Música: Only Hope ( Mandy Moore )
AgradecimentosA Krol por sugestão da música, e a Li (minha querida revisora), Miyazawa Yukino-Erika, Serenite, Anygiel MG, Nandinha Shinomori, Jennu-Ci, Violet-Tomoyo, Kirisu-Chan, Carol e a Dark Lien..
O Primeiro Encontro
Tomoyo olhou para o espelho pela vigésima vez. Não estava nem um pouco satisfeita com o seu visual... Deveria ter seguido os conselhos de Sakura e comprando roupas novas para o tão esperado encontro. Já que não seria nem um pouco difícil para a filha da toda poderosa Sonomi Daidouji conseguir uma loja aberta às dez horas da noite. Mas não seria nada justo com aquelas pessoas... Além do mais não era fútil e jamais daria algum motivo para gerar desconfiança por parte de sua mãe. Pois certamente se ela soubesse que iria sair com Eriol a colocaria no próximo vôo para Tóquio.
Não se sentia feia apenas um pouco séria demais para seu primeiro encontro. Seria a primeira vez que saia com algum garoto... E não se sentia nenhum pouco preparada para aquilo. Seu estômago parecia ter uma grande mariposa de tão nervosa que estava. Não devia estar se sentindo assim, pois seu encontro com Eriol nada tinha de amoroso. Só temia envergonhar ele na frente de toda a escola. Pois era naquele bosque que toda a escola se encontrava nos finais de semana. Só em pensar em ser motivo de chacota a fazia querer fugir para debaixo da cama e se esconder. Mas sabia que estava na hora de sair daquele casulo horrível que havia se metido quando seu pai morrera.
-Senhorita Tomoyo, tem visitas para a senhorita na biblioteca.-a empregada informou batendo na porta.
Olhando para o relógio viu que não passava das oito e quinze. Certamente não era Eriol... Então quem seria? Sakura não podia ser. Há tempos que fora dispensado esse tipo de formalidade com ela.
-Quem está me esperando, Lita?-perguntou curiosa olhando para a porta.
-Um tal de Isaki Susuki, disse que era um colega seu de escola e que precisava falar urgentemente com a senhorita.-a empregada informou.-Se a senhorita quiser falar para ele que está dormindo...
-Não, não, já estou descendo.-disse prendendo os cabelos num coke e colocando os óculos.
Conhecia Isaki desde da sexta série. Era um menino esnobe que sempre se embasbacara pela sua fama de ser popular na escola. Como se ser o menino mais gostoso resolvesse alguma coisa. Não podia negar que havia sentido alguma coisa por ele, mas o fato era que agora sentia apenas desprezo. Pois ele entre todos fora o mais cruel com ela. Não sabia o motivo para aquele garoto estar ali em sua casa.
Abrindo a porta cuidadosamente Tomoyo olhou pela a última vez no espelho, mas diferente dos dias anteriores se achou mais viva e alegre.
There's a song that's inside of my soul Existe uma música que está dentro da minha alma Its the one that i've tried to write over and over againÉ a única que eu tentei escrever de novo e de novo
Im awake in the infinite cold
Estou acordado no frio infinito
But you sing to me over and over again
E novamente e novamente
-A que devo sua presença a essa hora em minha casa Isaki?-Perguntou Tomoyo entrando na biblioteca.
Corroia-se por dentro. A curiosidade a estava matando. Durante anos sonhara com aquele momento em que Isaki entraria em sua casa a procura dela. Mas por algum motivo agora aquele sonho havia se esfacelado. Gostaria muito que em vez de Isaki fosse Eriol o presente ali...
-Bom dia, Tomoyo.-Isaki a cumprimentou com um sorriso.
-Bom dia, Isaki.-Tomoyo falou esquecendo por completo as boas maneiras.-Estou curiosa para saber o que o traz em minha casa a essa hora...
-Eu precisava muito falar com você...
