Intenções Secretas
Capítulo Dois – O Convite
Depois de Sonora ter superado a inovação de dirigir um tapete mágico do Paquistão até a Inglaterra, ela caiu num sono exausto, e perdeu a maioria da Europa Ocidental passando debaixo deles. Lupin finalmente acordou-a, e ela se sentou vagarosamente para ver o verdor da Inglaterra abaixo.
"Onde estamos indo?", ela perguntou.
"O Professor Dumbledore me pediu pra te levar até Hogwarts",Lupin disse a ela.
Sonora assentiu. "Terei que me lembrar de algum modo de agradecer a ele", ela disse. "Ele era o único que eu poderia pensar ser capaz de me tirar daquela bagunça", ela se percebeu confessando.
Lupin deu um pequeno sorriso. "Ele tem efeito com as pessoas", ele disse. "Então, você não tem família?"
Ela balançou a cabeça. "Nenhuma. Meus pais foram mortos quando eu tinha oito anos. Desde Hogwarts, eu estive viajando e estudando, fazendo pesquisas".
Lupin ficou quieto por um tempo depois daquilo, antes de parecer sacudir a si mesmo, e então ele se virou e sorriu pra ela. "Aqui estamos, Hogwarts", ele disse, gesticulando na direção do castelo à distância.
Sonora olhou fixamente para o lugar, chegando mais perto a cada minuto, e estava subitamente grata por Dumbledore pedir que Lupin a trouxesse pra lá. Havia sido a sua casa por anos, ela pensou. Seria bom vê-la de novo.
Lupin levou-a até as portas do castelo com o tapete. Deviam estar tendo aulas naquele momento, Sonora refletiu, enquanto olhava para o pátio vazio. De outro modo, os estudantes estariam fora e aproveitando aquele dia de outono.
Lupin envolveu uma mão embaixo do braço dela. "Vamos ver se as escadarias cooperam conosco, não?", ele disse, alegremente. Sonora sorriu, lembrando- se.
Eles apenas tinham passado por um corredor e um lance de escadas quando o pé dela, rijo e dolorido por ter ficado parado, e tremendo com a dor e a fraqueza, decidido a afrouxar. Lupin meramente segurou-a de outro modo, como se ela fosse cair a qualquer momento.
"Droga",ela xingou enquanto segurava com a mão livre a balaustrada de pedra para impedir que caísse.
"Fácil agora", Lupin disse, com uma expressão preocupada no rosto.
"Agora quem você está arrastando por aí, Lupin?"disse uma voz preguiçosa e debochada atrás deles. "Não mais um dos seus amigos?"
Lupin ergueu os olhos para quem acabara de falar enquanto Sonora tentava controlar a respiração. "Severus. Se você não está ensinando nesse instante, poderia dizer ao Professor Dumbledore que a Srta. Stone está aqui, e que eu a estou levando à ala hospitalar? Eu não acho que ela consiga atravessar as escadas até o escritório dele."
Sonora ergueu os olhos ao fim daquela conversa, para ver um rosto familiar. "Professor Snape",ela murmurou.
Os olhos dele moveram-se rapidamente na direção dela. "Eu te conheço, Srta. Stone?"
Ela deu um sorriso fraco. "Não estou surpresa que você não se lembre de mim. Foi há muito tempo atrás."
Os olhos de Snape se estreitaram sobre ela, e ele abriu a boca como se fosse falar, mas ela cometeu o erro de tentar dar outro passo para a frente e tendo seu pé afrouxado de novo. Seu soluço de dor ecoou nas pedras.
"Você deveria levá-la até Pomfrey antes que ela se machuque sozinha mais ainda", o Professor Snape disse num tom indiferente. "E enquanto eu sigo meu caminho, anunciarei a chegada da Srta. Stone ao diretor."
"Obrigado, Severus", Lupin disse com uma voz serena, enquanto ele batalhava para evitar que ela caísse. Ao mesmo tempo, Sonora tentava se segurar contra a balaustrada.
"Bem", ela soluçou, enquanto respirava fundo. "Estou certa de que impressionei o bom professor."
Lupin riu com gosto. "Nada impressiona o bom professor, minha querida Srta. Stone. Severus Snape é notoriamente... ahhh..."
