Aviso: Card Captor Sakura e respectivos personagens não são meus... Infelizmente. =(

Capítulo 2 – Preparativos

Shaoran andava de um lado para outro dentro do seu quarto. Desde que havia aceitado aquela proposta idiota do Eriol...Que raiva, Shaoran achava que, de vez em quando, o mago tomava certas atitudes só para deixá-lo numa enrascada das boas. Como agora.

E a mudança de suas irmãs de Hong Kong para Tomoeda não tinha sido benéfica em nenhum aspecto. Afinal, ele não agüentava mais os gritos frenéticos das irmãs, agora que descobriram estar na mesma cidade de Touya e Yukito. Sem contar o dia que tinha caído porque uma delas não tinha visto o fio do computador.

Preferia mil vezes que Meilin estivesse lá... Nunca pensou que iria cogitar aquilo na sua vida! Desistindo de fazer um furo no chão de tanto andar, Shaoran se jogou na cama.

Por que aquilo estava sendo um martírio para ele? Afinal, se ele não gostava de Sakura, era só fazer uma declaraçãozinha tola e tudo estava resolvido... Mas isso o deixava gelado.

Pensou em voltar atrás, mas afastou a idéia. Afinal, nunca iria optar por um castigo. Tinha feito sua escolha na sala de bate-papo. E não iria mudá-la.

- Shaoran!!!! Shaoran!!!

Foi despertado dos seus devaneios por uma de suas irmãs. Futie, achava.

- Que foi?

- Vem ajudar a gente aqui!

- Anh...Tá bom...

Desanimado, Shaoran foi se arrastando até onde Futie o chamava. Ultimamente, ele estava mais para "burro de carga" do que para "pequeno lobo"...

*******

Em uma casa mais ou menos distante, um jovem de cabelos curtos escuros estava sentado em uma grande poltrona vermelha, quieto. Era Eriol. Sorria internamente.

Ouviu um estardalhaço na porta, e Nakuru irrompeu no cômodo. Spinnel, que lia calmamente em um sofá, quase foi parar no grande lustre da sala, devido ao susto.

- ERIOL! COMO VOCÊ DEIXOU UMA COISA DESSAS?

- Nakuru, fale mais baixo, por favor. E lembre-se de bater na porta, da próxima vez.

- Barulhento como sempre... – resmungou o guardião, em sua forma falsa.

- Quieto, Suppi!! Você não entende o meu problema! Desculpa, Eriol, mas... Eu não pude me conter quando vi aquelas garotas!

Eriol olhou para Nakuru, que arfava na sua frente, parecendo prestes a matar alguém.

- Fala de quatro garotas? Parecidas entre si?

- É, isso mesmo! Elas estão querendo pegar o Touya e o Yukito! Como você fica desse jeito? O Touya é meu! Achei que não ia deixar que chegassem perto dele!

- Nakuru... Eu não posso fazer nada quanto a isso. Já faz um certo tempo que não interfiro em nenhum acontecimento, lembra-se disso? E essas garotas são as irmãs do Shaoran, que vieram de Hong Kong.

- Daquele menino amigo da Sakura?

- É, daquele amigo da Sakura... – Eriol deu um sorriso malvado.

- Que cara, mestre Eriol... Isso se deve a algum fato em especial? – perguntou Suppi, voando do sofá e flutuando na frente de Eriol, para vê-lo melhor. Até Nakuru acalmou-se um pouco.

- Mais ou menos... Vamos ver se daqui a algum tempo, esse menino continuará achando que é "amigo" dela...

- Parece que você fez alguma coisa, Eriol... – estranhou Nakuru – Mas você não disse que não estava interferindo em mais nada, afinal? – a adolescente colocou as mãos na cintura, inclinando o rosto para a frente e fazendo a pequena trança balançar a centímetros do nariz de Eriol.

O garoto deu apenas um sorriso inocente.

*******

Tomoyo estava ocupada, arrumando a sua vasta coleção de vídeos da amiga Sakura. Há tempos atrás, tinha feito uma lista de lugares onde já a tinha filmado, e folheava as páginas da lista à procura de um bom parque para o piquenique do dia seguinte.

Zôológico, escola, o célebre parque do Rei Pingüim, no Templo Tsukimini, na própria casa dela, na de Sakura, na de Eriol, em Hong Kong, em um parque de diversões novo que tinha dado muito trabalho, em um parque aquático, museus... Parecia que todas as oportunidades tinham se esgotado.

Escutou o telefone tocando, e foi atender.

- Residência dos Daidouji.

- Tomoyo?

- Oi, mamãe!

- Tudo bem? Quero dizer que vou chegar mais cedo, como te prometi, para fazermos os doces de amanhã, certo?

- Claro! Que bom, fico feliz!

- Já achou um lugar bom?

- Ainda não... Acho que já filmei Sakura em todos os lugares possíveis...

- Mas o que houve? Está desanimada?

- Hum-hum...

- Ah, não fique assim! Vamos achar um lugar especial, dessa vez. Vejamos... – a mãe parou para pensar – Já que estamos em abril...

