N/A: alguém se lembra do prólogo da fic? É bom se lembrar antes de começar a ler esse cap... Ah, e desculpe pelos erros de continuidade... Esse capítulo não foi betado... E se vc notou erros de continuidade no outro capítulo, eles já foram corrigidos

8. ORIGEM

- Tiago? Lílian?! – Sirius perguntou, impressionado, quando reconheceu a imagem dos amigos.

- Sim, Sirius – Lílian sorriu gentilmente.

- Então eu estou morto... – o homem afirmou, mais como se confirmasse o que suspeitava do que com medo. Em seu rosto, seus olhos brilhavam de raiva por ter sido tão estúpido. Havia deixado Harry sozinho, mais desamparado ainda. – Harry, meu Deus... – ele olhou nervoso para Tiago e Lílian. – Eu... me desculpe, eu...

- Calma, Almofadinhas... – as palavras de Tiago não eram palavras de consolo, mas deixou Sirius menos nervoso. – Nós sabemos que você só fez o que achou que deveria fazer.

- Não foi sua culpa... – Lílian acrescentou num sussurro, estendendo a mão para o amigo. – Venha. Precisamos conversar, mas não aqui. Eles não devem escutar nossa conversa.

- Eles...? – Sirius perguntou, sussurrando sem perceber que o fazia, olhando ao redor, e somente então percebendo que a luz que parecia vir de Tiago e Lílian iluminava levemente outros rostos de olhares esperançosos, ao contrário de como o dele deveria estar antes da chegada dos dois amigos, como se, ao contrário de Sirius, eles soubessem porque estavam ali.

- Venha, Sirius – Lílian disse mais uma vez, e Sirius, intrigado, mas também amedrontado, segurou a mão que Lílian oferecia.

Assim que ele segurou a mão de Lílian, o ambiente mudou. Ao invés da escuridão total, eles agora estavam numa sala de estar de uma típica mansão interiorana da Inglaterra.

- O que... – Sirius disse enquanto seu olhar rodava a sala, reconhecendo o lugar. – Godric's Hollow?

- Achamos que você se sentiria mais à vontade aqui – Tiago disse, casualmente, enquanto se sentava ao lado de Lílian.

- Mas o que aconteceu? – pela primeira vez, Sirius pareceu irritado. – O que vocês estão escondendo? Eu atravessei a passagem, não foi?

- Sim, Sirius, você atravessou a passagem, mas sua situação não é a mesma que a nossa. – Tiago ignorou o tom nervoso do amigo e respondeu tranqüilamente.

- Do que você está falando, a desgraçada me lançou para a passagem, é claro que eu morri!

- Bem, para infelicidade de sua adorável prima, ela esqueceu um detalhe – havia um sorriso zombeteiro no rosto de Tiago enquanto ele falava, e ignorando o olhar irritado de Lílian, ele continuou. – Você não estava morto quando atravessou a passagem na Câmara da Morte.

Sirius olhou de Tiago para Lílian mais confuso ainda, e em sua mente, reviveu mais uma vez tudo o que aconteceu antes de cair para dentro da passagem. Aquela era a Câmara da Morte, com certeza, estava duelando quando foi atingido pelo feitiço de Bellatrix e perdeu o equilíbrio, indo em direção à passagem para o mundo dos morto, assustado quando percebeu o que ia acontecer, a dor que sentiu quando atravessou o véu, como se sentisse todas as dores da sua vida num único segundo, e de como tudo parou, antes de acordar naquela escuridão. Como não poderia estar morto?

- Francamente, se você escutasse as aulas de História da Magia com mais atenção ao invés de tentar atrair a atenção das garotas, você saberia disso! – a ruiva disse com repreensão no olhar, enquanto o homem pedia para ela se acalmar com o olhar.

- Ora, Lily, o Binns era insuportável vivo, e continuou o mesmo depois de morto. O Almofadinhas estava certo em gastar o tempo com algo mais agradável.

- Tiago Potter! – o tom de voz de Lílian deixava claro o quanto ela repudiava a atitude do marido, e ela teria continuado não fosse pela interrupção de Sirius, que conhecendo Lílian, sabia que ela era capaz de continuar aquela discussão por um longo tempo até se lembrar que Sirius estava ali.

- Mas o que as aulas do Binns têm a ver com isso?

- Muita coisa – Lílian começou, ainda com o olhar de repreensão. – Se você fosse mais atento às aulas de História da Magia, saberia que a Câmara da Morte era o método usado pelo Ministério de executar bruxos condenados antes de Azkaban ser construída, e que somente os que fossem atingidos por um Avada Kedavra poderiam atravessar a passagem.

- Se era preciso ser atingido por um Avada Kedrava, do que adiantava construir aquela passagem?