Sonora também riu gostosamente. "Não precisa dizer mais nada.", ela disse. "Eu me lembro disso". Ela assentiu. "Então como vamos subir as escadas até a enfermaria?"
Severus Snape passou depressa pelos corredores de pedra, suas vestes esvoaçando atrás dele. Parou na porta do escritório do diretor. "Tortinha de hortelã e pimenta"ele disse, e a porta se abriu.
Ele subiu as escadas e bateu de leve na porta da sala. "Entre, Severus", a voz de Dumbledore chamou.
Severus resistiu ao impulso infantil de rolar os olhos. Dumbledore sempre parecia onipotente ali em Hogwarts, e isso às vezes o fazia perguntar qual fora o propósito de todas as suas missões. Então, claro, ele poderia lembrar a si mesmo que Dumbledore ainda era apenas humano, e tinha que pedir a ajuda dos outros como qualquer mortal.
Mesmo assim, Severus refletiu enquanto entrava na sala, seria bom um dia estar só um passo a frente do homem.
"Diretor", ele disse, enquanto Dumbledore olhava para ele de sua mesa com um sorriso de boas vindas. "Lupin chegou", ele não podia manter muito bem a onda de desdenho em sua voz. Ele deveria ter mudado e crescido desde aquele adolescente sombrio que fora, mas algumas coisas não se podiam esquecer ou perdoar. "Ele pediu que eu o avisasse que está levando a Srta. Stone para a ala hospitalar."
Severus estava intrigado com o olhar preocupado no rosto do diretor. Quem era essa Srta. Stone? Dumbledore se levantou.
"Obrigado, Severus.", ele disse. "Eu tenho que descer e ver Sonora imediatamente."
Os olhos de Snape se estreitaram. Stone... Sonora... "Sonora Stone?"ele disse, finalmente reconhecendo o nome. "A pesquisadora?"
Dumbledore assentiu enquanto contornava a escrivaninha. "A mesma."Ele pendeu a cabeça e estudou Severus por um momento. "Eu acredito que a tenha tido em sua classe por um ano ou menos", ele disse.
Severus desconfiou do brilho nos olhos do outro homem. "Eu não me lembro", ele falou, empertigando-se com uma fria dignidade. O que Dumbledore queria com uma especialista em pesquisa de Poções?
Dumbledore riu. "Foi bem quando você começou a ensinar", ele disse com um sorriso. "Ela arrumou uma fama silenciosa, não? Muito parecido com a criança que ela era."Ele suspirou. "E agora esse incidente desafortunado... Eu tenho mesmo que descer e ver como ela está."
Severus rolou os olhos pelas palavras do diretor, mas o velho homem já tinha começado a descer as escadas e ele foi forçado a segui-lo ou ficar parado no escritório como um tolo. Sonora Stone... Então aquela era a mulher se arrastando sobre seus pés perto de Lupin. Engraçado, ele não se comparava a ela em sua primeira turma de alunos.
Poções avançadas, ele se lembrou... de uma séria e muito quieta garota que administrava o caldeirão nos fundos da sala com mãos perfeitas. Ele fez uma careta. Uma grifinória, de fato. Que encantador. O castelo estava positivamente fervilhando com eles, principalmente agora com Lupin também. Severus franziu a testa. Tudo que ele precisava agora era que aquele Black idiota aparecesse para tornar o dia completo.
Sua mente voltou-se mais uma vez para a Srta. Stone enquanto ele seguia seu caminho para as masmorras. Ele não se lembrava de grande coisa dela em suas aulas, mas desde então, ela havia trabalho bem. A Poção Controla-Nervos, que havia sido um de seus primeiros triunfos, ele lembrou. Mais tarde usada por outros para desenvolver a Poção Mata-Lobo. Severus fez uma careta. Nenhuma dúvida sobre o porquê de Lupin ter sido tão agradável com ela.
Agora que ele pensava isso, ele nunca tinha visto grande coisa escrita sobre ela. Suas descobertas, sua pesquisa, que tinham acumulado atenção de um modo calmo. Mais entre os estudantes e acadêmicos do que o público geral. Mas a mulher por si mesma... Ele a imaginou em sua mente, justamente como a tinha visto. Cabelos escuros, olhos escuros, face pálida e quase cinzenta, com o que ele podia suspeitar que fosse exaustão e dor. Dumbledore havia mencionado um incidente...
