Cap. II – Recreio
Karura estava verificando se todos os ingredientes estavam ali, e, como se não bastasse, ela tentou ver se havia algum extra para adicionar mais sabor.
"Hum... Otimo, há tudo aqui. Vou fazer um recorde para o Max..." Pensou.
- O que foi, gata? Parece que o Tyson devorou até parte do armário!
- Nada de mais...
- Ora... Qual o motivo da graça?
- Há exatamente o suficiente aqui... Volto já, e desta vez, pode confiar em mim.
- Está bem. Mas veja se não dá um sumiço novamente, viu, gata?!
- Tudo bem!
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- Ei, ei! Alguém pode me dar uma ajudinha lá na cozinha?
Todos viraram seus rostos para olhá-la. Karura ficou tímida.
- Eu! Eu!
- Hum... – ela o analisou 'completamente' – Realmente, você pode ser o que preciso agora, Daichi. Vamos.
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- Voltei. Não disse que voltaria logo, vovô?
- Realmente, gata. Mas por que trouxe Daichi?
- Preciso de uma ajudinha... Não há nada mais com que se preocupar.
- Está bem...
- Agora, vamos ver... Daichi, preciso pegar um ingrediente que está lá no fundo, você poderia pegar?
-...
- Eu lhe erguerei...
- Então, tá.
Dito e feito, Karura o ergueu em seus ombros. Porém, por Daichi ser pequeno, ele não alcançou o "tal" ingrediente. Enquanto isto, Tyson estava aliviado, mas curioso para saber o que Karura estava fazendo e pra quê precisaria do Daichi.
- Não consegue?
- Tá difícil...
- Espere. Se segure.
- Por que? Ah!!
Ela o trouxe ao chão.
- Sobe nos meus ombros e tenta pegar. Acho melhor fazermos assim.
- Mas...
- Não se preocupe com isso, eu sou muito forte...
- Certo, se é que diz mesmo.
Desta vez, ele a ergueu e a idéia deu certo. Ela conseguiu pegar o 'objeto' tão facilmente...
- Muito peso?
- Claro que não...
- Otimista... Aprendeu com Tyson...
- Ei!
- Epa!
- Ai...
Karura caiu com braços cruzados sobre uma das pias, e não se machucou. Apenas o estrondo com o chão fez doer um pouco os pés e os dentes.
- Daichi... Eu vou lhe matar em breve... – ela o olhou com uma expressão tão obscura que o garoto começou a sentir que estava se afogando num mar sem fim.
- Por... Por que... Não agora...?
- ¬¬... Se quiser, pode ficar lá fora. Só precisava pegar isto. – ela deu umas "batidinhas" no pote que pegara.
- Grr... Senhora da morte.
- Acha mesmo...?
- Foi mal!
- SAI LOGO DAQUI!
- Ah!
Tyson, Max, Kenny e Ray viram um Daichi sendo "espirrado" longe.
- Aí, cara, o que foi que houve? – Max o indagou.
- Karura gritou comigo como se eu fosse fazer eco.
Todos riram, exceto Kai e Kenny.
- O que você fez? – Chief deu a questão.
- Nada... Só deixei ela cair de cima de mim e a... Chamei de "senhora da morte"...
- Vai que ela pode ser, mesmo... Do jeito que você chegou aqui em recorde de pulos de canguru...
- Se bem que por trás daquela facezinha bonitinha e sorridente deve haver uma gótica misteriosa que adora matar ao invés de saber de mortos...
Kai riu.
- Imagino o impacto que ela teve com o chão. – disse um Ray com jeito de investigador.
- Para ser tão ruim... Ela caiu em cima de mais alguma coisa? – Kai se sobrepôs a perguntar.
- Sim. Ela deu de cara com a pia.
- Isso sim é motivo pra espirrar alguém assim como você foi... – Tyson se enfiou na conversa.
- É... Pode crer... Ainda bem que ela não é a Hilary... – Max refletiu.
- Mas Karura sabe ser bem pior.
- Como você sabe disso, Tyson?
- É a convivência, Max...
Desta vez, todos riram.
- Bom, Tyson, aqui está a sua beyblade. Melhorada e mais "light", se assim posso dizer.
- Yeah! Valeu, Chief! Agora... Com vocês... A nova Dragoon em folha! Let it rip!