- A passagem foi uma maneira que os bruxos encontraram para que bruxos como Voldemort, que fizeram vários feitiços e poções para impedirem a morte, pudesse voltar, e também para que uma pessoa viva não entrasse e descobrisse os segredos da morte.

- Eles só não imaginaram que uma pessoa atingida por um Estupefaça pudesse atravessar a passagem... – Sirius disse com um sorriso de descaso, que logo desapareceu para dar lugar a um olhar de ansiedade, enquanto ele olhava de Lílian para Tiago. - Espera um pouco... se eu não morri, como saio daqui?! Harry precisa de mim, os Comensais estão lá fora, eles querem a profecia!

Sirius esperava que Tiago e Lílian o ajudassem a sair, ou que eles dissessem que, apesar de tudo, ele estava preso e não poderia sair, mas o que o amigo disse o deixou sem ação.

- Harry está em segurança, Sirius, Dumbledore conseguiu que ele deixasse o Ministério sem problemas, mas você não pode ir agora.

- O que?! – Sirius gritou, incrédulo, depois de um instante de surpresa. – Tiago, é o seu filho, ele está em perigo com Voldemort à solta, se eu não estou morto, eu posso ir e salvar ele!

- Sirius, o que aconteceu com você foi algo totalmente inesperado – Lílian começou com cautela. – Essa passagem estava desativada há muito tempo, por isso estava no Departamento dos Mistérios, e além do mais, nenhuma pessoa viva havia atravessado ela antes. Você foi a primeira pessoa que atravessou, e de certa forma, você morreu, já que você não pode sair, pelo menos até conseguirmos...

Sirius escutou Lílian falar, paciente até o momento que ela disse que ele não poderia sair dali. Ele voltou-se para Lílian como se tivesse sido atacado, e disse com ferocidade.

- Do que adianta estar vivo se não posso sair dessa merda de lugar?!

- Se você deixar a Lílian terminar, você vai entender tudo – Tiago disse com tanta raiva quanto Sirius, que, lentamente, sentou-se. Tiago não costumava falar com raiva, mas ele sempre perdia a cabeça quando alguém era rude com Lílian, e Sirius percebeu que tinha exagerado quando o amigo o repreendeu.

- Continue, Lílian – Tiago disse, sem um traço da raiva anterior, quando Sirius se sentou.

- Tem uma chance de que você possa sair. Nós precisamos que você faça com que uma pessoa vá até Harry. Estamos esperando a resposta, mas são grandes as chances que você possa ir. Quer dizer, se você ace-

- É claro que eu aceito – Sirius respondeu antes que Lílian terminasse. - O que terei que fazer?

- Harry vai precisar de ajuda, e essa mulher ajudará mais do que pode parecer, você só tem que confiar nela, mesmo que tudo diga que você deva lutar contra ela, Sirius, você tem que confiar nela.

- 'Tá certo, Lílian, eu vou me lembrar disso quando encontrar essa... – ele franziu a testa. – Como é o nome dela?

- Elinor Lestrange... – Lília disse, e olhou para Sirius com expectativa, como se tivesse acabado de detonar uma bomba.

- Lestrange?! – Sirius disse, pasmo. – O que uma... uma Lestrange?! – ele repetiu, incrédulo.

- Não se preocupe – Tiago disse, brincalhão – Você só vai se lembrar quem ela é no momento certo. Para falar a verdade, dessa conversa, você só vai se lembrar do essencial.

- "timo – Sirius disse, irônico. – Eu não preciso me lembrar de como as brigas de vocês eram monstruosas.

Tiago olhou com severidade para Sirius.

- Não estamos brincando. Você tem que confiar nela.

-Certo, Pontas. – Sirius disse em tom impaciente. – Vou me lembrar disso. Podem deixar.

-x-x-x-

Sirius apontou a arma para Elinor. Não importava o que Lílian havia dito. Não importava se ele deveria confiar nela. Tudo o que ela fez foi enganá-lo. Não aceitaria isso nunca.

A ansiedade foi desaparecendo do rosto de Elinor para dar lugar a uma expressão de surpresa.

- Sirius, o que você está fazendo? – ela apontou para Harry. – Atire no rapaz, ele é quem está contra nós, não eu! Vamos, mate-o! – ela gritou, nervosa.

- É isso que você não quer, não é?! Que eu faça o serviço sujo que o seu mestre não tem coragem de fazer?! – havia um sorriso no rosto dele, um sorriso de desprezo. A surpresa de descobrir que foi enganado não o impedia de agir.

- Do que você está falando, eu não... – ela hesitou, e tentou passar confiança no seu sorriso, mas só conseguiu parecer mais amedrontada. – eu não tenho nenhum mestre! E essa arma – Elinor indicou Harry com o olhar – deveria estar apontada para ele, e não para mim! – ela disse, recuperando o autocontrole, mas era tarde demais. Sirius não acreditaria em mais uma palavra dela. – Ele está do lado desse Dumbledore, é a grande arma dele!

