Capítulo 3
Rin ignorou o barulho insistente do telefone, assim como vinha fazendo nas últimas duas semanas. Não queria falar com ninguém, à dor que sentia era profunda demais para que se preocupasse com quem tentava falar com ela.
A garota olhou para a luz do sol que conseguia penetrar pelo grosso tecido das cortinas que ela havia fechado naquele dia e não voltara a abrir. Para que ver o brilho alegre do sol quando se sentia mergulhada na mais profunda e desesperadora escuridão?
Conseguia entender as palavras de Sesshoumaru, mas isso não tornava as coisas mais fáceis, tinha perdido sua chance de ser feliz há muito tempo atrás quando ocultara parte da verdade dele e agora era tarde demais para tentar conquistá-la novamente.
Entre todas as coisas pelas quais passara nos anos em que estavam juntos, toda a dor, humilhação e solidão que sentira. Tudo era apenas um pequeno ponto se comparado ao que sentia agora.
Não mais se lembrava o que era felicidade, mas ao receber aquela noticia do médico tinha se permitido ter esperança e sonhar novamente. Ela sorriu sem humor ao pensar em como tinha sido tola por se permitir deixar-se enganar por suas fantasias. Quantas vezes o tinha ouvido dizer que nunca a perdoaria por abortar o filho deles?
' Se ao menos ele soubesse que o bebê não era dele...'
Ela fechou os olhos quando ouviu o telefone começar a tocar novamente. Com um gemido angustiado ela encolheu-se embaixo das cobertas, puxou o travesseiro sobre a cabeça abafando o som irritante e desejando poder desaparecer.
'Por que não desistem de falar comigo? Por que eu ainda insisto em tentar?'
As lágrimas escaparam de seus olhos mais uma vez enquanto lembrava as palavras duras, o tom de desprezo na voz de Sesshoumaru quando ela havia contado sobre o bebê. Recriminou-se mais uma vez ao lembrar que tudo aquilo era culpa sua, uma espécie de castigo por não ter contado a verdade.
' Se ao menos eu pudesse voltar no tempo e contar toda a verdade a ele... Se eu ao menos tivesse a chance de mudar os acontecimentos. Ele não entende... Tudo o que eu queria era que fossemos felizes'
Toozakaru kumo ni nosete
Boku no kimochi tachidomaru kaerimichi
(Coloco meus sentimentos nas nuvens que desaparecem
No caminho pra casa onde paro para esperar)
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===== Oito anos atrás =====
Rin olhou em volta desanimada, tantas caixas com coisas para arrumar em apenas duas semanas. Não entendia como tanto o tempo tinha passado tão depressa, afinal dois meses haviam se passado desde que trouxera seus pertences para o apartamento do namorado. Sorriu com as lembranças dos momentos passados ali. Na verdade sabia o que tinha acontecido. Estavam entretidos demais um com o outro para notarem como o tempo passava rapidamente ao contrário do que desejavam.
A garota suspirou e aproveitando-se do fato que se encontrava sozinha pela primeira vez em dias decidiu que arrumaria, ao menos em parte, a bagunça que o lugar havia se tornado. Separou as caixas que deveriam ser levadas para o quarto tentando imaginar onde guardaria tantas coisas no pequeno armário que mal suportava apenas as roupas do namorado. Horas se passaram sem que ela percebesse, estava entretida demais com o desafio que representara colocar todas as coisas no lugar sem que tivesse a impressão de que o lugar ficara menor. Não ouviu a porta da frente ser aberta ou a conversa animada na sala de estar e virou-se assustada quando dois braços rodearam sua cintura por trás.
- Vejo que conseguiu colocar ordem no lugar. – Sesshoumaru sorriu deixando que ela girasse em seus braços para encará-lo – Acho que não sentiu minha falta afinal.
- Eu sempre sinto sua falta, Sesshy – Ela sorriu e deu um leve tapa no braço dele fingindo estar zangada – Não deveria ter me assustado desse modo.