Daichi sentiu poeira por cima de si...
- Hum? Ahá! Me aguarde, Tyson! Let it rip!
"Ai não... Tinha que ser o Daichi..." Tyson pensou. Karura escutou o som de beyblade girando e, é claro, os gritos de Tyson e Daichi.
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- Tudo bem aí, gata?
- Hum? Ah, sim... Está perfeito... E aí?
- Ora... Já estou partindo para seus bolinhos de queijo.
- Já?!
- Ninguém pediu para você ficar demorando... – o vovô deu uma risada gostosa.
- ¬¬... Am... Onde há uma taça, aqui?
Ele se espantou.
- Pra que taça??
- Quero fazer uns truquezinhos...
- Ah... É... Ali.
- Obrigada.
- Não há de que. Só não vá demorar, hein!
- Que nada... Já estou próxima a acabar.
- Então, okay.
Karura só precisou ter onde pôr o milk-shake já feito e depois colocar "enfeites". E o fez, rapidamente.
"Cara... Está com um ótimo cheiro... O Max vai amar..." Pensou. Pensando mais em que fazer, ela decidiu ir ver como o vovô estava se saindo com seus bolinhos. "Hum... Nada mal..." A garota tentou pegar um, de fininho.
- Ei, gata! O que é isto? Roubando antes da hora, hã? Espere... E o milk-shake do Max, já acabou?
- Sim! Está ótimo! Am... Pelo que sei, falta fazer biscoitos para Daichi, hambúrguer para Tyson e sorvete para Chief. O problema é que...
- Que sabor do sorvete o Chief quer. Como ele não determinou...
- Qualquer sabor, basta escolher nós mesmos! E o hambúrguer do Tyson? Já fez?
- Sim. Quantos bolinhos irá querer?
- Quantos você quiser fazer... Isto é, se minha palavra não for incômodo.
- Mas é claro que não!
- Vou fazer o sorvete do Chief, tudo bem?
- Otimo.
"Não só sorvete, como também sanduíches para o Kai e o Ray."
Karura estava fazendo tudo rapidamente, e alguns pãezinhos de queijo para os que não quiseram nada estavam no capricho...
Exatamente vinte e dois minutos se passaram, Karura preparando com alegria os pãezinhos, o sorvete, os sanduíches, e o vovô ajudando-a.
- Acha que vai ficar bom?
- Ora, Karura, você ainda me pergunta???
- É... Você acha, vovô?
- Com certeza! Aquele milk-shake tá detonado! Os sanduíches tão pegando! Os pãezinhos estão na estação... E o sorvete merece Oscar!
Ela se espantou.
- Credo... Não precisa exagerar...
- Não é exagero algum. Vamos lá entregá-los.
- Tudo bem.
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- Voltamos!
- E aí, galera... Podem se servir!
- Uau! Cara, nunca vi tanta comida boa e gostosa na minha vida! – Tyson já se entupiu de pãezinhos.
- Ei, Tyson! Estes pãezinhos eu fiz para Kai e Ray! Pegue o seu hambúrguer! – "Eps... Chamei atenção..."
Os referidos olharam fixamente a ela, que respondeu com um olhar quase tímido.
- Puxa, Karura... Fez isto pra nós... Obrigado. – Ray dirigiu-se a ela, pegou um e comeu – Está ótimo! Muito bom!
- Sério..?
- Sim!
- Ah... – ela abaixou a cabeça e percebeu que havia alguém atrás. Quando foi olhar... Lá estava, Kai comendo um de seus pãezinhos de queijo, meio que intimado por Karura o ter olhado. – Kai! Você...
- Hum... Muito bom.
Ela se contentou intensamente, e foi confiante dar o sorvete cheio de detalhes diferentes para Kenny.
- Oh, puxa, Karura... Muito obrigado pelo sorvete e... – ele observou rapidamente seus detalhes deliciosos – Nossa.
- Ei, Tyson! Deixa um pouco pra mim! Tyson! Grr.. O jeito é roubar!
- Ah, sai fora, Daichi! Ela fez esse hambúrguer pra mim!
- Me devolva meus biscoitos!
- Sem discussão por comida, por favor! – ela se intrometeu.
