Agradecimentos: Krol, Carol, Violet-Tomoyo, Nandinha Shinomori, Miyazawa Yukino-Erika, Lan Ayath, Hime e a minha mega e super revisora Li.
Especial como você!
Dois meses depois...
Sua vida havia mudado muito desde o primeiro dia em que conhecera Eriol. Tudo ocorrera tão rápido que às vezes tinha certeza de que tudo não passava de um sonho bom que estava destinado a acabar mal. Queria muito ser otimista, mas não conseguia... A cada dia que passava era um dia a menos para ambos. Sua mãe estava levando a sério a idéia dela ir estudar fora da cidade. E ela como sempre, não conseguia lutar por aquilo que desejava.
Ao mesmo tempo se sentia insegura com Eriol. Embora estivessem juntos tinha uma leve impressão de que ele ainda não sabia o que sentia. Evitava sempre em falar em namoro, apenas dizia que gostava muito dela, mas isso não era o suficiente. No fundo sentia que Eriol tinha vergonha dela e isso a deixava mal, pois estava mudando por ele... apenas por ele. Suas roupas já não eram batas antigas e seu cabelo tinha um corte novo. Devia admitir que odiava o que vestia, mas se isso o deixasse satisfeito era isso que iria usar.
Não culpava Eriol... Sabia que fama tinha naquela escola. Além do mais ele sempre fora o menino popular e ela a estranha inteligente. Era dificil apagar um esteriótipo de uma hora para outra. Mas o que mais a deixava irritada era o fato de Eriol está sempre ao lado de outra garota. Admitia que sentia ciúmes... Um ciúmes descontrolado. Mas era por que ele lhe dava motivos. Era isso que fazia diferença... Ela amava mais do que Eriol, e isso a deixava insegura.
Mas sempre que discutia esse assunto com ele não terminava, pois seu amor por Eriol era cego de paixão e não conseguia nem ao menos questioná-lo sobre o que realmente sentia por ela.
-Posso entrar Tomoyo?-a voz delicada de Sakura soou na soleira.
Era dificil pensar em Sakura. Desde que Eriol entrara em seu pensamento não conseguia fazer nada a não ser pensar nele. Deixara os amigos para trás, e isso incluia Sakura.
-Claro Sakura...Essa casa também é um pouco sua.-falou ela sorrindo.
Cada dia que passava mais ficava preocupada com Tomoyo. Eriol era um bom garoto, mas não dava atenção merecida a sua grande amiga. E de um tempo para cá vinha percebendo que Tomoyo estava cada vez mais infeliz. Talvez pelo o fato do amor dela por Eriol está virando uma obsessão. E isso deixava Sakura com um grande complexo de culpa.
-Estava com saudades.-Sakura falou sentando na beirada da cama.-Sempre está tão ocupada na escola...
Estava sendo dificil para ambas. Tomoyo estava sentindo falta das longas noites que passava na sacada da casa de Sakura. A paixão a estava fazendo afastar dos amigos, e isso não era certo. Mas ao se lembrar dos dias contados que tinha com Eriol sua vontade era de grudar nele e aproveitar cada segundo daquele precioso tempo.
-Desculpa por ter me afastado amiga, mas é que...
-Eu sei Tomoyo.-Sakura interrompeu sorrindo.-Sei de seu relacionamento com o Eriol, e não posso deixar de me preocupar com isso.
Talvez sua mudança tenha chocado não apenas Sakura, mas a sua mãe também. Ninguém esperava que Tomoyo Daidouji, a garota mais inteligente e acanhada da escola, fosse se transformar naquilo que estava refletindo no espelho.
-O que está acontecendo com você Tomoyo?-a amiga perguntou com uma expressão triste no olhar.-Não vejo a mesma menina que conheci anos atrás... Isso está me deixando preocupada.
Nem ela mesma sabia onde estava essa garota. Estava feliz, mas era uma felicidade velada com o pessimismo e o ciúmes. Ela não era a garota que Eriol precisava... Ela era algo sem sentido que nem meio e fim tinha. Aquilo não era ela! O que então seria? Nem mais ela sabia.
-Não sei Sakura... Estou tão feliz, mas tem horas que olho para meu lado e vejo que tudo é vazio e fútil.-sussurrou olhando para o espelho.-Eu amo Eriol, mas ele não me ama...
Sakura tinha vontade de embalar Tomoyo no colo. Sua amiga estava confusa e extremamente apaixonada por um menino que talvez não era digno de tanta devoção e carinho. Talvez a idéia de Shoran não fosse tão boa como imaginava ser.
