um gemido de frustração.

Podiam avistar um pouco à frente da fogueira a figura encurvada de um velho que parecia um mendigo, envolto em uma capa cinzenta e com um chapéu que lhe escondia o rosto.
Todos acordaram com o barulho, mas não tiveram tempo de entender o que se passava, pois diante da insistência de Gimli e Aragorn para que se identificasse, o velho simplesmente sumiu no ar, como num passe de mágica.

- Mas que diabos... - Legolas se senta assustado - Aragorn, quem era aquele?

- Não sei...no princípio pensei que fosse um mendigo, mas nos dirigimos amigavelmente a lele e não obtivemos resposta. Então ele sumiu...Hana? - o olhar do guerreiro era ansioso.

- Não sei quem era...estava dormindo, só o ví de relance...

- Ah! Qual é Bellinha! Pra cima de mim? - a ruiva lança um olhar enviezado para a irmã.

- Eu hein! Não sou obrigada a saber de tudo! Quando viemos para cá podemos ter alterado alguns fatos sem querer... - o olhar da morena estava fixo no chão.

- Sua Corvinal do Paraguai! Que tipo de sabe-tudo é você afinal? - os olhos da ruiva faiscavam.

- Do tipo que não fica se achando o máximo como alguns Grifinórios egocêntricos, que na verdade são lerdos e não enxergam o que está bem embaixo do nariz! - a morena lança um olhar fulminante para a irmã.

- Ei !! Dá pra vocês pararem com isso?! -Harry interrompe a briga - Não estamos em Hogwarts, então acho que seria bem saudável se vocês esquecessem esse negócio das casas! E Hana...Grifinórios não são egocêntricos e nem lerdos!

- Claro que não... são cegos! - A morena revira os olhos, arrancando risos dos demais. - E do pior tipo, daqueles que não querem ver!

- Ai ai...Vocês não tem jeito mesmo! - Legolas balança a cabeça - vamos voltar a dormir, afinal, o intruso já se foi mesmo.

- Aragorn, agora é sua vez de vigiar. - o anão esfregava os olhos - estou morto de sono.

Todos então voltam a se deitar, aproveitando o pouco tempo restante de sono para descansar o máximo possível.
No dia seguinte bem cedo, montam novamente em seus cavalos e partem em direção a uma grande colina, no topo da qual podiam notar um patamar de tamanho razoável. Dalí de cima com certeza poderiam avistar os hobbits. Ao chegarem aos pés da colina, reparam que a mesma tem estranhos degraus esculpidos na sua encosta rochosa, mas nã dão muita atenção ao fato, desmontando rapidamente e começando a escalada até o patamar.
Quando já subiram uma boa parte, ouvem os cavalos se agitarem, e com um relincho, eles correm para o meio da floresta. Enquantoolham para baixo apreensivos, ouvem mais relinchos, que estranhamente não parecem de medo, mas sim de agitação e alegria. Seus pensamentos são bruscamente interrompidos pela voz de Legolas.

- Olhem ali! - ele apontava para a base da colina, bem aos pés da escada rochosa.

Todos olham para o local indicado e sentem o sangue gelar. Um velho que parecia ser o da noite anterior os observava cauteloso. Usava uma capa cinzenta de aspecto andrajoso e um enorme chapéu que lhe cobria totalmente as feições, tornando assim impossível qualquer tipo de identificação. Andava arqueado e débilmente apoiado em um cajado, aparentando uma idade muito avançada. Ele se dirige ao grupo num tom cordial.

- Bom dia amigos! É realmente muito bom revê-los! - ele tinha um tom animado na voz.

- Quem é você? - Gimli leva a mão instintivamente para o cabo do machado.

- Gostaria de falar com vocês! Vão descer ou preferm que eu suba? - sem esperar pela resposta, o velho começa a subir pelas rochas, revelando uma agilidade espantosa para alguém com aquela aparência.

Ao verem o estranho se aproximar daquela maneira sem se identificar, Aragorn puxa a espada e Legolas ajusta uma flecha em seu arco. Harry e Cristine também fazem menção de se armar, mas são impedidos por Hana.

- Esperem! Não há necessidade disso - os olhos azuis da garota tinham um brilho diferente.

- Hanabella...você não vai nos dizer que... - a ruiva não termina a frase, ficando boquiaberta.

