"O ANIVERSÁRIO DE HARRY"
Harry acorda como de hábito no meio da noite depois de um sonho em que Hermione o repreendia por sair pelo castelo à noite e tirava 50 pontos da Grifinória por causa disso. "Tenho mesmo um problema", pensa ao se lembrar do sonho. Ele se levanta e vai para a janela, aproveitar a brisa da noite, quando nota algo se aproximando e se afasta para dar passagem a várias corujas; entre elas ele reconhece: Errol, Hermes e a pequena Pichi, além de um belo mancho pardo que não conhecia mas descobriu ser de Hogwarts. Curioso em saber o por quê dos Weasley terem mandado todas aquelas corujas, ele começa a soltar os pacotes começando pela de Hogwarts, que quando se vê livre, sai imediatamente pela janela. Depois solta as outras corujas, (levando o coitado do Errol para a gaiola de Edwiges, para descansar), então se volta para as entregas: a coruja de Hogwarts tinha, além da carta habitual com a lista de materiais para o quinto ano, um presente de Hagrid: uma flauta mágica para encantar animais: "Serve para qualquer animal não mágico, e alguns poucos pequenos animais mágicos", estava no bilhete. Os Weasley por outro lado tinham se superado: Pichi tinha trazido um cartão da Gina feito por ela mesma que cantava com uma voz melodiosa: "Parabéns para você". E uma carta de Rony (a primeira desde que respondeu dizendo que não havia gostado da idéia que a Mione havia tido para que conseguisse levar Harry para sua casa).
HARRY,
Então, está ficando velho, heim amigo! Desculpe não ter escrito antes, mas desde que você-sabe-quem voltou tudo tem ficado muito confuso ("É, mas pra Mione você escrevia" - pensa Harry), não sei se você tem acompanhado o que vem acontecendo, mas os Comensais da Morte já fizeram cinco ataques desde que o Lorde das Trevas voltou; todos estamos muito preocupados, papai e Percy nem param mais em casa, por isso é que eu não pude ir para a festa de seu aniversário. Mas de qualquer modo, meus parabéns, você deve ter notado que estamos mandando muitos presentes, foi a mamãe que insistiu: "O coitadinho merece, espero que estejam tratando ele bem", ela vive dizendo. Como reparou estou mandando o meu presente junto a um cartão da Gina, depois você me mostra o que ela escreveu pois não me deixou ver de jeito nenhum e estou muito curioso.
Um abraço,
Rony.
Harry fica pensando no que será que o Rony quis dizer com: "Não posso ir a festa de seu aniversário"; mas concluiu que logo, logo saberia. Resolveu então abrir o presente do amigo que, apesar de pequeno, era bastante interessante: uma miniatura de uma Firebolt que flutuava de verdade, como aquelas que ele tinha visto no final da copa mundial no ano anterior, na qual estava uma miniatura dele mesmo montada em cima.
Hermes trouxe um cartão de parabéns bastante formal de Percy, junto com um exemplar do "ESTATUTO DE SIGILO DA CONFEDERAÇÃO INTERNACIONAL DOS BRUXOS". "Realmente estava precisando", pensa ironicamente o garoto. Além de várias "Genialidades Weasley" dos gêmeos, com um cartão: "Ao nosso grande, bondoso, inteligente e generoso patrocinador; algumas novidades que ajudou a criar". Harry ficou feliz com os elogios, mesmo sabendo que eram apenas de gozação.
Por fim, Harry abriu os presentes do Sr. e da Sr.ª Weasley que Errol havia deixado cair (literalmente falando) em sua cama: um dos já conhecidos suéteres da Sr.ª Weasley (verde com um leão na frente) junto com várias barrinhas de chocolate feitas em casa e um rádio bruxo que funcionava sem pilhas (que os bruxos nem conheciam).
