CAP 9

"NOVAS SENSAÇÕES"

Harry foi dormir muito feliz naquela noite, pregou uma peça em Edward e ainda não precisou dançar com Dagmar. Sua alegria, no entanto, dura pouco.

Harry acorda gritando no meio da noite com sua cicatriz doendo (tá certo que ele vinha acordando sempre mas não desse jeito). Automaticamente leva a mão à testa cuja dor era tão intensa que o obriga a fechar os olhos, nessa hora ouve a porta abrir de trepido. Era Hermione, que tinha ouvido seu grito no quarto ao lado e veio correndo saber o que havia acontecido, e se senta ao seu lado.

Harry, o que aconteceu? – pergunta aflita.

Ah Mione, foi horrível, ele matou toda aquela família sem piedade, como pode existir alguém assim? – responde sem abrir os olhos, abraçando a menina.

Tudo bem, já passou, eu estou aqui e não vou te deixar – fala a menina com uma voz maternal.

Por que eu tenho que ver estas coisas, já não basta tudo que eu passei? – a garota não responde apenas o abraça com mais força.

O que o incomodava não era a dor em si, estava acostumado com ela, mas sim o sonho que teve cujas imagens lhe assombravam a mente. Fica abraçado a ela por muito tempo, quanto ele não sabia precisar, porque precisava de seu carinho mais que qualquer outra coisa; finalmente, mais calmo, ele a solta e se afasta um pouco para agradecê-la. Assim que a encara, no entanto, arregala os olhos.

A garota usava uma camisola rosa, sexy e semitransparente, de modo que dava pra se ter uma boa idéia (na verdade uma ótima idéia) de como era o corpo da garota. Tá certo que ela nunca teve pudor em entrar no quarto dele (o que Rony nunca concordou) mas daí a estar vestida desse jeito já era demais. "Se estivesse só de calcinha não faria muita diferença" pensa Harry, enquanto que seus hormônios, na briga diária que travavam com sua consciência, sua culpa, seu senso de responsabilidade ou no caso com os horrores que somente uma guerra podia trazer, levam a melhor, e tratam de deixar isso bem claro: seu coração começa a bater forte no peito, ele sente um calor que nunca antes havia sentido percorrer todo o seu corpo, alem de outros sinais bem maisvisíveis. Rapidamente o garoto trata de fechar os olhos para tentar se acalmar, mas a garota interpretan mal sua reação e comenta:

Não se preocupe, Harry, eu tenho certeza que logo vai superar isso. Antes do meu aniversário eu sei que já vai estar rindo e aprontando por ai como fez hoje com o Edward – dizia enquanto passava a mão carinhosamente no rosto do garoto, o que só piorava a situação do pobre coitado, que ciente que não sairia fácil daquela situação discretamente pega seu travesseiro e o coloca em seu colo.

Tudo bem, Mione, já passou, desculpe se te acordei.

Não se preocupe, eu já estava acordada e vim correndo quando ouvi o seu grito.

Já estava acordada? Mas, são duas da manhã. – se surpreende Harry, olhando o relógio – O que estava fazendo uma hora dessas?

Bem..., eu estava estudando, você sabe, esse ano vamos ter os NOMs. – responde a garota ficando vermelha, o que deixa Harry desconfiado, mas sabendo que não conseguiria arrancar nada dela e querendo que ela saísse logo do seu quarto para poder se livrar daquela situação embaraçosa em que se encontrava resolve não insistir.

De qualquer maneira desculpe ter de incomodado, agora é melhor você voltar para o seu quarto, o que seus pais iriam pensar se te pegassem aqui no meu quarto a essa hora? – diz em um tom de brincadeira, muito embora sua mente estivesse formando muitas imagens do que os Granger poderiam pensar e seu corpo lutasse com sua força de vontade para tornar aquelas imagens em realidade.

Tudo bem mesmo com você, Harry? – o garoto responde com um aceno de cabeça – Então é melhor voltar mesmo pro meu quarto, se precisar de mim eu estou aqui do lado, não importa que hora seja, e só me chamar que eu venho correndo, está bem? Então boa noite – disse isso e lhe deu um beijo no rosto, um beijo inocente como o que sempre dava no garoto, no entanto o efeito foi completamente diferente do que ele estava acostumado. Embora sempre gostasse dos beijos da garota, aquele tinha feito seu sangue ferver e ele teve que fincar as mãos no colchão para se controlar.

Boa noite – responde com uma voz que tentava parecer normal. E vendo-a sair de seu quarto respira aliviado. Ele se levanta e pega sua toalha e seu roupão e vai para o banheiro tomar um banho frio para poder se acalmar.