- Não tenho culpa se o Daichi pirou pela sua arte culinária, Karura...
- Claro que não é isso! É o Tyson que pega meus biscoitos!
- Ah... Deixa pra lá. E aí, Chief...?
- Hum... Nossa! Está perfeito! Misturou exatamente os sabores que gosto... Os derivados, também...
- Mas olhe só... A nossa gatinha está dando pra valer na culinária... – o vovô riu novamente, mas orgulhoso.
"Quem é que está nos observando numa hora dessas?"
- Karura, o que foi? – Kai lhe perguntou.
Ela permaneceu calada, olhando para o hall de entrada da casa.
- Jin...
Ele também avistou o desconhecido indivíduo que ali estava.
- Ray, acho que você conhece ele... – Karura puxou levemente a camisa de Ray.
- Tyson... – o garoto desconhecido riu – Achei que você fosse mais decente onde estivesse.
- Aí, cara, o que quer dessa vez?????
- Ora, ora... Não quero nada de você. Não precisa se preocupar nem um pouco... Apenas vim fazer uma visita... E vejo que não fui bem-vindo aqui... Mas... – ele desceu num salto exatamente em frente a Karura – Vejo que vocês agora têm uma nova integrante... Quem é ela?
- Jin Vendaval, saia de perto! – disse um Ray seguro.
- Por que deveria..? Não posso conhecer a nova pessoa de sua equipe, Ray? Vejo que... Você é interessante. Já pela aparência. – Jin estava passando sua mão coberta pela sua armadura no rosto da garota, que se sentia curiosa. "Jin? O que ele quer comigo?"
Kai, Chief, Max e Daichi apenas olhavam intrigados.
- Sai fora, cara! – Tyson tentou surrar-lhe, o que não prestou.
- Podemos ver que o campeão mundial está furioso apenas pela garota... Que impressionante. – a frase mexeu um pouco com Kai e Chief, os mais "conscientizados" na ocasião – Bom, me desculpem por interromper sua hora de lanche... Nos veremos em breve. – ao salto, ele desapareceu.
- Peraí, espera! – Tyson viu que àquela hora já não estava mais adequada.
- Tyson, Ray... Quem é o Jin "Vendaval"? – perguntou uma garota confusa, Karura.
- Nem eu mesmo sei direito. Parece que ele quer a minha Dragoon, como sempre.
- Errado. - interviu Kai.
Karura deu-lhe atenção.
- Hum?
- Errado. O tal "Jin" não parece querer alguma fera bit sequer. – Kai corrigiu-lhes.
- Ah, Kai... O que você disse...?
- Isso mesmo que você ouviu.
- Ele não vai para o campeonato mundial de Beyblade, certo? – Ray indagou.
- Isso aí. – Tyson respondeu.
- Então... Provavelmente ele assistirá a cada detalhe nosso, Tyson. Mas... Não se preocupe com esse lance. Como ele não irá "interferir" no campeonato, então podemos estar mais seguros de si para concluir à vitória do evento!
Todos os outros concordaram com um grito confiante. "É!", "Isso!", "Isso aí!".
- Let! – Karura se voltou para cima e lançou uma beyblade. Esta "voou" forte para cima.
- Aí, Karura, o que está fazendo? – perguntou Max.
- Vamos logo praticar! Já acabaram com o lanche!
- Am.. Isto é, você não lanchou.
- Eu não quero. Tenho um outro objetivo em beyblade. Por isto, treino agora.
- Hum... Então, está certo.
- Chega mais, Karura! – disse um Daichi cheio de biscoitos na boca, ansioso para uma luta.
Ela apenas o olhou chegar. E imaginou o tal "Jin".
"Jin... Alguém bem interessante... Parece ser um lutador profissional. Entretanto, acho que deve ser alguém de confiança entre nós... Me aparentou ser tão confiável... E... Bem romântico..." Pensou.
- Vai atacando, Dragoon Strata!
Karura apenas o olhava normalmente, sem "suspeitas".
- Continua na investida e faz ela cair!
Seu olhar normal e um tanto severo o deixou por desanimar.
- É! Isso mesmo! Derruba e faz parar sem piedade!
Karura fechou seus belos olhos, pondo-se a uma séria concentração interior.
- Hã... Err... Derruba logo, Dragoon Strata...