-Me sinto insegura... Sinto que estou sendo uma trouxa, que estou sendo ridícula por amar tanto uma pessoa que faz questão de falar para todo mundo que sou apenas uma boa amiga.-Tomoyo continuou levando a mão no rosto.-E o pior é saber que seu tempo está se esgotando...
Tomoyo sempre havia sido uma garota forte e determinada. Inteligente desde pequena sabia como todo mundo tinha certeza de que Eriol não era para ela. Sua amiga não sabia, mas Eriol saía todas as noites sozinho e fazia coisas que até ela duvidava. Preferia não escutar, pois não queria ter a certeza de que sua amiga estava sendo passada para trás. Não duvidava que Eriol sentisse algo muito forte por Tomoyo, mas sim duvidava da capacidade dele de retribuir o amor que era por ele destinado.
-Não chore Tomoyo.-Sakura pediu se ajoelhando nos pés da amiga.-Aconteça o que acontecer sempre estarei ao seu lado... Nunca irei deixá-la sozinha, pois você é minha irmã e minha única amiga.
Sentia um amor incondicional por Sakura, desde pequena a amiga fora seu foco favorito. Era a parte alegre e vibrante. Já tivera provas de que sempre poderia contar com ela, mas não seria ela a ajudar com seu problema com Eriol. Estava na hora de contar a verdade para Eriol. De dizer em alto e bom som o que sentia.
Sua vida era dividida em duas partes. Antes e depois de Tomoyo. Se sentia vil quando naqueles momentos de loucura cedia a tentação de estar com outra garota a não ser Tomoyo. Sabia que Tomoyo era delicada e educada, além de ter uma beleza de dar inveja a qualquer um. Então porque hesitava tanto em assumir seu namoro com ela? Sabia o quanto aquela situação a deixava triste... Então por que insistir em magoá-la?
-Como beija bem Eriol.-a voz enfadonha e chata soou tirando ele de seu devaneio.
Queria que aquela garota que mal se lembrava do nome sumisse da sua frente. Tinha ódio, mas não dela e sim dele... O repudiava por ser tão porco e desonesto. Não era honesto com Tomoyo. Afinal ele estava traindo ela. Sempre prometia que nunca mais a trairia, mas nunca cumpria com sua promessa. O que fazia dele um ser humano tão fraco e incapaz? Por que sempre magoava a única pessoa que queria proteger?
-Bem, eu acho melhor você ir com suas amigas.-ele falou em um tom seco.-Elas devem estar preocupadas.
Não queria que ninguém o pegasse ao lado daquela garota. Não queria em hipótese alguma que Tomoyo soubesse de sua escapada. Às vezes se perguntava de como tinha coragem de se olhar no espelho. No fundo ele era igual ao padrasto dela.
-Elas não estão nem ai comigo, Eriol.-a garota falou sorrindo.-Eu sempre sonhei com esse momento...
Ele queria se livrar daquele pesadelo. Voltar a ser o mesmo Eriol de dois meses atrás... Queria ter a mente e o coração livre. Queria poder deitar em sua cama e ter um sonho bonito, e não o mesmo pesadelo. Temia está colocando tudo a perder. Temia perder Tomoyo.
-Eu acho melhor você ir embora. Eu não tenho uma reputação muito boa na cidade... E uma garota como você ficaria mal falada se andasse ao meu lado.-deu uma desculpa.
-Eu não me importo.
Mas ele sim. Não queria que aquilo caisse no ouvido de Tomoyo. Não queria perder a única coisa boa que tinha por causa daquela menina. Não queria ser grosso, mas se precisasse seria. Aquele bar era muito freqüentado por alunos do colégio. Não queria que nenhum conhecido o pegasse ali com a menina.
-Mas eu sim.-disse se distanciando dela.-Eu tenho que ir...
-Espera...
Não tinha o que falar com ela, muito menos esperar. Será que a garota não se tocava que não queria nada com ela, de que para ele fora uma mera distração...
-O que foi?-perguntou impaciente.
-Sei que você não quer nenhum contato comigo e que não passei de um mero passatempo, mas seria pedir demais que me beijasse novamente? Pela a última vez...-pediu o enlaçando pelos ombros.
Devia dizer não, correr de todo ou qualquer contato fisico entre ele e aquela menina. Mas não podia dar motivos para falarem dele. O bar inteiro olhava para ele com um ponto de interrogação. Naquele momento sabia que não conseguiria escapar daquele beijo.
Sem dizer uma palavra, Eriol apenas correspondeu ao beijo da garota. Sabia que era o centro das atenções e rezava para que nenhum amigo de Tomoyo estivesse ali. Nunca mais beijaria garota alguma a não ser sua namorada.
