N/A: Esse é um cap que eu particularmente gostei muito de escrever. Penso em tudo como se fosse um filme, e vejo os personagens ao vivo. Diante de mim. E podem ter certeza, de que eu torço por eles também! Hehehe
Beijos
Viv
Capítulo 3 - Ao Treinamento
O dia amanheceu impiedoso. Harry se sentia descansado fisicamente, mas mentalmente, como se tivesse saído dos N.I.E.M.S., há dois anos. Como se a cabeça não tivesse relaxado enquanto dormia. Desistiu de tentar retomar o sono. Não adiantaria. Levantou-se da cama. Usava só um short de pijama. E sentiu um leve arrepio nas costas. Automaticamente olhou para trás. Snape estava lá. Olhando-o, como se quisesse ler dentro de sua alma. Sentiu novo arrepio. Apressou-se em pôr a camisa e uma bermuda. Amarrou os cabelos num rabo novamente.
Foi em direção á torneira, lavou o rosto, escovou os dentes co o material que trouxera na mala.
Viu o que ex-professor parecia ocupado mexendo nas caixas novamente. Foi até ele.
-o que está fazendo, Snape?
O olhar do outro era puro gelo.
-Olhando o que temos aqui. Dumbledore não nos enviaria a esse lugar, se não houvesse algo para fazermos. Dumbledore é muito preciso em suas atitudes. E sabendo mais sobre esse... abrigo, saberemos mais sobre nossa missão.
Harry resolveu que ele tinha razão. Mesmo sem admitir em voz alta. Viera muitas vezes naquele lugar. Mas nunca prestara atenção realmente. E se lembrou de como fora vigiado. Principalmente no final de seu quarto ano.
"Claro que Dumbledore conhecia o lugar! E deve ter colocado feitiços ali. Para me proteger. Mesmo sem eu saber!"
Não sabia se sentia lisonja ou irritação. Sempre vigiado e sempre abandonado. Essa antítese era a tradução de sua alma. Suspirou e cansou de sentir pena de si mesmo. Foi procurar algo também.
Pegou algumas caixas e se pôs a examinar. Havia ali alguns brinquedos infantis. Uma bola, um carrinho elétrico, uma corda. Outros brinquedos trouxas. Passou à outra caixa. Havia cristais. Copos, taças, pratos. Separou. Poderia ser útil, afinal. Na caixa seguinte, havia livros. Vários tipos. Livros de história, literatura inglesa, culinária. Mas não estava preparado para o que veio a seguir. Uma infinidade de livros de... bruxaria.
-Snape! – chamou com certa urgência. – Venha ver o que achei!
-O que houve Potter? Achou algo que preste? – sem muito entusiasmo.
-Sim. Acho que sim. Eu não sei... Venha ver! Livros trouxas... mas...
-Potter! Não estamos de brincadeira! Livros trouxas não estão em minha prioridade de atenção, esteja certo!
-Não! Venha ver! É sobre... nós! – chocado.
-Impossível Potter. – descrente.
-Snape! – irritado. – Estou dizendo! Tem uma grande quantidade de livros trouxas sobre bruxaria!
-Não seja ingênuo potter. Eles não poderiam fazer esse tipo de literatura...
-Bem, - interrompeu irritado. – então estou tendo uma ilusão neste momento. Veja você mesmo!
Levantou-se e levou um dos livros. "Os poderes da Bruxa". E jogou de qualquer maneira no colo do homem.
Harry estava furioso. E se deliciou com a expressão cocada do outro. Enquanto via o livro.
-Isso é patético, Potter! De maneira nenhuma é verdadeiro. – tentou recuar.
-Eu não diria isso tão rápido. – excitado. – Tem muito mais aqui. – e voltou para as caixas. – E de falo algumas coisas são bem fantasiosas, mas outras... Veja! Tem um livro de Poções e feitiços aqui! – chamou esquecendo da irritação.
Snape resolveu verificar. Levantou-se e foi até o ex-aluno. E foi obrigado a concordar que havia muita verdade por trás de tudo aquilo. Em sua maioria, os trouxas devotavam significados de sorte ou azar aos instrumentos mágicos. E não sua função real. Mas curiosamente, os objetos de Magia negra eram mais fidedignos que os outros.
E então viu um livro que acendeu uma luz dentro dele.