O restante da semana foi um verdadeiro suplício para o pobre garoto. Sempre que se aproximava da Mione sentia um calor percorrer todo o seu corpo, e o fato de estarem fingindo um namoro e conseqüentemente estarem sempre juntos só piorava a situação. As aulas de dança felizmente acabaram porque a garota (fingindo muito bem uma namorada ciumenta) não queria saber dele dançando com sua prima o que foi um alívio. Mesmo assim, estavam sempre de mãos dadas e ela vez por outra lhe dava um beijo no rosto (normalmente quando um dos seus primos estava olhando). Assim os dias pareciam se arrastar, Harry ficava sempre dizendo pra si mesmo: "só mais alguns dias, só mais alguns dias". Então finalmente o fim de semana chega e eles vão se encontrar com os Weasley.

Acompanhados do sr. Granger, Harry, Mione e os jovens Ferrie chegam ao Caldeirão Furado, que deixa Dagmar com cara de desgosto.

Não gosta daqui, Dagmar? Não se deixe levar pelas aparências. Uma coisa que deve aprender é que no mundo da magia as coisas nem sempre são o que parecem. – disse Harry – Bom dia, Tom, os Weasley já chegaram? – pergunta agora para o homem no balcão.

Ah, bom dia sr. Potter (várias cabeças se viraram para o garoto que, como sempre, fica um pouco constrangido). Sim, eles já chegaram, Molly acabou de passar aqui e disse que estariam esperando próximo ao Gringotes.

Obrigado, Tom. – agradece o garoto antes de se dirigir ao fundo do bar.

Só está piorando, não bastasse termos que entrar em um bar imundo, agora estamos em um corredor que a única coisa que tem e uma lata de lixo ainda mais imunda. – fala com nojo Dagmar.

Eu pensei ter dito que as coisas não são o que parecem, mas parece que você quer uma prova. Pois bem... – responde chateado Harry enquanto dava três batidas com sua varinha no tijolo na parede, abrindo assim a passagem. – bem vindos ao Beco Diagonal. – fala com uma voz teatral. Os Ferrie ficam boquiabertos diante do que vêem e Harry não podia culpá-los, afinal, ele mesmo tinha ficado assim da primeira vez que tinha vindo aqui, mas desde o terceiro ano ele conhecia todo o beco como a palma de sua mão, devido a um incidente que ele não gostava de lembrar. – Vamos primeiro ao banco que eu preciso tirar um pouco de dinheiro da minha conta e depois tentamos encontrar os Weasley.

Parece que não vamos precisar procurar muito. – disse o sr. Granger, apontando para alguns pontos vermelhos que vinham em sua direção.

Harry, meu pobre garotinho – começou a dizer a srª. Weasley assim que chegou até eles, abraçando-o sem nem mesmo dar atenção aos outros presentes - como você está? Estão te tratando bem? Você esta tão magro, tem se alimentado direito?

Mãe, solta ele, deixe o coitado respirar que ele responde as suas perguntas. – fala Rony tentando ajudar o amigo.

Tudo bem, Rony, eu não me importo – dizia Harry que realmente tinha gostado da atenção recebida embora estivesse um tanto envergonhado – além do mais, a Mione me fez as mesmas perguntas quando me viu. Eu estou ótimo, Srª Weasley, a Mione os pais dela estão me mimando tanto que eu já estou ficando mal acostumado – diz com um sorriso enquanto a garota e o pai dela ficaram encabulados. – É muito bom ver todos vocês – fala agora para Rony, Fred, Jorge, e Gina (tornando-a vermelha) que estavam atrás da mãe. Só então Harry se deu conta do quanto havia crescido, ainda estava mais baixo que Rony (que depois de Crabbe e Goyle era o mais alto do ano) mas a diferença entre os dois caiu bastante.

Também estamos muito emocionados em vê-lo – começa Fred

É, realmente emocionadíssimos com este reencontro – finaliza Jorge com um suspiro e uma voz que fingia muita emoção, colocando as mãos no peito e arrancando risos de todos.

Parem com isso, vocês dois – repreende a srª Weasley – venha, Harry querido, vamos ao banco. Depois podemos fazer nossas compras.

E assim fizeram, todos entraram no Gringotes, enquanto o sr Granger trocava libras por galeões, os outros tomam os vangotes. Harry foi acompanhado de Rony e Mione (que insistiu em ver o cofre do garoto) bem como os primos dela, enquanto que os outros Weasley iam em outro vagão para o cofre deles.

Até que enfim vou poder ver o seu cofre, Harry, quero ver se tem tanto dinheiro quanto me contaram.

Não sei o que te contaram, Mione, mas eu posso garantir que não tem muito dinheiro lá – fala Harry pensando que seu cofre deveria estar quase vazio depois de o sr. Granger ter feito a retirada para poder comprar o presente da garota.