Severus percebeu que tinha passado muito tempo pensando em uma mulher que estava provavelmente sofrendo. Que importava a ele que houvesse uma pesquisadora de Poções no castelo? Ele fez outra careta e se jogou em sua cadeira, alcançando uma pilha de ensaios dos estudantes. Ele ainda queria saber o que ela estava fazendo em Hogwarts.
No fim, Lupin havia retirado o carpete mágico do bolso e Sonora foi flutuando com estilo, estilo doloroso, até a enfermaria. Madame Pomfrey cumprimentou-os com interesse e começou a examiná-la com olhos estreitos e murmúrios por sob a respiração.
"Este em cuidado de trouxas, não é?"ela disse, numa voz que parecia mais um cacarejo. "Isso interfere sim no que eu posso fazer, você sabe", ela disse, desaprovando.
Sonora resistiu à urgência de suspirar. "Eu não tive muita escolha", ela disse, outra vez.
Houve uma batida na porta. "Madame Pomfrey?", Sonora sorriu ao ouvir a voz familiar do velho diretor.
"Só um momento", a mulher respondeu antes de se alvoroçar, colocando coisas e Sonora à direita. "Entre, Professor Dumbledore."
A familiar figura do diretor, pouco diferente do que ela se lembrava, entrou na enfermaria. "Minha querida Srta. Stone", ele disse com um sorriso, indo até onde ela jazia sobre uma das camas, vestida em robes emprestados.
Sonora sorriu, cheia de gratidão, para ele. "Professor, eu não posso agradecer o suficiente pela sua ajuda, eu sei que deve ter sido um incômodo muito grande..." ela começou.
Dumbledore levantou sua mão. "Agora não, minha querida, nada disso. Atualmente seu pedido foi muito conveniente para mim e representou-se como uma possível solução para um problema urgente.". Sonora ergueu uma sobrancelha, e Dumbledore apenas piscou os olhos para ela. "Papoula, a Srta. Stone já pode se movimentar?"
Madame Pomfrey se inquietou. "Eu fiz o que posso, senhor", ela contou ao diretor. "A Srta. Stone aqui foi tratada por trouxas por tempo o suficiente para começar a se curar do modo longo. E temo pelo diagnóstico da perna dela, em particular, eu não posso fazer muito mais do que já foi feito. Contudo..." e aqui ela se voltou para Sonora, "Eu adoraria saber mais sobre essa Poção da Cura Rápida sua. Isso pareceu ter ajudado sem causar maiores danos."
Sonora sorriu para ela. "Eu escreverei a receita para você", ela disse.
Madame Pomfrey sorriu radiante para ela. "Obrigada, minha querida, está sendo generosíssima. Bem, Professor, eu acredito que posso confiar que a Srta. Stone possa andar agora. Eu pus o pé dela numa tala, e ela terá que usar isso", ela disse, segurando uma muleta. Use isso o mais tranqüilamente que puder, e sente sempre que possível."
"Obrigada", Sonora disse à mulher, cheia de gratidão enquanto cautelosamente se levantava da cama, a muleta firme sob seu braço. Ela cuidadosamente tentou dar um passo, pondo mais de seu peso na muleta do que em seu pé ferido. A muleta imediatamente se ajustou à sua altura, e ela se descobriu com facilidade para se movimentar. Ao menos seu braço estava curado. Madame Pomfrey conseguira cuidar dele sem correr nenhum risco.
"Agora, minha querida, vamos tomar o caminho para a minha sala, não vamos?", o Professor Dumbledore disse com um sorriso. "E eu me esforçarei para mostrar o meu plano o mais claramente possível para você."
Oculta no escritório do diretor, sua perna se escorou em um almofadado sofá otomano, e um copo de bom chá inglês em uma mão e macarrões de chocolate segura facilmente pela outra, Sonora não podia pensar em outro momento que estivera tão contente.
"Céus, você não imagina o quanto eu senti falta dessas coisas", ela suspirou enquanto bebericava o chá.