-Comigo? Estranho, eu sempre fui um zero à esquerda para você.-Tomoyo falou sarcástica.
Isaki abaixou a cabeça sabendo que merecia ser atacado por ela. Mas sentia algo que já não conseguia esconder... Que era mais forte que ele, e o estava matando por dentro. Tirando sua concentração. Enlouquecendo... Já não conseguia viver desde que descobrira que estava apaixonado por aquela garota. O feitiço havia virado contra o feiticeiro... A menina que mais amava era aquela a quem ele havia feito mais mal.
-E-eu sei que nunca fui seu amigo, mas... Preciso muito de sua compreensão agora.-tentou dizer, mas o nervosismo era grande. Já não era tão capaz para falar que a amava.
-Sempre tivemos nossas diferenças Isaki... Acho muito difícil passar por cima delas agora.-Tomoyo falou irredutível.
Era difícil esquecer o que aquele garoto havia feito para ela. Foram muitos anos de humilhação para serem esquecidos em apenas alguns segundos.
-Tomoyo eu sei que não tenho o direito de pedir nada a você.-disse o garoto andando de um lado para outro.-Apenas quero que me escute...
Ela não era o tipo de garota que podia ser considerada bonita... não era como a amiga dela, mas tinha uma força interior muito grande. E era isso que chamava mais atenção nela.
-Está bem, mas seja breve... Tenho um encontro...
-Com quem?-perguntou o garoto sentindo o gosto do ciúme em sua boca.
Aquilo era novidade. Nunca aquele garoto se importou com ela. O que havia dado nele agora para começar a se interessar por ela? Algo havia mudado, mas o que especificamente era um mistério.
-Não é do seu interesse.
-É com algum garoto?-perguntou novamente não conseguindo se controlar.
-Sim, mas o que isso te interessa? Por favor, Isaki, não me faça perder meu tempo com você.-Tomoyo falou esnobe.
Odiava ser dura com o garoto, mas não tinha motivo para o tratar bem. Nunca havia sido esnobe com ele, mas ele ao contrário havia a magoado muito. Até hoje escutava as vaias que recebera ao discursar no congresso do colégio... E o pior que havia sido ele, Isaki Susuki que havia liderado.
-Pretendo ser breve.-disse com a expressão completamente modificada.-Não quero atrapalhar seu plano...
Tinha que admitir que estava morrendo de ciúmes, mas deveria conquistá-la com o tempo. Era um idiota ao imaginar que ela esqueceria de tudo com simples palavras de carinho.
-Realmente você está me atrapalhando.-disse cruzando os braços.
Ela devia ter muitos ressentimentos... Não era por menos. Até hoje se lembrava da expressão de pânico dela quando ele começara a incentivar os outros alunos a vaiar.
-Diga Isaki? Já não agüento mais esse suspense...
Respirando fundo Isaki rezou em silêncio. Queria apenas a compreensão dela... O amor o havia pegado de surpresa, e na hora menos indicada.
-Eu fiz um exame de consciência e percebi que estava sendo infantil e maldoso com você.-ele fez uma pausa.-O que aconteceu aquele dia no colégio me marcou muito... Até hoje tenho pesadelos.
-Imagina o que EU senti ao ser ridicularizada na frente de toda a escola.-disse cínica.
Aproximando-se dela pode sentir o perfume de lótus que ela emanava.
-Eu sinto muito... Mas todo ser humano é passivo de erro.-falou aproximando as mãos das dela.
-Você quer o meu perdão?-perguntou afastando-se dele.
Havia chegado à hora de se redimir e ganhar o carinho dela.
-Mais do que isso...-disse com a cabeça baixa.-Eu quero ser seu amigo...
Abaixando a cabeça, Tomoyo andou até a janela. Não podia acreditar que aquele menino queria ser seu amigo. Ele entre todos era o único que tinha o dom de atormentá-la... A que se devia tal mudança de atitude agora? Se não tivesse que encontrar com Eriol não hesitaria em perguntar, mas agora o que mais temia era que Eriol visse Isaki ali.
