CAP 14

"CONFISSÕES E REVELAÇÕES"

Harry tem um lindo sonho no qual Hermione aceitava ser sua namorada. Quando acorda e vê aquela linda garota dormindo em seus braços, percebe que não havia sido um sonho, afinal, e fica imensamente feliz com isso.

Fica ali sem se mexer com medo de acordar a garota, somente admirando seu belo rosto. Dizem que só se sabe se uma garota é realmente bonita quando ela acorda, pois bem, se isso for verdade Hermione passava com louvor no teste, porque Harry podia jurar que jamais tinha visto nada tão belo quanto o que estava presenciando, sua amada ali dormindo com a respiração compassada. Fica muito tempo apenas vendo-a dormir, estava consciente da passagem das horas, mas não se importava, mesmo que tivesse que ficar ali uma semana inteira sem se mover ele ficaria, pensava que nada poderia estragar aquele momento. Mas depois de algum tempo descobre como estava errado.

Ele sente sua cicatriz doer. Desde aquela noite em que acordou gritando, depois de ter presenciado a morte de uma família inteira nas mãos de Voldemort, ele não tinha mais sentido ela doer. Tá certo que naquela madrugada ele tinha sentido ela queimar, mas isso acontecia com bastante freqüência desde que saíra de Hogwarts, e ela também tinha doido quando queimou o braço daquele comensal, mas isso era uma conseqüência do seu esforço para tentar detê-lo. Mas dor como a que estava sentindo agora só mesmo daquela vez, por isso mesmo foi pego de surpresa e acabou sem querer acordando Hermione, mas como já estava acostumado com a dor tratou logo de esconder o ocorrido dela. A garota leva um pequeno susto ao notar que estava em seus braços, mas logo dá um belo sorriso e volta a se alinhar em seu peito.

Oi, bela adormecida.

Oi Harry, já tá acordado há muito tempo?

Não, acabei de acordar. – Ele mente para não deixá-la saber da dor que estava sentido – e parece que também te acordei, desculpe.

Tudo bem, parece que estou dormindo à um tempão. Que horas são?

Já tá tarde. Você quer ver o pôr do sol? Ele já está quase se pondo e daqui tenho uma vista linda.

Não sei não, eu não fico perdendo meu tempo olhando estas coisas.

Desde quando olhar a natureza é perda de tempo? Já se esqueceu que muitas magias estão ligadas a ela? Além do mais é muito bonito. Venha ver. – diz, se levantando e ajudando-a a fazer o mesmo.

Tudo bem, você venceu, mas eu ainda não vejo o que pode ter de mais em um simples pôr do sol.

Pode ser apenas um pôr do sol, mas eu garanto que não tem nada de tão simples. Olhe só – nesta hora o céu estava escarlate as poucas nuvens de verão davam ainda mais brilho àquele momento mágico. Hermione fica ali parada olhando para o horizonte, completamente hipnotizada, não encontrava palavras pra descrever o que via, não sabia como nunca tinha prestado atenção àquela cena, - então, o que acha?

Meu Deus! É lindo!

Eu não disse? Mas não chega nem perto da sua beleza. – diz abraçando a garota por trás.

Ah, Harry! – a garota fica mais vermelha que o céu depois do elogio.

Os dois ficam ali um bom tempo até ao sol se pôr completamente. Depois vão procurar algo para comer, afinal tinham passado o dia todo sem comida. Depois de ter certeza que seus parentes tinham mesmo viajado (além da poeira que sua tia jamais deixou acumular mais que um grão, e que no momento dava pra escrever com o dedo em cima dos movéis, a geladeira estava completamente vazia, não tinha nem mesmo um cubo de gelo e Harry sabia que mesmo com o primo de dieta ela nunca ficaria assim, o que não deixava dúvidas quanto ao fato deles terem viajado), eles vão a uma lanchonete próxima comer algo. O dono fica surpreso de ver Harry ali, já o conhecia de muito tempo mas nunca tinha visto ele comprar nada, sempre era seu primo gordo quem aparecia (o dono da lanchonete se lembrou de perguntar por onde andava seu melhor freguês), ainda mais levando em conta que o garoto estava acompanhado por uma linda garota que Harry fez questão de apresentar como sua namorada (ela sorriu encabulada com isso). Depois de lancharem eles voltam a casa dos Dursley pegar a vassoura de Harry e se preparar para saírem. Tinham que ser discretos para que ninguém os visse, assim resolvem esperar até por volta das 23 horas para poderem voar ate a Toca. Harry se lembra de deixar tudo do mesmo jeitinho que pegou, arrumando a sua cama e trancando o quarto inclusive.

A viagem foi bem agradável. Harry parou três vezes no caminho. A primeira pra mostrar a garota como a lua ficava refletida sobre as ondas do mar. Como esperava, ela fica encantada com a beleza da natureza. O garoto aproveitou e mostrou o céu, que devido à lua cheia não tinha tantas estrelas quanto de costume mas mesmo assim ainda era belo.

