DUAS REALIDADES



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Duas Realidades
Episódio VII – "Mens Sanu In Corporis Sanu" (Mente Sadia Em Corpo Sadio – prov. latim)

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Snape permanecia sentado em seu sofá na sala, lendo um grosso livro encadernado em couro envelhecido. Em sua mão esquerda, uma fumegante xícara de chá. Sobre a pequena mesa de jantar da sala, havia uma travessa com bolinhos doces e croissants recheados com queijo cremoso, um bule de cerâmica e uma xícara vazia. Hermione chegava a sala, saida do banho. Seus dedos penteavam seus cabelos úmidos, formando grandes cachos. Trajava o conjuntinho de calça e camiseta largos azul pastel, que, apesar de marcar levemente suas curvas, a deixava com jeitinho de moleque.


_Desculpe por ter demorado além do necessário... é que aproveitei para lavar minhas roupas. Coloquei para secar na área aberta ao lado do banheiro... tudo bem, né ?


O banho morno deixou Hermione visivelmente mais relaxada e serena, dando-lhe um aspecto mais saudável. Suas faces e lábios estavam mais corados devido a água morna do banho e com aqueles cabelos compridos caindo em cachos por sobre seu ombro e colo, tirou o fôlego de Snape, que dirigia o olhar na direção da voz que lhe falara. Mesmo com o coração descompassado, manteve a mesma frieza habitual.


_Não há problema nenhum, senhorita. É para isso mesmo que serve a tal área.


_Por que você mora num prédio de trouxas, se detesta trouxas? Isso é estranho, jamais imaginei que Severus Snape se permitiria levar uma vida simples e comum como um trouxa qualquer... – Hermione só percebeu a sua bobagem quando terminou de proferir a frase. Levou a mão até a boca para abafar um gemido e virou-se pra qualquer lado, tentando disfarçar e rezando para que o jovem Snape não tivesse prestado atenção ao que estava lhe dizendo, o que realmente não foi o que aconteceu.


_A senhorita parece me conhecer muito bem, Srta Granger. Jamais imaginei ter uma admiradora secreta em Hogwarts... ou será que a senhorita é muito mais que isso?


Snape alcançava para a moça uma xícara fumegante de chá, que havia preparado para ela. Hermione gelou com a última parte da pergunta e pegou a xícara de forma trêmula. Snape a convidava para sentar-se à mesa e comer dos pães que ali estavam. A garota sentou-se, ainda trêmula, pois havia surgido um fato novo que não havia cogitado: será que o jovem Snape estaria achando que ela era alguma espiã, uma armadilha preparada para ele? Isso estava ficando sério demais e ela precisava urgentemente de uma saída. Até declarar-se uma admiradora apaixonada e platônica seria capaz, mas tinha que tirar essa idéia de 'muito mais que isso' da cabeça do rapaz!


_O que você quer dizer com essa insinuação, Severus? – Tentava manter a voz calma e macia, mirando toda a sua atenção para o pedaço de croissant que partia com as mãos.


_Qual delas ? A de admiradora apaixonada ou de espiã a serviço de Dumbledore ? – Falou secamente, enquanto um fio de ódio passava em seus olhos. Hermione não precisou olhar para ele para sentir esse ódio que começava a pulsar lentamente.


Forçou uma risada sem muito ânimo, virando-se para ele, encarando-o :

_Não seja ridículo, Snape ! É claro que sou uma espiã a serviço de Dumbledore – embora eu não saiba por que seria... er, bem, você acreditou mesmo que eu seria uma admiradora secreta sua, amargando por anos uma paixão recolhida ?!

Por mais que tentasse, não conseguia evitar seus olhos se marejarem, mais por constatar que o jovem Snape diante de si era realmente um comensal da morte ativo, do que ele pudesse lhe fazer uma vez acreditando fervorosamente de que ela era uma espiã !


