Cap. IV – De Novo

O sol estava começando a aparatar. Bela paisagem, ela pensou. Ficou olhando por um indeterminado tempo, imobilizada, aquela imagem que tinha em vista. "Por que não paro de pensar em Hiru?! Opa... Jin... Hiru?"

Ela levantou-se, indo à mesa "do computador", para pegar um objeto que tanto gosta. Uma câmera digital, para registrar o momento.

- Como já ouvi falar... "Meta zoom". – feito, ela pôs de volta sua câmera na gaveta.

Karura desceu as escadas do corredor de seu quarto para dar uma olhadela rápida afora. Mas, logo depois, recolheu-se para dentro de seu quarto novamente e se foi preparar.

"Hiru, Hiru, Hiru, Hiru, Hiru, Hiru, Hiru, Hiru" Pensava. E não evitava.

Ela fez o seu "café da manhã" pensando neste nome que, na opinião dela, se referia ao Jin.

Arrumou sua bolsa e material escolar pensando neste nome/no garoto.

Saiu de casa pensando neste nome/no garoto.

Tudo realizou matinalmente em casa, silenciosamente.

Até que, enquanto caminhava para a escola...

- Andando por aí sozinha de novo... Karura?

Karura. Ela teve uma impressão de seu sonho. "Andando por aí sozinha... Karura?"

- Hiru! O que traz...

Ele franziu as sobrancelhas e desceu do poste em que estava para trás dela.

- Por que... Disse isso?

- Err... Hi-... – ela não conseguia mais impedir o forte ligamento ao sonho que teve – Você ainda não me respondeu por que anda com esta armadura.

- Hum... Pode até ser o que pensas.

- Mas... Eu... – ela pôs sobre ele um olhar desafiador.

- Sonho, hã? Desde tal tentei dizer-te isto. Mesmo sabendo que você reprime segredos muito bem, - lembrou-se novamente, mesmo sem evitar o pensamento contínuo – talvez eu possa responder esta sua pergunta.

- E tenho um pressentimento de que tenha uma questão a fazer a mim. Diz. – "Hiru... Sua voz me é uma carícia, da forma que assim fica atrás de mim..."

- Nossa... Você, de repente, progrediu interessante desde que te vi pela primeira vez...

Karura quase gemeu.

- Bom, apenas quero saber por que me chamaste de Hiru.

- Ai, é... Hi-... Am... Ah! – ela correu velozmente e um pouco arrependida de ter se afastado daquela voz que gostou tanto de ouvir. "Hiiiiiiiiruuuuuu... Penso em ti demasiadamente..."

Jin a perseguiu da mesma maneira veloz. Os dois já estavam próximos a escola dela. E, de uma vez, ele conseguiu pará-la.

- Eu respondi praticamente a todas as suas perguntas. Responda-me a esta. – disse ele, já em frente a ela, que ficou calada e teve uma sensação "formigante".

- Eu sei que pode ser idiotice seguir-te até aqui desta forma apenas para que respondas a minha questão... Mas, mesmo sem levar a conta que seria justo, isto me importa. Por favor, me responda! – continuou, e aproximou os rostos suavemente.

- Eu não quero contar a você o sonho que tive conosco.

- Entendo. Lembra que falei que não agüentavas o romantismo?

Karura pensou: "É incrível... Ele está falando disto como se não fosse um sonho... E diz até 'lembra'! Mas, se minha segurança se põe nisso e ele contradiz não ser um sonho, então por que não senti a sua boca na minha? Por que não senti a bela pele que ele tem? N... Não há como..."

- Hiru, não acredito que tivesse o mesmo!

- Muito bem... Eu também não quero lhe dizer a respeito. Entretanto, quero saber o motivo apenas de me chamar de Hiru.

- Nh...

- Tudo bem, eu compreendo. Confio em você e dizer que é realmente o meu nome. Como, então, pensou nisto?

- Talvez seja previsão...

- Previsão imprevisível, eu diria. Veio sem sua vontade e ainda repentinamente.

- Previsão imprevisível...

Ele olhou a escola já bem perto.

- Você deve entrar. Os estudos importam na sua vida, também!

- Você é muito mais autoritário e energético que o Tyson?

Hiru retirou a parte de sua armadura que cobria sua boca, deixando-a mais perto da boca de Karura a modo de quase beijá-la. Ele estava de tal jeito que suas bocas já se encaixavam perfeitamente sem movimento algum. Apenas faltava distância.