-É isso mesmo garoto!- uma voz animada soou em suas costas.
O que mais queria naquele momento era desaparecer no ar. Mas isso era impossível. Dando as costas saiu do bar.
No fundo do salão, Isaki observava com atenção aquela cena patética que se formava em sua frente. Sentiu ódio e depois repulsa por aquele idiota. Nunca imaginara que o tão apaixonado Eriol namorado de Tomoyo a estivesse traindo na cara dura. Aquilo não iria ficar assim. Iria embora em no máximo duas semanas mais antes disso tentaria mais uma vez. Amava tanto Tomoyo que não seria capaz de vê-la fazendo papel de trouxa. Quem sabe ali estava sua segunda chance com ela.
Será você?
Que vai ver o tempo passar
E as mudanças ao nosso redor
Te conhecer, saber como é você
Há muito tempo para ver
O que tiver que acontecer
Espero sempre ter alguém
Especial como voc
Estava um caco depois da conversa reveladora que tivera com Sakura. Era como se tivesse tirado um peso de suas costas. Percebera que seu amor por Eriol não era uma doença... E que já não precisava se anular tanto por causa de um amor. Amava Eriol, mas não era certo ter que mudar sua vida por causa de uma paixão.
-Querida... sua mãe está a sua espera na sala.-a empregada falou sorridente.
-Já estou indo...-resmungou penteando os cabelos como a dois meses atrás.
Iria vestir a mesma velha roupa de antigamente. Voltaria ser a velha Tomoyo... Querendo ou não Eriol teria que gostar. Ou então ele que a deixasse, pois não gostava de ser insegura.
Recolocando os óculos, Tomoyo desceu as escadas decidida a expor seu ponto de vista pela primeira vez a sua mãe. Não queria deixar Tomoeda...Não queria deixar seus amigos e queria de todo o coração que Eriol se apaixonasse pela a verdadeira pessoa que era. Mas tinha consciência de que isso levaria tempo, e tempo era uma coisa que há muito não tinha. Essa auto-confiança a encheu de coragem para lutar por aquilo que realmente desejava.
Não tardou a chegar até a sala em que Sonomi a aguardava. Sua mãe era altiva e independente, mas nem sempre fora assim. Teve uma época de sua vida em que tudo se resumia no marido e na filha, mas o destino tirara aquele sentimento dela. Hoje sua mãe era uma espécie de roubo que agia por apenas um comando.
-O que deseja minha mãe?-perguntou friamente.-Elisa veio me acordar falando que a senhora queria falar comigo.
-Sim, preciso muito discutir um assunto com a senhorita.-falou sorrindo, mas não tinha nenhum sentimento.
-O que é de tal importância ao ponto da grande Sonomi esperar a sua humilde filha acordar para apenas discutir?-perguntou em tom de ironia.
-Não venha com ironia para o meu lado, Tomoyo... Eu não sou igual aquele moleque que você costuma andar.-rebateu satirica.
-Não estou sendo irônica minha mãe, apenas sincera...
-Não, você está sendo fria e mal educada... Deve ser reflexo de seu namoradinho.
Sua mãe não ousava a falar o nome de Eriol, mas não precisava ser gênio para saber que ela falava de forma irônica dele. Tinha suas dúvidas, mas sabia que tal assunto importante se tratava sobre Eriol. Na certa ela iria fazer um escândalo e depois a proibir de encontrar com o rebelde da cidade. Mas esse tipo de chantagem não funcionaria com ela... Já estava vacinada contra o veneno de Sonomi Daidouji.
-Não vejo motivo para a senhora falar tanto de Eriol. Suponho eu que ele não passe de um mero rebelde do outro lado da cidade.-falou sorrindo maldosamente.-Sabe mamãe? Aqueles garotos pobres e sem cultura em que mulheres de nossa posição costumamos namorar em nossa adolescência.
-Cale a boca Tomoyo.-rebateu nervosa.-Por Deus menina não venha com sete pedras nas mãos. Realmente tem razão, acho que uma garota de sua classe deve ficar longe desse tipo de gente, e é por isso que eu e seu pai...
-Não, não ouse em chamar seu marido de meu pai, pois ele não pode ser comparado ou auto intitulado meu pai sem meu concentimento.-disse nervosa andando de um lado para outro da sala.
-Por favor, Tomoyo seja coerente.-Sonomi disse.-Não seja tão agressiva com Daisuke... ele faz de tudo para...
-Me atormentar.-completou sarcástica.-Por Deus mamãe, não levo e nunca levarei em consideração o que aquele estranho fala.
