N/A: esse cap demorou pra sair, mas saiu. E isso é o que importa. Estive atolada no fim de semana e no feriado, mas está ela aqui. A fic.
Agradecimentos:
Ia-Chan : Engraçado?????? Essa fic está engraçada?????? Aonde? Bem, se é dessa fic que está falando... bem, devo agradecer! Hehehe. Está aqui a continuação. Me diga se continua engraçado. Hehehe
Barbara G. : Bem, ficou feliz que esteja gostando, mesmo não gostando de ver os beijos. Mas acredite. Já me disseram que só um beijinho era muito pouco!!! Continue lendo e me diga se continua estranho.
Valeu povo!!! Deixem reviews e me digam se está legal.
Capítulo 4 - Como Resistir a Tudo?
Nos dias que se seguiram a rotina era a mesma. Faziam o desjejum e treinavam. Almoçavam e treinavam. Jantavam e treinavam. Às vezes paravam para investigar mais sobre os objetos nas caixas. Para alegria de Harry Potter, foi encontrado um rádio, que sintonizou nas notícias de Londres. Tinha músicas, propagandas, jornal. Nada mudara do lado de fora. Que já parecia uma realidade distante. Como se fizesse parte do outro mundo. Só havia os dois. Snape e Potter. Os ânimos ora se exaltavam, ora era coroado com indiferença. E em raros momentos, dos quais cada um se sentia reconfortado, compreensão.
Alguns dias depois, a comida estava acabando. Afinal, era um estoque modesto. De um adolescente que não era nada glutão. A preocupação era demonstrada em porções cada vez menores das ingeridas a princípio.
Quanto ao treino de telepatia, os avanços eram lentos, mas aconteciam. A cicatriz de Harry ardia cada vez menos. E o vazio dos pensamentos era mais fácil de atingir.
Mas naquela madrugada algo aconteceu. Snape acordou com sons que pareciam gemidos abafados. Estava escuro, mas podia notar o vulto de Harry se agitando na cama. Tateando, foi até o garoto.
-Potter? O que está acontecendo? –sussurrava.
Gemidos incoerentes.
-Potter! – mais alto. – Está acordado?
Ele continuava se agitando. Snape chegou mais perto. Tocou seu rosto. Suor frio. Dentes cerrados. O sacudiu levemente.
-Potter! Acorde! – mais firme.
Nada. Só grunhidos sofridos.
-Potter! Harry Potter! – sacudiu mais forte.
-NÃO! – ele acordou de supetão.
Tremia convulsivamente. Estava gelado. Mesmo no escuro, Snape percebias os olhos arregalados, vidrados. Sacudindo a cabeça, como em negativa. Lágrimas se misturando ao suor.
E se agarrou ao ex-professor. Como se fosse sua única salvação. Com desespero. Snape se assustou, mas se viu envolvendo o outro num abraço quente e acariciando as costas nuas.
-Se acalme, Potter! Acabou. Está tudo bem. Se acalme. – preocupado.
Nunca vira o garoto daquele jeito. Não estava preparado para ver a dor dos olhos verdes.
Aos poucos, muito lentamente, Harry foi se aclamando não braços do homem. Até que então se afastou. Havia um desamparo tão intenso no jovem, que Snape ficou pasmado. E o beijou pela segunda vez. Tentava passar toda segurança, toda força, todo amor para o garoto. Que correspondeu como se dependesse do ar de Snape para viver. Mãos experientes o acariciavam e o provocavam, como se tivesse vontade própria. Arrancando gemidos, agora de claro prazer, dos dois homens.
Snape trouxe o quadril de Harry contra sua masculinidade com facilidade. O garoto correspondia por puro instinto. Quase timidamente, mas sem recuar. E então quando Snape percebeu que as roupas já não eram mais um empecilho, pois estavam totalmente abandonadas, pareceu despertar e retesou. Harry gemeu protestando, mas por ser menor, não pôde vencer a resistência do outro. Que parecia que estava acontecendo. Levantou da cama de supetão.
-Snape. – protestou Harry.
-Potter, componha-se. E fique onde está. – gritou quando o garoto fez que iria se levantar. – Isso... foi um erro! Um grandessíssimo erro! – estava furioso novamente. Vestia a camisa com gestos bruscos.
-O quê?! – lívido. – Você me beijou! Você começou tudo isso! E não venha me dizer pra ficar parado! – gritava também.
-Ok, Potter! Foi minha culpa! Satisfeito? – sarcasmo e ira. – Agora esqueça e volte a dormir! – voz mais distante.
-Olha essa agora! Então é assim que será? Você me ataca quando quiser e depois vai embora? Esse é seu jogo??? Quer me enlouquecer?! – acusou.
-Potter! Já disse que o erro foi meu! Não espere que me desculpe. Não faz me gênero! – desprezo.
-Que droga, homem! Não é disso que se trata! Se você quer, o que me parece óbvio. – acusou mais uma vez. – E se eu quero. Qual a bosta do problema? Hein? Deixe de ser hipócrita, Snape!!!