"Telepatia, Como controlar a sua mente" - Saiba o que os outros pensam e impeça que saibam sobre o que você pensa.
Normalmente teria eliminado o livro como se fosse um inseto desagradável. Mas resolveu abrir. E percebeu que dentro de certa fantasia, havia alguma verdade.
Se não poderiam usar oclumência. Então talvez aqueles livros pudessem ser de alguma utilidade. Não tirava da cabeça, que o Lord poderia estar invadindo a mente do garoto.
-Potter. De fato podemos fazer uso de uma certa "cultura" dos trouxas. – falava quase murmurando. – Talvez funcione. Apesar de não usarmos magia.
-O que quer dizer? – desconfiado.
-Uma vez, - encarou-o. – quando iniciamos as aulas de oclumência, coisa que foi um fracasso total, temo dizer, você questionou se eu tentaria "ler a sua mente". – fez uma pausa, deixando o grifinório se lembrar.
-Sei. – cauteloso.
-Pois bem, há um meio de retomarmos essas aulas, já que não sabemos quanto tempo ficaremos aqui. E o Diretor acredita que seja imprescindível para você controlar as invasões do Lord das Trevas em sua mente. – inexpressivo.
-Mas por que isso agora? Digo... tenho conseguido lidar com isso até agora, não foi? – falou tentando ocultar a insegurança.
-Não consegue mesmo imaginar Potter? – cínico.
O garoto corou. Abriu a boca para provavelmente protestar. Mas se calou. Se deixou cair no chão novamente. Não notara que havia se levantado. Os olhos verdes brilhando desolados.
-Você não está tentado... não quer dizer... não está pensando...
-Mais uma vez, sua gramática não está cooperativa. Mas penso que atingiu o objetivo. Sim, Potter. O Lord das Trevas pode estar mais uma vez tendo acesso à sua mente e ao seu conteúdo. – impiedoso.
-Mas então... Não! Não! Não pode ser! Ele... eu tenho me esforçado! – mortificado. – Para mantê-lo fora! – bateu as mãos em punho fechado na cabeça. – Tenho me esforçado! – repetiu angustiado.
-Não parece ter sido suficiente. -0 respondeu com certa suavidade.
O jovem andou pelo lugar sem destino. Chutou a caixa de brinquedos longe. Grunhiu. Snape aguardou. Sabia que ele precisava extravasar sua ira. Sua frustração. Tudo que ele mesmo sentia. Sabia que o pressionava. Mas assim era melhor. Poderia até se aproximar do outro e sempre estaria distante; Mudou o rumo dos pensamentos.
-Se já acabou de dar seu pequeno show, não seria exigir demais que se concentrasse no problema que temos, estou certo? – voltou com sarcasmo.
Atrás da máscara, Snape gemia.
"Vamos, Potter! Sei que consegue! Mas tem que acreditar! Me desafie! Prove que estou enganado! Prove que é tudo o que esperamos de você e muito mais ainda!"
Fúria brilhava nos olhos verdes. Negros impassíveis. E então Harry se virou, empertigou-se. Encarou com frieza e determinação. Mesmo cansado e abatido. Mas enfrentou seu inimigo velado.
"Isso, Potter! Você pode! Sei que consegue!"
O jovem grifinório voltou e se postou ao lado do ex-professor.
-O que devo fazer desta vez? – perguntou entre os dentes.
-Neste livro, fala um pouco sobre a arte de bloquear a mente e tentar desvendá-la. – falou como se estivessem de volta a Hogwarts. – Isso consiste em muita concentração e força de vontade. Mais ainda que na oclumência. Já que estaremos desarmados da varinha. Apenas mente contra mente. Acha que é capaz, Potter? – com o desprezo habitual.
-Saberemos ao tentar! – foi a resposta fria.
-Então vamos começar com coisas simples. Aqui, os trouxas recomendam iniciar com o inverso. A permissão d invasão. – Harry ia protestar, mas Snape prosseguiu encarando-o firme. – O que significa, que primeiro teremos que nos... – procurou no livro. – Sente-se, Potter. Diante de mim. – a contra gosto o outro sentou. – Agora, você deve se concentrar apenas no relaxamento dos músculos. Eu pensarei em um objeto e você terá que dizer qual é. Simples. Acha que pode, Potter? – desafio na voz.
-Veremos, professor Snape!- ruminou as últimas palavras.