- Mas não era pra ele estar de branco?! - Harry olhava do ancião para Hana com expressão confusa.

- Shhh! Esperem e vão ver! - ela agora sorria enigmática.

Como o estranho continua a avançar sem dar atenção aos apelos de Aragorn e Gimli para que se identificasse, Legolas se apronta para lançar sua flecha. Antes que fosse tarde demais, mas mesmo assim somente queando o elfo está prester a desferir o tiro, o velho retira o seu imenso chapéu.

- GANDALF !!! - os três gritam ao mesmo tempo, baixando imediatamente as armas.

- Ah! Gandalf...é, era assim que me chamavam! Parece um bom nome...podem continuar a usá-lo então! - o ancião sorria divertido, retirando também a capa cinzenta e deixando à mostra vestes de um branco ofuscante.

- Mithrandil ! - Legolas estava radiante - Achei que nuncamais o veíamos, amigo!

- Eu também achei que estava perdido para sempre, meu caro!

De repente Aragorn se lembra de algo.

-Ah! Mas que cabeça a minha! Gandalf, esses são Hana, Harry e Cristine. São nossos aliados na batalha contra Sauron.

- Sim, eu sei! - Ele sorri amável para os garotos - Estive em Lórien e Galadriel me deixou a par de tudo...mas não eram seis os magos do futuro?

- Somos...é que os outros três partiram em direção a Mordor para ajudar Frodo e Sam. - Hana se dirigia ao velho mago com infinito respeito.

- Sim, bem pensado...mas eles aceitaram?

- Não exatamente. - Cristine sorria - nossos amigos estão, como direi...sendo discretos!

- Entendo... - Gandalf exibia um brilho divertido no olhar, lembrando muito aos garotos um certo diretor caduco.

- Mas nos conte, como foi que você se livrou do Balrog ? - Aragorn estava realmente satisfeiro em ver o velho amigo tão bem.

- É uma longa história...vamos descer e eu conto a vocês o suficiente para explicar a situação sem nos atrasar demais.

- Tem razão...precisamos encontrar os hobbits. - Gimli alisava a berba pensativo.

- Não se preocupem com eles! Eles estão com Barbárvore e os outros ents...vão estar bem. Nossa prioridade agora é outa. Precisamos ir até Edoras. A cidade está para ser atacada, e não sei o que está havendo com Théoden, pois não está tomando nenhuma atitude quanto a isso. - eles começam a descida da colina com cautela.

Quando se encontram todos no chão novamente, seguem para a clareira em que passaram a noite e ouvem maravilhados a incrível história de como Gandalf derrotou o Balrog de Moria e se tornou O Branco.
Descobrem também, para seu absoluto horror, que não fora ele que os visitara na noite anterior, restando como alternativa somente o mago Saruman. Agora não restavam dúvidas para a comitiva que ele sabia com precisão quais eram seus planos.
Quando o mago terminou sua narrativa, mais uma vez o sol estava se pondo, e eles resolveram por passar mais uma noite naquela clareira, sendo que no dia seguinte , partiriam para Edoras, o Palácio Dourado dos Rorihins.
Acordaram bem cedo na manhã seguinte, e enquanto se aprontavam para seguir viagem, lamentavam-se por terem perdido os cavalos. Teriam novamente que seguir à pé.

- Não sei quanto a vocês, mas eu não vou andar! - Gandalf produz três longos e agudos assobios.

Dentre as árvores aparecem os três cavalos utilizados pela comitiva, liderados por um magnífico corcel inteiramente branco, que vai em direção ao velho mago, colocando o focinho carinhosamente em suas mãos.

- Eu não acredito! É Scadufax!! - os olhos de Cristine Brilhavam.

- Quem não acredita sou eu! Você não sabe nem onde está, mas sabe o nome do cavalo??!! - Hana estava perplexa.

- Ah! Eu adoro cavalos! São tão altivos e elegantes... - ela se aproxima do animal sem cerimônias, afagando o alvo pelo do pescoço do animal, que permanece calmo.

- Realmente deve admirar cavalos, srta. Black! - o mago parecia surpreso - Scadufax não é de se deixar tocar com facilidade. Mas agora vamos! O tempo é precioso e não podemos desperdiçá-lo mais.