-Isso não é verdade Tomoyo.- nervosa Sonomi acendia um cigarro.-Tudo o que pensamos e fazemos é apenas por você... Não há um dia em que não acordamos e não pensamos em seu futuro.
O tempo havia ensinado Sonomi ser dissimulada também. Não podia acreditar que eles se importavam tanto com ela. Ambos haviam ensinado a ela que na vida nada mais importava do que o poder. Nada tinha valor a não ser o dinheiro.
-Não seja hipócrita mamãe... Sei que nada para senhora importa a não ser sua empresa e seu marido.-falou amarga.-Eu sou apenas a filha problemática de seu falecido marido...
As palavras de Tomoyo foram interrompidas quando Sonomi desesperada a calou com um tapa no rosto. Não havia criado uma filha para ouvir tamanho desaforo. Havia se sacrificado naquela maldita empresa por nada.
-Nunca mais fale assim da minha pessoa Tomoyo.-falou se distanciando do corpo inerte da filha.-Eu não sou uma vagabunda que se casou com o seu pai por dinheiro. Eu amava ele... E por isso nunca serei capaz de esquecer o quanto fraco ele foi.
Tomoyo não sentia nada, apenas estava entorpecida. Nunca sua mãe havia erguido sequer um dedo para ela... Nunca havia se preocupado o suficiente para se incomodar com a própria filha. Sempre fria e distante nunca perdera seu precioso tempo para ir na escola ver como ia seu andamento escolar. Nunca havia se importado o mínimo com ela, e agora vinha com uma pose de madame para dizer a ela o que era bom e o que não era bom. E se isso não bastasse batia nela só porque havia falado a verdade.
-Meu pai não foi fraco...-sussurrou ela erguendo a cabeça.-Ele apenas não agüentou a barra que era ser casado com a senhora. Sempre altiva e poderosa nunca teve tempo o suficiente para nós.
Escutar aquilo vindo da própria filha era um tapa na cara. Sempre estivera o suficientemente ocupada para não se preocupar com a família. Embora seu falecido marido fosse seu grande e verdadeiro amor. Não podia ficar sentada bancando a mulher amorosa. Isso havia sido um dos fatores fundamentais para a morte e a sua união com Daisuke.
-Eu amava seu pai... E amo você. Durante anos trabalhei para que nada faltasse a você e a seu pai, mas agora vejo que fui imprudente. Devia ter ensinado a você boas maneiras, menina.
Não iria mais responder as provocações de sua mãe. Queria muito responder a altura, mas não tinha argumento, era sincera e não tinha o mesmo dom de mentir.
-Não estou aqui para discutir com a senhorita, minha filha.-disse.-Estou aqui porque eu e seu padrasto decidimos que vai viajar o quanto antes para Tókio.-informou indo até a porta.-Acho que agora não é a hora mais acertada para discutirmos os detalhes, mas hoje a noite teremos uma conversa sobre isso... E já está decidido Tomoyo.
Tomoyo ficou pálida...
-E outra coisa Tomoyo... Por favor, se afaste desse garoto.-falou abrindo a porta.-Não é uma ameaça, mas não se esqueça de que ainda tenho muito poder nessa cidadezinha...-concluiu batendo a porta.
As palavras desprezíveis de Sonomi fazia eco em sua cabeça. Tremia só de pensar que algo poderia a vir acontecer com Eriol... Sabia que ela era vingativa, e não mediria esforços para destruir a família de Eriol. Não queria ir embora... Mas o que podia fazer? Estava de mãos e pés atados.
Eriol aguardava ansiosamente a chegada de Tomoyo. Precisava de todas as formas falar com ela... Se declarar. Temia perder a única coisa de importante que havia acontecido há anos em sua vida. Demorara para perceber que nada mais tinha valor para ele se ela não estivesse ao lado dele.
Ela sempre seria a melhor coisa de sua vida. Mas de uma hora para outra começara a ter um pressentimento horrível... Só de pensar que poderia perdê- la para sempre o tirava do controle. Sabia que não havia agido corretamente com ela, mas de uma certa forma ele era um garoto que nunca conhecera de verdade o amor e que estava terrivelmente assustado com a intensidade de seus sentimentos por aquela menina. Mas a duras penas reconhecia que amava Tomoyo... E isso o deixava terrivelmente assustado. A perspectiva de perdê- la o apavorava.
Amava Tomoyo e isso o deixava aterrorizado.
-Como vai Eriol?-a voz cínica perguntou tirando-o de seus pensamentos.
Isaki Susuki nunca havia lhe dirigido a palavra até aquele momento. Era um mauricinho enjoado que se achava melhor do que todo mundo só por causa do pai rico. Nunca havia lhe direcionado nenhum cumprimento desde então.