- Não tenho culpa se você estava tão ocupada com as roupas que não ouviu quando cheguei.
- Você é sorrateiro quando quer... – Ela estreitou os olhos quando ele segurou seus pulsos e continuou a rir – Nem tente negar, eu tenho provas.
- Temos companhia... Pode me acusar o quanto quiser por tentar assustá-la, mas não faria isso com meus amigos. – Ele levantou uma sobrancelha – Ou acha que eu os amordacei antes de entrar no apartamento?
- Não sei mais do que é capaz. – Deu um pequeno sorriso ao ver a falsa expressão de mágoa que surgiu no rosto dele – Você se transformou em uma pessoa completamente diferente desde que eu mudei para cá.
- Diferente? – Um pequeno sorriso curvou levemente os lábios dele – Vai ter que explicar essa afirmação quando estivermos sozinhos...
- Não sei porque, mas isso soou como um desafio...
- Talvez porque tenha sido um. – Inclinou-se para depositar um beijo no rosto dela – Mas, em primeiro lugar vamos até a sala, quero lhe apresentar aos meus colegas de classe já que provavelmente você os verá muito por aqui quando a época de provas começarem.
- Hum... – Ela sorriu permitindo que ele passasse um braço em torno de sua cintura e a conduzisse para fora do quarto – Tenho certeza de que são boas pessoas.
- Sempre tão otimista e confiante em relação aos outros.
- Devo desconfiar de seus amigos? – Ela franziu o cenho e levantou uma sobrancelha quando ele sorriu e a empurrou na direção da sala.
- Claro que não, mas é tão engraçado quando você olha para mim desse modo.
- Baka... – Rin girou os olhos contendo um pequeno sorriso enquanto caminhavam pelo pequeno corredor.
Ela entrou na pequena sala e olhou para os três rapazes. Sorriu para os dois sentados no sofá conversando amigavelmente, mas quando seus olhos pousaram no terceiro que estava em pé ao lado da janela não conseguiu ignorar o calafrio que percorreu seu corpo e o desejo quase incontrolável de sair correndo dali.
Ele parecia mais novo dos que os outros, os cabelos castanhos escuro e compridos amarrados em um rabo de cavalo, os inexpressivos olhos escuros que olharam em sua direção como se não a vissem. Conhecia timidez quando a via, pois a tinha vivido nela por toda sua vida e sabia que não era isso. Já tinha visto a frieza nos olhos de Sesshoumaru muitas vezes e isso nunca tinha despertado aquele sentimento que experimentava no momento. Olhou para o rapaz mais uma vez enquanto eram apresentados e finalmente entendeu. Não era medo ou frieza que via nos olhos castanhos e sim o vazio, total e completo nada.
Desviou os olhos do rapaz, que agora sabia se chamar Kohaku, e inventando uma desculpa qualquer deixou a sala rapidamente. Podia lidar com todas as novas experiências que aquela nova vida ainda lhe reservava, mas faria de tudo para se manter afastada daquele rapaz de agora em diante.
=== Um ano depois ===
Rin sentou no sofá do pequeno apartamento e desviou os olhos do namorado quando ele se acomodou a seu lado. Não importa o que ele disse, não conseguia entender porque tinham que sair às pressas da casa de sua família se mal haviam chegado e ele aceitara ir a festa que o amigo iria dar a algumas horas.
- Rin...
- Não, Sesshy... – Ela soltou-se dos braços dele e levantou – Não vai conseguir me fazer entender suas atitudes.
- Você não gosta de Kohaku... – Ele levantou uma sobrancelha quando a garota suspirou desprezando a sugestão – Ele é um bom amigo e é irmão de Sangô... Você gosta dela, não gosta?
- Kohaku é grosseiro, abusado e olha para mim de modo estranho quando você não está prestando atenção.
- Está exagerando, Rin. – O rapaz suspirou passando uma mão pelos cabelos – Ele é apenas diferente do que você está acostumada.