E então Snape respirou lenta e profundamente, mas de modo tão discreto que harry quase duvidou. E percebeu que ficara observando-o ao invés de se concentrar também. Mas temia op que iria acontecer. Não se esquecera das aulas de oclumência e de como ficava após. Era como ter o cérebro macerado com um rolo compressor todos os dias.
-Potter! – a voz irritada do ex-professor o fez parar da divagar e a se resignar.
Fechou também os olhos. Esvaziou a mente. E a imagem de uma vassoura surgiu de repente. Tentou desviar. Mas ela ficava ali. Então pensou se esse não seria o objeto que Snape se concentrara.
-Uma vassoura. Nimbus 2001.
-Isso mesmo Potter. Vamos tentar mais uma vez.
E Harry satisfeito, se concentrou novamente. E veio a imagem de uma árvore.
-O Salgueiro Lutador.
-Muito bom. Mais uma.
Harry já estava curtindo a "brincadeira". Quando percebeu o que ela significava. Conectara-se a Snape. Ele estava lhe enviando imagens sem magia.
"O que o fazia diferente de Voldemort?"
Assustou-se. Sentia-se como um armário escancarado. Qualquer um entrava e fazia o que bem entendesse! E então visualizou palavras formando no ar. Como se alguém as estivesse escrevendo em tempo real.
"Não me deixe entrar!"
Quando a frase pontuou, Harry sentiu a cicatriz arder.
"Merda!"
Tentou se concentrar para a dor ir embora. E para as palavras saírem da frente. Mas elas ficaram lá. Imóveis. A dor. As letras. Harry rangia os dentes, lutando contra dois invasores. Apertava as mãos co força sobre os joelhos. E a dor na cicatriz piorava. Mas as palavras, no ar, pareciam mais pálidas. E enfim desapareceram. Então abriu os olhos, ofegante, suado. E viu o sonserino com as mãos nas têmporas. Parecia também tr sido afetado.
-Você está bem? Snape? – se esforçou para perguntar.
O homem o olhou atordoado.
-O que foi isso? – perguntou baixo. Mesmo já sabendo a resposta. – É sempre assim? – incrédulo.
-Não. Normalmente é pior. – falou se levantando.
Foi em direção á torneira no canto e deixou cair a água fria na nuca. Molhou a cabeça conseguindo refrescar-se um pouco enquanto a cicatriz ardia menos a cada minuto.
-Temos que continuar tentando, Potter. – se aproximou. – Você deve lutar contra isso. E só conseguirá se treinar mais. E devemos começar com coisas pequenas.
-Chega, Snape! Não quero mais. Não aguento mais! – falava cansado.
-Sei que não, Potter. Mas não pode parar. Porque Ele não parará! – voltando ao tom ríspido.
Harry já estava com a camisa molhada e acabou por tirá-la, de qualquer jeito. Jogando no chão. E se voltando para Snape com os olhos verdes injetados de fúria.
-Então o que está esperando? Quer me destruir? Me afastar da Ordem? Já estamos exilados aqui! Pode fazer o que quiser! Pode me matar, se quiser! – ele parecia fora de si. Gesticulava alucinado. – Era isso que você estava fazendo desde o começo, não era? Você! – apontou para o peito do homem. – Você e seu precioso Lord das Trevas! - zombou. – Os dois juntos, pra me destruir! Foi assim desde o começo! Me atazanando, me provocando, me torturando! VOCÊS FIZERAM ISSO COMIGO, NÃO FOI?! – gritava.
-Potter, você está louco? Fritou o cérebro desta vez? – adiantou um passo. Parecia se controlar para não agredir o garoto.
-Isso mesmo! – falava como se não tivesse sido interrompido. – Os dois! Juntos! Mestre e servo. Príncipe das Trevas e Comensal da morte. – ria histérico. – Assim, me enfraquecendo, poderia deixar seu precioso mestre me destruir definitivamente! Claro! Só pode ser isso! Você entrou tão fácil aqui. – apontou para apropria cabeça. – Isso porque não é a primeira vez.
Parou de súbito. Como se tivesse lhe ocorrido algo mais.
-DEUS! É isso! Por isso os sonhos! – encarava com mais ira. – Colocou sonhos eróticos, sujos em minha mente, não foi? – cuspia as palavras. – Eu... e... você! – desprezo. – Como se eu pudesse sentir qualquer tipo de desejo por você!!!