Ele está sendo modesto, é a única pessoa que eu conheço que tem vergonha de ser rico, vocês vão ver, ele tem uma montanha de dinheiro – falava Rony enquanto eles chegavam no cofre.

Para de dizer besteira, Rony, olha só, não tem tanto dinheiro assim – ia dizendo Harry enquanto seu cofre era aberto.

Todos (com exceção de Rony) se assustaram com o que viram; principalmente Harry, que fica paralisado na frente do cofre enquanto os outros diziam coisas como "ah!", "nossa!", "incrível!" e outras do gênero. O motivo de tudo é o fato do cofre do garoto estar ainda abarrotado de ouro, na verdade parecia que havia ainda mais dinheiro do que da última vez que havia sido aberto. "Como é possível? Será que o sr. Granger não comprou o meu presente?" pensa o garoto, enquanto enchia um saco com dinheiro. Colocou bem mais do que costumava para poder comprar outro presente para a garota caso suas suspeitas fossem verdadeiras.

Depois de saírem do Gringotes, foram as compras. Depois de comprar uniformes novos (Mary precisava de um e os de Harry e Mione estavam curtos) e todos os seus materiais, passam o resto do dia se divertindo no beco. Voltaram para a casa dos Granger, que deixou os Weasley um tanto encabulados com seu tamanho. Pouco depois do anoitecer, Percy passou lá para deixar as coisas dos garotos, mas não quis ficar porque tinha "muito trabalho no ministério" mas prometeu a Mione que viria no dia da festa. Todos ficaram em quartos no mesmo corredor que Harry e Mione, os gêmeos foram os únicos que tiveram que dividir um quarto, não que não tivesse quartos sobrando, mas sim por vontade própria.

Depois do jantar as garotas se fecharam no quarto da Mione para fazer Deus sabe o quê, enquanto que os garotos se reuniram no quarto de Harry (com a exceção de Edward, que preferiu ficar vendo TV) para poderem conversar. O assunto? "Garotas".

Vocês viram como a Mione tá? – pergunta Fred

Tá a maior gata, mas aquela prima dela também é muito gostosinha – complementa Jorge.

É verdade, eu jamais pensei que um dia ela fosse ficar bonita, mas tenho que reconhecer a Mione tá demais – fala Rony, Harry não sabia porque mas os comentários o estavam incomodando.

Como pode dizer que ela não ficaria bonita, Rony? Já se esqueceu do baile do ano passado? Quanto a Dagmar, ela realmente é muito bonita mas é muito fútil, parece que não tem nada na cabeça. – fala indignado.

Harry, quem se importa com o que ela tem na cabeça? O importante e o que ela tem dopescoçoprabaixo – responde Rony, deixando bem claro seu ponto de vista.

Tá, espera só a Mione ouvir seu conceito sobre as garotas que você vai ver. Ela me disse outro dia que nós homens não podemos ver um rabo de saia que já ficamos babando. Eu acho que ela ainda esta irritada com você por ter escolhido ela apenas como última opção pro baile, Rony – fala, dando uma pontada no amigo.

É verdade, eu tenho que me desculpar com ela. Já sei! Vai ter um baile no aniversário dela, não vai? Eu vou convidá-la pra ser meu par.

Realmente vai ter um baile no aniversário, mas pode esquecer ela já tem um par.

Já? Quem é? – fala Rony com um tom de voz que tentava inutilmente esconder seu ciúme.

Eu. – os três olham para ele - Não precisam me olhar assim, eu não tive escolha, os pais dela simplesmente compraram para mim um terno novo porque eu seria o par dela, e quando eu disse que não sabia dançar, eles até mesmo arranjaram um jeito de que eu pudesse aprender.

É verdade, eu notei que vocês dois estão mais agarrados agora. – fala Fred.

Aposto que estão namorando. – agora era Jorge que fazia o garoto ficar vermelho – aquela repórter enxerida não tava errada, então.

Parem de dizer bobagens, os dois nunca namorariam. – fala com convicção Rony.

Roniquinho, você deveria prestar mais atenção nas coisas, não viu como os dois ficaram o dia inteiro? Sentavam sempre um ao lado do outro, trocavam olhares. Aposto dez galeões como não vai dois meses e eles tão se agarrando por ai. – fala Fred

Feito. Lamento, mas essa você vai perder – aceita a aposta Harry que tinha ficado intrigado com o comentário. É verdade que os dois andavam muito juntos agora, mas isso era devido ao fato de estarem fingindo o namoro. "Não passa disso", tentava se convencer.

Fred como você pode fazer uma aposta dessas? Você nem tem dez galeões pra apostar, ainda mais uma aposta que nunca vai ganhar.