- Quer a verdade? – Ela olhou para ele irritada – Pois bem, eu o detestava antes e agora muito mais já que você praticamente me arrancou da casa da minha família para voltar dizendo que precisava estudar... Mal chegamos, você encontra com esse maldito idiota no corredor e aceita ir a uma festa?
- Você queria que eu dissesse o que? – Ele estreitou os olhos e levantou – Eu adoraria ir, mas sabe... Minha namorada é temperamental demais e não gosta da sua detestável companhia!?
- Não precisava ser tão especifico... – Ela mordeu o lábio tentando conter a vontade de rir, aquilo soava tão ridículo – Era só dizer.. " Não, obrigado... Quem sabe da próxima vez, Kohaku-kun" – Respirou fundo quando o viu cruzar os braços e levantar uma sobrancelha – E ai você sorria amigavelmente...
- Você só pode estar brincando... – Ele sorriu levemente vendo o esforço que ela fazia para se manter séria – Tem idéia de quão ridículo isso soa?
- Qual parte?
- Todas. – Ele a abraçou quando ela não explodiu em risadas – O final é o pior... " E ai você sorria amigavelmente..." – Esperou que ela levantasse a cabeça e completou – Eu não sorrio por ai... Especialmente para homens.
- Podia apenas negar... – Ela baixou a cabeça rindo mais da expressão indignada do rosto dele – Ainda estou brava com você... – Ela falou ainda rindo quando ele a abraçou mais forte.
- Rir da minha pessoa não foi o suficiente para acabar com sua raiva? – Ele forçou uma expressão magoada o que só fez com que ela risse ainda mais e se segurasse em seus braços para não cair – Que namorada mais fria e sem coração arrumei.
- Pare... Está me deixando sem ar... Ele sentou puxando-a para seu colo e sorriu enquanto ela recuperava o fôlego.
- Se eu disser que é um castigo merecido por brigar comigo sem razão vai se irritar novamente? – Ela balançou a cabeça negativamente e continuou rindo. – Bem melhor... Prefiro vê-la rindo do que magoada comigo.
Ela parou de rir aos poucos ao ver a sinceridade das palavras que ele pronunciara, tocou seu rosto carinhosamente aproximando os lábios dos dele.
- Sabe que sempre vou amar você, não é? – sentiu os braços dele em torno de seu corpo e seus lábios curvarem-se em um sorriso sob os seus – Não importa quanto tempo passe... Não importa o que aconteça em nossa vida... Eu sempre vou amar você...
- Eu sei, Rin. Assim como eu sempre vou amar você também.
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Rin suspirou olhando para as folhas de desenho esticadas a sua frente, simplesmente não se sentia capaz de desenhar uma linha que fosse. Estranho, pois mesmo nos piores momentos de sua vida, quando mais nada parecia importar seu trabalho, sua habilidade de transformar uma folha em branco em uma obra de arte nunca a tinha abandonado. Talvez nunca antes tivesse sentido tamanha desesperança, mesmo nos piores momentos sempre tinha acredito que um milagre aconteceria e tudo poderia voltar a ser como antes.
Deixou que o lápis escorregasse para a mesa e cobriu o rosto com as mãos sem se importar com os dedos sujos de grafite. Sentiu as lágrimas arderem em seus olhos novamente, enquanto as distantes lembranças voltavam com a mesma força dos acontecimentos do dia anterior.
Podia ouvi-lo dizer com clareza que sempre a amaria não importa o que acontecesse, lembrava com perfeição de todos os planos que tinham construído juntos... E, infelizmente, lembrava com igual exatidão dos momentos que tinham causado a destruição de todos os seus sonhos.
Por que não conseguia simplesmente esquecer? Fechar todas as lembranças ruins naquele lugar escondido em sua mente onde tinham passado tantos anos...
Tinham conseguido continuar vivendo aquela "meia-vida" por tanto tempo, principalmente depois que o encontrara novamente... Então, por que agora suas memórias voltavam com tanta vivacidade?