- Não, Sirius! – Harry gritou, desesperado. – Não escuta ela, ela está mentindo!

Ignorando Harry, Sirius se aproximou de Elinor, deixando a arma a menos de cinco centímetros de distância da cabeça dela.

- Péssima hora para recuperar a memória, não acha? – Sirius disse com um sorriso irônico. Não havia surpresa nem medo em Elinor. Ela sabia que não adiantava mais lutar. Havia sido descoberta. - Diga-me um motivo para eu não atirar em você... Elinor Lestrange – ele disse o nome dela com desprezo, como se estivesse cuspindo.

- Isto – no instante em que Elinor falou, Sirius sentiu algo espetar seu peito. Não precisava olhar para saber que era a varinha dela. – Então, a não ser que você queira que o pirralho chore por perder você outra vez, abaixe essa arma e coloque-a no chão lentamente.

Sirius abaixou a arma lentamente, enquanto Harry olhava confuso do padrinho para a loira, mas assim que o homem soltou o revólver, Elinor o segurou pelos braços.

Assim que sua pele encostou-se com a de Sirius, tudo ficou escuro. Ela sabia o que estava acontecendo. Era mais uma visão, e, como sempre, logo os contornos das pessoas surgiram, até tudo ficar nítido.

Estava no Beco Diagonal, onde acontecia uma grande batalha. Várias pessoas passavam por Elinor como se ela não estivesse ali, e feitiços a atravessavam sem que ela fosse atingida, mas, pela primeira vez, viu a si mesma numa visão. Reconheceu triunfo em seu olhar quando a sua oponente caiu no chão, desacordada, mas logo outro veio tomar o lugar dela.

- Eu disse que nos encontraríamos de novo – Elinor ouviu ela mesma falar, enquanto via Sirius olhar zangado para ela, pronto para atacar.

Eles lutaram com garra, numa sucessão de feitiços que foram desviados no último momento ou por contra-feitiços, até que Elinor não foi rápida o bastante e foi atingida pelo feitiço Estupefaça de Sirius, caindo no chão.

Sirius se aproximou de Elinor, e enquanto ele caminhava, as outras pessoas desapareciam, até que só restou a imagem dela e do homem, com a varinha apontada para a cabeça da loira. Ele olhou para a mulher com raiva uma última vez antes de dizer o feitiço, e a última coisa que viu antes da visão terminar foi uma luz verde impedir que ela soubesse o que aconteceria.

Quando Elinor recobrou a consciência, sentiu o corpo de Sirius preso por suas mãos. Poderia acabar com tudo ali mesmo. Se matasse Sirius, a visão não se realizaria. Mas não era capaz disso. Ainda estava surpresa por ter sido descoberta, e além disso, sabia que aquele duelo deveria acontecer, e ela mesma queria isso. Só que o duelo terminaria de outra forma.

- Vamos nos encontrar novamente, Black – ela disse, ao mesmo tempo provocando Sirius e desviando a atenção dele para que a atacasse.

- E será a última vez – ele disse com raiva.

- Pode apostar nisso – ela sussurrou no ouvido de Sirius, e sorrindo ameaçadoramente para Harry, ela empurrou Sirius na direção dele antes de aparatar.

Sirius caiu de joelhos no chão, recuperando o fôlego. Cautelosamente, Harry se aproximou do padrinho.

- Sirius?

Harry tocou o ombro de Sirius, e se ajoelhou também. Os dois se encararam, e o rapaz viu no olhar do padrinho que ele estava de volta, e ele sorriu enquanto era abraçado por Sirius.

- Você está vivo!

- Sim, Harry... – Sirius disse com a cabeça ainda tonta, sem saber se acreditava ou não na visão que teve de si mesmo prestes a matar Elinor. Ele abraçou o afilhado sem realmente perceber o que estava fazendo. Não era capaz de parar de pensar que fora enganado pela mulher que amava e que se arriscou para proteger.

N/A: pronto, perguntas respondidas, posso acabar a fic aqui, né?! carinha de inocente. Muuuuito obrigada pelas reviews e pelos elogios!! Lilibeth, aí está a verdade sobre a Elinor. Ameria, o cap foi tão bom assim q mereceu um palavrão? Não quero nem pensar em como seria se tivesse sido ruim :p Ni, amiga, tnx pela review! Sorte no vestibular!! Anita, ninguém morreu.. Embora eu tenha ficado tentada a fazer o Sirius matar o Harry... Verônica, espero que você tenha entendido mais agora. Qualquer coisa, o próximo capítulo (Reconstituição, que a principio seria dividido em 2 partes) vai terminar com o restante das dúvidas...