O rapaz ficou desconsertado e levemente nervoso, pois estava quase certo de que ela talvez fosse uma armadilha preparada para si, pois já ouvira falar de casos semelhantes onde outros comensais foram pegos por aurores e aliados de Dumbledore desta maneira. Não esperava exatamente essa reação da garota, pois a formação de lágrimas em seus olhos denunciavam algo além de seu controle ! Ele não poderia simplesmente matar alguém que o conhecia e o amava por isso! Isso já seria demais!


_Por que... por que essa pergunta tão estranha, Severus? – Hermione mantinha-se fixa sobre a caneca, apreciando a fumacinha que saía de seu interior e aquecendo suas mãos. Naquele momento, a temperatura parecia ter desabado para graus negativos! – Não era sobre isso que iríamos falar... por que... o que quis dizer com espiã de Dumbledore?


Um lampejo de ousada coragem passou por Hermione... afinal, uma sabe-tudo pode se passar por uma tolinha também, desde que sua fama não seja conhecida pelo seu interlocutor.


_Por acaso você... – olhando de forma inquisitiva para Snape, esse lhe dirigiu um olhar mordaz, mas demonstrava sua ansiedade com o que ela iria falar, tinha certeza que ela perguntaria se ele era um comensal, mas...


_...Por acaso você saiu devendo alguma coisa em Hogwarts, Severus Snape? Aposto que pegou livros emprestados da biblioteca e não devolveu até hoje! – Até mesmo a própria Hermione achou graça do que falara, então abriu um sorriso alegre no fim da frase, deixando escapar umas risadinhas, o que fez quebrar totalmente a tensão que pairava no ar.


"O que está pensando, Severus! Tá ficando louco, paranóico?! Você encontrou a garota quase morta e ela nem sequer porta uma varinha! Desde quando ela seria uma espiã?!"


Snape apoiava a cabeça sobre as mãos, olhando para o topo da mesa. Não conseguiu disfarçar a leve risada, então resolveu encarar de vez a garota e acabar definitivamente com esse clima desagradável.


_Garanto que todos os livros que possuo são propriedades minhas mesmo! Embora eu confesse que muito me tentou levar de lembrança alguns livros de lá, principalmente do...


_...bibliotáfio, a seção reservada! – Hermione completou com um sorriso muito alegre. _É, eu sei como é isso! Me senti tentada diversas vezes também! E olha que Madame Pince gostava de mim!


_E como não me lembro de você, garota? Nada, em absoluto...


_Ah... bem, eu... simplesmente não existia...


_Como assim, não existia?


_Oras, Severus! Já chega por hoje, não acha? E eu duvido muito que você se lembre de algo além de livros ou de pessoas que lhe causaram ódio! Bom, não sou um livro e suponho não ser alguém que você tenha odiado, espero... por favor, gostaria muito de ir dormir, se você não se importa.


_Tudo bem, Hermione! Pode dormir em minha cama... fique no quarto, é mais confortável.


_Claro que não! Eu posso perfeitamente ficar no sofá. Não quero tirar seu conforto por mais uma vez!


_O sofá é confortável e, já dormi em lugares muito piores que esse... além disso, gosto de ler até tarde e gosto de fazer isso na sala. Durma no quarto, boa noite e não se discute mais isso!


_Tudo bem... muito obrigada por tudo, Severus...e boa noite.
Hermione despedia-se cansadamente, mas com um leve sorriso no rosto... havia sobrevivido mais um dia, mas o futuro parecia ser mais otimista agora do que alguns minutos atrás. Snape limitou-se a observá-la até sumir atrás da porta do quarto. Algo estava estranho nele e isso era fato.



Hospital St. Mungus
14:25h – 21 de agosto de 2001


Um rapaz alto e de cabelos negros rebeldes andava de um lado para o outro enraivecido, reclamando e xingando em altos brados. Na saleta branca e de decoração simples, como um vaso de planta e alguns quadros pequenos mostrando paisagens, estavam acompanhando-o um rapaz ruivo, que tentava a todo custo acalmar o moreno e um homem de cabelos longos e claros, presos num displicente rabo de cavalo que caia sobre seu colo, observava o nada através da janela da sala de estar, indiferente à raiva quase descontrolada de Harry.