-O quê? Que desatino está dizendo agora, Potter? – chocado desta vez.
-Só podia ser isso! - batia com o punho fechado na testa como um louco. – Snape e Potter. Juntos. Romanticamente! Não!!! Romântico não! Erótico mesmo! Só podia ser isso! Eu jamais o desejaria em sã consciência. Jamais! Não um sonserino! Não um Comensal da Morte! Não um morcegão velho!
SPLAFT.
Harry se calou de repente com o tapa que levou no rosto do outro. Pareceu acordar da loucura e perceber o que estava dizendo. Olhava chocado para o ex-professor, como se visse diante de si, um espírito agourento. Virou-se envergonhado. Pela explosão. Pelo descontrole. Pela confissão.
Snape estava estarrecido com as palavras do grifinório. Não por ser verdade o que disse sobre ele e seu mestre. Mas pela revelação de seus sentimentos em relação a ele. Depois de todo aquele tempo. Jamais poderia imaginar. Jamais poderia suspeitar.
Aproximou-se mais do jovem. Que parecia ainda estar decidindo se morria ou chorava. Postou-se diante dele. Harry se virou. Snape insistiu. Harry o olhou com dignidade. Desafiando a dizer qualquer coisa. Mas tudo o que fez foi enfrentar com expressão aturdida. E beijá-lo subitamente.
O choque do jovem foi tamanho, que resistiu de imediato. Mas aos poucos, desistiu de tentar compreender. E correspondeu com ardor. Os cabelos molhados tocando a face de Snape. As mãos agarrando o corpo com força. Bocas sôfregas, buscando todo o tempo perdido. Todo o desejo reprimido. Por tantas vezes. Por tanto esforço. Quando se separaram ainda havia confusão em negros e verdes.
-Sabe que não sou seu inimigo, não sabe Potter? – questionou ainda segurando a nuca de harry.
-Acho... – olhava dos olhos para a boca alternadamente. – Acho que sei. – com dificuldade.
-Jamais duvide disso! – sério.
E o soltou relutante. Afastou-se dois passos.
-O que foi... isso? – tentou corajoso.
-Creio que entende o que foi isso, Potter! Sei que já teve namoradas. Sabe o que é um beijo. – gélido.
-E por que fez isso? – ignorou o sarcasmo.
Uma risada sem alegria escapou da garganta do ex-professor.
-Porque parecia estar um tanto confuso a meu respeito. – então ficou muito sério. – Potter, seu idiota! Pó que falou essas coisas todas? – agressivo.
Agora que passara o momento, Snape estava furioso. Com Harry, com ele, com Dumbledore, com o Lord. Com toda aquela situação. Tinha conseguido esconder seus sentimentos por tanto tempo. E agora cometera a estupidez de beijar seu objeto de desejo. Enquanto eles estavam presos em um lugar ermo. Sem previsão de saída. Seria capaz de se aplicar uma crucciatus naquele momento.
-Hei! Está louco? Eu estava atormentado, sendo... massacrado por você e Voldemort. Queria que ficasse normal??? Não aguento mais essa situação! Preferia tr morrido no primeiro ataque. Quando tinha um ano de idade. E ter morrido com meus paris! – fúria voltando.
-Não seja estúpido, Potter! Se você morresse, o Lord ainda estaria dominando o mundo. Talvez nem mesmo houvesse um mundo. – desprezo.
-Como pode me beijar desse jeito e me odiar tanto? – frustrado.
Desta vez Snape virou as costas, rígido.
-Não odeio você. Nunca odiei. – tornou a encará-lo. – Odeio esse... sentimento por você. – cuspiu. – Odiava Thiago, Sírius, Lupim.Mas não consegui odiar você. - cansado.
-Mas então por quê? – angustia demonstrava toda dor dos tempos de Hogwarts. Tanta perseguição, tanta injustiça. – Por quê? – insistiu.
-Porque eu não queria! – bravo. – Não podia permitir. Não poderia me deixar dominar por... esse... sentimento. Porque você era uma criança e eu um adulto. Uma grifinório e eu Sonserino. Aluno e professor. Porque é homem e eu também!!! – finalizou alto.
-Não sou mais criança. Nem seu aluno. – disse apenas.
-Cale-se Potter! – apontou o dedo ameaçadoramente. – Não preciso de uma varinha para atacar você! – rugiu.