Ta vendo só, Mione, como às vezes é bom ficar "perdendo tempo"? – destacou bem as palavras.

Puxa Harry, eu tenho que dar o braço a torcer. Eu nunca tinha parado pra ficar olhando estas coisas, mas você tinha razão, é maravilhoso!

Eu te disse que olhar a natureza não é perda de tempo, ao contrário, só temos a ganhar quando paramos um pouco e gastamos um pouco do nosso tempo com estas maravilhas. Eu gosto muito de ficar vendo o céu, o pôr do sol, eu acho a lua linda, - confidenciou – mas o que eu mais gosto de fazer mesmo é olhar as estrelas. Quando eu não consigo dormir à noite ou acordo depois de algum pesadelo eu olho o céu. Gosto de ficar vendo seu brilho, lembrar o nome delas. Isso me acalma, me lembra que somos pequenos em relação ao resto do universo, mas que ao mesmo tempo podemos ser enaltecidos por poder ver estas maravilhas, algumas das quais já nem existem mais, mas que mesmo assim estão aqui bem na nossa frente nos lembrando que mesmo depois de mortas sua luz ainda vive, e que cada um de nós pode deixar sua luz para os outros, que mesmo quando não estiver mais aqui ela ainda vai brilhar em sinal de reconhecimento pelos seus feitos.

Harry! Isso foi lindo! – disse o abraçando e lhe dando um beijo doce e meigo.

Seguiram viagem e pararam mais duas vezes no caminho para poderem descansar (afinal, não é nada fácil viajar de vassoura metade do país) Harry aproveitou estas paradas para dar uns "amassos" na namorada. Pouco antes do amanhecer eles chegam a Toca. Hermione não deixa de notar que já era a segunda noite seguida que eles não dormiam. São recebidos por Bichento que já estava acordado caçando gnomos e pula no colo da dona. Quando chegam na porta ficam com medo de bater para não acordar ninguém, mas não precisam porque ela se abre e eles levam um enorme susto ao ver alguém parado nela.

Parada a porta estava a Srª Weasley, que Harry sabia apesar de bondosa poderia se transformar em um perigoso tigre de dentes de sabres (no sentido figurado da palavra), logo atrás eles puderam ver que também estavam lá os pais da garota, os Ferrie e todos os outros Weasley que aparentemente os estavam aguardando. Os dois ficam apreensivos, aguardando a bronca que estava para cair sobre eles, o que acontece no entanto os deixa bastante surpresos. A Sra. Weasley corre em direção aos dois, e abraça o garoto como uma mãe que não via o filho há muito tempo (mesmo fazendo pouco mais de 24 horas que não se viam). Depois volta sua atenção pra namorada dele e também a abraça carinhosamente.

Até que enfim chegaram, estávamos tão preocupados com vocês! Já estávamos até pensando em avisar o ministério que ainda não tinham chegado, mas o Rony disse para esperarmos um pouco mais que logo vocês estavam aqui e o Artur concordou com ele. Se fosse por mim o ministério já estaria procurando os dois desde ontem cedo, quando não chegaram aqui.

Desculpe, senhora Weasley, mas nós fomos seguidos durante o restante da noite ontem e somente pouco antes do amanhecer o Harry os despistou. Depois ficamos o dia todo escondidos e não tínhamos como nos comunicar com vocês, depois que escureceu, nós nos aprontamos e viemos pra cá, não queríamos deixar ninguém preocupado por nossa causa.

Tudo bem, filha, só não faça mais isso. – a Srª Granger dizia enquanto abraçava a garota.

Nesse meio tempo Harry teve que apertar a mão de todos e receber um abraço de todas as mulheres da casa (menos Gina, que se limitou a dizer que estava preocupada com ele, ainda assim completamente vermelha). Depois foram se acomodar nos jardins no fundo da casa, porque não cabiam todos na cozinha. Harry faz um relato breve sobre o que fizeram desde que saíram da casa dos Granger, afinal, os gêmeos dizendo que estavam sendo perseguidos por comensais não ajudou em nada a acalmar o pessoal. Quando os Granger e os Ferrie chegaram à tarde, aí que a coisa complicou, mas como Rony era quem mais conhecia os dois disse que podiam ficar calmos que eles iam aparecer. Eles resolveram dar mais um tempo, mas pelo que se comentou no café da manhã (no qual a Srª Weasley não parava de colocar comida no prato de Harry) ninguém teve uma noite de sono tranqüila (mais tarde, Rony confessou que achava que os dois tinham sido capturados, mas não queria deixar o pessoal mais paranóico do que já estavam, então usou seu treino como irmão mais novo de uma grande família e melhor amigo de Harry Potter para mentir pros presentes). Harry ficou sabendo então que todos fizeram exatamente o que ele tinha "sugerido", e tinham chegado sãos e salvos em seus respectivos destinos, menos ele e a namorada, claro.

Então está tudo bem, agora só temos que aguardar mais uns dias e estaremos todos seguros em Hogwarts. Se me dão licença eu estou cansado, será que posso ir pro quarto?