- Espero que me entenda. Vejo que és compatível com qualquer tipo. Entre. – após ter praticamente beijado-a, ele a empurrou não com muita força. Mas ela compreendeu o ato.

"Previsão..."

- Ainda quero esta carícia.

- O que está dizendo?

- Hum! Kai!...

- O que estou fazendo aqui... Nada, apenas. Estou caminhando por qualquer lugar. Por?

- Nada... – "o Kai está com uma voz tão jovial e aberta... não é aquela voz fechada e misteriosa que eu me acostumei firme..."

O misterioso se viu chegando mais perto da boca dela, da mesma forma que Hiru. Mas, ao instante que ela foi 'concordando', ele suspirou fogoso e dirigiu sua boca ao ouvido da inocente. Para falar...

- Vá logo! Entendas o tempo que passou ali fora! E um dia nos resolvemos...

- Hein? – "eu ouvi mesmo isso? 'Um dia nos resolvemos'?"

- Vá. – o Kai sobrepôs as suas mãos na região do peito dela e afastou-a devagar. "Por que eu quero isso...? Eles agem comigo de tal forma..."

- Karura! – Tyson e Kenny gritaram. Ela olhou-os, mas, quando voltou o olhar ao Kai, ele já não estava mais lá como se fosse novidade a ela.

- Oi.

- O professor da sua sala já está indo lá... – disse um Tyson sempre confiante de si.

- Já sei o que fazer! – ela correu tão repentinamente que os dois garotos pouco perceberam que aquela garota inocente que estava à frente deles já tinha escapado para sua sala.

Rapidamente, Karura chegou em sua sala de aula.

- Cheguei! – e ficou resgatando seu fôlego.

- Ora, olhem só quem chegou aqui antes de mim... Pequena Hiwagashi, sabes que horas?

- Não. Mas não vim atrasada e olhe lá!

- "timo, sei disto. Agora dirija-se a sua banca e esteja pronta para a verificação de meus alunos... – o professor teve seu olhar para a turma toda, de uma maneira vingativa.

Os alunos soltaram lamentos tristes.

- O que é isso?! Nem creio no que estou ouvindo. – disse a inocentada inteligente monitora Karura. Ela estava encorajada, encorajando os alunos. Logo após riu simpaticamente.

O sinal de todos os estudantes se recolherem à suas salas foi ouvido claramente.

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- Muito bem, meus alunos! Abram seus livros e ponham sobre suas bancas. – disse o professor já confiante.

- Ah, professor, logo matemática! – um indivíduo hesitou em falar.

- Isso mesmo. Sem a matemática é que vocês não vivem direito, não vivem como cidadãos!

Karura olhou para cima.

- O que foi?

- Não se empolgue. – ela estava espantada com repentina empolgação. "Ah... Não estou gostando da aula novamente..."

As tais aulas se seguiram chatas, pela opinião de Karura. "Finalmente chegou o intervalo".

- Karura! – os mesmos garotos que a chamaram igualmente da outra vez repetiram seu ato.

- Oi... – "Uh... Quase que ia dizendo mais algo..." Ela tapou bruscamente sua boca.

- Quê? – Tyson indagou distraído.

- Hã? – Kenny estava um pouco distraído.

- Eu não disse nada... – disse rapidamente, uma sobrancelha levantada - Vamos lanchar!

-... Está bem.

Os três procuraram algum lugar para sentarem-se e lanchar. Enquanto já estavam devorando, Karura não desgrudou os olhos do céu e não evitava imaginar continuamente no sonho e Hiru. De alguma forma, o Kai sempre entrava em seu pensamento, discretamente.

- Intervalo...?

- Kai! – os dois garotos olharam para trás. Enquanto que a garota não conseguiu mover-se.

- S... Sim... – disse ela, que logo então sentiu sua presença um pouco antes de sua aparição. A timidez dela o encantou...

- Aí, cara, o que faz aqui?

Ele não falou.

- Tá... Tá. Mas, Chief, o Kai veio aqui por causa da Karura, - ela olhou o indivíduo referido que, de uma forma estranha, a olhava também – ou o que mais? – Tyson procurava provocá-lo enquanto se manteve sorridente.

- Ah, Tyson... Fique calado. – Kenny falou baixo a Tyson – Olhe-os.