Harry quase riu.
"Meu Merlin! Não poderia imaginar que fosse tão forte!"
-O que vamos fazer agora? Agora que eu sei. E que você sabe. – sério.
-Esquecer o que houve. Foi uma anormalidade. Uma aberração. Que não tornará a acontecer. – garantiu firme.
Harry decidiu que não insistiria no assunto. Como Snape dissera. Estavam presos naquele lugar. Juntos. Separados do mundo. E tinha que lidar cada qual com seus demônios. E o amor que sentiam um pelo outro era o maior deles. Mas uma coisa qualquer acalmou em seu coração. Quando formulou esse pensamento. "Amor". Controlou-se para não rir ou corar como uma criança. Ser correspondido era a última coisa que poderia sonhar. Mas não poderia ficar pensando naquilo. Snape não estava pronto para assumir. Então teriam que esquecer isso, por hora. Tinha que se preocupar com coisas mais urgentes. Como o almoço. WE como bloquear a mente contra Voldemort.
Viu Snape se afastar e pegar o livro trouxa sobre Telepatia e ir para um canto. Lendo atentamente, como se devorasse as palavras escritas.
Resolveu deixar esse problema por conta dele. E foi providenciar a comida então. Separou duas latas de atum com molho branco e ervilha em conserva. Não era muita coisa, mas gostava daquele prato. Abriu uma outra lata contendo vários legumes como batata, cenoura e milho. Despejou na vasilha de cristal que achara mais cedo. Escolhei um pêssego em calda e guardou para sobremesa. Para beber, preferiu água fresca. Não havia como gelar o refrigerante que havia ali. E não poderia fazer feitiços para congelar. Arrumou tudo na mesa baixa que já usavam. Quando tudo estava pronto, viu Snape vindo em sua direção. Começaram a comer em silêncio. Até que resolveu começar uma conversa.
-O que mais havia no livro? – sério.
-Algumas explicações de como proceder no caso de querer invadir a mente de alguém ou não querer permitir isso. Mas exige muito treinamento e força de vontade. Está preparado, Potter?- sem emoção.
-Estou. – se surpreendendo com a certeza na resposta.
Snape por uma fração de segundos também pareceu surpreso.mas recolocou a máscara e a indiferença em seus devidos lugares.
-Então após terminar devemos retornar ao treinamento. O Lord não deve vencer essa guerra. E por isso, você deve se dispor a se esforçar ao máximo. – esperava que o outro não fizesse outra cena como a anterior.
Harry entendeu a que ele se referia. E apenas confirmou sua posição.
-Me esforçarei. – duro.
Pouco tempo depois estavam novamente no centro da sala. Sentados no chão. Há mais ou menos quatro passos um do outro.
-Segundo os trouxas, o processo se deve pelo auto-conhecimento. A noção de sua identidade e todos os seus sentimentos. – pigarreou. – Deverá varre tudo para fora. E não para dentro. Como se esvaziasse completamente. E então quem tentar entrar não seria capaz de achar nada. E se tentar enviar algo tudo se perderá no mesmo vazio. Esse é o conceito. Compreendeu, Potter? – sério.
-Sim. Apenas o vazio. – acho que posso conseguir.
-Não Potter! Tem que ter certeza! – zangou-se.
-Ok, Ok! Vou conseguir! – irritação clara.
Bufou. Respirou fundo. Snape olhava o jovem com reservas. Os cabelos longos despenteados davam a ele um ar de eterno rebelde. Ficava cada dia mais parecido com outro rebelde que conhecera. Afastou as lembranças como sempre fazia e tentou se concentrar. Não fraquejaria novamente.
E ficaram muito tempo naquela posição. Harry tentando esvaziar a mente. Snape tentando entrar. Mas não terminaram satisfeitos. A cicatriz voltara a arder. Mas não como antes. Snape percebeu. Era como se ele próprio sentisse. Já escurecia quando dispensou o garoto exausto. Tinha que admitir que ele estava se esforçando. Mas precisava continuar. O Lord não descansaria. E se Potter era o acesso que ele tinha para saber as cosas da Ordem, então era sua obrigação continuar pressionando-o.
Mais uma noite chegara. Mais uma escuridão. E os demônios e os segredos pairando entre eles. Ambos conscientes disso. Mas mantendo uma postura displicente.
OF: continua.