O Professor Dumbledore piscou para ela, e pôs seu próprio copo embaixo de sua mesa. "De fato.", ele concordou. "Porque, eu me lembro em minha juventude, uma vez que eu estive na Angola por bons seis meses, e senti uma terrível falta de uma concha de sorvete de pistache, o tempo todo."
Sonora riu e tomou seu chá. "Ah, onde foi o Sr. Lupin?",ela lembrou-se de perguntar. "Eu gostaria de agradecer a ele por toda a ajuda".
"Desafortunadamente, eu já tive que mandá-lo em outra missão minha", Dumbledore sorriu pesarosamente. "Estes são tempos problemáticos e Remus tem sido de grande ajuda para mim".
"Então agora estou duplamente agradecida por ter mandado que ele me buscasse", Sonora disse, baixando seu copo com uma ligeira franzida de sobrancelhas. "Eu espero não ter atrapalhado nada de muito importante".
Dumbledore baixou seu próprio copo e olhou para Sonora. "Minha querida", ele disse, depois de um momento. "Tenho que perguntar... Quantas notícias da Inglaterra você recebeu nos últimos meses?"
Sonora balançou a cabeça. "Muito poucas. Eu estive mais ou menos por um ano no Paquistão, e antes disso na Sibéria. Todos lugares muito isolados."
Ele suspirou e juntou as mãos. "Então eu tenho que te trazer aos dias de hoje", ele disse. "É com grande pesar que eu te conto que Lord Voldemort retornou."
Sonora apenas ficou parada diante dele, em choque e descrédito. De todas as coisas que ele podia ter dito, ela não esperara ouvir aquilo. "Perdão?". Ela perguntou, ainda não acreditando em seus ouvidos.
"O Ministro nega isso, e eu temo que a maioria da Inglaterra ainda não acredite", Dumbledore subitamente parece velho e cansado. "As pessoas não vêem o que não desejam ver."
"Mas... Senhor... Como?" Sonora finalmente disse. Ela era uma garota de Hogwarts quando Voldemort fora finalmente derrotado pelas pequenas mãos da criança, de Harry Potter. E ela, como o resto da Inglaterra, acreditara que ele havia acabado para sempre. Ela se lembrou do medo daqueles negros tempos, e estremeceu. Que Deus os ajudassem se ele realmente estivesse de volta, ela pensou.
"É uma longa história, mas é suficiente dizer que ele nunca se foi de verdade." Dumbledore disse, provocando a si mesmo. "E na primavera passada, ele conseguiu recuperar sua forma humana. Agora ele busca retomar suas antigas atividades."
"Bons céus", Sonora finalmente disse. "E o Ministro nega isso, você disse? Por quê?"
Dumbledore entrelaçou as mãos. "Cornélio Fudge é o ministro agora, caso você não saiba. Ele não quer admitir que as coisas mudaram. Calúnias foram feitas sobre a palavra do jovem Sr. Potter, que testemunhou a volta de Voldemort à sua forma humana."
"O Ministro não acredita em Harry Potter?" Sonora não podia acreditar em seus ouvidos. De todas as pessoas que se poderia desacreditar... o Menino Que Sobreviveu?
Dumbledore riu só um pouco. "De fato. Como é, aqui ficam os de nós que querem se defender dele, como antes."
Sonora sentiu seus aguçados olhos sobre ela e ergueu a vista para encarar seu brilhante olhar azul. "Senhor, apenas diga como eu posso ajudar", ela disse calmamente.
Ele sorriu para ela, aprovando sua atitude. "Eu imaginei que diria isso", Dumbledore disse. "Você sempre foi uma verdadeira grifinória, minha querida, nunca demonstrou falta de coragem".
Sonora estava um pouco inquieta com aquilo, mas encolheu os ombros e sorriu. "Eu sei o suficiente para não fugir de um trabalho que precisa ser feito, senhor, mesmo quando é desagradável."
Dumbledore riu com gosto. "Espero que o meu pedido não seja muito desagradável para você", ele disse.
"Qualquer coisa, Professor", ela disse. E estava disposta a isso.
Ele sorriu. "Eu gostaria que se tornasse a Professora Assistente de Poções.", ele disse.