Rony, deixa que eu me preocupo com o dinheiro, mas de qualquer maneira eu vou ganhar. – fala piscando para o Harry que se lembra que havia dado o prémio do torneio tribuxo para os gêmeos.

Mudando de assunto, eu estava quase me esquecendo de dizer pra vocês que aquelas frutinhas que me mandaram de aniversário demoram muito pra fazer efeito, eu dei algumas pro Edward e levou quase meia hora para que as manchas começassem a aparecer.

Ah, então você as testou, estávamos mesmo pensando se iriam funcionar. Pode deixar que vamos arrumar tudo e dentro em breve teremos "frutas do arco-íris" perfeitas, inclusive estamos trabalhando na versão de chocolate. – Harry se lembrou que jamais deviria aceitar nada dos gêmeos.

A conversa voltou ao assunto original, o que rendeu comentários bastante "elogiosos" à anatomia feminina (afinal, eles são adolescentes).

Naquela noite Harry novamente tem sonhos "quentes" com a garota e acorda muito aborrecido com isso. "Droga, o que tá acontecendo comigo? Será que eu vou te sempre esses sonhos? Deve ser aquela maldita conversa que tivemos hoje, só pode ser isso." – dizia, enquanto se levantava e resolvia andar um pouco. Quando chega na sala, no entanto, encontra um livro em cima da mesinha do canto; assim que o abre descobre que é da Mary. "O que será que ela escreve aqui? Poemas?". O livro realmente continha muitos poemas, mas também alguns provérbios que a garota colecionava, havia coisas como: 'Há companheiros dispostos a se fazerem mutuamente em pedaços, mas há um amigo que se apega mais que um irmão. (provérbios 18:24)' "com certeza eu e o Rony somos assim". Continuou a ler e encontrou outras pérolas: 'por causa do inverno, o preguiçoso não lavra; vai estar mendigando no tempo da colheita, mas não haverá nada. (provérbios 20:4)', 'como uma argola de ouro para as narinas, no focinho dum porco, assim é a mulher que é bonita, mas que se desvia da sensatez (provérbios 11:22)', "isso com certeza se aplica a Dagmar", 'não pense que não há crocodilos só porque a água esta calma – provérbio malaio' "e eu não sei? Voldemort sempre aparece quando menos se espera.", 'Deus escreve certo por linhas tortas – provérbio brasileiro' "então que me ensine a ler", 'o coração é mais traiçoeiro do que qualquer outra coisa e está desesperado. Quem o pode conhecer?' (Jeremias 17:9)', esse com certeza foi o que mais chamou a atenção do garoto, que ficou bastante tempo pensando no assunto. Então resolve ler um dos muitos poemas que continha o livro. A maioria era muito grande e parecia bastante meloso, escolhe um dos menores com o tema: O AMOR "só podia ter um tema desses" pensa antes de ler.

Com o que pode ser comparado o amor?

Com o fogo que queima?

Como o vento que esfria?

Não, o amor não tem comparação!

Mão pode ser comparado a nada a não ser com ele próprio.

Mas, então, por que o calor que vai do coração a alma?

Por que do frio que sobe da espinha e arrepia nosso corpo?

Porque o amor é único, sem dimensões compreensíveis, sem barreiras inexploráveis e sem definição única.

O amor está muito acima das definições dos cientistas; acima da eloqüência dos poetas, acima de tudo o que se pode fazer com a mente.

Sente um fogo queimar seu corpo?

Sente um frio arrepiar sua alma?

Não se preocupe é o amor que invade seu corpo e se arraiga em sua alma.

De tudo o que leu, estas poucas linhas foram as que mais o marcaram, não pela beleza das palavras, mas sim porque descreviam com perfeição o que estava sentindo quando se aproximava de Hermione. "É só um poema idiota" pensa enquanto fechava o livro com raiva e voltava para o seu quarto, no entanto aquelas palavras não saiam de sua mente. "É o amor que invade seu corpo e se arraiga em sua alma." Ele não podia estar se apaixonando pela Mione, não podia, afinal ela era sua melhor amiga, e ele acabaria estragando o relacionamento dos dois, sem contar, é claro, a amizade com o Rony. Ele fica pensando sobre o assunto a semana toda, agora uma dúvida persistia em sua mente: O que ele realmente sentia pela amiga? Os dias passaram rápido, sem nenhuma novidade, exceto a carta de Sirius que chegou na quarta-feira interrompendo uma das brigas rotineiras de Rony com a Mione. Quando se deu conta já era sábado e no dia seguinte seria a festa.

Este lindo poema e de autoria de meu digníssimo irmão, (que estou usando sem que ele saiba, é claro) eu alterei a penúltima linha onde troquei seu corpo por sua alma que eu achei que ficaria melhor, mas não estragaria as belas declarações de amor (Deus sabe pra quem) dele.