-Bem...-sussurrou mal escondendo a estranheza daquele ato.
-Que bom, pois preciso te dar um recado que a meu ver não será muito bom para você.-disse sorrindo cinicamente.
Uma pessoa pra sempre admirar
Alguém que eu possa contar
Uma pessoa pra sempre admirar
Alguém pra sempre lembrar
Iriaencostaraquelegarotonaparede.Sabiaqueestavafazendoerradoaoalertaroinimigo,masnãopodiadeixardeveraexpressãodesesperadadele...Queriaqueeleexperimentasseumpoucodoseuveneno.Sabiaquetudoestavaacontecendoaseufavor...Oidiotahaviaseenforcadosozinhosemperceberotamanhodomalqueestavacometendoparasipróprio.
Oquepodiapensardeumgarotoquetraiaagarotamaisbeladomundo?Quepossuiaumbrilhopróprioqueeramaiordoqueamaquilagemouacordeseucabelo.Tomoyoeramuitomaismulherdoqueamulherzinhacom aqualpassaraanoitepassada.
-Comoassim,Isaki?-perguntouEriolcom ocenhofranzido.-Nãovejonadaquepossamefalarquevenhamecausartantoimpacto.
-Nãovejoisso,Eriol.-dissesorrindodeformasarcástica.-Masclaroquetalvezoquetenhaparalhefalarnãovenhaafetá-lo.Afinalvocsemprefoiumserhumanoquenuncatevenada a perder,porquenarealidadenuncatevenada.
Erioltinhaumagrandevontadedefazeraquelegarotoprepotentecalarabocacomumsocobemdado.Htemposquevinhasegurandoesseímpetoquasehomicida...IsakiestavasemprecercandoTomoyo.Semprequetinhaoportunidadeseofereciaparaajudá-la. Mas Tomoyo semprerecusavacompolidezeeducação...Elaeraumadamarealmente.Nuncachegaraasentirciúmes,eissooorgulhava.Masoquemaisopreocupavaeracomqueautoridadeaquelemolequefalavadaquelamaneiracomele.
-OlhaIsaki,nãotenhonadacontraasuapessoa,eachoqueambosnãotemosnada a falarumparaoutro.Afinalparamimpoucoimportaasuapalavra...
-Masdevia...-rebateununcaperdendootomsarcástico.-Poisseimuitascoisassobrevoceseupassado.
Ficandoalerta,Erioljnãosabiaoquepensava.Nãoforasanto,masaexpectativadaquelefatoteralgumaligaçãocomofatoocorridonobarnanoitepassadaodeixavanervoso.
-OlhaIsakinãoseiquandovocpegouessetipodeintimidadecomigo,masfiquesabendoquenãoaceitoessetipodejoguinhocomminhapessoa.-dissesecamente.-Oquevocpensaameurespeitonãomeinteressanemumpouco.
-SinceramentenãotenhonadacontravocEriol...-dissepensativo.-Masvocmerouboualgomuitoprecioso...Eessedelitonemeuoumeupaipodemosteperdoar...
Isakitinhacertainfluêncianacidade.SeupaitinhadinheiroosuficienteparacomprartodaTomoedaecidadesvizinhas.Masissonãoeraimportante.Afinaleleeraumserbaixo.Nenhumdinheirodomundocompraadignidade.
-Nãoseidoqueestfalando...-rebateuelesefazendodedesentendido.
-Sabesim.-disseagressivo.-VoctirouTomoyodemeusbraços...Vocroubouaúnicacoisadeimportantequetinha.EissoErioleujamaisireiteperdoar.
Eriol sentiu um vento frio passar por ele. Não precisava ser muito inteligente para perceber nos olhos do garoto como Tomoyo era algo muito importante para ele. Até entendia o motivo para aquele menino ter um certo ressentimento por ele...Mas não podia admitir que ele ousasse a fazer algo contra sua índole.
-Isso é patético.-Eriol resmungou.-Eu nunca quis tomar Tomoyo de você...nem ao menos sabia que ela tinha algo com você.
-Isso não importa Eriol. O que realmente importa é que ela namora e gosta de você...-disse cerrando os pulsos um no outro.-Ela te ama... e você não sabe dar o valor que ela merece.
Estava quase revelando tudo. Não via a hora de ver o desespero estampado naqueles olhos... Queria vê-lo se humilhando. Mas nada tiraria o gosto de vitória de sua boca. Faria Eriol terminar tudo com Tomoyo, de forma que ele levasse a melhor. Afinal uma menina carente e com o coração destruído sempre precisa de um braço amigo para se consolar.