Em poucos minutos estão todos montados, galopando agora à toda velocidade em direção à Edoras, que ao final do dia já podia ser visto num vale entre duas altas montanhas, o telhado dourado reluzindo lindamente ao sol.
Diminuiram a velocidade conforme se aproximavam dos portões, pois não queriam ser confundidos com inimigos e serem abatidos antes mesmo de poderem se explicar.
Depois de vencidas as hostilidades por parte dos guardas que ladeavam os portões, afinal Gandalf tinha se apossado do cavalo do rei de uma maneira não muito cordial, eles conseguem permissão para entra no palácio, mas por ordem de Grima, o conselheiro real, são obrigados a deixar do lado de fora todas as suas armas. Gandalf, num lance de extrema esperteza, consegue manter consigo o seu cajado, que para os magos antigos, tinha a mesma função das modernas varinhas, que aliàs os jovens bruxos mantinham escondidas em suas mangas.
Ao atravessarem o vasto salão real, a surpresa tomou conta de todos. O Rei Théoden não passava de um velho entrevado em seu trono, as costas extremamente curvadas e o olhar embaçado e perdido. Não parecia sequer capaz de articular palavras. Ao seu lado, uma bela jovem fitava o grupo com curiosidade. Era alta, esbelta e muito bonita, os cabelos louros caindo em cachos que lhe chegavam à cintura. Se tratava de Éowin, a sobrinha do rei.
Do lado esquerdo do soberano, uma figura pálida e magricela os espreitava como um corvo. Estava vestido completamente de negro, e os olhos também negros, lembravam os de uma ave de rapina. Tinha nariz adunco e pele macilenta, e os cabelos negros até os ombros passavam a desagradávei impressão de nunca terem visto um bom shampoo. Pareceu aos três jovens bruxos extremamente familiar. Tratava-se de Grima, o conselheiro real, também conhecido como Língua de Cobra. Seu rosto se tornou lívido de fúria ao notar que Gandalf portava o cajado.

- Imbecis!! Eu disse a vocês que nenhum tipo de arma seria permitido aqui! Vão pagar caro pela sua insolênc....

- Silêncio! - Cristine tinha a varinha apontada para Grima, que agora mexia a boca sem produzir som algum - Assim está melhor!

O restante do grupo prende o riso, e Hana bate de leve na própria testa, olhando com olhar de censura para a irmã, que dá de ombros.

A cena que se segue é simplesmente impressionante. Gandalf se aproxima de Théoden e começa a conversar com o soberano num tom imperativo, empunhando firmemente o cajado nuam posição que lembrava muito uma preçe ou invocação divina. Conforme ele ia falando, o olhar do rei ia se clareando e suas feições se tornando cada vez mais jovens, até que ele finalmente se põe em pé, agora sim apresentando a nobreza e porte de um rei.
Grima estava entre assustado e irritado com a situação, e gesticulava tresloucado, tentando se comunicar. Gandalf olha para as garotas e pede calmamente que deixem ele falar e Hana imediatamente retira o feitiço, sob olhares de protesto de Cristine.
Assim que a serpente oleosa se vê capaz de falar novamente, tenta desesperado convençer o rei de que Gandalf é um traidor e que na verdade planeja a destruição do soberano, contrlando suas ações até torná-lo um simples marionete. Mas, para seu azar, ele não tem mais poderes sobre a mente de Théoden, não conseguindo mais contaminá-lo com seu veneno.

O rei, totalmente recuperado, está pronto para defender suas terras com toda determinação, e por sugestão de Gandalf, manda libertar Éomer, que também havia sido preso a conselho de Grima, acusado de traição por defender o reino sem as ordens do rei. Dá ordens também para que vasculhem os aposentos de Língua de Cobra em busca de sua espada, que ele inocentemente lhe havia entregado quando foi convencido pelo outro de que não era mais capaz de empunhá-la.
Quando Éomer está em sua presença e sua espada pende novamente de seu cinturão, Théoden se dirige a Grima com voz grave.

- Chegou a hora de sua escolha. Lhe darei uma oportunidade de provar sua lealdade ao seu rei. Deve partir comigo para a batalha, cavalgando ao meu lado contra meus inimigos. - o rosto do rei não demosntrava nenhuma compaixão.

- Mas meu senhor...eu não sou um homem de armas! Seria mais útil se permanecesse no castelo, cuidando de tudo em vossa ausência.