Claro, Harry, já arrumamos sua cama no quarto do Rony.

Obrigado, então até mais – disse olhando significativamente pro melhor amigo.

Eu também vou, como sabem não sou muito boa com vassouras e passar duas noites seguidas voando em uma me deixou acabada.

Certo, então eu vou acompanhar vocês. – Rony estava meio distraído e não arranjou uma desculpa decente, mas pareceu que ninguém percebeu.

Quando chegaram na frente do quarto de Gina, se separaram de Mione que depois de um discreto sinal de Harry disse que realmente estava cansada e ia se deitar. Os dois então seguem sozinhos pro quarto do ruivo que continuava exatamente igual ao que Harry se lembrava: completamente laranja, com pôster do time de quadribol favorito de Rony espalhados em cada centímetro quadrado das paredes e do teto (sem contar a cama, é claro). Sentam cada um em uma cama do quarto de frente um pro outro. Caiu um silêncio incomodo entre os dois. Depois de longos 5 minutos Harry resolveu que tinha que falar.

Muito bem, Rony, vamos terminar a nossa conversa.

Certo. – Rony não parecia muito convicto se deveriam ou não fazer isso – Vamos terminar isso.

Eu não falei lá em baixo porque eu queria que você fosse a primeira pessoa a saber: eu e a Mione estamos namorando.

Por que eu não estou surpreso? Você sempre fica com tudo mesmo, nunca se importou com o que eu sinto, não é?

PODE PARAR. Não venha com essa conversa de novo. Pra sua informação eu pensei sim em você durante todo o tempo em que estava na casa da Mione, eu sabia que você gostava dela por isso ficava me recriminando por me sentir atraído por ela, só que as coisas saíram do meu controle, droga! Eu só tenho 15 anos! Quando eu vi estava apaixonado por ela, mesmo assim eu tentei lutar, mas não dá pra vencer sempre. No baile eu perdi a batalha e deixei ela saber que gostava dela, na verdade eu pensei que ela fosse me dar um tapa ou alguma coisa assim, mas pra minha alegria ela correspondeu ao que eu estava sentindo.

Desculpa, Harry, mas é que eu gosto mesmo dela, e não sei o que fazer.

Rony, eu sinto muito, mas o que você quer que eu faça? Que largue dela?

Eu não disse isso, só que...

O QUE EU SINTO NÃO CONTA? – os dois se voltam para onde tinha vindo à voz. Mione estava parada a porta parecendo completamente furiosa com os dois.

Mione, amor... – Harry tenta falar mas parece que as palavras não vinham.

Pode parar, Harry, agora quem vai falar sou eu. – diz se sentando ao lado do garoto. Os dois conheciam muito bem aquele tom de voz e sabia que ela estava pronta pra dar um sermão, mas como ainda estava em estado de choque pela repentina chegada dela tudo o que conseguiam fazer era esperar pelo pior. – Não sei de onde vocês dois tiraram a idéia de que poderia resolver por mim com quem eu vou ficar. Eu juro que não esperava este comportamento machista de nenhum dos dois.

Mas....

Eu ainda não acabei, Rony. Como eu ia dizendo, vocês me decepcionaram, principalmente você, Harry – o garoto sentia como se seu mundo fosse acabar ali mesmo com aquelas palavras. Ele preferia que ela tivesse lhe dado um tapa, seria menos doloroso do que saber que a decepcionou. – Eu já tenho idade para saber muito bem o que quero. Rony, eu gosto muito de você, mas somente como amigo, você me entende?

Eu..., eu acho que sim.

Eu não quero perder sua amizade por nada neste mundo, Rony, mas nós dois vivemos brigando e você sabe muito bem que, se ainda somos amigos, é porque o Harry sempre dá um jeito de nos unir. E quando eu estou com ele..., Bem, o que acontece é que desde o nosso primeiro ano eu já o admirava, na verdade, mesmo antes de conhecer vocês eu estava curiosa pra conhecer o garoto que tinha lido nos livros. No começo eu fiquei decepcionada, achando que ele era um egoísta que só pensava nele mesmo porque era famoso e tudo o mais.

Por que pensou isso?

Ora Harry, não é possível que tenha se esquecido daquela noite que você e o Rony saíram pra brigar com o Malfoy.

Como eu poderia esquecer, foi naquela noite que ficamos conhecendo o Fofo.

Pois é. Depois daquilo eu fiquei muito triste, achando que o garoto que eu tanto admirava não passava de um egoísta sem consideração. Mas depois que nos tornamos amigos eu vi que na verdade você não era nada daquilo.

Obrigado, eu acho.