Capítulo Dois – O Convite
Depois de Sonora ter superado a inovação de dirigir um tapete mágico do Paquistão até a Inglaterra, ela caiu num sono exausto, e perdeu a maioria da Europa Ocidental passando debaixo deles. Lupin finalmente acordou-a, e ela se sentou vagarosamente para ver o verdor da Inglaterra abaixo.
"Onde estamos indo?", ela perguntou.
"O Professor Dumbledore me pediu pra te levar até Hogwarts",Lupin disse a ela.
Sonora assentiu. "Terei que me lembrar de algum modo de agradecer a ele", ela disse. "Ele era o único que eu poderia pensar ser capaz de me tirar daquela bagunça", ela se percebeu confessando.
Lupin deu um pequeno sorriso. "Ele tem efeito com as pessoas", ele disse. "Então, você não tem família?"
Ela balançou a cabeça. "Nenhuma. Meus pais foram mortos quando eu tinha oito anos. Desde Hogwarts, eu estive viajando e estudando, fazendo pesquisas".
Lupin ficou quieto por um tempo depois daquilo, antes de parecer sacudir a si mesmo, e então ele se virou e sorriu pra ela. "Aqui estamos, Hogwarts", ele disse, gesticulando na direção do castelo à distância.
Sonora olhou fixamente para o lugar, chegando mais perto a cada minuto, e estava subitamente grata por Dumbledore pedir que Lupin a trouxesse pra lá. Havia sido a sua casa por anos, ela pensou. Seria bom vê-la de novo.
Lupin levou-a até as portas do castelo com o tapete. Deviam estar tendo aulas naquele momento, Sonora refletiu, enquanto olhava para o pátio vazio. De outro modo, os estudantes estariam fora e aproveitando aquele dia de outono.
Lupin envolveu uma mão embaixo do braço dela. "Vamos ver se as escadarias cooperam conosco, não?", ele disse, alegremente. Sonora sorriu, lembrando- se.
Eles apenas tinham passado por um corredor e um lance de escadas quando o pé dela, rijo e dolorido por ter ficado parado, e tremendo com a dor e a fraqueza, decidido a afrouxar. Lupin meramente segurou-a de outro modo, como se ela fosse cair a qualquer momento.
"Droga",ela xingou enquanto segurava com a mão livre a balaustrada de pedra para impedir que caísse.
"Fácil agora", Lupin disse, com uma expressão preocupada no rosto.
"Agora quem você está arrastando por aí, Lupin?"disse uma voz preguiçosa e debochada atrás deles. "Não mais um dos seus amigos?"
Lupin ergueu os olhos para quem acabara de falar enquanto Sonora tentava controlar a respiração. "Severus. Se você não está ensinando nesse instante, poderia dizer ao Professor Dumbledore que a Srta. Stone está aqui, e que eu a estou levando à ala hospitalar? Eu não acho que ela consiga atravessar as escadas até o escritório dele."
Sonora ergueu os olhos ao fim daquela conversa, para ver um rosto familiar. "Professor Snape",ela murmurou.
Os olhos dele moveram-se rapidamente na direção dela. "Eu te conheço, Srta. Stone?"
Ela deu um sorriso fraco. "Não estou surpresa que você não se lembre de mim. Foi há muito tempo atrás."
Os olhos de Snape se estreitaram sobre ela, e ele abriu a boca como se fosse falar, mas ela cometeu o erro de tentar dar outro passo para a frente e tendo seu pé afrouxado de novo. Seu soluço de dor ecoou nas pedras.
"Você deveria levá-la até Pomfrey antes que ela se machuque sozinha mais ainda", o Professor Snape disse num tom indiferente. "E enquanto eu sigo meu caminho, anunciarei a chegada da Srta. Stone ao diretor."
"Obrigado, Severus", Lupin disse com uma voz serena, enquanto ele batalhava para evitar que ela caísse. Ao mesmo tempo, Sonora tentava se segurar contra a balaustrada.
"Bem", ela soluçou, enquanto respirava fundo. "Estou certa de que impressionei o bom professor."
Lupin riu com gosto. "Nada impressiona o bom professor, minha querida Srta. Stone. Severus Snape é notoriamente... ahhh..."