Ele atravessou o espaço em segundos e segurou o pescoço de Harry Potter com força. Quase suficiente para ser estrangulado.
-Não fale comigo nesse tom! Posso ter deixado me... levar por uma fraqueza. Mas não sou seu namoradinho, nem seu amiguinho. Tenha respeito garoto! Eu poderia ser seu pai! – transtornado e perigoso.
Harry mal ouvia as palavras. Tentava se livrar das garras do homem que a poucos minutos o beijava com paixão, e agora parecia prestes a estrangulá-lo. Até ser jogado no chão, antes que perdesse a consciência.
Levantou, sentindo todo ódio dominando-o. Tremia e temeu não ser capaz de falar. Mas começou.
-Nunca mais me toque! – pronunciava mastigando cada palavra. – Nunca, mais ponha suas mãos nojentas em mim! – e se virou, passando as mãos no pescoço. Com certeza ficariam marca.
Snape entendia bem o ódio nos olhos e nas palavras de Harry. Mas estava certo, de que o ódio que sentia de si mesmo, naquele momento, era ainda maior. Após todos aqueles anos, e falhara pela segunda vez. O desamparo do outro penetrara por suas barreiras derrubando-as e quase fora longe demais.
Cada um foi para sua respectiva cama. Mas ninguém dormiu mais naquela noite.
No dia seguinte Harry jurou que se conseguisse bloquear a mente, sairia do maldito lugar. Dumbledore que o perdoasse. Voldemort que fosse para o inferno. Mas não ficaria ao lado do desgraçado nem mais um minuto. Irias embora para casa. Em Hogsmead. Os Dursley que morressem por sua estupidez. Estava pouco se importando. Só queria sumir. E voltar para casa.
Aguardou acordado na cama e se levantou com os primeiros raios de sol. O suficiente para ler o livro de telepatia. Sentia-se mais que preparado. Provaria para o morcegão velho que não era uma marionete. Que tinha vontade própria e opinião formada. Não se preocupou com o desjejum. Não tinha fome. O outro que se virasse.
Snape Viu quando Harry levantou e pegou o livro. Muito cedo. Também não conseguira adormecer. Resolveu permanecer na cama e dar tempo de ele ler sem ser incomodado. Quando finalmente levantou, também não tinha fome, nunca desejou tanto receber um sinal de Dumbledore, como naquela noite. Que proporcionasse a distância necessária entre os dois.
Quando se aproximou de Harry, horas depois, ele jogou o livro no chão.
-Vamos acabar com essa porcaria. Estou pronto para recomeçar o treino. – determinação cega.
Foi impossível para Snape não sentir orgulho e pesar.
-Então se concentre. – sério.
E sentou-se. Várias vezes tentou entrar na mente do rapaz. Extrair informações ou enviar mensagens. Mas parecia estar no vácuo. Era uma sensação estranha. Parecia que enfim tinham chegado ao objetivo.
-Muito bem, Potter. – estava cansado e com dor de cabeça devido ao esforço. – Entendeu finalmente como fazer. – sem emoção.
Harry parecia não se importar com o elogio discreto. Tinha a aparência de um sobrevivente de guerra.
-Então acabou. – falou indiferente.
Virou as costas e foi em direção a suas coisas.
-Acabou o quê? – Snape confuso.
-Acabou! Estou fora! Se o espião sou eu. Se o problema é o que Voldemort vê na minha mente, esse problema não existe mais. Vou embora!
-Potter, seu idiota! O que está dizendo? – rosnou.
-Que estou saindo fora! Tô vazando! Fui! – zombou irritado ainda sem olhar para trás. Juntando suas coisas.
-Potter! Não pode ir embora! Não seja estúpido! Dumbledore ordenou que ficássemos aqui! – segurando-o pelo braço.
-Mandei não por mais as mãos em mim! – puxou bruscamente o braço aprisionado. Com olhar fatal.
-Não seja insolente! – Snape se recuperou em segundos.
-Não pode me obrigar a ficar! Estou fora, já disse!
-Você não vai a lugar algum! – desafiou.
Posicionou-se diante dele como uma parede
Snape era maior que Harry em todos os sentidos. Mas o garoto contava com todo ódio dentro dele como vantagem.
-Saia da minha frente! – mortal.
-Não! Deixe de ser criança. Vive dizendo que não é mais um menininho birrento, mas é exatamente o que está parecendo agora! – impiedoso.
-SAIA DA MINHA FRENTE! AGORA! – gritava.
-Está vendo?! O tio mau escondeu o brinquedinho do bebezinho! – falou em falsete. – SENTE-SE!
-Olha aqui seu...
Não terminou. Foi empurrado com violência de volta para cama.
-NÃO! OLHA AQUI, VOCÊ, FEDELHO! Você tem razão! Quero você! Sempre quis! – cuspia as palavras como se tivesse nojo delas. – E muito! Chega a doer! – Harry estava lívido. – Quero tanto que seria capaz de morrer para estar com você, seu idiota! Mas existem muito, mas coisas envolvidas nisso. Não basta querer ou amar com loucura! O Lord nunca perdoará isso. Ele descobriria e usaria isso contra nós dois. E contra Dumbledore.