- Não. - Théodem se mantinha impassível - Ou vem comigo para a batalha, ou parte imediatamente de Edoras e nunca mais coloca os pés nesse castelo. Garanto a você livre conduta para a partida. Até estar bem longe daqui, nenhum de meus cavaleiros tocará em você.

O peçonhento serviçal ainda tenta lançar seu veneno aos ouvidos do rei e reverter a sua delicada situação, mas quando vê que não obterá nenhum resultado satisfatório, corre em direção às escadarias de mármore que levam para fora do palácio. Nesse momento, é atingido nas costas por um feixe de luz rosa que parte da varinha de Cristine e por uma pequena nuvem de purpurina lançada pela varinha de Hana. Elas batem as mãos em comemoração, o que deixa Harry sem entender, pois os feitiços aparentemente não tiveram efeito algum, pois Grima continua em desabalada carreira até sumir completamente de vista.

- O que vocês fizeram afinal? - Harry falava com elas aos sussurros, não querendo chamar a atenção dos outros, que pareciam discutir algo importante.

- Amaldiçoamos ele, oras! - a ruiva falava com a naturalidade de quem pede um copo de chá.

- Não era só um feitiço?? - Harry agora começava a se preocupar.

- Não, era uma maldição - Hana tinha ares de professora - Uma maldição familiar pra ser mais exata.

- É ! Atinge a todos os primogênitos nascidos na família dele até o fim dos tempos! - elas agora sorriam maldosas uma para a outra e Harry sente a curiosidade aumentar.

-Tenho até medo da resposta, mas estou curioso demais...O que faz essa maldição afinal?

- Nada de mais...o alvo e seus descendentes primogênitos passam a apresentar uma grande inclinação para artes. - Hana segura uma gargalhada.

- Mais precisamente, Ballet Clássico!! - a ruiva faz uma imitação grotesca de uma bailarina e os três caem na gargalhada.

- Ai ai...vocês duas são impossíveis mesmo! Não quero nem imaginar a nossa punição por essas coisas quando voltarmos à Hogwarts! - Harry podia até ver a expressão de fúria de MacGonagall, mas mesmo assim não conseguia deixar de sorrir.

- Que nada! Foi só uma maldiçãozinha à toa! - Hana passa os braços pelos ombros dos amigos e eles voltam para a companhia dos demais ainda sorrindo.

Quando suas presenças são notadas pelos demais, sentem no ar o clima de tensão e euforia que contagia a todos.

- Aprontem-se meus jovens! Estamos rumando para o Abismo de Helm, e segundo minhas previsões, será uma batalha e tanto! - os olhos de Gandalf brilhavam com uma intensidade assustadora. - Venham! Vamos para o salão das armas!

Então todos se dirigem ao depósito de armas de Edoras, se preparando da melhor maneira possivel para a grandiosa batalha de Helm's Deep.

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N/A: É isso aí...gente, me desculpem pelo capítulo imenso, mas como não postei a semana passada, acabei juntando o que seriam dois capítulos em um só. Tomara que não tenha ficado cansativo demais.
Tchau, e comentem por favor, ok??

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Comentários:

P/ Alícia Spinet : Obrigada por continuar lendo e comentando! Não faz mal que esteve sumida, afinal eu também estive...Facul é fogo mesmo...vida de cão! Já passei por isso e estou querendo repetir a dose...apesar de tudo é muito bom! Essa semana eu vou ter um monte de feriados (sou funcionária pública), então prometo que vou ler a sua fic, ok! Quando quiser ler umas insanidades, dá uma passadinha no Irmãs Black (www).(irmasblack).(blogger).(com).(br). Lá eu e a Hana viramos o mundo Potteriano de cabeça pra baixo, além de teorias bem fundamentadas sobre o que pode acontecer nos próximos livros de HP.
PS - Harry e Cristine finalmente no próximo capítulo!!!
Beijos e volte sempre!

P/ Milinha: Obrigada pelos elogios! Juntar toda essa loucura de HP e SdA tá me tirando o sono...ainda bem que está agradando! Espero que volte sempre para ler e comentar!
Beijocas da Cris!

P/ Hana: Se já foi esse escarcéu só por causa de um beijo, o que vai ser de mim agora depois desse momento "love" seu e do elfo? É bom mesmo que corra! Isso demonstra que ainda tem algum juízo nessa cabeça oca, Corvinal do Paraguai!! Hahahahaha!!!! (Amor de irmãs não é lindo??) XD
Fui!