Muito feliz com os presentes, ele começa a arrumar sua cama (que estava completamente coberta de embrulhos), mas quando já estava deitado sente sua cicatriz doer novamente; não era bem uma dor, era mais como um queimado; instintivamente o garoto leva a mão à testa, e fecha os olhos tendo então uma rápida visão, (muito embora o termo "visão" não seja muito apropriado, era mais uma sensação do que outra coisa) de um lugar ao leste de onde estava, que ficava a cerca de 200Km dali; não tinha idéia de como sabia disso mas tinha plena certeza da localização. Já era a sétima vez que isso acontecia desde que voltara de Hogwarts e, como das vezes anteriores, pretendia não contar para Hermione (não queria deixar a amiga preocupada já que ela estava se esforçando tanto para anima-lo). No entanto, do mesmo modo que veio, a sensação se foi e repentinamente sua cicatriz voltou ao normal; nessa hora se lembra da carta de Rony: "Os Comensais da Morte já fizeram cinco ataques desde que o Lorde das Trevas voltou", ele estava sim acompanhando o que acontecia, um dos muitos novos hábitos que adquiriu depois do torneio foi o de assistir noticiários e ler jornais (mesmo que depois de seu tio tê-lo amassado todo e de Duda pegar as páginas de quadrinhos), e na casa dos Granger ainda comparava as noticias "Trouxas" com as que saíam no "Profeta Diário" que a amiga assinava, embora ela tentasse esconder o jornal para que ele não visse as noticias, "Você devia descasar e parar de se preocupar com estas coisas, vamos deixar o Prof. Dumbredore cuidar disso", ela sempre dizia). Assim estava bem ciente que os vários "acidentes" ocorridos entre os trouxas, não eram bem acidentes, apesar do Ministro da Magia afirmar categoricamente que: "A situação esta completamente sobre controle, logo teremos colocado todos estes baderneiros em Azkaban"; mas o garoto sabia que só iria piorar daí em diante, e que os "baderneiros" não estavam agindo aleatoriamente como afirmava o ministério, mas sob as ordens de seu mais antigo e perigoso inimigo: Lorde Voldemort.
Com esses pensamentos o garoto nem reparou que o dia já amanhecia, mas foi trazido ao presente por uma linda garota que acompanhada dos pais entra em seu quarto cantando alegremente: "Parabéns para você".
A garota senta ao seu lado na cama e lhe dá um longo abraço, o que faz com que o garoto note que trocara de perfume (embora não soubesse por que prestara atenção a esse detalhe), depois de lhe dar um beijo no rosto entrega o seu presente: um livro (para variar) sobre quadribol (logicamente ela sabia que era seu assunto preferido). Do Sr. e da Sr.ª Granger ganha: ROUPAS, muitas, mas muitas roupas, uma verdadeira mala de roupas.
- Agora você já pode jogar fora estas roupas velhas querido – diz a Sr.ª Granger.
- Obrigado eu..., eu não sei o que dizer... – responde emocionado.
- Não precisa agradecer, você merece. Se arrume logo e desça que estaremos te esperando para o café. Pode deixar suas roupas velhas ali no canto que depois eu peço para a Sheila vir buscá-las.
Enquanto calçava um de seus novos ténis (ganhara dois pares) o garoto se olha no espelho se achando um tanto estranho com aquelas roupas, estava mais que acostumado com as roupas folgadas que sempre herdava do Duda, mas com certeza era muito boa a sensação de estar usando algo SEU e não herdado. Antes de sair lembrou-se de escrever ao Prof. Dumbredore contando que sua cicatriz havia doído novamente, e como Edwiges ainda não voltara, despachou a carta por Hermes, (Pichitinho ficou bastante afoito para fazer a entrega, nas o garoto não confiou um assunto tão importante assim à pequena coruja), dizendo que de lá poderia voltar à casa dos Weasley.
Depois desceu para o café; assim que pôs os pés na sala de jantar o garoto pára de chofre diante do que vê: sobre a longa mesa de jantar estava o mais belo café da manhã que já havia visto (com exceção talvez do de Hogwarts) e bem no centro da mesa um enorme bolo de aniversário; ainda parado à porta, percorre os olhos pelo aposento e nota que todos estavam à mesa o aguardando, incluindo Sheilla (os Granger faziam questão que ela se sentasse à mesa com eles); ao lado dela estava Hermione que parecia extremamente surpresa ao ver o garoto e o encarava de boca aberta.
