Aviso: Os personagens de Card Captor Sakura pertencem ao CLAMP, não são meus! ^^ Mas o enredo e a história são! =)
Capítulo 5 – Conclusões
O coração de Shaoran ia acelerando cada vez mais rápido, batendo tão depressa que Shaoran tinha a impressão de que Sakura iria poder ouvi-lo, daqui a pouco. Respirou fundo. Não podia deixar que ela notasse.
Sakura olhava Shaoran com uma mistura de pena e curiosidade. Era claro que o amigo se debatia com alguma coisa internamente, além de não ter falado muito durante todo o passeio. O que acontecia?
E, ainda por cima, ao ver que Eriol e Tomoyo haviam os deixado só e o comportamento de Shaoran continuava igual, Sakura só pôde deduzir que o problema ali era ela mesma.
Bom, de certa forma, a garota tinha acertado nas suas adivinhações.
***
Shaoran estava pensando em como faria aquilo. Se declararia agora? Mesmo que ninguém estivesse vendo? E depois falaria para Eriol que havia cumprido seu desafio? Mas que tipo de desafio era aquele, se não houvessem testemunhas?
Espere um momento... Sakura era a testemunha, claro. Ela falaria se ele não tivesse cumprido o que prometera.
- O Eriol e a Tomoyo estão demorando, não estão, Shaoran?
O garoto foi arrancado de seus pensamentos pela voz de Sakura, que chegou um tanto distante para seus ouvidos, de tão desconectados do mundo exterior.
- Anh?
- O Eriol e a Tomoyo... Achei que a lixeira era mais perto.
Shaoran apenas consentiu com a cabeça, gesto que só deixou Sakura mais triste. Por algum motivo que ela desconhecia, ele ainda por cima estava monossilábico, como o vira em poucas ocasiões. Shaoran só ficava assim quando precisava dizer ou tomar decisões importantes...
Importantes?
***
- Eriol, vamos subir... Não podemos demorar muito mais aqui em baixo, já enrolamos o suficiente para o Shaoran fazer o que ele sabe que tem que fazer.
- Ele leva muito a sério essas brincadeiras...
- Eu sei, mas quem começou tudo foi você, né Eriol?
Eriol sorriu.
- Ele podia ter desistido.
Tomoyo sentou-se em um banco de madeira bem cuidado, que havia ali perto, perto de um carvalho grande e que fazia bastante sombra, justamente no lugar do banco que ocupava, e suspirou.
- O que está querendo me dizer com isso?
- Que foi uma jogada baixa, Eriol. Você e eu sabemos, pelo menos, que a honra é um dos pontos fortes do Shaoran.
- Sim, lógico. Mas continue com o seu raciocínio, por favor.
- Claro. Como eu ia dizendo, você sabe que o Shaoran nunca iria voltar atrás, e fez um desafio desses!
Eriol sorriu. Se aproximou e parou na frente de Tomoyo, olhando bem nos olhos dela. Os dois ficaram alguns segundos assim, até que Eriol sentou-se ao lado dela, no mesmo banco, sobre a sombra da mesma árvore.
- Tomoyo, acho que você sabe tão bem quanto eu que não é muito bom fazer as coisas desse jeito, mas às vezes... As pessoas precisam de alguém que dê um empurrão, para que elas ajustem a vida delas, Tomoyo.
- Então você...
Tomoyo estava surpresa. Então no final das contas, Eriol estava apenas ajudando Shaoran.
- Sim, eu estou. Tentando, pelo menos. A Sakura iria demorar mais para perceber. E quem tem que tomar a iniciativa nesse tipo de coisa costumam ser os garotos, né? – Eriol sorriu para Tomoyo novamente, mas dessa vez foi um sorriso um tanto diferente.
Tomoyo corou, e desviou o olhar, para logo depois recolocá-lo em Eriol.
***
Hitomi estava ficando com cãibra, de estar por tanto tempo na mesma posição. Estava aflita pelos dois meninos que havia deixado lá em cima, mas não podia tirar os olhos da filha de sua cliente. Não mesmo.
Mexeu um pouco o pescoço que ameaçava perder os movimentos. Quando tentou esticar um pouco a perna direita que estivera dobrada todo esse tempo, Hitomi desequilibrou-se e caiu com tudo para trás, fazendo um barulho considerável nos arbustos.
***
- A sua guarda-costas está cansada...
- Hum-hum... – Tomoyo sussurrou de volta – Coitada. Vamos voltar?