Karura e Kai ficaram olhando-se por uns tempos, enquanto Tyson e Kenny faziam nada de mais. Ela levantou-se repentinamente sem mover o seu olhar fixo a ele que mantinha o mesmo. Eles ficaram "cara a cara", quando logo então...

- Ka... –ru... –ra... Va-i...

- Tyson, não! – Kenny tapou a boca do enxerido. Qualquer cena assim já seria o bastante para deixá-lo louco?

- Kai... – ela passou a mão delicadamente pelo peito dele, subindo junto a sua outra mão pelo pescoço e massageando o cabelo. "Ela está respirando paixão..." Pensava ele, intrigado, com seus olhos quase fechados. "Beije-o logo e calorosamente, beije-o!" Karura ouvia seu cérebro gritar.

- O... O que... – Kai indagou, corando visivelmente. Ele estava começando a se deixar levar pela sensualidade que aquela pessoa estava pondo. Ele, sem noção, estava avançando, também.

- Chi...

- Tyson, cale a boca... Achei que você apreciasse isso ao invés de começar a falar besteira. – Kenny repetiu seu ato. Mesmo uma cena agradável o Tyson faz sarro!

Os dois se aproximavam rapidamente, um pouco relutantes. "Não entendo porque não fiz isto antes... Agora, não sei o que sinto pelo Kai. Agora, que o Hiru me atrai..." Karura pensou, enquanto já sentia suavemente a boca de alguém se encostando suavemente na sua. "Karura... Mesmo que seja só um intervalo, mesmo que seja apenas em público, quero que seja perfeito... Embora só busque perfeição em beyblade... Eu também posso te amar..." Ele pensou, já beijando-a profundamente. Como Karura estava sem noção do que fazia naquele momento, ela, por "natureza", passou suas mãos delicadas pelo cabelo dele, pelo rosto, pelos braços, pelo peito, deixando-as 'caírem' por entre os dois, fazendo Kai sentir um calafrio subindo a espinha dorsal e querer mais, mais daquela boca delicada, suave e romântica que sabe como ser usada... Ela estava, também, querendo bem mais, bem mais da boca que era de uma fria pessoa que se abria completamente a uma garota tão estupenda...

"Oh, não. Não..! Eu... Preciso... Pa..."

O Kai a acariciava calorosamente, fazendo-se de um perfeito sedutor... O que estava tendo sucesso. Ele a tinha "hipnotizada", tanto que ela, relutante, não sabia se queria continuar com tanta carícia romântica ou não...

- I... Isso mesmo... Karura... – disse ele, já corando muito.

- E... Eu... Não... Ah... – ela impôs, com ambas as bocas encostadas.

- Não... O que...

- Preciso... – ela continuou, um tanto relutante e já bem seduzida – Parar...

- Mas isto está perfeito... Embora não tenha sido praticado mais vezes...

- Olha, Kai... Apenas com este 'evento', já perdi grande parte de meu intervalo colegial... Sem falar do lanche, obviamente... Eu sei que estou fazendo idiotice e contagiando-lhes com isso... Mas a falta de carinho que tenho me prejudica e me provoca. – ela fechou os olhos enquanto falava inocentemente, parecendo-se a imitar algum professor. O que fez o garoto à frente dela rir um pouco.

Ela rolou os olhos com uma expressão facial bem neutra, inexpressiva. Logo após, dirigiu-se para dentro do prédio escolar. O Kai, vendo-a andar meio sem vontade de algo e devagar, estava tendo vários pensamentos sobre o que fazer. Chief e Tyson se levantaram e ficaram olhando-a. Três garotos parados a uma garota...

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- Encontramo-nos novamente... Hein...?

- Me diz o que queres de mim.

- Acho que já percebeu o meu comportamento com você... Bem...

- Além de perceber que você parece querer me deixar indagada sempre.

- Não tenho culpa. Eu sou deste jeito... Vai acostumando, se quer.

- Eu quero. Entretanto, me acostumo com as coisas...

- Como troca de roupa...

- As coisas ficam tão normais...

- E quando você não as tem mais...

- Fico me perguntando estranhamente, ou não ligo, deixo simplesmente passar. – ela sorriu em mente.

- Então... O que faria, se... Eu não aparecesse para você..? – Hiru perguntou, com determinação em face.

- Vejo que já me conheceu bem.

- Continuando...