Sonora também riu gostosamente. "Não precisa dizer mais nada.", ela disse. "Eu me lembro disso". Ela assentiu. "Então como vamos subir as escadas até a enfermaria?"
Severus Snape passou depressa pelos corredores de pedra, suas vestes esvoaçando atrás dele. Parou na porta do escritório do diretor. "Tortinha de hortelã e pimenta"ele disse, e a porta se abriu.
Ele subiu as escadas e bateu de leve na porta da sala. "Entre, Severus", a voz de Dumbledore chamou.
Severus resistiu ao impulso infantil de rolar os olhos. Dumbledore sempre parecia onipotente ali em Hogwarts, e isso às vezes o fazia perguntar qual fora o propósito de todas as suas missões. Então, claro, ele poderia lembrar a si mesmo que Dumbledore ainda era apenas humano, e tinha que pedir a ajuda dos outros como qualquer mortal.
Mesmo assim, Severus refletiu enquanto entrava na sala, seria bom um dia estar só um passo a frente do homem.
"Diretor", ele disse, enquanto Dumbledore olhava para ele de sua mesa com um sorriso de boas vindas. "Lupin chegou", ele não podia manter muito bem a onda de desdenho em sua voz. Ele deveria ter mudado e crescido desde aquele adolescente sombrio que fora, mas algumas coisas não se podiam esquecer ou perdoar. "Ele pediu que eu o avisasse que está levando a Srta. Stone para a ala hospitalar."
Severus estava intrigado com o olhar preocupado no rosto do diretor. Quem era essa Srta. Stone? Dumbledore se levantou.
"Obrigado, Severus.", ele disse. "Eu tenho que descer e ver Sonora imediatamente."
Os olhos de Snape se estreitaram. Stone... Sonora... "Sonora Stone?"ele disse, finalmente reconhecendo o nome. "A pesquisadora?"
Dumbledore assentiu enquanto contornava a escrivaninha. "A mesma."Ele pendeu a cabeça e estudou Severus por um momento. "Eu acredito que a tenha tido em sua classe por um ano ou menos", ele disse.
Severus desconfiou do brilho nos olhos do outro homem. "Eu não me lembro", ele falou, empertigando-se com uma fria dignidade. O que Dumbledore queria com uma especialista em pesquisa de Poções?
Dumbledore riu. "Foi bem quando você começou a ensinar", ele disse com um sorriso. "Ela arrumou uma fama silenciosa, não? Muito parecido com a criança que ela era."Ele suspirou. "E agora esse incidente desafortunado... Eu tenho mesmo que descer e ver como ela está."
Severus rolou os olhos pelas palavras do diretor, mas o velho homem já tinha começado a descer as escadas e ele foi forçado a segui-lo ou ficar parado no escritório como um tolo. Sonora Stone... Então aquela era a mulher se arrastando sobre seus pés perto de Lupin. Engraçado, ele não se comparava a ela em sua primeira turma de alunos.
Poções avançadas, ele se lembrou... de uma séria e muito quieta garota que administrava o caldeirão nos fundos da sala com mãos perfeitas. Ele fez uma careta. Uma grifinória, de fato. Que encantador. O castelo estava positivamente fervilhando com eles, principalmente agora com Lupin também. Severus franziu a testa. Tudo que ele precisava agora era que aquele Black idiota aparecesse para tornar o dia completo.
Sua mente voltou-se mais uma vez para a Srta. Stone enquanto ele seguia seu caminho para as masmorras. Ele não se lembrava de grande coisa dela em suas aulas, mas desde então, ela havia trabalho bem. A Poção Controla-Nervos, que havia sido um de seus primeiros triunfos, ele lembrou. Mais tarde usada por outros para desenvolver a Poção Mata-Lobo. Severus fez uma careta. Nenhuma dúvida sobre o porquê de Lupin ter sido tão agradável com ela.
Agora que ele pensava isso, ele nunca tinha visto grande coisa escrita sobre ela. Suas descobertas, sua pesquisa, que tinham acumulado atenção de um modo calmo. Mais entre os estudantes e acadêmicos do que o público geral. Mas a mulher por si mesma... Ele a imaginou em sua mente, justamente como a tinha visto. Cabelos escuros, olhos escuros, face pálida e quase cinzenta, com o que ele podia suspeitar que fosse exaustão e dor. Dumbledore havia mencionado um incidente...