_Maldição! Por que ela tem que ser tão estúpida?! Caralho!! A vontade que tenho é de esbofeteá-la até que ela fique com a cara inchada!!


_Calma, Harry! Porra! Você tá num hospital, cara! Esse teu nervosinho não vai melhorar em nada a situação!


_Foda-se, Rony! O que quero saber é por que Hermione é tão idiota?! Aquela imbecil! De que vale o estudo dela?! De que adianta a nossa preocupação se ela não passa de uma imbecil!


_Cala a boca, Harry! Hermione podia estar morta! E ela ainda pode morrer, diabos! Ela está mal, lá na UTI e você fica aqui xingando ela?!!


Lupin aproxima-se dos garotos e segura Harry pelos ombros, na tentativa de acalmá-lo um pouco.

_Harry, sei que está muito preocupado com Hermione e que está com raiva da imprudência dela, mas tente se controlar... isso não vai ajudá-la em nada.


Harry tenta conter as lágrimas que se formam. Sua face está rubra por causa de sua alteração raivosa. Desvencilha-se de Lupin e vai até a porta da sala, olhando para o corredor.

_E onde está aquele miserável do Snape?! Já era pra ele ter voltado! Por que tem que ir apenas uma pessoa por vez para vê-la?!



*



_Como é possível que ela tenha entrado em coma apenas por ter recebido um feitiço estuporante? – Snape olhava inquisitivamente para o medibruxo que carregava uma prancheta, juntamente com uma mulher, também medibruxa, aparentando uns 50 anos, que não desviava os olhos da paciente sobre o leito branco.


_Por favor, Sr. Snape, pela última vez: nós ainda estamos analisando o caso dela! Não é muito comum alguém sofrer um coma depois de ser atingido por um feitiço estuporante... não é apenas incomum, não temos nenhum caso parecido relatado! Os outros medibruxos estão entrando em contato com todos os hospitais bruxos do mundo para ver se conseguimos alguma informação! – o medibruxo já estava impaciente e cogitando chamar a segurança para encaminhar Snape para fora do Hospital.


_Enquanto vocês procuram por informações aí fora, Hermione continua sofrendo a ação do feitiço! Ela parece ter sofrido uma maldição imperdoável e vocês não estão sabendo identificar!! – Apesar de manter a voz baixa, Snape demonstrava ali todo o seu ódio pela suposta ineficiência dos medibruxos em relação ao estado de Hermione. Seus punhos estavam cerrados com tal força que os nós dos dedos estavam ficando azulados. Parece que toda a frieza que construiu e cultivou por tantos anos havia derretido-se por completo naquele momento, pois não era o mesmo Severus Snape, frio e insensível, que ali estava.


_Já chega, Snape! Você não tem competência para julgar a nossa capacidade! Você sairá agora mesmo deste hospital pela for...


O jovem medibruxo foi interrompido com um aceno pela senhora que os acompanhava.

_Por favor, Ben... veja como estão indo os outros medibruxos em relação a nossa pesquisa e depois me espere na sala dos médicos, sim? Preciso esclarecer alguns pontos ao Sr Snape.


_Sim, senhora! – Ben girou em seus calcanhares e saiu, ainda bufando com a insolência daquele bruxo antipático, sem questionar ordens – era o que mais queria fazer: ficar o mais distante possível de Snape!


_Doutora, não precisa mais desperdiçar seu precioso tempo com a mesma explicação vazia! Eu mesmo irei procurar saber o que acometeu Hermione Granger pelos meus próprios meios! – Snape já dava as costas e saía, quando a medibruxa o interrompeu secamente e em tom decisivo.


_Fique, Sr. Snape. Quero que veja algo.