-Bem, Isaki... não sei o que lhe dizer...-Tomoyo falou erguendo a cabeça.-Preciso pensar... Refletir, pois você já me humilhou muito. E felizmente tenho orgulho...
-Eu respeito e compreendo muito bem o que você quer passar para mim.-disse o garoto olhando para o chão.-Eu só espero que você pense muito bem no que lhe falei.
Tomoyo conseguiu encarar o garoto com a cabeça erguida pela primeira vez em anos. Sem dúvida o tempo era seu melhor aliado, pois nunca imaginara que passaria por aquela cena.
-Eu irei pensar...-disse indo abrir a porta da sala.-Agora, por favor, se retire... Eu tenho que sair.
Isaki ergueu a cabeça e olhou diretamente nos olhos de Tomoyo. Tomando coragem se aproximou dela e deu um beijo cálido na face. Em seguida saiu da mansão mais arrasado do que antes. Desta vez não havia esperança nenhuma para ele.
So I lay my head back downEntão eu abaixo minha cabeça
And I lift my hands and pray to be only yours
E eu levanto minhas mãos e rezo para ser somente sua
I pray to be only yours
Eu rezo para ser somente sua
I know now you're my only hope
Eu sei agora, você é minha única esperança
Eriol olhava inquietante para o relógio. Por mais que quisesse a hora não passava... Estava ele ali feito um palhaço olhando e esperando o momento certo de apertar a companhia. Não queria parecer muito ansioso para Tomoyo. Mas era isso que estava sentindo... Uma grande e terrível ansiedade.
Tinha muito medo do que estava sentindo. Era algo constrangedor. Nunca havia se sentido assim antes. E nunca poderia imaginar que pudesse vir a ficar nervoso com um simples encontro que nada tinha de escandaloso ou imoral. Tomoyo era apenas uma amiga querida... Uma garota sensacional que ele queria ajudar.
Olhando para a casa viu que já havia uma certa movimentação. Talvez não fosse tão cedo assim... Já eram quinze para às nove. Dificilmente ela estaria dormindo... Além do mais, ali corria um grande risco de ser multado ou preso. Não era normal um carro ficar parado na frente de uma mansão de campana. Na certa algum vizinho enxerido poderia pensar que ele era um seqüestrador.
-Seja o que Deus quiser...-Sussurrou abrindo a porta do carro.
Havia sido um verdadeiro sacrifício para ele conseguir a permissão do pai para usar o carro, mas com persistência havia conseguido.Era um carro simples sem nenhum luxo, mas Tomoyo era uma pessoa simples, certamente não iria reparar em seu carro.
Quanto mais se aproximava do portão mais sentia o sangue ferver. Um medo irracional explodiu em seu interior. Não havia razão para tanto medo, mas era mais forte do que ele. Estava lutando contra a maré...Tinha que admitir que se importava demais com Tomoyo, e que ela não era uma simples amiga.
-P-por favor, sou Eriol Hiiragisawa amigo da senhorita Tomoyo...-Eriol falou para o segurança mal encarado na sua frente.-Quero muito falar com ela.
O homem mal encarado mandou esperar, e por alguns segundos falou no interfone. Eriol percebeu que o segurança não ficara nada satisfeito. Certamente era uns dos contratados de Takashi... Só que desta vez eles teriam que engolir um Hiiragisawa. Eriol pensou não escondendo a satisfação.
-A senhorita está a sua espera.-o homem falou não escondendo o desconforto.-Pode entrar...-concluiu abrindo o portão.
O mais engraçado seria a cara do Takashi quando soubesse que sua enteada colocara o filho de seu maior inimigo em sua mansão. Queria ser uma mosca para saber qual seria a reação dele. Ao mesmo tempo temia por Tomoyo. Certamente aquele desgraçado iria tirar satisfação com a garota.