Abraçou o próprio corpo e acariciou o ventre instintivamente enquanto a compreensão de tudo a atingia. O bebê estava fazendo aquilo, mesmo que tivesse a ilusão de que a situação era diferente do que há cinco anos atrás a realidade era uma coisa completamente diferente.
O bebê que estava esperando, como tinha sido da outra vez, estava trazendo uma mudança em sua vida.
Baixou a cabeça olhando para suas mãos pousadas no ventre ainda liso de maneira protetora apenas desejando que dessa vez não fosse doloroso como da primeira vez. Lágrimas deslizaram pro sua pele e caíram sobre suas mãos sem que ela se importasse. Pensando bem, o que poderia ser mais doloroso do que tinha vivido até agora?
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=== Dois anos depois ===
Rin entrou no pequeno apartamento maldizendo sua falta de sorte por a luz acabar no momento que tinha chegado ao antigo prédio. Normalmente não se importaria de subir os cinco lances de escada até o apartamento, mas isso era complicado quando mal enxergava os degraus, iluminados apenas pela difusa luz de emergência. Muito pior quando tinha que equilibrar o material das aulas e as sacolas de compras.
Encostou-se a porta para abrir a bolsa e estranhou quando sentiu ela se abrir, estava fora de casa a quase três dias, não teria deixado o apartamento aberto todo esse tempo. Terminou de abrir a porta lentamente e deixou as sacolas do mercado no chão e tirou os sapatos antes de entrar cuidadosamente.
Parou quando entrou na sala e olhou em volta estranhando as cortinas abertas que faziam com que o cômodo fosse iluminado parcamente pelo brilho difuso da lua. Deu um passo para trás sentindo todos os pelos do corpo arrepiarem quando vislumbrou algo se movendo no corredor que levava aos quartos, prendeu a respiração amaldiçoando a si mesma por ter sido tola o suficiente para entrar no apartamento sozinha, quando não havia iluminação e a porta estava parcialmente aberta.
Ouviu a porta da frente ser fechada e virou rapidamente vislumbrando uma silhueta masculina, sentiu o corpo inteiro congelar ao perceber que não teria como sair dali sem passar por quem quer que fosse que estava ali. Respirou fundo enquanto sua mente trabalhava freneticamente em busca de uma saída. Talvez se gritasse pedindo ajuda...
- Rin...
Ela piscou ao ouvir a voz masculina pronunciando seu nome, por um momento toda a tensão desapareceu enquanto ela xingava-se mentalmente por ser tão tola e não pensar que Sesshoumaru tinha retornado antes de sua viagem. Desabou no sofá, sentindo o corpo todo tremendo pela tensão acumulada nos últimos minutos.
- Eu sei que acha engraçado me pregar peças, Sesshy... – Ela deu um sorriso nervoso e levantou a cabeça quando ouviu os passos se aproximando – Mas, não acha que exagerou dessa—
Ela arregalou os olhos ao sentir a mão sobre seus lábios que a impediram de continuar a falar. A pouca calma que tinha adquirido desapareceu instantaneamente ao ouvir a ordem quase sussurrada contra seu ouvido.
- Calada.
' Kohaku' sua mente gritou ao reconhecer o perfume forte que o rapaz sempre usava, o coração acelerou quando ele a empurrou contra o sofá forçando-a a se deitar com o peso do próprio corpo. Lágrimas grossas escaparam de seus olhos escorreram por seu rosto molhando a mão que continuava sobre sua boca impedindo-a de gritar por socorro. Cada fibra de seu corpo gritava que aquilo não podia estar acontecendo enquanto sentia as mãos dele percorrendo seu corpo e rasgando sua roupa sem que tivesse uma chance de se defender.
Chocada demais com o que estava acontecendo sentiu quando a mão dele se afastou de seu rosto apenas para ser substituída por um pedaço de pano. Não esboçou nenhuma reação quando sentiu outro pedaço de pano prender seus pulsos, ou as mãos grosseiras rasgarem o que restava das roupas em seu corpo. Um grito estrangulado partiu de seus lábios quando sentiu o rosto arder com o tapa em sua face, fechou os olhos sentindo o gosto metálico de sangue e mais lágrimas silenciosas deixarem seus olhos enquanto o rapaz continuava a tocava com violência.