- Ah! Finalmente desceu, estávamos te esperando – diz a Sr.ª Granger sorrindo – Vejo que as roupas serviram, ficaram muito bem em você. Não concorda Mione? Mione?
- Quê? – a garota parecia acordar de um devaneio.
- Eu perguntei se você não concorda que o Harry ficou muito bem nas novas roupas.
- Ah, sim, sim ficou muito bem, muito bem mesmo! – diz por fim a garota numa voz um tanto diferente da que normalmente usava.
Depois do rico café, eles saíram para comemorar o aniversário do garoto. Harry estranhou um pouco o roteiro: "Só mesmo os Granger para acharem que uma visita a um museu é um bom programa de divertimento para um adolescente!" – pensa. No entanto, para a sua surpresa, o passeio foi muito divertido, provavelmente por causa da garota que, de braços dados com ele, fazia comentários bastante divertidos (coisa que ele não esperava dela) sobre as obras (a maioria das quais ele achava horríveis, embora houvesse algumas que ele chegou a apreciar). Depois do museu, foi a vez de irem ao zoológico, onde novamente a garota demonstrou seu enorme conhecimento:
- Olhe só as hienas, sabia que por muito pouco elas não roubam dos leões o título de rei dos animais? - Harry achou tal declaração um tanto absurda, no entanto quando disse isso à garota ela afirma com convicção:
- Mas é verdade! As mandíbulas delas são mais fortes que as dos leões, e suas patas dianteiras também são bastante fortes, no entanto suas patas traseiras – diz apontando para o animal – São pequenas, lentas e desengonçadas, de modo que não podem correr muito, assim em vez de caçadores, elas são carniceiras, normalmente elas ficam com as sobras, limpando o que outros carnívoros deixam pra traz.
Um lixeiro que ri – complementa o garoto enquanto caem na risada.
Durante o passeio o Sr. e Sr.ª Granger sugeriram que passassem no setor dos répteis que os garotos prontamente recusaram (não tinham boas recordações, principalmente das cobras); no mais, foi um dia bastante agradável que Harry queria que durasse para sempre, mas como havia aprendido a duras penas no ano anterior, o tempo parece correr quando mais se quer que fique parado, assim, logo estava anoitecendo; mas para a sua surpresa (e alegria) os Granger afirmaram que o dia ainda não tinha acabado, e que à noite ele e Mione teriam "um passeio a dois" (só então se lembrou que oficialmente os dois estavam namorando), que incluía uma sessão de cinema e um jantar "romântico". Assim, após se arrumar, seguiu de táxi com a garota (que ele reparou se arrumou lindamente para a ocasião) para a primeira parte do "itinerário": assistir a um filme (que nunca soube do que se tratava, pois estava completamente concentrado na garota ao seu lado, que havia apoiado a cabeça no seu ombro durante toda a sessão), depois foram jantar em um agradável restaurante, onde conversaram animadamente a luz de velas, o que dava um clima realmente romântico ao local, "É uma pena que não estejamos realmente namorando, pois assim poderíamos aproveitar mais a ocasião" pensa Harry durante o jantar (mesmo sem saber o por quê). O dia pareceu ao garoto ser extremamente rápido e, após pagarem a conta, voltaram para casa da garota, que se despediu dele à porta de seu quarto com um beijo em seu rosto (que não sabia por quê gostou mais que os anteriores) e foi dormir. Antes de se deitar, Harry escreveu uma carta de agradecimento aos Weasley pelos presentes (ainda não tinha feito isso) e incluindo uma carta a Rony contando o seu dia e o fato de Mione ter ficado bastante ofendia com ele por não ter vindo ao aniversário do amigo e o alertando que, se queria poder olhar no rosto da amiga novamente, era bom nem pensar em faltar a festa de aniversário dela (que apesar de ser em setembro, fora adiantada para uma semana antes do início do ano letivo), ressaltando que para as garotas trouxas a festa de quinze anos era importantíssima. Despachou as cartas por uma bastante agitada Pichi (Errol ainda não tinha se recuperado da viagem de vinda). Nesta noite ele não teve nenhum pesadelo, só belos sonhos do dia com "sua melhor amiga".
Eu vi isso em um desses documentários sobre os animais da África, portanto não me responsabilizo pela informação.