-Por favor, Isaki. Não tenho tempo para suas ladainhas.-disse Eriol sarcástico.-Fale tudo de uma vez, quem sabe assim não podemos conversar mais calmamente sobre o assunto.
-Certo, realmente quero dar logo o meu recado a vossa senhoria.-falou sorrindo maldosamente.-Bem, Eriol eu estava ontem naquele bar quando beijou aquela garota...O mais interessante é o fato de que o senhor estava ou ainda está namorando Tomoyo.
Teve o prazer de ver o rosto antes com expressão sarcástica e confiante esmorecer em poucos segundos. Eriol não era burro, e sabia muito bem o que ele iria propor de agora em diante.
-Como...como assim?-gaguejou Eriol pálido.
-Não se faça de desentendido "amigo".-rebateu sorrindo.-Acho que Tomoyo ficaria muito decepcionada ao saber que o grande amor de sua vida andou pulando a cerca com outra em um estabelecimento público, do qual toda a cidade vai às quintas a noite...Acho que Tomoyo não o perdoaria se caso descobrisse que toda a cidade tem pena dela, pois enquanto dormia o namorado saia com outra.
Estava sonhando? Não queria acreditar no que estava acontecendo... Era um pesadelo, só podia ser. Se não acordasse agora mesmo não sabia o que iria acontecer...Estava desesperado, nervoso...
-Vejo que não tem palavras nem para se defender quanto menos para rebater. Isso quer dizer que agora tenho certeza que era você mesmo que estava no bar ontem a noite.-falou se aproximando de Eriol.-Então, vou ser duro e grosso com você.-tomando um ar prosseguiu.-Se afaste da Tomoyo...Termine com ela, ou simplesmente nunca mais olhe para ela...
-Você ficou maluco em pensar que vou terminar com Tomoyo.-rebateu nervoso.-Sei que errei, mas...
-Mas ela nunca ira te perdoar.
Nunca! Nunca iria deixar Tomoyo. Preferia morrer do que fazê-la sofrer. Ficaria grudado nela vinte e quatro horas e jamais iria deixar aquele menino se aproximar dela. Só de pensar que jamais iria vê-la já o deixava extremamente depressivo. Sabia o quanto Tomoyo era boa e não merecia ficar sabendo jamais de seus atos impensados. Conviveria com tudo menos com o desprezo dela.
-Você não tem esse direito.
-É claro que tenho. Eu sim é que amo e venero Tomoyo, nunca seria capaz de enganá-la de forma tão vil e fugaz como você o fez.-disse rancoroso.-Tenho pena da minha linda Tomoyo, pois virou algo que não é ela e tudo por sua causa. E é daquela maneira que você a trata. Pois bem Eriol, para o seu bem se afaste dela, pois eu irei contar toda, mas toda a verdade sobre você a ela...Até mesmo do desvio de dinheiro do qual seu querido pai participou e do qual levou o pai de nossa menina a morte.
-Você não pode fazer isso.
-Posso sim! Tanto tenho o direito como vou fazer.-disse.-Claro...se caso você não terminar com ela.
Um trovão caiu sobre sua consciência... Não tinha saída. Estava nas mãos de Isaki. Sabia que não havia agido certo com Tomoyo. Escondia várias coisas dela...Inclusive aquele fato desagradante e que até hoje nem mesmo seu pai soube explicar. Tinha defeitos, mas amava aquela garota. Não tinha motivo para fugir desse sentimento.
-Não...não posso fazer isso...
-Pode sim. Dou um prazo de no máximo dois dias para você acabar tudo com ela.-ameaçou ele.-Caso ao contrário eu irei contar toda a verdade a ela. Garanto que você será o único responsável pelo o sofrimento dela.
Era responsável não apenas pelo o sofrimento dela, mas também pelo o seu próprio. Naquele momento se sentia tão fraco e sem poder nenhum que não tinha forças nem para falar. Não teria coragem de fazer Tomoyo sofrer... Não seria tão frio ao ponto de ceder a uma chantagem. Mas não se sentiria nada bem se Tomoyo soubesse da cachorrice que seu pai e Daisuke criaram para destruir a empresa e lamear o nome da família Daidouji. Daisuke ironicamente era o único que havia ganhado com aquela sujeira toda, pois seu pai continuava sendo um mísero trabalhador braçal.
-Pense bem Eriol... O único que ira perder é você, pois além de fazer Tomoyo sentir um ódio mortal pela a sua pessoa, vai estar literalmente jogando-a em meus braços.-falou sarcástico se distanciando.
Eriol tinha a vontade de socar aquele sorriso falso daqueles lábios venenosos. Mas conteve a vontade, pois não queria sujar as mãos com o sangue impuro e podre de Isaki. Não queria se contaminar com a doença chamada despeito.