-Eriol...-ouviu a voz melodiosa dela.
Por um momento ficou ali parado como uma estátua. Tomoyo estava muito linda, sua aparência ereta demonstrava o conflito interior que vivia. A única coisa que não ajudava era a roupa. Mas isso ele resolveria. O que mais o preocupava era manter aquela pureza. Não aceitaria que ela ficasse fútil...Nunca se perdoaria.
-Oi Tomoyo.-falou mal conseguindo formular algum pensamento.-Espero não ter atrapalhado algo?
Tomoyo sorriu com sinceridade. E era isso que Eriol prezava e queria morrer se ela perdesse isso... Mesmo conhecendo a garota pouco tempo sabia que sua maior qualidade era a sinceridade. Tomoyo nunca mentiria para ele.
-Não, estava esperando você.-informou sem esconder o nervosismo.-Estava terminando meu desjejum... Sente-se, me acompanhe.
Não conseguiria ficar sentado e muito menos estava com fome. Queria sair dali... Poder falar o que pensava para ela. Queria arranjar uma solução para os problemas dela. Gostava daquela Tomoyo, mas com certeza seria melhor para a garota que começasse a ver outros caminhos a não ser a realização profissional.
-Não, eu já tomei meu café.-mentiu ansioso.
-Então se sente...-disse ela apontando para a cadeira desocupada ao lado oposto dela-Eu adoro fazer minhas refeições aqui... É como se voltasse no tempo.
Aquele deveria ter sido o lugar preferido do pai dela. Tomoyo era uma menina frágil, talvez fosse melhor não dar ilusões a ela... Nunca fora um homem de assumir seus compromissos amorosos, não seria agora que assumiria.
-Seu pai ficava aqui?-perguntou curioso.
-Não, ele sempre ficava ali em baixo cuidando das rosas... Sempre no domingo eu ficava aqui vendo ele cuidar das plantas.-disse abaixando a cabeça.-Às vezes me pergunto por que ele tinha que ter morrido? Ao mesmo tempo vejo que esse era o destino dele, e que meu sofrimento não ira trazer ele de volta.
Seu peito foi inundado por vários tipos de emoções, nas quais não estava preparado. Sua vontade era de pegar a garota no colo e falar para ela que tudo iria se resolver. Que ele sempre estaria com ela, e nunca a magoaria. Poderia falar isso, mas não estaria sendo justo com ela... No fundo sabia que iria magoar aquela menina. Mas ao mesmo tempo era um sacrifício se afastar dela.
-Não quero que fique triste, Tomoyo.-ele disse não contendo a vontade de tocá-la.-Hoje quero você muito alegre... Eu nunca desejei tanto que alguém sorrisse para mim como desejo que você sorria.-concluiu segurando o rosto dela.
Por algum instante pensou que quebraria sua promessa e iria beijá-la. Sua vontade era de fazê-la sua, mas isso era impossível. Queria muito bem aquela garota para apenas usá-la. O que sentia por ela era pena, não podia ser mais do que isso.
-Bem... Vamos...-Ela falou nervosa levantando-se da cadeira. Certamente ela havia percebido o que quase havia acontecido.
Eriol não pode deixar de se sentir mal. Era um idiota, e por pouco não havia perdido o controle e a confiança de Tomoyo. O que ela iria pensar dele se caso ele tivesse cedido a sua fraqueza. Certamente o expulsaria dali e com razão. O que estava acontecendo com ele... Nunca havia perdido o controle assim. Estava começando a sentir muito medo de Tomoyo... Do que ela despertava nele. Deveria correr para bem longe dela, mas fez completamente ao contrário.
-Sim, meu carro está lá fora.
-Certo, vou pegar minha bolsa... e já volto.-disse ela vermelha dando as costas para ele.
