Aviso: Todos os personagens de Card Captor Sakura não são meus. Eu não criei ninguém nem nada, pertencem ao CLAMP. No entanto, o enredo todo é meu. =)
Capítulo 4 – Esquivas
Ao ouvir aquele grito, Hitomi subiu a ladeira que quase terminou de descer o mais rápido possível. O que teria acontecido? Não queria ter deixado quatro crianças sozinhas, mas Tomoyo tinha falado antes que se tratava de uma espécie de gincana, e como Shaoran era tímido, a presença dela não iria ser de muita ajuda.
Terminou de subir a ladeira e olhou para as quatro crianças, que começavam a organizar as coisas.
- Senhorita Daidouji! Está tudo bem?
- Ah, Hitomi! Claro, fique tranqüila. – sorriu Tomoyo calmamente.
Hitomi ergueu uma sobrancelha por detrás dos óculos escuros que usava:
- Tem certeza absoluta, senhorita?
- Tenho! Se precisarmos de alguma coisa, iremos chamá-la. Prometo.
- Tudo bem. Estarei as ordens.
Hitomi virou de costas e começou a descer a ladeira mas duvidava muito que a chamariam se algo realmente acontecesse. Então, no meio do caminho, embrenhou-se nas árvores que margeavam a ladeira, subindo pelo meio delas com o silêncio e a cautela que sua profissão por vezes exigia.
Voltou à clareira e decidiu observar os quatro. Não porque estivesse remotamente interessada na gincana deles, é verdade. Mas sim porque sua profissão também não admitia falhas. Principalmente se tratando da jovem senhorita Tomoyo Daidouji, única herdeira de um patrimônio generoso.
***
- Sakura! O que aconteceu?
- O Kero... O Kero...
Sakura estava prestes a engasgar de raiva. A sua face estava tão corada que parecia ter ficado exposta ao sol ou qualquer coisa desse gênero por muito tempo.
- O Kero comeu quase todos os doces! – Sakura desabafou, jogando a cabeça para trás desanimada. – Ah, se eu pego... Ele já tinha comido outros, o papai teve que me ajudar de novo, e ele come outra vez! Vai ver se ele vai ter o pudim dele, vai ver só!
- Calma, Sakura. Você sabe que o Kerberus é assim. – falou Shaoran.
Os outros três olharam.
- Li? Você está defendendo o Kero? – perguntou Tomoyo, resumindo a pergunta dos demais.
Shaoran corou de leve, e negou veementemente com a cabeça.
- Não, não! Eu não disse isso! Eu quero dizer, eu disse isso para que a Sakura não brigasse, mas não estou defendendo aquele boneco de pelúcia! Quero dizer...
- Ah, entendi! Você está dizendo isso para acalmar Sakura e para ela não gastar suas energias com algo desse tipo! – sorriu Eriol.
Um raio fulminante saiu dos olhos de Shaoran, que não penetrou no sorriso calmo de Eriol. Shaoran já não gostava dele, tendo que aceitar as desculpas dele, então...
Engoliu em seco. A vida era cheia de provações, e aí estava mais uma dela. Deveria encará-la com honra.
***
Tomoyo olhou preocupada para Eriol, enquanto Sakura tentava entender o que se passava com Li, com a cabeça abaixada, como se estivesse tendo um conflito interno. Tomoyo sussurrou para Eriol, para que só ele pudesse ouvir:
- Você está fazendo de propósito, não é?
- Eu?
- É sim. Tem algo a ver com o desafio dele, não tem? Já deve ser difícil para ele, e você faz uma brincadeira assim!
- Acalme-se você também.
- E se fosse com você? Gostaria de uma coisa dessas?
Os olhos de Eriol brilharam:
- Eu não teria metade dos problemas dele e já teria feito o desafio.
Tomoyo olhou de esguelha para o amigo:
- Sei...
Sakura interviu, ao ver que os dois quase discutiam:
- Vamos, vamos terminar de colocar as coisas em ordem para comer! – ela sorriu em seguida.
- Certo! – exclamou Tomoyo e eles continuaram arrumando as coisas.
***
- ... E então eu descobri que era tudo mentira! – exclamou Sakura desapontada, apanhando o copo que estava usando, e tomando alguns goles de suco. – Eu sempre acredito!
Tomoyo e Eriol riram. Shaoran permanecera quieto.
- Sakura, Yamazaki quase nunca diz a verdade, quando se empolga com as histórias! Mas são bastante interessantes!
- Com certeza! – ajuntou Eriol.
- Mas você não ajuda o Yamazaki? – perguntou Sakura.
- Claro que sim! – respondeu Tomoyo por Eriol – Não sei quem parece mais criativo, nessas horas...
Nesse momento, enquanto as meninas riam, Eriol desviou o olhar para Shaoran, que estava ligeiramente carrancudo. Bom, dizer isso não é nenhuma novidade, mas o garoto estava mais fechado do que de costume, em posição defensiva.
Em seguida olhou como se não quisesse nada para as árvores, e viu um vulto. Juntou dois mais dois e percebeu que Hitomi estava ali, claro! Não iria deixá-los sozinhos depois do grito de Sakura! Era seu trabalho!
Então Eriol teve uma idéia...
***
- Já terminaram? – perguntou Eriol.
Todos confirmaram com a cabeça. Então Eriol pegou uma sacola vazia e começou a juntar o lixo dentro da mesma.
- Eu vou levar o lixo lá embaixo, então.
Shaoran se descontraiu de leve. Bem melhor sem Eriol por perto, ficaria mais fácil. Mas ainda não entendia porquê estava com tanta dificuldade em realizar uma coisa tão simples... Por quê? A dúvida não deixava sua mente.
Os outros consentiram, e ele se levantou. Quando começava a descer a ladeira, e a ficar fora do campo de visão de Hitomi, Eriol virou a sacola de propósito no chão.
O barulho desviou a atenção de todos, que se viraram.
- O que foi? – perguntou Sakura, aflita com o barulho.
- Hum, nada, apenas um imprevisto... Tomoyo, poderia me trazer uma sacola nova vazia?
- Claro! – a garota se levantou e foi até ele.
Shaoran respirou fundo.
***
Tomoyo andou calmamente até onde estava Eriol, e abaixou ao lado dele, para reparar o estrago.
- Muito obrigado. – sorriu Eriol com a cara mais inocente do mundo.
- Eriol, Eriol... Você não me engana. Acha que eu não sei que fez isso com alguma intenção?
- Como assim? – Eriol fez a mais fingida cara de desentendido.
- Ora, simples. Primeiro: a sacola que você carregava não estourou, como se pode ver. E você não é bobo ao ponto de virá-la no chão.
Eriol ficou em silêncio e Tomoyo continuou:
- Segundo: se a sacola não está furada, não tem motivo para me pedir uma segunda. Portanto, me faz acreditar que me pediu para vir aqui apenas porque a minha presença lá atrapalha seus planos.
Eriol sorriu.
- Só isso?
- Não. E também porque é o melhor jeito de tirar Hitomi de lá.
- Como você sabe? – Eriol se espantou de verdade.
- Eu conheço as minhas guarda-costas. – Tomoyo sorriu satisfeita – E eu sei que elas não iriam embora depois de um grito como o da Sakura, por mais inocente que ele seja.
Eriol fez uma reverência disfarçada.
- Parabéns. Definitivamente, não tem graça brincar desse jeito com você. Mas, agora que descobriu meus planos, vai descer comigo até a lixeira?
- Vou sim. Vamos.
Os dois se levantaram e segurando as duas sacolas, desceram a ladeira.
***
Hitomi ficou nervosa. E agora? O que faria, as crianças tinham se separado! Decidiu deixar os dois que estavam seguros na clareira e descer acompanhando Tomoyo. Afinal, dentre todos, Tomoyo Daidouji provavelmente seria a mais visada em eventuais seqüestros ou coisas do gênero. Saiu do seu esconderijo e desceu a rampa pelo meio das árvores, paralelamente.
***
Shaoran relaxou. Sentiu que aquela presença que vigiava a todos tinha ido embora. Agora estava bem melhor.
Bem melhor? O que ele estava falando? Estava sozinho com Sakura! E agora?
Era a hora para o desafio, mas... Mas...Eriol tinha de estar presente, senão não iria aceitar, provavelmente, que tinha cumprido o desafio. Mas...
A palavra de Sakura! Claro! Poderia pedir para Sakura confirmar tudo a Eriol depois, como não?
À medida que pensava essas coisas, Shaoran inclinava a cabeça ou fazia expressões engraçadas, como se conversasse com si mesmo.
Sakura tinha um ponto de interrogação na cara.
***
- Shaoran está em débito comigo. Acho que ele não vai gostar disso...
- Ah, não acho... – comentou Tomoyo – Shaoran tem honra. Ele não vai se aproveitar.
- Talvez sim, talvez não. Não estamos lá para saber, não é mesmo? – ele sorriu.
Continua no próximo capítulo...
Nota da autora: Eu gostaria de avisar a todos que neste fanfic, as coisas funcionam como se Shaoran jamais tivesse se declarado para Sakura, ok? Gomen por estar falando agora, mas eu esqueci desse detalhe. Detalhe não, peça fundamental, senão o fic não tem sentido algum! Gomen nasai gozaimasu, mina-san!
Thanx de coração a todos os incentivos! Amei todos, e gostaria que não parassem de enviá-los, seja postando reviews ou mandando um e-mail para: mari-chan.mlg@bol.com.br. Os comentários de vocês são fundamentais! =)
Kisses para vocês, e até o próximo capítulo!
Mari-chan.