-Mais dois dias apenas, e nada mais do que isso.-concluiu se distanciando.
Sozinho novamente, Eriol pode dar vasão a seu medo e receio... Estava com a corda no pescoço. Havia várias coisas que pesava contra ele, e sabia que não agüentaria ter que olhar para Tomoyo e ver os sinais de tristeza e desconfiança nos olhos dela. Mais uma vez teria de desistir do seu amor...Mas daquela vez teria o gosto mais amargo, pois amava Tomoyo como nunca havia amado outro alguém.
-Eriol...-a voz ofegante e delicada de Tomoyo soou em suas costas.-Estava aqui... procurei pela a escola toda...
Eriol virou em automato. Seu corpo era tão ou mais tenso quanto a corda de um violão. Estava perdido, mas mesmo assim tudo iria acabar o mais rápido do que imaginava. Já não podia mais conviver com o medo...Teria que dar um fim nele antes que tudo chegasse ao fim realmente trágico.
Há muito tempo para ver
O que tiver que acontecer
Espero sempre ter alguém
Especial como voc
Tomoyo se sentia livre como uma borboleta quando aceitou a proposta de não assistir a aula para ficar com Eriol no lago. Nunca tinha feito isso, mas podia garantir que era uma sensação maravilhosa. Estava fazendo algo que nem mesmo sua amiga mais íntima poderia desconfiar.
Com certeza todos ficariam surpresos ao saber que a santificada Tomoyo saíra as escondidas com o namorado.Seria no mínimo hilário ver a cara da mãe ao receber aquela notícia. Na certa Sonomi ficaria pálida e depois passaria para vermelha. Às vezes tinha certeza de que Eriol fora a única coisa de bom que havia acontecido em sua vida...Ele fizera transpor barreiras e pensar mais nela. Claro que tudo tinha o lado ruim, mas nada que ela não poderia mudar. Já havia começado... havia voltado a ser (entre aspas) a antiga Tomoyo que usava roupas estranhas e um óculos desproporcional a seu rosto. Era assim que era, era assim que seria. Mas tirando esse problema, o resto tudo ocorria como deveria ocorrer.
Mas o que mais a assustava era que Eriol dirigia com um ar sério, até mesmo ( para ser exagerada) com um ar de desespero. Percebia que seu menino lutava contra um fantasma internamente. E isso a deixava insegura e com um sentimento de culpa, já que ela teria que dar a ele uma notícia nada agradável. Queria que arranjassem uma solução juntos. Sabia que não poderia ficar sem Eriol...
-Chegamos...-Eriol sussurrou tirando a chave que estava ligada ao carro.
-Nunca pensei em voltar para esse lugar.-ela falou tentando abrir a porta.
Eriol educadamente pegou as mãos dela com doçura exagerada. Em seguida levou até os lábios. Ele sabia que aquele era um dos últimos toques que daria nela, e queria ter um bom motivo para recordar daquela menina maravilhosa quando ficasse velho e sozinho.
-Eu também não...-revelou ele soltando a mão dela.-Nunca mais pensei em voltar aqui sem você...-declarou abrindo a porta do carro.
Tomoyo sentiu o coração bater descompassado no peito. Eriol nunca havia falado com tanta doçura para ela como naquele instante. Ele não havia soado falso como das outras vezes. Ele estava profundamente emocionado o que a deixou mais nervosa. Tinha medo do que ele tinha para lhe falar. Fixou bem no perfil dele quando ele em um gesto bonito abriu a porta para ela.
-Quero te mostar algo que nunca mostrei para ninguém.-disse ele pegando em suas mãos.
Eriol sentiu um bem estar grande, ao mesmo tempo um desespero velado por tudo está próximo do fim. Queria oferecer a ela um momento inesquecível para nunca mais ela se esquecer dele. Era a única maneira que conhecia para pagar pelo o menos um terço do que ele a faria sofrer de agora em diante.
-Fecha os olhos.-pediu Eriol ansioso.
Tomoyo fechou os olhos, porém, estava intrigada. Eriol parecia muito distante...parecia que tinha uma revelação dolorosa para falar. Ele tinha algo que o pertubava muito... E aquela certeza a deixava nervosa.Amava Eriol como jamais amaria outro homem. E mesmo com sua pouca experiência com o sexo oposto sabia que naquele momento tão íntimo nada mais tinha afazer a não ser se entregar.
-Eriol... aonde está me levando?-perguntou sentido o ar mais rarefeito da mata.
-Confie em mim.-ele pediu não escondendo o sorriso.-Dou minha alma ao demônio se você não gostar do lugar que estou te levando.