Verdade, você era um mistério pra mim. Não era um herói como os dos livros, mas também não era nenhum mauricinho mimado por ser famoso e ter derrotado você-sabe-quem, a admiração que sentia por você só foi aumentado com o tempo e a amizade se transformou em carinho. Quando eu te abracei naquele dia na câmara de fogo antes de você ir atrás da pedra filosofal eu já sentia um carinho muito especial por você, ainda não sabia direito o que era, mas com o tempo ele foi crescendo dentro de mim. Quando estávamos no terceiro ano e brigamos por causa da sua vassoura é que eu me dei conta de como você me fazia falta. Eu sabia que o que estava fazendo era certo, eu tinha que cuidar de você, eu preferia que nunca mais viesse a falar comigo do que saber que poderia ter impedido que se machucasse e não ter feito nada, mas cada dia era uma tortura, eu podia te ver, te ouvir, mas não podia me aproximar, conversar com você... Até se viesse brigar comigo eu não me importaria porque estaria falando com você, mas você não fez nada disso, nem mesmo no dia que levaram a vassoura você disse nada. Simplesmente parou de falar comigo. Não pediu explicação pro que tinha feito, nem nada, só me abandonou, e isso doía, doía muito mesmo. Mas eu agüentei, foi nessa época que eu descobri que gostava de você mais do que como amigo. Eu sentia falta do Rony, mas nem se comparava com o que eu sentia por não estar perto de você. No ano passado, quando eu vi que o Rony tinha ficado com ciúmes por você ter sido escolhido eu não perdi a oportunidade de ficar ao seu lado, não dá pra descrever a alegria que sentia por poder ficar a sós com você. Quando saiu aquela reportagem dizendo que éramos namorados eu quase pulei de alegria. Sabia que era mentira mas mesmo assim era bom saber que as pessoas pensavam isso, o que com certeza ia impedir que alguma garota desse em cima de você enquanto eu estivesse por perto. Depois, quando começaram a chegar aquelas cartas me ameaçando, eu fiquei triste, não só por causa das ameaças, mas também porque você vivia dizendo pra todos que não éramos namorados. Foi então que eu tive certeza que gostava mesmo de você, que o carinho que eu sentia já tinha se transformado em amor. Quando tive a idéia de te levar lá pra casa eu sabia que era minha única oportunidade de fazer você me notar. Não foi difícil convencer meus pais que éramos namorados, eu tinha muitas provas disso, inclusive manchetes de jornais, aproveitei cada segundo que podia pra ficar do seu lado, mesmo que não me notasse como eu queria, eu pelo menos poderia desfrutar de sua companhia sem ninguém pra atrapalhar. Eu nunca acreditei muito nessas coisas, mas quando eu fui apagar as velas do meu bolo eu pedi que me notasse não só como sua amiga, mas também como uma garota, e quando perguntou se podia me beijar eu achei que estava sonhando e ontem quando me pediu em namoro eu quase não agüentei de tanta felicidade. Todos os meus sonhos estavam se tornando verdade, durante toda a nossa viagem de vinda você mostrou como sabe ser romântico e carinhoso. Eu te amo, Harry, nunca se esqueça disso. – ambos ficam sem saber como agir diante das palavras da garota. – Rony, espero que entenda, tudo o que posso te dar é minha amizade, nada mais, eu amo o Harry.

Tudo bem... eu acho. Eu gosto muito de você Mione, mas se você prefere o Harry, eu... eu só posso concordar, vai ser difícil, mas eu vou sobreviver, sabe, eu..., eu acho que no fim era isso mesmo que tinha que acontecer, afinal, como você mesmo disse: vocês sempre se deram muito bem e nós dois vivíamos brigando. Vocês formam um belo casal e eu espero que sejam felizes.

Rony, você não tá bravo com a gente então?

Não. Harry, eu estou um pouco triste, é verdade, mas também estou feliz por vocês.

Então continuamos amigos?

Claro, amigos pra sempre – disse apertando a mão do outro

Que bom – disse a garota dando um beijo no rosto do ruivo e um na boca do namorado. – Agora se me dão licença, rapazes, eu vou dormir, porque estou mesmo muito cansada. – disse já abrindo a porta o que fez com que os gêmeos caíssem aos seus pés – HEI! O que estavam fazendo aí?

Nos... – começou Fred.

Nós estávamos vindo ver se os dois não gostariam de jogar um pouco com a gente, não é Fred?

É, é verdade, era isso mesmo que viemos fazer.

Eu não acredito que estavam escutando a nossa conversa atrás da porta! Vocês já estão no ultimo ano e logo vão se formar, que exemplo tão dando pro Rony e pra Gina, e o pior, pra Mary que tá lá em baixo, não pensaram que isso é um péssimo exemplo pra ela que tá entrando agora no mundo da magia? – como sempre, Mione usava seu velho e conhecido tom mandão, outros se sentiriam intimidados com isso, mas no caso dos gêmeos, isso não contava em nada. Além de já a conhecerem há bastante tempo, já tinham bastante experiência com broncas recebidas por travessuras que viviam aplicando tanto em casa como na escola.

Tudo bem, Mione, nós já entendemos, mas como íamos dizendo, vocês vêm ou não? – diz Jorge aos dois

Fica pra próxima, eu já andei de vassoura bastante hoje, talvez amanhã.