Severus percebeu que tinha passado muito tempo pensando em uma mulher que estava provavelmente sofrendo. Que importava a ele que houvesse uma pesquisadora de Poções no castelo? Ele fez outra careta e se jogou em sua cadeira, alcançando uma pilha de ensaios dos estudantes. Ele ainda queria saber o que ela estava fazendo em Hogwarts.
No fim, Lupin havia retirado o carpete mágico do bolso e Sonora foi flutuando com estilo, estilo doloroso, até a enfermaria. Madame Pomfrey cumprimentou-os com interesse e começou a examiná-la com olhos estreitos e murmúrios por sob a respiração.
"Este em cuidado de trouxas, não é?"ela disse, numa voz que parecia mais um cacarejo. "Isso interfere sim no que eu posso fazer, você sabe", ela disse, desaprovando.
Sonora resistiu à urgência de suspirar. "Eu não tive muita escolha", ela disse, outra vez.
Houve uma batida na porta. "Madame Pomfrey?", Sonora sorriu ao ouvir a voz familiar do velho diretor.
"Só um momento", a mulher respondeu antes de se alvoroçar, colocando coisas e Sonora à direita. "Entre, Professor Dumbledore."
A familiar figura do diretor, pouco diferente do que ela se lembrava, entrou na enfermaria. "Minha querida Srta. Stone", ele disse com um sorriso, indo até onde ela jazia sobre uma das camas, vestida em robes emprestados.
Sonora sorriu, cheia de gratidão, para ele. "Professor, eu não posso agradecer o suficiente pela sua ajuda, eu sei que deve ter sido um incômodo muito grande..." ela começou.
Dumbledore levantou sua mão. "Agora não, minha querida, nada disso. Atualmente seu pedido foi muito conveniente para mim e representou-se como uma possível solução para um problema urgente.". Sonora ergueu uma sobrancelha, e Dumbledore apenas piscou os olhos para ela. "Papoula, a Srta. Stone já pode se movimentar?"
Madame Pomfrey se inquietou. "Eu fiz o que posso, senhor", ela contou ao diretor. "A Srta. Stone aqui foi tratada por trouxas por tempo o suficiente para começar a se curar do modo longo. E temo pelo diagnóstico da perna dela, em particular, eu não posso fazer muito mais do que já foi feito. Contudo..." e aqui ela se voltou para Sonora, "Eu adoraria saber mais sobre essa Poção da Cura Rápida sua. Isso pareceu ter ajudado sem causar maiores danos."
Sonora sorriu para ela. "Eu escreverei a receita para você", ela disse.
Madame Pomfrey sorriu radiante para ela. "Obrigada, minha querida, está sendo generosíssima. Bem, Professor, eu acredito que posso confiar que a Srta. Stone possa andar agora. Eu pus o pé dela numa tala, e ela terá que usar isso", ela disse, segurando uma muleta. Use isso o mais tranqüilamente que puder, e sente sempre que possível."
"Obrigada", Sonora disse à mulher, cheia de gratidão enquanto cautelosamente se levantava da cama, a muleta firme sob seu braço. Ela cuidadosamente tentou dar um passo, pondo mais de seu peso na muleta do que em seu pé ferido. A muleta imediatamente se ajustou à sua altura, e ela se descobriu com facilidade para se movimentar. Ao menos seu braço estava curado. Madame Pomfrey conseguira cuidar dele sem correr nenhum risco.
"Agora, minha querida, vamos tomar o caminho para a minha sala, não vamos?", o Professor Dumbledore disse com um sorriso. "E eu me esforçarei para mostrar o meu plano o mais claramente possível para você."
Oculta no escritório do diretor, sua perna se escorou em um almofadado sofá otomano, e um copo de bom chá inglês em uma mão e macarrões de chocolate segura facilmente pela outra, Sonora não podia pensar em outro momento que estivera tão contente.
"Céus, você não imagina o quanto eu senti falta dessas coisas", ela suspirou enquanto bebericava o chá.
