UM ENCONTRO COM...

CAPÍTULO 3 – O DESEJO

Apesar do que Camus imaginava, Afrodite e Carlo conseguiram chegar até a casa de Peixes. Claro que com camisas e cintos abertos, os cabelos desarrumados e os corpos já com algumas marcas...

-Até que enfim... – suspirou Afrodite, se livrando dos mocassins e andando na ponta dos pés até o aparelho de som, enquanto tirava a camisa também.

Carlo chutou suas papetes longe, quase rasgou a camiseta na ânsia de tirar e desceu as calças com as boxers.

-Que alívio... Venha cá, rápido!

-Por que a pressa? – Afrodite começou a se balançar suavemente ao som do CD de George Michael. – Temos a noite toda...

-Sim, temos! Por isso mesmo, não quero perder um só minuto...

-Ninaninanão. Não vamos trepar como coelhos alucinados hoje... Tenho planos... A qualidade no lugar da quantidade...

-Afrodite... – gemeu o italiano, tentando soar desesperadamente sedutor, lambendo os lábios num convite, mas o sueco estava irredutível...

-Se acomode ali na namoradeira que eu já volto...

Achando-se injustiçado e prometendo vingança, Carlo se esparramou na namoradeira, abrindo bem as pernas e se tocando distraidamente... Estava tão distraído, pensando no que iria fazer com aquela bicha tratante que o deixava maluco de tesão depois escapulia porque "tinha planos para uma noite qualitativa" que nem percebeu que Afrodite tinha voltado com uma caixa debaixo do braço e uma bandeja na outra mão. Assustou quando sentiu uma coisa macia passar pelos seus olhos.

-Que é isso?

-Pra aguçar seus sentidos, oras. Você não vai precisar ver nada, apenas sentir...

-Vai me amarrar também?

-Oh, não... quero que participe ativamente do processo. Há apenas uma regra, não tire a venda... – pediu Afrodite, amarrando a echarpe de seda atrás da cabeça de Carlo.

Máscara da Morte se sentiu meio ridículo, mas aceitou a regra. Logo sentiu as unhas compridas correr pelo seu peito... E uma coisa suave acompanhar as unhas... Franziu as sombrancelhas.... aquilo era... era... ah, uma das plumas do leque de Afrodite. Agora ele tinha aberto o leque, a carícia como dedos de vento, arrepiando-o um pouco mais. Carlo se remexeu no divã... As plumas desceram pelo seu tórax, passaram pelo seu quadril, alcançaram suas pernas, fazendo cócegas... De repente um cheiro delicioso e uma coisa macia subiu por sua virilha... "Esse cheiro é de... de... pêssego maduro..." E Mascara da Morte desejou que a fruta subisse... Foi o que Afrodite fez... Passou o pêssego no peito e no queixo dele, deixando que ele mordesse, o sumo escorrendo e Carlo sentiu quando a ponta da língua de Dido aparou... Aquilo lhe deu um choque elétrico... Deixou ser lambido, enquanto comia o pêssego, depois ofereceu a polpa, querendo sentir a boca do amado na sua... Mas Afrodite recusou, se afastando. Carlo ficou atento, procurando e sentindo os cheiros, os sons, as sensações ampliadas pela falta da visão... "Será que o Shaka sente isso quando está com o Mú?" Ouviu Afrodite mudar a música. Ele agora tinha colocado "I'm too sexy for my love" e voltava, para dançar com Carlo.

-Ah, isso é que você quis dizer com "participação ativa"?

-Sim. Você já me viu dançando, sabe dos meus gestos... Apenas me acompanhe...

-Mas eu não sei rebolar como você...

-Apenas me acompanhe, amore...

Máscara da Morte sentiu Afrodite por trás dele, tocando suas costas com o peito, a ereção de Afrodite na sua bunda, se arrepiou. Logo, o peixinho sem deixar manter contato, ia para sua frente, rebolando, abaixando, levantando, puxando as mãos de Carlo, que sem ver, só ouvindo e sentindo, dançava sensualmente com ele. O italiano já estava em ponto de ebulição, começou a morder os lóbulos das orelhas, o ombro de Afrodite, adorando sentir o cabelo comprido do outro em uma trança para não atrapalhar o contato pele-a-pele, entrelaçou os dedos nos dedos longos e puxou o quadril do marido para se juntar a ele... Afrodite bem que tentou ainda mais um pouco do jogo da sedução, mas não agüentava mais. Deixou-se ser penetrado de pé mesmo enquanto dançavam. Reclinou-se um pouco pra frente, empinando o traseiro. Máscara vibrou, puxando e empurrando ainda no ritmo da música. Sentiu sob seus pés o começo do tapete felpudo e com a mão nas costas de Afrodite, procurou empurra-lo pra baixo. Di percebeu e ficou de quatro no tapete. A sensação do tapete mais o cheiro de rosas que vinha do amado, sinal de alta excitação dele embriagava Carlo, que gemia alto e murmurava palavrões em italiano, batendo nas coxas brancas. Afrodite, ao sentir os tapas amorosos, começou a gritar (a palavra "MAIS" em sueco principalmente) o seu tesão aos quatro ventos. Gozaram violentamente, Afrodite caindo sobre o tapete, exausto, Carlo por cima dele, sem conseguir se segurar. Ao rolar para o lado, para aliviar o peso do amado, o cavaleiro de câncer não sentiu o tapete peludo embaixo de suas costas como o esperado mas algo macio e geladinho... E tão cheiroso como o peixinho que abraçava. Tirou a venda e sorriu:

-Uma cama de rosas, Mozinho?

-Hun-hun. – concordou o outro, beijando o pescoço do marido. – Segunda parte agora...

-Opa, então minha vez! Chega de me torturar, eu também gosto de ver gemer e suspirar... To com sede? Tem vinho?

-Tem... na bandeja... também me deu sede, Mozão...

Máscara abriu a garrafa, bebendo no gargalo, sabendo que isso excitava Afrodite, que não tirava os olhos do seu pomo de adão. Deixou um pouco escorrer pelo queixo, para limpar com as costas da mão, gesto sexy e cafajeste. Depois bebeu um pouco, para passar de boca a boca, o corpo maior e peludo se esfregando no outro. Afrodite gemeu, pedindo:

-Ai, minha sede aumentou...

-Pois vou te dar uma desidratação, veado. – E deu-lhe um outro "beijo de vinho", depois derramou o liquido no corpo alvo, lambendo onde o vinho corria, adorando lamber o umbiguinho fundo cheio de bebida.

Pegou um dos botões de rosa e passou pelo rosto afogueado de Afrodite, que mordeu o cabo ao sentir sua ereção nas mãos grandes de Carlo.

-Grita, cazzo! Per me, io voglio ascultar te...

-Ai, mozão...

-Tá bom? Quero que você me diga, Mozinho, se ta bom...

-AAAAAAAAAAAAAAHHHH, CARLOOOOOOOOOO...(1)

-Ainda ta fraco...

Afrodite deu um pulo e derrubou Máscara da Morte no chão. Os olhos azuis piscinas brilhavam e ele lembrou por um instante daquele cavaleiro perigoso, o mais belo e mais mortífero do Santuário.

-Ah, você quer me ouvir gritar? Pois eu também quero, Mozão. – E se empalou no mastro do outro, gemendo alto, encontrando um eco deliciado no amante.

As unhas compridas arranharam as coxas musculosas, enquanto a boca rosada e carnuda atacava os mamilos de Carlo, fazendo-o ofegar. O quadril de Afrodite parecia ter vida própria, se movendo rapidamente sobre Carlo. As vozes grave e aguda se cruzavam no ar, derramando pelas escadarias da casa de Peixes, ecoando na casa de Aquário (convenientemente vazia). Um último crescendo, um rugido, um grito agudo e o mundo entrou num vórtice de prazer supremo. Afrodite caiu em cima de Carlo, exausto, suado e satisfeito. Entrelaçaram as mãos, Máscara se ajeitou no meio das pétalas das rosas...

-Acho que melecamos o tapete além da lavagem...

-Um tapete novo é um preço muito baixo para uma noite de amor feito essa...

-Pensa que acabou? Eu vi chantilly e cobertura de chocolate na bandeja...

-Morangos e uvas... Tem champanhe na geladeira, você sabe...

-Hummm, io te voglio tanto bene, Mozinho... (2)

-Anche io, Mozão. Io che no vivo piu d'una hora senza te...(3) – começou a cantarolar Afrodite.

E logo a voz grave começou a murmurar a música da lua de mel nos ouvidos dele, só parando quando os dois adormeceram, o corpo de Afrodite bem protegido pelos braços fortes de Carlo, seu coração aquecido pelo amor inabalável do italiano, a mente só pensando no que fariam madrugada afora...

N/A: Hum, eu não devia ter gastado todas as fichas no Camus. Depois eu não podia usar muito o paladar nesse capítulo...Deu pra perceber como eu acho o pêssego uma fruta sensual, ne? Tesão por pêssego e manga. (1) June Briefs, esse foi só pra você. Você sabe por que, huahuahauahahauhau, somos todas insanas mesmo. (2) Nem vou traduzir, ne? (3) Eu também, Mozão. Eu que não vivo mais de uma hora sem você. É a música do último capitulo de Afrodite vai se casar... Bem, o próximo capítulo não é mais yaoi. Só vou fechar contando como os "borrachos" Saga e Shura terminaram a noite. Quem sabe eu conto mais sobre Terpsicore e Saga?