Tudo bem, Harry, então depois a gente se fala. – disse Fred, sem nem se virar pra garota que continuava parada segurando a porta com uma expressão nada agradável no rosto. Depois que os dois se vão embora, Harry se levanta e vai até à namorada.

Mione, calma, se você ficar implicando com tudo desse jeito vai acabar ficando cheia de rugas e eu não quero ter uma namorada chorando por causa de pés de galinha no rosto – fala brincando com ela, lhe dando um abraço.

Harry, como você pode ficar calmo? Eles devem ter ouvido a nossa conversa...

E daí? Não falamos nada de mais, você só me fez a mais linda declaração de amor que eu poderia ouvir, e eu, como um idiota não disse o quanto eu te amo. – diz já dando um beijo nela.

HEI! Eu ainda tou aqui, já se esqueceram? Será que as corujinhas poderiam ser mais discretas?

Tudo bem, Rony, vamos tentar ser mais discretos, mas acho bom ir se acostumando.

Tá, vou tentar, Harry, mas quando vão contar pra todos?

Ainda hoje, isto é, se os gêmeos já não tiverem feito o serviço pra gente. Mas pensando bem, ate que não seria ruim se eles saírem espalhando por aí, acabaria com a complicação de ter que explicar pros pais da Mione como estamos dando a noticia agora se já estamos namorando à cerca de 1 ano.

Não sei não, Harry, acho que eles gostariam de ouvir da nossa boca, aliás, da sua, porque caso não tenha notado, os Weasley te tratam como um membro da família e merecem que você faça o mesmo, e contar sobre o nosso namoro me parece um bom começo. – ela disse tudo isso com i b o /b /i tom de voz que costumava usar quando estava explicando uma matéria para os dois.

Tudo bem então, vamos contar pra eles, mas não agora que eu tou morto. Rony, até que horas eles vão ficar aqui?

Se não me engano até à hora do jantar, depois só vai ficar a Mary.

Então no jantar nós espalhamos a noticia, isso se ainda for novidade. Mas agora eu quero tirar o atraso do sono. Ate logo, amor. – disse dando um selinho na namorada.

Ate logo, meninos. – respondeu saindo do quarto.

Mesmo tendo passado toda à noite em claro, Harry dorme pouco, acorda sentindo um delicioso cheiro e descobre que está faminto. Olha as horas e descobre que ainda faltava cerca de meia hora pro almoço, então resolve tomar um banho. Quando sai do banheiro completamente relaxado, troca de roupa e desce pro almoço, e quando se mira no espelho encima da lareira da cozinha este exclama: "puxa, como você cresceu!"

Senta ao lado de Rony e aproveita o delicioso almoço (que, como de costume, a Srª Weasley fez questão que ele repetisse no mínimo três vezes, no que desta vez foi ajudada pela Srª Granger) e durante todo o tempo os gêmeos não param de lhe lançarem olhares divertidos, o que ele suspeitava seria por causa da conversa que os dois ouviram.

Após o almoço todos procuram coisas pra fazer: os gêmeos se fecham no quarto onde começam a se ouvir varias explosões. Rony estava dando uma surra na Mary no xadrez quando finalmente Mione desce.

Ela cumprimenta a todos e se senta ao lado de Harry, estava tão acostumada a fazer isso que quando se deram conta já estavam de mãos dadas. Gina vê isso e lhes lança um olhar bem triste. Harry, percebendo o olhar da garota, se apressa em soltar as mãos da namorada, afinal ainda não tinham oficializado o namoro e até essa hora deveriam ser discretos. Mas já era tarde pois notou que a Srª Weasley os estava olhando com um sorriso divertido no rosto, o que o fez se lembrar da conversa que tiveram no baile. O pior de tudo é que os gêmeos, que estavam chegando naquela hora, também viram e trataram logo de aproveitar a oportunidade.

Ora, ora, o que temos aqui? Será que eu ganhei 10 galeões? – fala Fred.

É mesmo, mano, eu acho que já tá ficando mais rico. – complementa Jorge.

Vocês querem parar? – Mione responde irritada com eles – E que historia é essa de 10 galeões?

Quer dizer que ainda não sabe?

Se eu soubesse não estava perguntando, né Jorge?

Eu sou o Fred, mas não tem problema. Nós lhe contamos tudo, certo Harry?

Pode deixar que depois eu conto, Fred, tenho certeza que se um de vocês contar a ela, vai aumentar muito a história.

Nós, aumentar a história? Como você pode pensar uma coisa dessas da gente? – fala Jorge, fingindo-se de magoado.

Eu conheço muito bem vocês. E se o Harry tá falando que vai me contar mais tarde eu prefiro esperar. – Mione fala tentando ainda parecer irritada, mas já mantendo um leve tom de divertimento na voz.

É melhor não ficar provocando muito a Mione, vocês sabem – fala agora Rony que, acabava de vencer Mary e indo se juntar aos outros na mesa.

Obrigada, Rony, mas você falando parece até que vou dar uma surra neles.

Não sei não, Mione, eu ainda me lembro do dia em que desceu a mão no Malfoy.