O Professor Dumbledore piscou para ela, e pôs seu próprio copo embaixo de sua mesa. "De fato.", ele concordou. "Porque, eu me lembro em minha juventude, uma vez que eu estive na Angola por bons seis meses, e senti uma terrível falta de uma concha de sorvete de pistache, o tempo todo."
Sonora riu e tomou seu chá. "Ah, onde foi o Sr. Lupin?",ela lembrou-se de perguntar. "Eu gostaria de agradecer a ele por toda a ajuda".
"Desafortunadamente, eu já tive que mandá-lo em outra missão minha", Dumbledore sorriu pesarosamente. "Estes são tempos problemáticos e Remus tem sido de grande ajuda para mim".
"Então agora estou duplamente agradecida por ter mandado que ele me buscasse", Sonora disse, baixando seu copo com uma ligeira franzida de sobrancelhas. "Eu espero não ter atrapalhado nada de muito importante".
Dumbledore baixou seu próprio copo e olhou para Sonora. "Minha querida", ele disse, depois de um momento. "Tenho que perguntar... Quantas notícias da Inglaterra você recebeu nos últimos meses?"
Sonora balançou a cabeça. "Muito poucas. Eu estive mais ou menos por um ano no Paquistão, e antes disso na Sibéria. Todos lugares muito isolados."
Ele suspirou e juntou as mãos. "Então eu tenho que te trazer aos dias de hoje", ele disse. "É com grande pesar que eu te conto que Lord Voldemort retornou."
Sonora apenas ficou parada diante dele, em choque e descrédito. De todas as coisas que ele podia ter dito, ela não esperara ouvir aquilo. "Perdão?". Ela perguntou, ainda não acreditando em seus ouvidos.
"O Ministro nega isso, e eu temo que a maioria da Inglaterra ainda não acredite", Dumbledore subitamente parece velho e cansado. "As pessoas não vêem o que não desejam ver."
"Mas... Senhor... Como?" Sonora finalmente disse. Ela era uma garota de Hogwarts quando Voldemort fora finalmente derrotado pelas pequenas mãos da criança, de Harry Potter. E ela, como o resto da Inglaterra, acreditara que ele havia acabado para sempre. Ela se lembrou do medo daqueles negros tempos, e estremeceu. Que Deus os ajudassem se ele realmente estivesse de volta, ela pensou.
"É uma longa história, mas é suficiente dizer que ele nunca se foi de verdade." Dumbledore disse, provocando a si mesmo. "E na primavera passada, ele conseguiu recuperar sua forma humana. Agora ele busca retomar suas antigas atividades."
"Bons céus", Sonora finalmente disse. "E o Ministro nega isso, você disse? Por quê?"
Dumbledore entrelaçou as mãos. "Cornélio Fudge é o ministro agora, caso você não saiba. Ele não quer admitir que as coisas mudaram. Calúnias foram feitas sobre a palavra do jovem Sr. Potter, que testemunhou a volta de Voldemort à sua forma humana."
"O Ministro não acredita em Harry Potter?" Sonora não podia acreditar em seus ouvidos. De todas as pessoas que se poderia desacreditar... o Menino Que Sobreviveu?
Dumbledore riu só um pouco. "De fato. Como é, aqui ficam os de nós que querem se defender dele, como antes."
Sonora sentiu seus aguçados olhos sobre ela e ergueu a vista para encarar seu brilhante olhar azul. "Senhor, apenas diga como eu posso ajudar", ela disse calmamente.
Ele sorriu para ela, aprovando sua atitude. "Eu imaginei que diria isso", Dumbledore disse. "Você sempre foi uma verdadeira grifinória, minha querida, nunca demonstrou falta de coragem".
Sonora estava um pouco inquieta com aquilo, mas encolheu os ombros e sorriu. "Eu sei o suficiente para não fugir de um trabalho que precisa ser feito, senhor, mesmo quando é desagradável."
Dumbledore riu com gosto. "Espero que o meu pedido não seja muito desagradável para você", ele disse.
"Qualquer coisa, Professor", ela disse. E estava disposta a isso.
Ele sorriu. "Eu gostaria que se tornasse a Professora Assistente de Poções.", ele disse.