Daichi já estava sem humor, motivação. Aquela garota inocente e "perfeita" que estava de olhos fechados e cabeça pouco baixa à sua frente, parecia concentrar-se em outro motivo. Enquanto que sua beyblade permanecia no mesmo lugar, apenas girando.
"Por que eu estou perdendo minha motivação magnífica suprema e superior por causa de uma garota de olhos fechados?" O pequeno garoto já estava ficando confuso.
"Não achei que pudesse realizar tal coisa" A garota permaneceu em mesmo estado. Uma rajada de vento "empurrou" seu cabelo macio de tal maneira que já não estava mais estável. Sua beyblade também possuía a mesma estabilidade. Apenas girava, mesmo com os mais impiedosos ataques da beyblade do "adversário", que não estava mais entendendo seu incrível silêncio e potente tolerância.
Daichi mostrou-se meio que derrotado pelo silêncio do vento e "rugiu" apertando suas mãos...
- Derruba..., Logo!
Karura levantou seu rosto depois de um breve visto interior. Ela teve imagens do Jin, ela mesma, as faces escondidas do Kai... E as imagens das feras bit que lhe pertencem.
- Imperial Dragoon.
- Ah!!
Ambos pegaram suas beyblades simultaneamente.
- Ah..., o... Que houve?
- Nada, Daichi. – disse uma Karura certamente determinada que desviava seu olhar concentrado para uma diagonal atrás de si. Perante isto, todos: Tyson, Kenny, Max, Ray e Kai estiveram observando toda a sua luta. – Já está anoitecendo. Am... Tyson, Max, Chief, Ray... Kai... Vamos indo?
- É... Realmente. Está ficando tarde, e... Tchau, Tyson. Nos vemos amanhã.
- Tchau, cara! – Max fez um jogo de mãos com Tyson.
- Tchau, Tyson; Tchau, Daichi. – Chief, como sempre, cumprimentou os dois.
A única garota ali presente agora olhava para o sempre fechado Kai, que estava já dando as costas para ir embora. "Jin... Jin?" Pensava. Quando ela se deu conta de si após o pensamento, Tyson estava à sua frente, olhando-a.
Ela suspirou, um pouco assustada.
- Você ficou pensativa, depois que nos distribuiu o lanche. Depois que o Jin veio aqui.
- Ah... Err... Eu tenho a sensação de que o Jin não quer nada de ruim conosco, Tyson... Isto é, tanto de você, quanto de qualquer um dos BladeBreakers. E pelo contrário... Ele deve querer sempre o nosso bem.
- Mas o que lhe faz ter essa opinião?
- Eu não sei... Mas acho que, quando Jin passou a mão em meu rosto... Naquela delicadeza, senti alguém na qual seria das lembranças de um de nós. Mas eu só o vi naquele momento em toda a minha vida. O cabelo... Lembra-me você. Entendes o que digo?
- Sim... Mas... Se realmente fosse isto... Por que ele teria me desafiado mais de uma vez?
- Talvez para saber da sua capacidade, agora.
- Mas, espera aí. O que você quis insinuar com "agora"?
- Pode entender. E foi isto mesmo que ouviu.
- Karura pode voltar para casa, Tyson? – Kai perguntou, ainda de olhos fechados e em frente ao hall. Ali, apenas restavam Tyson, Karura, Kai.
- Kai... Por que você ainda está aí?
Ele deu-se por silencioso.
- Tudo bem... Boa noite, nos vemos amanhã. – ela o cumprimentou com beijos, e Tyson ficou corando.
- B... Boa... Noite...
Gente... O que acharam da fic?? Respondendo perguntas... A Karura é uma personagem que criei, em substituição da Hilary... Bom, falando da fic, bem agora no fim do capítulo... Os 'beijos' que Karura deu em Tyson... São beijos na bochecha, hein! O.o Tyson e Kai corando é novidade(o primeiro galã, nem tanto)... u.u Aliás, nem lembro direito se é nesse capítulo que isso ocorre(com Tyson sim, mas com Kai não lembro) :P E... Não acharam que este misterioso 'ingrediente' foi muito centrado, no início do capítulo?! Nossa, que amor pela comida... huHuhuH
Cheers,
Karura-Chan