Hei! Eu não desci a mão nele. – fala tentando se defender, completamente vermelha.

Me contem esta história direito. Quer dizer que a Mione bateu em alguém?

Bateu apenas não, Mary, ela deixou o cara no chão, pedindo clemência.

Pára com isso, Rony, eu só dei um tapa nele.

E que tapa! Eu ainda me lembro de como ele caiu como uma fruta madura no chão.

HARRY, até você?!

PÁRA TUDO. Vocês tão querendo dizer que a Mione deu um tapa na cara daquele chato irritante do Malfoy?

Você se esqueceu de convencido, racista e mimado, Jorge. Mas foi sim, ela deu um tapa tão bem dado nele que tanto eu quanto o Harry e aqueles trasgos que andam com ele ficamos sem ação na hora.

RONY!

Você é minha rainha. – dizia Jorge ajoelhado diante dela enquanto Fred fazia o mesmo e começavam a beijar a mão da menina, que fica vermelha e completamente sem ação.

Não vai fazer nada, Harry? – pergunta Rony no ouvido do amigo.

Eu sei que deveria fazer algo, mas... – disse em voz baixa, para que apenas os que estavam em volta da mesa ouvissem. – Eu jamais pensei que um dia fosse ver os gêmeos ajoelhados beijando a mão de uma monitora – disse o restante em voz bem audível destacando bem as últimas duas palavras. Os gêmeos pararam na hora de brigar pra ver quem beijava mais a mão da Mione.

Você..., você foi..., foi..., foi nomeada monitora? – pergunta Fred, parecendo completamente enojado só de dizer a ultima palavra.

Fui, - responde simplesmente.

A reação dos gêmeos a esta simples palavra monossilábica foi no mínimo cômica. Os dois se levantam imediatamente e correm até à janela para poderem cuspir, parecendo terem bebido veneno, depois sobem correndo as escadas em direção ao banheiro.

Preciso escovar os dentes.

Eu primeiro.

Nada, vai ser eu! – diziam enquanto um tentava passar na frente do outro, sem se importar com as estrondosas gargalhadas que saíam da cozinha onde todos riam e alguns (leia-se Rony e Harry) estavam rolando de tanto rir.

Harry, isso foi cruel! – disse Mione, depois que conseguiu parar de se contorcer de tanto rir.

Isso é pra eles aprenderem que só eu posso te beijar. – responde ainda sorrindo e a puxando para seu colo lhe dando um beijo. Seria um beijo apaixonado (pelo menos era a intenção dele) mas foram interrompidos pro Rony que pigarreia. E quando se separaram (bem vermelhos, diga-se de passagem) puderam ver a cara triste de Gina e o sorriso largo no rosto da Srª Weasley.

Acho que devemos algumas explicações.

Vocês não me devem nada, minha querida. Eu fico feliz de saber que finalmente se acertaram. Mas não quero ver vocês se agarrando na minha casa.

Tudo bem, Srª Weasley, vamos nos comportar, nós prometemos.

Acho bom mesmo, Harry, isso não é um bom exemplo pra Gina.

Desculpe, não vai acontecer de novo – agora era Hermione quem, completamente vermelha, prometia se comportar.

Tudo bem eu vou lá fora terminar de arrumar as mesas, vejam como se comportam. – fala com um sorriso, saindo pela porta. Mas Harry não estava dando muita atenção a isso, a Srª Weasley sempre o tratou muito bem e já tinha dito que achava que os dois deveriam namorar, mas Gina era outra história, e ver a cara triste da menina não ajudava.

Gina, tudo bem? – pergunta apenas por perguntar, ela não parecia nada bem, mas estava sem saber o que dizer.

Tá, tá tudo bem. – responde, com a voz relutante.

Não, não tá tudo bem. Qual o problema, Gina? – Rony como sempre estava preocupado com a irmã, mas não tinha nem um pouco de tato pra transmitir isso.

Eu já disse que não tem nenhum problema.

Gina, você acha que somos bobos? Talvez até sejamos, mas somos capazes de reconhecer quando uma pessoa de que gostamos esta com problemas ou está triste, e você com certeza está triste, eu até já imagino por quê.

Mesmo, Harry? Então me diga.

Por causa do meu namoro com a Mione. – fala simplesmente. A garota reagiu como ele esperava, fica boquiaberta, olhando pra ele com um misto de tristeza e alívio. Para Harry também não estava sendo fácil. Gostava de Gina, para ele ela é com uma irmãzinha que nunca teve, e vê-la sofrer por sua causa não era nada agradável.

Por que você acha que eu estaria triste com seu namoro? Não tá se achando muito, não? – a voz dela estava tremula embora ela tentasse parecer divertida.

Gina, a quem você quer enganar? Todos nós sabemos da sua queda pelo Harry. Deve tar sendo difícil pra você, eu sei que foi muito difícil pra mim quando descobri que ele gostava da Cho, mas eu quero que saiba que nem ele, nem eu queremos te ver sofrer.

Eu sei Mione, mas é que....