Snape apenas deu-se o trabalho de olhar por sobre os ombros quando viu a medibruxa apontar a varinha sobre Hermione e uma neblina acinzentada a envolver. Acima da cabeça da garota, formou-se um círculo azulado translúcido. Em poucos instantes, pequenas labaredas de luzes vermelhas, azuis e amarelas surgiram de dentro do círculo e se movimentavam freneticamente, com intensidades variadas, como se fosse um equalizador. Snape sabia do que se tratava, mas as atividades intensas das labaredas chamaram sua atenção.


_Isso é a atividade cerebral dela... mas se ela está em coma, por que está tão intenso?


_Não é apenas atividade cerebral, Sr. Snape. As labaredas vermelhas representam o organismo. Como Hermione está em sono profundo, sua atividade é menos intensa, porém suas labaredas são maiores, por motivos óbvios: seu organismo está vivo e saudável. As labaredas azuis representam sua mente, que está muito ativa, porém são menores, o que não é, nem de longe, algo que possa ser considerável o mínimo aceitável: sua atividade cerebral é a mesma de uma pessoa acordada e em atividade, mas a consistência é de alguém inconsciente... o que temos aqui é uma grande contradição. A mente de Hermione está ao mesmo tempo vaga e ativa, e não há termo médico que defina isso.


_... e quanto às labaredas amarelas? – Snape sentia-se ainda mais atordoado do que minutos atrás. Ao menos as não-explicações do outro medibruxo eram mais aceitáveis do que essas que a mulher estava dizendo.


_São as que mais me intrigam... – a medibruxa expirou fundo, expulsando todo o ar de seus pulmões, como para ganhar novo fôlego para encarar suas suspeitas.

_As labaredas amarelas representam a atividade espiritual de Hermione. Como se sabe, mente e espírito caminham juntos, logo, a atividade de ambos devem estar sempre no mesmo nível, apenas a consistência sofre alteração, quando, por exemplo, a pessoa dorme, se distrai ou faça atividades que relaxam a mente. Tanto a atividade quanto a consistência do espírito de Hermione estão baixas demais, mesmo para alguém em coma. – a medibruxa interrompeu-se, olhando diretamente para o Mestre de Poções, que estava ainda mais pálido do que seu habitual. Ela própria temia o mais que tinha para informar.


_Clara, por favor, o que significa isso? – Snape engoliu seco, temeroso pela resposta da medibruxa que talvez confirmaria sua suspeita.


_Ah, Severus, gostaria que não tivesse me perguntado, mas... tanto a atividade e consistência do espírito de Hermione é notado apenas em pacientes que estão em estágio terminal de doenças, que nem sequer representam mais atividade cerebral significativa, pessoas em estado vegetativo, semi-mortas...


Snape apoiou-se na parede, pois sentira o chão desaparecer debaixo de seus pés e a vista turvar. Levou as mãos ao rosto, apertando-o fortemente. Estava ofegante, mas a respiração era difícil. Sentiu como se o céu estivesse desabado naquele momento. Ele não podia acreditar naquilo, não queria acreditar que Hermione Granger estava morrendo de forma lenta e silenciosa!


A medibruxa segurou Snape pelos braços, forçando-o a olhá-la. Sua expressão não era mais animadora do que daquele homem que acabava de jogar por terra toda a sua reputação de calculista gélido.

_Ouça, Severus: É por isso que nós estamos insistindo que o mal que acomete a Srta Granger neste momento é o coma! Nós simplesmente não sabemos com absoluta certeza o que está acontecendo. Temos nossas teorias e estamos trabalhando o mais rápido possível para encontrar logo a solução, para trazê-la de volta ao mundo real! Por favor, não perca as esperanças! Essa menina precisa de muita fé, para continuar vivendo! Sei que é estranho e nada plausível, mas é a nossa mais provável teoria no momento!