- Não, ainda não. Temos que mantê-la presa aqui em baixo. – Eriol sussurrou no ouvido de Tomoyo.
Outro barulho na mata.
***
Hitomi não acreditou... Então aquele menino... Estava flertando com Tomoyo?
Estava ponderando sobre isso quando caiu de novo, dessa vez para o outro lado. Mas de espanto. Que rapidez a dos jovens de hoje em dia...
***
Sakura resolveu colocar as coisas em pratos limpos. O silêncio que pendurava entre os dois estava desconfortável há um bom tempo, descontando o fato de Shaoran estar debatendo consigo mesmo.
- Shaoran?
Nada, silêncio e ignorância em resposta.
- Shaoran? Está me ouvindo?
Novamente, sem retorno.
Sakura tocou o braço de Shaoran de leve, mas foi o suficiente para que este desse um salto e recuasse dois metros da garota.
- O que foi?
Sakura ficou realmente assustada. Por que ele estava daquele jeito? A companhia dela não era agradável mais para ele?
- Eu... Eu vou descer para ver como o Eriol e a... Tomoyo estão. É, eu vou descer...
Sakura não disfarçou o desapontamento e a tristeza na sua voz, e apanhou sua bolsa, pronta para descer.
Enquanto Sakura fazia esses pequenos movimentos, Shaoran teve um estalo. Ele não entendeu por que Sakura estava triste no início, mas era claro que a culpa era toda dele! Levantou-se.
Quando Sakura começava a querer descer a ladeira que conduzia para o local onde Tomoyo e Eriol estavam, ela sentiu seu pulso ser retido pela mão de Shaoran.
- Shaoran?
- Sakura, por favor. Eu preciso contar uma coisa para você.
Sakura concordou com a cabeça, e os dois se sentaram onde estavam.
- Pode falar... – Sakura ainda estava triste, e Shaoran tinha notado.
- Sakura, eu sei que pode ter parecido rude da minha parte ficar em silêncio... E que você pode ter achado que não gostava de você...
Li parou por um momento de falar, e Sakura arregalou os olhos esmeralda dela, para poder ver melhor, mesmo enxergando Shaoran bem. Na verdade, ela queria ouvir melhor. Li havia notado que ela estava triste?
- É que tudo isso aconteceu porque eu estava com a cabeça cheia... Preocupado...
Preocupado? Sakura entrou em parafuso, tentando entender. Mas parecia que era sério, e que Shaoran tinha algo importante mesmo a dizer, exatamente como ela tinha pensado.
- Por que eu tinha que fazer uma coisa importante... E não tinha como regredir. Eu dei minha palavra e vou cumpri-la.
Então envolvia a palavra de Shaoran. A coisa era séria, pensou Sakura.
- Sakura... Sakura... – Li ergueu o rosto, para poder ver melhor Sakura, que agora não estava mais triste, mas sim ansiosa por uma conclusão. – Eu... Queria dizer...
- Queria me dizer... – tentou ajudar Sakura. Ela viu que Li tinha corado furiosamente, e fazia esforço para continuar falando. Ou já estaria a quilômetros dali.
***
- Você acha que ele já conseguiu?
- Sinceramente? Acho que não... Vamos ameaçar a voltar... Se o Li perceber que gente vem vindo, ele deve tomar uma atitude.
- Certo. – concordou Tomoyo, olhando no relógio – Mais dois minutos e vamos subir.
***
Hitomi estava com medo de chegar mais para a frente e cair de novo. Aliás, ainda bem que eles não tinham notado sua presença ali...
O que eles tanto falavam? Bom, ela não podia se arriscar... Mas que a curiosidade estava correndo-a por dentro era verdade...
***
- Sakura... Eu queria dizer...
Sakura estava apreensiva. Era a quinta vez que Shaoran tentava dizer a mesma coisa. Segurou as mãos dele, para dar-lhe firmeza.
- Shaoran, eu não vou fazer nada. Não precisa ter medo.
Li surpreendente relaxou, e conseguiu controlar a suas palavras, falando pausadamente.
- Sakura, eu queria dizer que eu... Gosto muito de você. Não como um amigo... Eu queria dizer que te amo. De verdade.
Sakura sentiu que as suas mãos estavam sendo seguras de um modo forte pelas de Li, como se ele não quisesse perdê-la.
Ela sorriu:
- Isso fazia parte do jogo do Eriol, né?
Shaoran respirou fundo.
- Fazia. Mas não faz mais. – Sakura olhou bem dentro dos olhos de Li, e viu que ele não poderia estar mentindo... Sentiu o próprio coração disparar, sem controle. De algum modo, a declaração de Shaoran a afetara muito.
Li continuou:
- Eu... Achava que iria ser um desafio fácil, já que eu não sentia nada de mais por você, Sakura. Mas... À medida que a hora da declaração se aproximava, eu percebi que eu gostava mesmo de você... Eu só não havia percebido. O jogo do Eriol me fez acordar.
Sakura não conseguiu conter um sorriso.
***
- Vamos subir.
- Certo.
Os dois se levantaram, e subiram a ladeira que levava a clareira onde Sakura e Shaoran estavam tão rápido que Hitomi, dolorida das cãibras, mal tivera tempo de acompanhá-los.
***
Sakura pensou nas palavras de Shaoran... Então algo dentro dela acordou também. Percebeu o carinho que tinha por ele, como gostava de tê-lo por perto... E notou que também gostava dele.
Incrível como não havia percebido isso antes, tão na sua frente. Tudo por causa de um jogo, aparentemente inocente. Bom, não tão inocente.
Apenas duas palavras foram suficientes para que todo o vazio de uma possível rejeição que Li previa, da sua própria declaração, fosse expulso de dentro dele:
- Eu também.
E os dois se abraçaram.
No exato momento que Tomoyo e Eriol tinham terminado de subir a ladeira, e Hitomi um pouco depois, ofegante.
- Vejo que estamos prontos para ir embora? – sugeriu Eriol, vendo os dois abraçados.
Os dois se viraram, e para surpresa geral, desfizeram o abraço, mas não soltaram as mãos.
- Fico feliz pelos dois! – exclamou Tomoyo, correndo para pegar sua câmera, que estivera presa em uma árvore, ligada o tempo todo.
O recém formado casal estranhou:
- Vocês já sabiam?
- Já. – responderam os dois em uníssono.
Rindo, os quatro começaram a descer a ladeira, para voltarem para suas casas. E mais uma vez, Hitomi desceu a ladeira desembestada, para chegar a tempo no carro. E quase caiu no meio do caminho.
***
Um a um os quatro voltaram para suas casas. Tomoyo e Eriol estavam felizes por terem conseguido seu intuito, juntando Sakura e Shaoran, que finalmente haviam percebido que a pessoa que amavam estava tão próxima deles. Mesmo tendo de usar um artifício como um jogo, para acordá-los.
Os últimos a serem deixados em casa foram Eriol e Shaoran. Tomoyo havia ficado na casa de Sakura, para conversarem um pouco.
Chegaram logo a casa de Eriol. Eriol desceu e se despediu.
- Bom, até amanhã na escola, Shaoran.
- Até mais.
Quando Eriol quase ia sumindo de vista, Shaoran o chamou:
- Eriol!
Ele se virou:
- Sim, Shaoran?
Li sorriu triunfante.
- Eu não esqueci do seu favor... Você será pago, não vou esquecer, e nem você.
- Não duvido.
- Mas com uma condição.
- Qual? – Eriol cruzou os braços, curioso.
- Será na mesma moeda. – e fechou os vidros do carro, pedindo educadamente para que Hitomi o levasse para sua casa.
Eriol sorriu. Que coisa... Descobrira outro ponto forte de Shaoran, a generosidade. Se bem que para ele, Eriol Hiiragizawa, seria um tormento...
- FIM -
Continua...Em uma próxima história?
Nota da autora: Até que enfim! O "Verdade ou Desafio?" foi terminado! Espero que tenham gostado da história, e quero agradecer muito, mas muito mesmo a todas as pessoas que acompanharam o fanfic e enviaram comentários para melhorá-lo!
Mais do que nunca, quero agradecer pela paciência também. Eu demorei muito com os fanfics de CCS, porque passei (na verdade, estou passando) por uma crise obsessiva por J-Rock, e acabei escrevendo mais sobre J-Rock como tema do que sobre CCS... Gomen nasai gozaimasu!
Anyway... Este fic é para vocês! Muito obrigada de coração, e até uma próxima história!
Para contato, ou deixem uma review ou escrevam para mari-chan.mlg@bol.com.br. Terei muito prazer em responder todos os e-mails! ^^v
Thanks pelo apoio durante mais uma jornada,
Mari-chan.