Nunca em sua vida tinha pensado que algo assim pudesse acontecer, tudo aquilo era cruel demais para pertencer ao mundo que conhecia. Abriu os olhos novamente sem ver realmente o que acontecia a sua volta. Gemidos de dor escapavam, abafados pelo pano sobre seus lábios e mesmo assim era quase como não sentir aquele toque indesejável em seu corpo. Gritou quando outro tapa atingiu seu rosto, mas essa foi à única reação que Kohaku conseguiu dela.
Muito tempo depois o rapaz levantou olhando com nojo para a garota encolhida no chão, sorriu maldosamente enquanto soltava seus pulsos e finalmente retirava o pano que cobria seus lábios. Colou os lábios aos dela com violência, estreitando os olhos quando nem assim ela esboçou alguma reação. Afastou-se com raiva e levantou a mão para desferir outro tapa quando viu os lábios dela se moverem em um murmúrio quase inaudível, segurou-a pelo pescoço enquanto ela continuava a murmurar palavras desconexas, perdida em seu próprio mundo.
- A garota perfeita não consegue fazer nada? – Ele murmurou próximo ao rosto dela, sorriu ao vê-la piscar em um misto de choque e medo ao ouvir suas palavras – Onde está seu precioso namorado quando você precisa dele?
- Ele vai... Matá-lo por ter me... Tocado... - É isso mesmo o que pensa, sua tola? – Ele riu sarcasticamente e a empurrou de volta para o chão antes de levantar – Conte a ele o que aconteceu e acabará sozinha... – Sorriu satisfeito ao ver a garota se encolher mais no chão sem se importar com a falta de roupas – Ainda não percebeu que ele só está com você por causa dessa sua imagem de perfeita pureza?
- Mentira... – Os olhos perderam o foco enquanto ela murmurava para si mesma – Sesshoumaru me ama...Ele... - Ele vai deixá-la assim que souber o que aconteceu... – Kohaku terminou de ajeitar as roupas e olhou com desprezo para a garota – Quer que eu conte a ele?
' Iie... Ele me ama... Ele me ama... Kohaku está mentindo... Ele nunca me deixaria por algo que não tive culpa...'
- Acho que isso é um não. – Ele sorriu satisfeito e virou para sair.
- Sesshy... – Sentou com dificuldade sentindo o corpo todo doer a cada pequeno movimento que fazia, puxou a manta que cobria o sofá e enrolou-se nela sem forças para levantar – Por que você não está aqui?
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Rin escutou o telefone tocar como se estivesse a quilômetros de distancia, olhou para o aparelho sem saber exatamente o que fazer e apenas enrolou-se mais na manta que cobria seu corpo. Levantou lentamente apoiando-se no sofá quando ouviu batidas na porta da frente resolvendo ignorar o barulho como tinha feito até agora.
- Rin-chan... Seu telefone está quebrado? – Uma garota com longos cabelos negros entrou no apartamento e olhou para a amiga – Sesshoumaru está preocupado...Está tentando ligar há dois dias e ninguém responde...
- Kagome... – Ela virou para a garota que acabara de entrar – Eu não...
- Está doente? – Aproximou-se e olhou para a amiga assustada quando ela a abraçou sem dizer nada – Tem certeza de que está bem?
- Sesshy... – Rin murmurou abraçando a amiga mais forte.
- Ele tentou ligar para avisar que ia se demorar mais alguns dias... – Kagome olhou para a garota assustada e forçou-a a sentar no sofá – O que você tem?
Rin apenas baixou a cabeça desanimada e abraçou o próprio corpo, não conseguia mais chorar pelo que tinha acontecido.
- Vou fazer um chá para você – Kagome levantou sem saber o que dizer para a garota – Talvez esteja ficando gripada... – olhou para Rin interrogativamente quando sentiu a mão dela segurar seu braço impedindo-a de se afastar.