"Você é mil vezes idiota", Eriol pensou nervoso. Sentindo vontade de fugir, pois temia o que estava sentindo. Não seria capaz de se controlar.
Sing To me the song os the stars Cante para mim a canção das estrelas Of your galaxy dancing and laughing and laughing again Da sua galáxia dançantes e rindo e rindo de novo When it feels like my dreams are so far Quando sentir que meus sonhos estão longe Sing to me of the planets that you have for me over again Cante para mim pelos planetasQue você tem para mim novamente.
O carro de Eriol era bastante confortável. Melhor do que os carros ultra equipados de sua mãe. Sempre fora partidária da vida simples... Talvez porque sempre tivera tudo e ao mesmo tempo nunca tivera nada.
-Espero que esteja confortável.-ele falou prestando atenção no trânsito.-É um carro simples...
-Nunca me senti tão bem em toda minha vida, Eriol.-disse sorrindo olhando para ele.-Estou tão feliz por estar aqui...
Tomoyo percebeu que ele sorria e sentiu o coração explodir de alegria... Eriol era tão inesquecível. Seus traços eram finos e delicados. Sempre procurara isso num menino, e agora encontrara em Eriol. Tirando Sakura, ele era o único que tinha se aproximado dela em tão pouco tempo. Às vezes tinha a sensação de que estava apaixonada por ele. Esse sentimento a assustava profundamente... Um dia fora completamente apaixonada por Isaki, mas ele havia pisado naquele amor. Será que teria uma chance com Eriol? Talvez não... Ele era um garoto popular, o que iria ele querer com uma menina como ela.
-Fico feliz por isso, Tomoyo.-ele falou sorrindo.-Eu...Eu gosto muito de você... Como amiga. Não quero ver você triste nunca.
Ele gostava dela como amiga! Era idiotice alimentar aquele sentimento. Isso só a iria levar para um caminho que era ficar sozinha e sem Eriol. Ficaria quieta, e se contentaria com a companhia dele.
-Eu nunca fui tão feliz como estou sendo agora.-Tomoyo confessou.-Desde da morte do meu...
-Shhh, por hoje quero apenas que você lembre de coisas boas.-disse olhando diretamente para ela parando na faixa de pedestre, esperando algumas pessoas passarem.-Em vez de lembrar que seu pai não está entre nós... Por que não recorda dos momentos felizes que viveram?-concluiu retirando uma mão do volante, e logo em seguida agarrou a mão de Tomoyo.-Eu te quero muito bem para vê-la triste... Por favor, eu a quero feliz ao meu lado.
Tomoyo sentiu a ponto de chorar. Há poucos minutos atrás poderia jurar que quase havia sido beijada por ele, mas agora sabia que ele não sentia nada por ela a não ser amizade. Queria mais, mas não podia ter. Ficaria com o que ele lhe oferecia. Os dedos se entrelaçaram. Ele não voltou a olhá-la, mas guiou o resto da viagem com uma mão apenas.
I give you my DestinyEu te dou meu destino
Im giving you all of me Estou te dando à mim por completo I want your symphony Eu quero sua sinfonia Singing in all that I am Cantanto em tudo que eu sou At the top of my lungs No topo dos meus pulmões I'm giving it Eu estou dandoO dia estava bonito, o bosque como sempre estava cheio. Mas não era isso que o preocupava. Mas sim sua falta de controle com relação a Tomoyo. Talvez a melhor solução seria se afastar definitivamente dela. Se não fizesse isso tinha certeza de que iria magoá-la e muito... Ao mesmo tempo não estaria sendo sincero consigo mesmo, e estaria envolvendo-se em um drama pessoal profundo. Tinha que ajudar Tomoyo.
-Esse lugar é muito lindo.-ela falou sentada na beirada do lago.-Nunca pensei que teria um lugar tão puro como esse em Tomoeda.
-Também nunca poderia imaginar, mas quando vi isso... Percebi que era o paraíso.-ele concordou olhando para o lago.
Ninguém notava a presença dele ali. Talvez pelo o fato de estar com Tomoyo ajudasse. O que o deixou muito confortável.
-Vou sentir muita falta de Tomoeda...-sussurrou jogando algumas pedras no lago.
-C-como assim? Você vai sair de Tomoeda...
Eriol sentiu o pânico tomar conta de seu corpo. Embora ela não o encarasse frente a frente sabia que ela tinha um grande ressentimento dentro de si... Era isso que a deixava tão preocupada. Não pode deixar de ficar terrivelmente triste. Era estranho que em tão pouco tempo Tomoyo tenha se transformado na pessoa mais importante da vida dele.
-Sim...Minha mãe decidiu que Tomoeda é pequena demais para mim.-disse com um certo sarcasmo.
Não poderia fazer nada para impedir que sua mãe cometesse aquela loucura. No fundo estava conformada com aquela situação. Não havia nada de especial em Tomoeda para ela... Aliás, até havia, mas ele era bom demais para ela.
-E-e você que ir?-perguntou não escondendo que estava decepcionado.
Era cedo demais, mas sabia que Tomoyo ainda era muito frágil... Precisava do amor da mãe. Com certeza tinha um dedo, ou melhor, uma mão de Takashi naquilo. Ah, como odiava aquele homem.
-Não sei...Às vezes penso que sim, mas tem horas que não quero sair de perto de Sakura e de voc...
Não havia conseguido completar a frase. Seu rosto estava vermelho... Seus olhos estavam agora grudados nos dele.
Não havia necessitado ela terminar a sentença para ele ler nos olhos dela a verdade. Ela o considerava um amigo... Não pode deixar de sentir uma certa decepção, no fundo queria ser mais que um mero amigo de Tomoyo.
-Eu não queria ir, mas agora percebo que é para o meu bem.-sussurrou sentindo a brisa fresca em seu rosto.
Eriol naquele momento não queria nada. Estava triste e sentia que estava perdendo um tempo precioso ali conversando. Só de pensar que daqui a algum tempo nunca mais a veria seu sangue começava a gelar...
-Não, não Tomoyo...-disse sentando ao lado dela.-Essa viagem é para o bem de uma pessoa apenas... E você sabe quem é que vai lucrar mais com sua ida para Tóquio.
Tomoyo sabia o quanto seria duro abandonar tudo, mas naquele momento o que menos importava era ela. Pois tinha que se afastar correndo dali.
-Eu não sei de mais nada...-Ela sussurrou triste.
Por muito tempo o silêncio foi predominante. Tomoyo apenas sentia a brisa fresca em seus cabelos, e Eriol se limitava a ficar olhando para ela.
Ele sentia o desejo de apossar aquele lábio. O clima estava a favor dele... Tendo apenas os pássaros como testemunhas. Eriol abraçou Tomoyo, que assustada tentou se afastar, o que o deixava um pouco inquieto. A pureza dos olhos dela parecia querer condená-lo ao mesmo tempo em que os lábios vermelhos praticamente imploravam-lhe para serem beijados. Ele estava confuso, nunca havia sido intenção dele beijá-la, mas agora via que seria impossível conter o próprio desejo.
-Eriol... eu acho melhor...
-Shhh, juro que não irei te magoar.-disse colocando as mãos nos lábios dela.-Eu jamais seria capaz de ferir seus sentimentos...
Incapaz de emitir um som qualquer, Tomoyo apenas se deixou levar pelo o momento. Sabia que jamais se arrependeria daquilo.
-Eu gosto muito de você.-Eriol sussurrou beijando a testa da garota.
Em seguida Tomoyo o enlaçou pelo pescoço e recebeu o beijo delicado de Eriol. Nunca havia se sentido tão bem em toda a vida... Sentia-se amada, e o que era melhor sentia que estava amando. Naquele momento teve certeza de que Eriol jamais a magoaria.
Continua...