Gina, não dá pra controlar nossos sentimentos, eu sei por experiência própria. Mas todos nós queremos o seu bem, você ainda é nova e logo vai arranjar um namorado que goste de você.

Obrigada Harry, eu vou superar, você vai ver.

Então continuamos amigas?

Claro, Mione. Eu espero que vocês sejam muito felizes. Mesmo.

Obrigada, Gina, significa muito pra nós.

De nada Harry - disse antes de subir pro seu quarto.

Ai, ai, mais essa.

Que isso, Rony? Você bem que podia ter dado uma ajuda também, afinal a irmã é sua e não nossa.

Eu? Desculpem, mas eu sei que se eu tivesse falado com ela nós já estaríamos brigando, vocês tem muito mais jeito nessas coisas que eu. Além disso. eu e a Mary estávamos aqui caso as coisas dessem errado – só então eles se lembraram da prima de Hermione que tinha assistido a tudo calada (algo realmente surpreendente, se tratando dela).

Mary? Você deve estar achando que somos todos doidos depois do que viu aqui, mas o que acontece...

Tudo bem, Harry. – responde com um sorriso. – Eu só estou me preparando, assim quando eu encontrar meus novos colegas eu não vou ficar tão surpresa se eles começarem se bater ou caçoar uns dos outros.

Também não é assim – ia se defendendo Rony.

Magina! Desde que descobri que a Mione e o namorado dela são bruxos, eu já vi ele acabar com um assalto, queimar o braço de um homem duas vezes mais alto que ele usando apenas as mãos, derrotar quatro seqüestradores, que eram bruxos como ele, voei em uma vassoura, e vi minha prima ser adorada como uma rainha só porque bateu em um garoto. Isso tudo em menos de um mês!

É, pondo desse jeito realmente parece que somos uns doidos que gostamos de ficar nos atracando, mas não é nada disso, na verdade somos bem pacíficos. O problema é que o Harry tem um imã pra atrair confusão.

Rony! – exclamaram Harry e Hermione juntos.

Mas é verdade. Querem que eu relembre as coisas que costumam acontecer com o Harry? No primeiro ano enfrentou você-sabe-quem para impedir que ele pegasse a pedra filosofal, no segundo...

Já entendemos, Rony. Só que as coisas não são tão simples como você pensa.

Como não? Eu sei de tudo o que você passa, esqueceu?

Sabe? Quem te disse que eu conto metade das coisas que realmente acontecem comigo?

Não conta?

Claro que não, Mione, pra quê eu ia ficar enchendo vocês com os meus problemas? Quer um exemplo? Lembra ano passado, na copa mundial, quando eu contei sobre minha cicatriz?

Claro.

Lembra do sonho que tive com Voldemort e Rabicho?

Lembro sim, você disse que eles estavam planejando matar alguém.

Certo, mas eu não contei que esse alguém era eu.

QUÊ? Como você não nos conta um negocio desses?

E deixar você mais desesperada que já estava? O que eu ia ganhar com isso? Eu só estou dando um exemplo pra vocês terem uma idéia. Tem muito mais coisas que eu não conto pra vocês, eu digo o que posso pra que vocês saibam do que ta acontecendo sem terem que ficar sofrendo as conseqüências como eu.

Mas Harry, nós somos seus amigos! Seus melhores amigos!

Exatamente! Meus melhores amigos e eu não vou sacrificá-los mais do que já faço. Agora vamos mudar de assunto que isso não leva a lugar nenhum. Mary, você é inteligente bastante pra saber que não se deve basear todo um povo pelas experiências de apenas uns poucos, o mundo da magia é muito complexo e ver as coisas que acontecem comigo não são, de maneira nenhuma, o melhor modo de saber como ele é. Antes de tudo, vá a Hogwarts, e veja por si só como são as coisas e depois faça um julgamento.

Tudo bem, Harry, vou fazer isso.

Depois disso a conversa mudou de rumo e foi bastante animada até à hora do jantar.

O jantar foi servido no jardim e, como sempre, estava delicioso. Depois de comerem todos estavam conversando, menos Harry, que estava criando coragem pra dizer algo importante pra todos. Antes que tivesse criado coragem suficiente, foi abordado pelos gêmeos:

Harry, estávamos pensando em usar codinomes como os Marotos, o que você acha?

Não sei não, Jorge.

Eu poderia até usar um dos codinomes deles, eu pensei em Rabicho. – a expressão de Harry, que já não era totalmente feliz, muda para uma de completo nojo.

O que foi?

Acontece, Fred, que Rabicho é um dos comensais de Voldemort. – os gêmeos têm um arrepio.

Mas até que faz sentido...

Como assim? faz sentido?

Ora! Eles não são os reis da malandragem? Óbvio que iriam para o lado de você-sabe-quem. – Harry fica de boca aberta, sem saber o que dizer para os dois enquanto que Rony e Hermione que estava ouvindo a conversa em silêncio se manifestam na hora.

Mais respeito – fala Rony.