- Sesshy... Não quero ficar sozinha...
- Está tudo bem, Rin-chan... – Ela sorriu e afastou algumas mechas negras do rosto da garota – Vou ficar com você.
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Kimi wa mou yume no tsuzuki
todoku hazu mo nai koto da to wakatteiru
(Você faz parte dos meus contínuos sonhos
Eu sei que eles (aqueles sentimentos) podem te alcançar daqui)
Rin virou na cama mais uma vez sem conseguir dormir, suspirou e olhou pela janela. Levantou da cama e fechou as cortinas ao ver lua cheia brilhando no céu noturno, não precisava de nada que a fizesse lembrar. Suspirou no quarto escuro e voltou para a cama lentamente, já não lembrava mais quanto tempo tinha se passado antes que se sentisse confortável na escuridão novamente. Ainda estremecia a cada vez que as lembranças passavam na frente dos seus olhos como um filme e embora pudesse ficar na escuridão sem o pavor que sentira nos primeiros anos, olhar para a lua cheia ainda fazia com que seu corpo estremecesse com os calafrios.
Sorriu amargamente lembrando as palavras de Kohaku e como tinha sido tola o suficiente para acreditar nelas e esconder a verdade de Sesshoumaru. Talvez tivesse pensado que se não falasse mais do assunto aquela noite deixasse de existir. Tocou o próprio ventre com tristeza pensando como tudo pode acontecer exatamente o contrário do que você pensa.
Uma "pequena" mentira se transforma em uma bola de neve descendo uma montanha e aumenta cada vez mais até que você não pode mais detê-la.
No começo pensara que apenas teria que esconder o que tinha acontecido naquela noite e com seu desejo de esquecer tudo tinha sido relativamente fácil por algum tempo, mas quando pensara que tudo tinha acabado tinha recebido a noticia que acabara de vez com seus sonhos de que tudo podia voltar ao normal... Estava grávida.
N.A. - Oi minna,
Demorei um pouco ne?
Sabem, essa última parte de flashback me deu trabalho. Eu sabia desde o começo que seria necessário, mas não queria que ficasse grosseiro ou vulgar.
Mas, como escrever uma cena assim de modo delicado?
Impossível, eu sei. Mas, acho que consegui ao menos deixá-la aceitável, não descrevendo muito o acontecimento em si e apenas os sentimentos de Rin.
Subi a classificação para R, apesar de não achar que tem alguma cena que mereça estar em R, mas já que tem assuntos mais adultos resolvi mudar. Eu fiz umas mudanças de formatação. Agora tudo que não for Flashback estará em negrito. Acho que estava confundindo algumas pessoas com as idas e voltas nos capítulos.
Não faltam muitos capítulos para esse fic terminar ( 3, no máximo 4 ), então talvez ( eu disse talvez ) eu me concentre nele por um tempo para ter menos um para me preocupar.
Bem, por hoje é só ( Odeio a mim mesma quando faço notas gigantescas ultimamente, levo tanto tempo e quando vejo só tem um monte de bobagem escrita T-T )
Arigatou pelas reviews, minna. Sabem como eu adoro recebê-las e saber a opinião de vocês
- Kisamadesu, Kikyou Priestess, Mila-chan, Barbara, Madam Spooky, Kiki, Iza-chan, Kagome Shinomori, Leila Wood, Megawinsone, Miaka, Tickle-chan, Mary Marcato, Anna Lennox, Tici-chan, Gushi, Darky-Sofy, Assamy-san, Cássia, Rin, Giselle, Carol Higurashi Li, Mikky
Obrigada a todas e espero que gostem do capítulo, ao menos servirá para que vocês entendam melhor o que acontece na história. ou pelo menos parte do que está acontecendo. Deixem opinião, mesmo que seja para me xingar ou ameaçar novamente ( Posso sentir as vibrações assassinas vindo das leitoras o.o)
Por hoje é só.
Kissus e ja ne,
Naru