- Em abril... – incentivou Tomoyo.

- Bom, eu conheço um lugar mais ou menos afastado do centro da cidade, um parque lindo, que deve estar cheio de sakuras florescendo... É um lugar especial. Acho que vocês podem ir lá!

- É uma ótima idéia! Posso pedir para algum dos motoristas levarem todos?

- Claro, filha! Depois eu passo o endereço correto, mas você já pode ligar para seus amigos e falar que está decidido o local.

- Está bem. Obrigada, mãe!

- De nada, até mais tarde.

- Até.

Tomoyo desligou o telefone, pensando no porquê de um parque afastado ser tão especial assim para sua mãe... O que haveria de ter acontecido? O tom que ela usou no telefone era de carinho, de saudade...

Será que...Tomoyo teve um estalo. Era isso! Talvez pudesse ser mesmo o local que sua mãe teria conhecido uma pessoa especial... Tomoyo estava feliz por dentro.

Pegou o telefone e começou a ligar para Eriol, Sakura e Shaoran. Ia ser perfeito para filmar a amiga, tão romântico!

Empolgada, mal conseguia esperar a hora de contar tudo para Eriol principalmente. Algo lhe dizia que ele iria gostar até mais que Shaoran ou Sakura da notícia...

*******

- KEROOOOO!!!! – Sakura abriu a porta do seu quarto, furiosa. O guardião amarelo estava de barriga para cima, na sua cama, dormindo. Mas despertou com o grito de sua mestra.

A porta do quarto vizinho se abriu, e Touya apareceu com um semblante não muito amigável.

- Monstrenga, dá para pelo menos tentar não quebrar as janelas, gritando desse jeito?

Sakura deu meia-volta, saindo do seu quarto e deixando a porta aberta.

- EU NÃO SOU MONSTRENGA, TOUYA! PARA COM ISSO!

Sakura estava tão brava que quase saía fumacinha pelas suas orelhas, além de estar vermelha como nunca.

- Touya, não faça isso. – Uma suave voz veio de dentro do quarto do mesmo, e Yukito saiu para o corredor.

Uma mudança radical se operou na garota, que assumiu o tom de pele normal e a meiguice de sempre.

- Oi, Yukito! – sorriu a menina.

- Nossa, a monstrenga está educada, agora... – zombou Touya, mas Sakura se controlou.

- Desculpem... É que eu tive alguns problemas... Perdão se eu interrompi você, Yukito.

- Imagina, Sakura! Tudo bem, eu e o Touya só estávamos conversando.

- Então tudo bem... Eu vou indo, tchauzinho...

- Com quem você estava gritando? – perguntou Touya.

- Com o Kero...

Para Sakura, ainda era muito estranho que todos ali conhecessem Kero, Yue e Eriol como reencarnação do Mago Clow, mas desde que tinha transformado as últimas cartas Clow em Sakura, há um ano, tinha sido assim. Eriol também tinha resolvido mudar de planos, não retornando para a Inglaterra, por motivos que ela desconhecia.

Mal tinha terminado de pensar nessas coisas, Yue apareceu.

- Com Kerberus?

- Aiaiai Yue! Não precisava aparecer...É, era sim. O Kero comeu metade dos doces de amanhã...

- Daquele piquenique que a Tomoyo está organizando, não é? – perguntou Touya.

- É sim... Ela já ligou e falou onde vai ser...Ai que chato, eu vou ter que pedir para o papai me ajudar de novo! Graças ao Kero!

- Ele sempre foi desse jeito, não muda nunca.

- Percebi. Eu vou para o meu quarto, tchau para vocês.

A reunião no meio do corredor do segundo andar na casa dos Kinomoto tinha acabado, e Yue voltou a ser Yukito, e entrou de novo no quarto. Touya fez uma última recomendação:

- Se quer brigar com aquele bichinho amarelo, brigue em si-lên-cio. – e bateu a porta na cara de Sakura, que revidou:

- E você feche a porta com mais cuidado, seu bruto!

E entrou no quarto dela, sem fazer ruído algum com a porta, e começou a tirar satisfações com Kero.

No quarto vizinho, Touya estava assustado:

- Ela nunca revidou desse jeito...

- Nunca brinque com uma garota furiosa, Touya. Isso pode trazer problemas...

- E você acha que eu não sei disso? – disse, apontando para algumas marcas no pescoço, causadas pelas irmãs de Shaoran e Nakuru, ao longo de um certo tempo.

Yukito riu calmamente da situação do amigo.

Continua no próximo capítulo...

Nota da autora: Mais um capítulo que se encerra! Espero que estejam gostando desse fic, tão diferente do Rumos Inesperados, bem mais leve, e sobretudo: curto. Coisa rara de eu fazer.

Obrigada a todos que deixaram reviews, e continuem deixando! Preciso bastante delas para melhorar o fic! Se quiserem, podem mandar e-mails também. O endereço é mari-chan.mlg@bol.com.br.

Kissu aos montes e até em breve!

Mari-chan.