-Dumbledore sabe?? – surpreso.
Uma risada sem qualquer traço de alegria escapou da boca do mestre sonserino.
-E o que Dumbledore não sabe? – ironizou. – Se não estivéssemos aqui, você nunca saberia. Ainda me julgaria seu inimigo. E a vida seguiria seu curso normal. Mas o acaso nos trouxe para este lugar famigerado. E as coisas aconteceram. QUE MERDA! – se exasperou. – Não vê que é difícil? Em todos esses anos fraquejei apenas duas vezes. E as duas ocorreram aqui. E ainda assim, não deveria. E não o farei mais. Não posso. Não sou dado a casais românticos! – zombou. – Sou sonserino. – orgulhoso. – E tenho idade para ser seu pai! – constatou.
-Mas não é! – Harry se recuperou.
-Não sou. Mas para mim é o que basta. - terminou. – Agora vamos esperar o comunicado de Dumbledore.
A revolta retornou aos olhos verdes.
-Fique você, escondido aqui. Com seus sentimentos secretos! Com os sentimentos sujos que tem! – se levantou mais uma vez. – Não fico perto de você nem um minuto a mais. Já disse, acabou!
-VAI FICAR AQUI! – esbravejou.
-Vai ter que me azarar! – desafiou. – Ou me matar! – lembrou a noite anterior.
Uma sombra de dor e arrependimento passou rapidamente nos olhos negros. E Harry notou a tempo.
Snape de repente se sentiu 20 anos mais velho. Suspirou. Fechou os olhos, cansado. E deu as costas para Harry Potter. Que estranhou a reação do outro. Mas firme ao propósito, pegou a mochila que conseguira arrumar de qualquer jeito. E olhou em volta, apreensivo. Hesitou por alguns segundos. Mas ao olhar para Snape mais uma vez, a rebeldia o dominou. E se empertigou, indo em direção à porta.
No momento em que colocou a mão na maçaneta, uma musica preencheu o ambiente. Um canto de pássaro. De fênix. Que encheu seu coração, pesado, de uma paz infinita. Que não sentia há muito tempo.
Procurou com os olhos por todos os lados e juntamente com uma pena vermelha, um envelope caiu em suas mãos.
"Harry
Tudo está bem. O espião foi encontrado. E já está em Azakabam. Foi uma tristeza para todos nós. Voldemort está mobilizando seu exército. Volte para Hogwarts com Severus. Teremos uma reunião onde explicaria todo o ocorrido. Os Dursley já foram contatados e irão cooperar.
Sem mais
Dumbledore."
Harry deu uma risada amarga. Snape que também tinha ouvido a fênix estava atrás dele quando o outro terminou de ler.
-O que Dumbledore disse? – não tinha dúvidas sobre o remetente.
Harry estendeu a carta.
-Estou oficialmente livre. Não sou eu o traidor, afinal. – riu mais uma vez.
Voltou para o centro do porão. E olhou mais uma vez. Sentiu as lágrimas correndo soltas. Peso saiu de seu coração. Não era o traidor! Não falhara com sues amigos e não facilitara para Voldemort. E no fim das contas, de tudo que acontecera ali. Saíra com mais um aprendizado contra o maldito.
Foram embora juntos de lá. Harry e Snape, como chegaram. Sem se comunicarem mais que o absolutamente necessário.
Em Hogwarts, descobrira quem era o vilão realmente. Percy. Os Weasley não poderiam estar mais infelizes. Mas segundo Dumbledore dissera na reunião, dias atrás, ele vinha informando Voldemort sobre planos e estratégias, até que Rony desconfiado, armou uma armadilha e o irmão foi desmascarado.
Agora, relembrando de tudo, sentia como se os dias passados naquele porão, fosse obra de sua imaginação. Um sonho bom e mau. Mas que estava cada vez mais distante. Encontrava o ex-professor eventualmente em reunião da Ordem. Mas nunca mais fora designado para cumprir alguma outra missão ao lado dele novamente. Pensava se o homem contara a Dumbledore e exigira essa distância. Nunca contou a ninguém sobre seus sentimentos pelo sonserino arrogante. Mas todos perceberam que ele voltara diferente daquela missão. Parecia mais sóbreo e mais seguro de si. E nunca mais acordou à noite após um pesadelo com Voldemort. Sentia-se mais forte, mais preparado para enfrentá-lo. E o confronto final se aproximava. Sabia que desta vez, era ele ou o maldito. E apesar de não manter qualquer tipo de contato com Snape. Sabia que o outro estaria lá. No momento final. E morreria por ele se fosse preciso. E ambos sabiam disso.
OF: continua.
N/A: esse era pra ser o último cap da fic. Mas devido aos pedidos anteriores. Acabei continuando a fic. Para que eles se encontrem no futuro. Quem sabe o que vai acontecer???? Bem eu sei. Hehehehe. Mas vocês terão que ler.
Beijos
Viv