Snape encara a medibruxa com os olhos rasos d'água e uma voz embargada, quase sumindo:

_E qual é essa teoria, Clara? Quero saber qual a suspeita de vocês, mesmo que não tenham a absoluta certeza, mas preciso saber!


A medibruxa afasta-se de Snape, retira os pesados óculos e massageia o topo do nariz, uma forma de ganhar alguns instantes para formular sua resposta.

_Um sábio trouxa disse certa vez: 'existe muito mais entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia'. Isso também vale para nós bruxos. Apesar de toda a nossa magia, há bilhões de coisas que não entendemos, sequer temos idéia de sua existência. A nossa teoria sobre o estado da Srta Granger é a mais estapafúrdia, mas, ao mesmo tempo, a mais provável: acreditamos que a menina esteja presa em alguma dimensão paralela a nossa. Porém, não sabemos como isso foi causado e, portanto, não sabemos como reverter a situação. Eu lhe asseguro, Severus, que estamos trabalhando com muito afinco para descobrirmos o porque, para sabermos o que fazer...


_Presa em outra dimensão... realmente, não é a coisa mais brilhante que ouvi nos últimos anos... mas, é ainda melhor do que crer que ela esteja morrendo, em coma, que muitas vezes é irreversível...


_Eu não acho. Ao menos, em coma, sabemos que o espírito permanece preso ao corpo, auxiliando a mente... lamento muito lhe dizer que o estado dela é ainda pior do que um simples coma. Sua mente física está em um lugar que não é o seu corpo, e isso a matará aos poucos... o corpo não sobrevive sem a mente...


_Maldição, Clara! E você ainda quer que eu tenha alguma fé depois de me dizer isso?! – Snape voltava ao seu humor e estado típicos, certamente sua vontade era a de estrangular a medibruxa, precisava descarregar toda angústia e frustração que estava sentindo nesse momento!


A medibruxa fazia um sinal com a mão para que Snape se acalmasse. Não era hora nem lugar para perder o controle da situação. Ela mesma já estava impaciente com tudo aquilo.

_Precisamos da sua ajuda, Severus Snape. Não da ajuda do mestre de poções, mas da ajuda de um grande conhecedor de magia negra. Irei entregar-lhe cópias de nosso relatório a respeito do estado clínico da Srta Granger, inclusive o nosso relatório extra-oficial, onde consta todas as nossas teoria e análises a respeito do caso. Quero que você e, se possível, com a ajuda de Alvo Dumbledore, nos auxilie com a menina. Precisamos de toda a ajuda possível e precisamos correr contra o tempo. Não queremos que a menina torne-se um zumbi, isso seria muito pior do que a morte!

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Fim do Capítulo VII - continua...
By Snake Eye's - 2004

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N/A: E aí, sentiu a viagem? Pois é, não podia ficar na conversa fiada todo o tempo, precisava de um argumento esdrúxulo para sustentar a história. Não queria que fosse mais uma fic em que Hermione fosse arremessada ao passado por causa de um acidente com o vira-tempo e se envolvesse lá com o jovem Snape. Pode até mesmo ser uma eca de idéia, mas pelo menos é menos básica, não é? Absolutamente nada contra tais histórias, tanto que a fic "Um pouco de seu tempo" de Serpentina Malfoy e traduzida para o português por Sarah Snape, é uma das melhores fics que já li! Mó show! Nota 10, mesmo! Mas não queria criar uma nova fic que fosse apenas o eco dessa. Mesmo que seja ruim, tem que ser original (bom slogan pra propaganda de refri, não é ^_^).

O lance do "equalizador gráfico" que mostrava a intensidade cerebral, física e espiritual de Hermione, foi tirado do longa animado 'Akira', de Katsuhiro Otomo (que todo mundo conhece...). Essa parada aparece durante os exames que comparavam Tetsu com Akira. Eu sempre achei esse lance muito maneiro e sempre quis usar em alguma coisa...

:~~~~~~Snake Eye's~~~~~~: