UM ENCONTRO COM...
CAPÍTULO 02 – A PAIXÃOOs quatro subiram as escadas a partir da casa de Virgem perdidos em seus próprios pensamentos... Mas enquanto Máscara da Morte entrelaçava seus dedos fortes nos longos de Afrodite e o puxava mais pra perto, Milo de repente largou a mão de Camus e começou a correr escadaria acima. Camus deu de ombros e resmungou:
-Ele vai querer me surpreender com alguma coisa...
-Porque você não o surpreende primeiro? – sorriu Carlo, por cima do topo da cabeça de Afrodite, onde tinha acabado de pousar um beijo.
-O sedutor da história é ele...
-HAH! É... – Afrodite enfiou as mãos por baixo da camisa de Carlo, arranhando-o e arrepiando-o todo... – Até parece que você não sabe usar seu charme francês... –Trocaram um primeiro beijo, cheio de gemidos e suspiros...
-Vocês vão se comer aqui mesmo nas escadas? Porque não desceram pra casa de Câncer?
-Porque hoje é noite de fazer barulho... – Máscara da Morte deu uma gargalhada maliciosa. – E nosso único vizinho, que é você, não vai estar lá pra bronquear...- Tirou o cabelo longo e cacheado da frente e abaixando um pouco a camisa de Afrodite, mordeu-o, arrancando um pequeno grito.
-Como eu não tenho vocação pra voyeur, excuse moi, mas vou providenciar meu próprio show erótico. Au revoir e divirtam-se... – e Camus se apressou para casa.
Quando entrou, a casa de Escorpião estava na penumbra, iluminada por velas perfumadas. Toulouse se aproximou de Camus, miando.
-Então, ruivo, cadê o Mestre do Kama Sutra? – Camus apurou o ouvido, percebendo o som do chuveiro... – Humm... então vamos fazer nossa parte, Monsieur Lautrec? – ergueu o gato no colo, levando-o para a sala.
Milo sentiu o cosmo de Aquário e se arrepiou de ansiedade. Tinha planejado tudo: o ambiente levemente perfumado, na luminosidade certa, pêssego em calda, o doce favorito de Camus (a calda tendo outras utilidades, claro), e agora ele, ainda úmido do banho, vestido apenas com um quimono de seda preta curto. Riu ao sair do quarto. "Hoje vou fazer aquele sangue frio correr ao contrário..."
Entrou na sala carregando uma bandeja com o pêssego em calda numa compoteira de cristal. Camus, como ele previa, estava sentado na cadeira do papai, o jornal tapando quase todo o seu corpo, somente a luz do abajur em cima dele acesa... O cavaleiro de Aquário esperou que Escorpião pusesse a compoteira em cima da mesinha perto dele e abaixou o jornal, melhor, jogou-o de lado. Milo não conseguiu conter o ofego de surpresa. Camus estava nu na cadeira, com o gato tapando o acesso a uma zona interessante. Com uma das mãos ele mantinha o animal sossegado e a outra continha algo que Milo não conseguiu descobrir na hora o que era. Quando Camus levou a mão à boca e segurou nos dentes uma coisa arredondada e vermelha Milo sentiu o SEU sangue se aquecer e correr – não ao contrário, mas numa única direção, ABAIXO!
-Quer uma cerejinha, chére?
Se pêssego era a perdição de Camus, cereja era de Escorpião. No momento, seu cérebro perdeu completamente a capacidade de formar uma frase coerente e o pobre Milo só pode acenar afirmativamente. Camus abriu a boca, segurando a cereja na língua e guardando-a dentro, convidou o marido:
-Então venha buscar.
Milo se arrastou para a cadeira e subiu engatinhando. Camus se esticou, afastando o gato e estendendo a poltrona. Milo cobriu os lábios dele, aproveitando a abertura pra inserir a sua língua dentro da outra boca e roubar o pedaço de cereja... Foi quando viu ao lado da poltrona uma outra compoteira com a fruta.
-Charme francês, han?
-Sempre funciona... –Camus abaixou as mãos, desamarrando o quimono e procurando tira-lo. – Você está muito vestido pro meu gosto...
Milo aproveitou que tinha estendido a mão para retirar o braço da roupa e pegou algumas cerejas. Espremeu-as sobre o peito de Camus e foi lambendo o sumo, fazendo uma trilha, sentindo o corpo por baixo dele se erguendo pra sentir melhor a língua exploradora. Ao chegar no ponto crítico, suspirou melancólico:
-Ah, se o chantilly não tivesse acabado...
Escutou o barulho da tampinha sendo retirada e olhou pra cima, encontrando o olhar azul escuro maliciosamente divertido:
-Só porque você não achou na geladeira... – espremeu um pouco na ponta do nariz do grego... – Já disse que você fica delicioso irritado? – Lambeu, sorrindo.
Milo tirou o frasco das mãos do francês e espremeu uma boa quantidade aonde queria:
-Você está muito engraçadinho, hoje... – Retirou o excesso da ponta com uma grande lambida. O corpo que estava recostado nos cotovelos se atirou pra trás, curvando as costas. – Tem que pagar por suas gracinhas... – Chupou toda a extensão suja de chantilly, indo e voltando até vê-la limpa.
Camus gemia sem pudor, sua voz grave e máscula enlouquecendo mais e mais Milo. Quando sentiu que se aproximava do ponto sem volta, puxou os cabelos de Escorpião, parando tudo.
-Non, chére. Ainda não usamos a calda de pêssego... É uma pena desperdiçar o doce, n'est ce pás?
Milo sorriu, estendendo o braço em direção à mesinha, mas Camus foi mais ágil e saiu debaixo dele, deitando-o em seu lugar e cobrindo-o com a calda. Lambeu todo o caminho por onde o doce escorreu, principalmente os vãos onde Milo fez questão que ele entrasse. Quando acharam que iam explodir de tesão, Camus ergueu os quadris de Milo, colocando suas pernas em volta da cintura e o penetrou de uma vez, arrancando um grito de surpresa, tesão, alívio e paixão. Erguendo-se, Milo apertou a cabeça do amado no peito, sentindo as mãos de Camus lhe apertarem as nádegas e as coxas e seus dentes morderem seu peito. Os cachos azuis primeiro os cobriram, enquanto Milo se curvava pra frente, mas depois foram puxados para trás, expondo o colo e o pescoço de Escorpião para novas mordidas e chupadas. O atrito aumentou mais e mais até o mundo todo se perder primeiro num branco total depois em luzes multicoloridas. Duas vozes masculinas que gemiam, rosnavam e suspiravam num crescendo deram um último e primal grito depois nada mais foi ouvido dentro daquela sala, a não ser duas respirações pesadas que tentavam voltar ao normal. Camus sabia que se dormissem na poltrona, o dia seguinte seria um inferno de dores musculares, então fez um último esforço e se ergueu, carregando Milo para o quarto. Escorpião resmungou:
-Vamos tomar um banho... To muito melado pra dormir desse jeito...
-Vai arrumando a banheira que eu já volto.
-Onde você vai?
-Guardar as compoteiras, oras... Seria um ótimo desfecho para nossa noite perfeita acordar no dia seguinte e descobrir que nosso gato está com diarréia.
"Noite perfeita? UAU! Tenho que caprichar no presente de casamento de Terpsicore... Segundo round, banheira de água morna com sais afrodisíacos... Aqui eu garanto que ele não me supera..."
Milo encheu a banheira, mexeu os cristais e entrou, colocando a cabeça no descanso da borda. Abriu os olhos pra ver Camus entrando com a bandeja, uma garrafa de champanhe num balde de gelo e duas taças... "Clichê... muito romântico, mas clichê".
-Quer um pouco, chére?
-Sim, claro.
Camus encheu uma flute bem próxima do rosto de Escorpião e mergulhou o pênis dentro, para surpresa de Milo. Aproximou o membro da boca espantada do outro, oferecendo:
-Quer tomar de canudinho?
Novamente o cérebro do grego travou. Ele abriu mais a boca, para receber as gotas do vinho espumante que pingava e para acolher o "canudinho". Ao fazerem amor pela terceira vez, Milo se surpreendeu mais um pouco, ao perceber que o membro de Camus estava gelado, contrastando com o seu interior quente, levando-o ao delírio...
Quando finalmente se deitaram pra dormir, Milo abraçou o marido, exausto e teve que reconhecer – o francês quando queria, era uma suprema autoridade na arte do amor... Camus apertou o amado e sorriu: "Bem, Carlo e Afrodite, eu procurei surpreende-lo... pelo jeito, eu consegui... Touché, mes amis!"
N/A: Ufa! Acho que eu consegui... Do meu jeito, porque eu confio muito no taco francês do Camus... e porque Aquário (o signo) não gosta das coisas como elas são, gosta de novidades, de surpresas, inovações... Espero que tenha agradado... E Belier, aquele chantilly de Morangos Agridoces ficou na minha cabeça um tempão... A cereja na boca de Camus eu vi ontem de novo, num fanart mas com o Mú... Agora como o Camus ficou segurando o gato no lugar, HAH, fiquem imaginando... Com uma almofada é bem mais fácil...