- Eu...

-...?

- Não...

- Sabe. Pode dizer o que queres. Não vou me ofender. Não me ofendo.

- Confiança sua, hum... – "Seu doido...." - Aliás, ter "não sei" como resposta não me é considerável... As respostas que mais penso...

- Sim ou...

- Não. Ah..! Seção de perguntas: por que encontras comigo assim? Você faz de propósito?

- "timo... – disse ele de modo lento e arrastado – Acertou em cheio numa pergunta que... Esquece isso.

- Segunda questão...

-...

- Como você, para mim, é um "segredo"... E, com você, tenho perguntas e perguntas... Sem falar que, desde sua primeira aparição a mim, fico me perguntando mais que várias e várias vezes...

-...

- Eu já pensei se... Se eu pudesse compartilhar meus segredos contigo... Porque o... – Karura olhou acima e abanou a cabeça, corando levemente. "Não somente eu... Mas como, também, você compartilhasse os seus comigo... Criar um laço entre nós dois pode..." Continuou a pensar, abanando a cabeça novamente.

- Bela proposta...

Karura quase expressou a felicidade espontânea que teve no instante...

- Mas... Eu não sei se posso realmente confiar em você... Embora tenha-lhe dito logo meu nome.

...e abaixou o rosto, demonstrando e escondendo ao mesmo tempo sua tristeza.

- Entretanto... Estou pensando em nossa ocasião.

-... No... Nossa...?

- Exatamente, "nossa". O que pensaste?

- N... Nada...

Hiru deu risos.

- Se queres compartilhar teus segredos a mim, então por que escondes já o pensamento? – riu novamente, suspirou e continuou – Estou zoando.

- Hum, que bom. Te ouvir falando assim me gratifica. – ela percebeu que o olhar do garoto à sua frente estava vagando pelo seu corpo... Ele nunca a olhou desse jeito... Embora tenham se encontrado apenas três, quatro vezes.

- Quem diria... A "Pequena Karura" intimidando-se comigo... Sinto-me lisongeado. – continuou brincando com ela. Ainda olhando de tal forma, ele estava gostando... Isso pois a garota tinha um físico interessante.

- Não me olhe assim após tão pouco tempo! – ela quase gritou. Ao mesmo instante, 'o' vento surgiu forte, vasculhando por todos os lados, levantando o cabelo de Karura, seu fardamento... Hiru ficou intrigado com o que estava assistindo. Ela, corando bastante, com o cabelo erguido ao vento como o próprio fardamento, e parecendo um pouco irritada... Mas ainda brincando... Ficava... Estupidamente linda.

- Ficaste... – ele abaixou a cabeça – Estupidamente linda...

Ela espantou-se de tal forma que seus olhos estreitaram um pouco.

- O... O quê? – a garota ainda tinha seu sorriso.

-... – Hiru fechou seus olhos orgulhosos.

"Por este momento, acreditei que iria explodir de felicidade pelo elogio do Hiru. Mas... Estará eu me apaixonando por ele? Entretanto... Quem é o meu número um, afinal?" Karura rangeu os dentes e voltou a pensar. "Não creio..." Em seguida, suspirou profundamente.

- Olha... Hiru... Não quero que mude sua personalidade por minha causa... Seu temperamento frio é um bom tom e dom seu... Não quero que mude por mim.

-... A-... – os olhos dele se estreitaram bruscamente, que aura forte! E de repente ela ficara meio sentimental, ele estava estupefato. – Se você realmente acha isso... Então pode me dizer por que é um tanto inevitável.

- Um primeiro item, é que eu não acho. Eu digo-te: conheço as pessoas mais rapidamente que o inverso.

- Com isso... Qual a impressão que tiveras de mim ao me ver primeiramente?

- Uma pessoa de conselhos que seria um pouco fria para alguém lhe entender. – ela logo respondeu.

- Determinada...

- Karura... – ela sorriu outra vez ao ouvir, tanto que ficou a perder o foco dos olhos.

- Hein? Tyson, Kenny...

- O recreio já acabou, gata!

- Am... – ela olhou para sua frente, e novamente Hiru não estava mais.


O que acharam? Estou pondo rapidamente, tenho de dormir... —.—' Oyasumi nasai minna! O título do capítulo não combinou muito com o conteúdo.. mas deixa passar.. –.–' Kissus!

Cheers,

Karura-chan