COMO SE ATREVEM?! – Mione grita. Os gêmeos, no entanto, ficam sem entender nada, bem como o restante dos presentes, que agora estavam prestando atenção ao que acontecia na beirada da mesa.

Qual o problema? – pergunta Jorge ainda atordoado. Harry faz com que seus melhores amigos se sentem e, sem alterar o tom de sua voz, diz:

Vocês deveriam pesquisar mais sobre as pessoas. E não sair por aí dizendo este tipo de coisa sem saber de quem estão falando.

Por que diz isso? Você sabe quem são eles?

Sim. Pontas era o meu pai – fala simplesmente. Os gêmeos ficam boquiabertos com isso. – Acho que tá na hora de contarmos algumas coisas pra vocês. Mas eu aviso, o que vai ser dito nessa mesa não pode sair daqui. São coisas que foram feitas por outras pessoas que confiaram seus segredos a mim, entre estas coisas estão crimes que o Ministério da Magia não deixaria passar em branco. Portanto, se alguém aqui acha que não pode guardar este segredo com sua vida, eu peço que se retire – falou estas palavras olhando bem nos olhos de Percy, que se levantou na hora.

Eu não vou ficar aqui ouvindo nada que possa comprometer minha carreira.

Então saia, porque se ficar e o ministério ficar sabendo com certeza vão te considerar cúmplice do que vou dizer. – Percy não esperou mais nada e deixou a mesa. – Mais alguém? Não? Então está bem. Vamos começar do início. Sírios Black era o fiel do segredo dos meus pais, os traiu e os entregou pra Voldemort, depois matou um bruxo e mais 12 trouxas em pleno dia, foi preso e condenado a prisão perpétua em uma área de segurança máxima de onde fugiu há dois anos com o único intuito de me matar. Foi capturado mas fugiu de novo e atualmente seu paradeiro é um mistério. Bem, esta é a história oficial. Mas... não a verdade.

NÃO? - perguntaram quase todos os bruxos presentes.

Não, a verdade é muito mais impressionante do que vocês possam imaginar. Mas tudo começa bem antes do feitiço Fidelius ser feito, no tempo em que meus pais ainda eram estudantes..... – Harry começa a contar toda a história dos marotos, passando para a parte em que o fiel do segredo era trocado de onde praticamente Rony e Hermione continuaram a contar a história sozinhos. Harry fica calado praticamente todo o restante da história, só abrindo a boca para acrescentar um ou outro pormenor. Depois que o relato chega ao fim. – Foi isso o que aconteceu.

Eu não posso acreditar – disse o Sr. Weasley, no que foi acompanhado por todos os presentes. – Mas como foi que ele conseguiu fugir de novo? Suponho que vocês saibam.

Na verdade nos sabemos sim, mas pra que pudesse fugir foi quebrada uma das mais importantes leis da magia e se vocês ficarem sabendo serão tão cúmplices tanto quanto nós, então é melhor que não saibam. Além do mais, eu acho que estão mais interessados em saber o que aconteceu no labirinto na 3ª tarefa. Só peço que não me interrompam, que não é nada fácil tocar nesse assunto e se for interrompido eu sei que não poderei continuar – todos ficaram no mais completo silêncio durante seu relato, Hermione entrelaça seus dedos com os dele; Harry contou tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes, no entanto, como tinha acontecido quando contou o relato ao prof. Dumbledore, ele fica sem voz quando chega na parte em que as varinhas ficam grudadas. - ... então..., então..., nós fomos..., fomos levantados do chão para um lugar mais afastado das lápides e dos comensais, e... a luz se desfragmentou e nos rodeou formando uma grade dourada... e..., então... – ele se lembrava nitidamente de Cedrico e seus pais saindo da varinha de Voldemort mas não conseguia dizer isso em palavras. – desculpem... mas não dá pra continuar.

Tudo bem Harry, nós entendemos – fala a Srª. Weasley que, como todas as mulheres presentes, estava chorando.

Eu.., eu vou pro meu quarto.

Certo, nós vamos com você – a voz de Rony nem de longe parecia a sua.

Hermione, no entanto, ainda estava calada, com o rosto lavado de lágrimas silenciosas. Quando Harry faz menção de se levantar, ela, que ainda tinha os dedos entrelaçados com os dele, se levanta e o abraça forte, um abraço reconfortante que o garoto retribui agradecido. Todos ficaram em silêncio somente observando a cena, depois de algum tempo (que nenhum dos presentes poderia dizer quanto foi) ela lhe dá um beijo doce e apaixonado, um beijo salgado devido as lágrimas, mas um beijo que transmitia muito. Todos os sentimentos da garota pareciam estar passando para o namorado, palavra alguma poderia fazer isso. Não importa o quão eloqüente ela possa ser, aquele beijo substituía todo e qualquer discurso. Depois, ainda chorando, ela o acompanha até à porta do seu quanto onde, ainda sem palavras, se despedem com outro beijo. Harry, cansado e atordoado com mais um dia dessas férias malucas que estava vivendo, vai pra cama e pela primeira vez em muito tempo tem uma noite sem sonhos.