Ela não tinha o que temer estando ao seu lado. Conhecia aquela reserva como ninguém. Poderia estar cego, mas nunca se perderia no meio daquelas matas. Aquilo era seu único sonho naquele momento... Quando tivesse algum dinheiro compraria tudo aquilo para ele. Seria uma forma de viver sua solidão sem ser incomodado por ninguém.
-Pronto chegamos.-disse ele soltando as mãos dela.-Pode abrir os olhos agora Tomoyo.
Abrindo os olhos lentamente, Tomoyo teve a visão mais linda de sua vida. Estava no alto de um muro que dava para ver toda a beleza de Tomoeda e mais a beleza singela do bosque. Era magnífico... Realmente nunca iria esquecer daquele momento...
-Lindo...-sussurrou ela indo mais adiante.-Obrigada por ter me presenteado com isso, Eriol.-concluiu sentando no chão.
Naquele momento não se importou com sua roupa, ou muito menos com sua segurança. Queria apenas aproveitar aquele momento inesquecível. Pois tudo não seria o mesmo daqui em diante. Sabia disso e via a mesma certeza nos olhos de Eriol.
-Sempre soube que você iria gostar daqui.-disse ele sentando ao lado dela.-Sei que somos diferentes em vários aspectos, mas nesse tenho certeza de que somos iguais.-falou sorrindo.
Tomoyo se deixou levar pelo o charme e inteligência de Eriol. Realmente nunca foram iguais. De fato ambos tinham gostos diferentes, amigos distintos um do outro. Mas mesmo assim não podia deixar de amá-lo. Às vezes tinha que dar razão àquele antigo provérbio... os opostos se atraem. Aquilo nem mesmo a fisíca ou a química poderiam explicar.
-Acho que somos muito parecidos um com outro-falou Tomoyo mordendo os lábios.-Se não nunca teriamos ficado juntos.
-Realmente.-concordou ele.-Mas... precisamos conversar...
O coração dele pulsava descontroladamente. A hora de por um ponto final em tudo estava chegando...Seria aquele o momento ideal para ferí-la, e fazê-la odiá-lo para sempre.
-Eu sei...-disse ela triste abaixando a cabeça.-Estava a espera dessas palavras desde o começo.
Tomoyo estava preparada para o pior... Tinha a mais absoluta certeza de que o teor daquela conversa ira marcá-la para sempre. E por isso mesmo não estava deixando a emoção tomar conta da razão.
-Como queria que tudo fosse fácil.-sussurrou ele pegando as mãos dela.-Como queria que tudo fosse diferente, mas não posso mais negar o que sinto por você, Tomoyo.
Sentindo as mãos dele tremerem, Tomoyo começou a sentir uma grande vontade de fugir para bem longe dali. Ele não precisava fazer uma grande peça teatral para falar que não a queria mais.
-Depois de muito pensar sobre nós. Resolvi que estava na hora de terminarmos tudo...-disse com a cabeça baixa. Não iria conseguir ver a feição sofrida dela.
-Como... Como assim?-ela perguntou sentindo os olhos lacrimejantes.
Tomoyo sentiu um grande aperto no coração. Transformou seu medo em palavras que saídas pela a boca dele tinham o poder de mil facadas em seu peito. Ele havia repensado e revisto e percebido que não mais gostava dela... Aquilo era apenas uma brincadeira de mal gosto.
-Você é bem diferente de mim,Tomoyo.-disse não olhando para ela diretamente nos olhos.-Você é inteligente e rica, e eu não sou nada perante a você...-pausadamente ele falou.-Você é tudo o que não sou, e por isso merece algo melhor do que eu poderia lhe dar.-concluiu amargamente.
-Mas...mas isso não é motivo.-falou nervosa.-Você não tem o direito de brincar dessa maneira com os meus sentimentos...
Não, ele não tinha o direito de ficar com ela, ou muito menos de fazê-la sofrer. Só Deus sabia o quanto sofria por isso... Só Deus tinha a capacidade de saber o quanto duro era pronunciar que não gostava dela, quando tinha certeza de que não poderia viver sem ela. Tudo estava errado... E ele não tinha o poder de consertar.
-Por favor, não chore...-falou ele limpando as lágrimas que ameaçavam a cair dos olhos dela.-Eu não mereço sequer uma lágrima sua.
Ele abraçou Tomoyo como nunca antes. Não podia mais fazer nada a não ser se consolar por ter perdido a pessoa que mais gostava no mundo. Tinha a esperança de que o destino encarregasse de uni-los novamente. Viveria apenas para aquele dia que ficariam juntos novamente.
Continua...
