Shahrezad1 - O que Snape ESTÁ fazendo? Tsk Tsk, você espera que eu revele todos os meus segredos tão cedo? Estou apenas na metade desta história!

AddisonRae, Jade, Jade Merlin, Mademoiselle Morte - Ora, obrigada, senhoritas. curvando-se Aqui está o seu próximo capítulo.

Chaosdreams - você realmente foi e deu uma olhada na tradução daquilo? Wow, você ESTÁ motivada. Ah, não conte a ninguém, ok? É muito importante no decorrer da história...

Kurtfan -Não há nada como um bom salvador para melhorar o meu dia... suspiro Eu sei que este não está totalmente bom, mas ainda...

Capítulo Quatorze - Conflito e Colaboração

Sonora sorriu para Draco enquanto ele chegava diante de sua mesa. "Você terminou a leitura que eu lhe passei?", ela perguntou a ele, enquanto começava a remexer nos papéis sobre sua mesa.

"Sim", Draco disse. Sonora pensou ter notado um toque de ressentimento em sua voz. Ele ainda não a perdoara por fazê-lo prestar as provas finais com o Sr. Potter, ela pensou cansativamente. Aquela conversa fora há muitos dias atrás, e a prova seria no dia seguinte. Esperançosamente, talvez tudo saísse sem nenhuma confusão e ele poderia controlar seu temperamento.

Naquele momento, ela ignorou o fato. "Então me fale sobre as Poções com Intenções.", ela disse, encostando-se na cadeira e fixando seus olhos no garoto.

Draco respirou devagar, o ressentimento falhando em seus olhos enquanto ele parecia voltar sua atenção para algo que ele realmente gostasse. Poções Intentivas são poções que apenas funcionam em uma pessoa específica, e tem que ser preparada por alguém que signifique algo para esta pessoa.", ele disse.

Sonora assentiu, em agrado. Ele realmente lera o livro. "Dê-me um exemplo", ela disse.

Draco pareceu enrubescer um pouco, e ela teve que resistir a erguer as sobrancelhas em surpresa. "Poções de amor", ele disse.

Sonora sorriu levemente. Adolescentes e amor. Ficavam juntos como óleo e água. "Continue", ela disse.

Ele baixou os olhos e pensou um pouco. "Hum... Como a Poção do Coração Verdadeiro. O preparador tem que fazê-la para uma pessoa, com a intenção de fazê-la descobrir seu amor verdadeiro. De outra maneira, não funcionaria."

Sonora sorriu. "Muito bem", ela disse. "E sobre outro tipo de poções?"

Draco pareceu pensar. "Existem algumas poções de defesa", ele disse, lentamente. "Preparadas para proteger as pessoas de alergias, ratos, ou coisas do tipo."

Sonora assentiu. ""timo", ela disse. "E mais uma..." deixou escapar. Na verdade haviam apenas duas, mas resolveu não forçar a leve citação de Poções das Trevas.

Draco encarou o tampo da mesa enquanto parecia revirar seu cérebro de ponta cabeça. "Eu não me lembro", finalmente murmurou.

Sonora riu. "Não tem problema. Você já fez muito bem se lembrando de todas estas. Você deve ter prestado muita atenção nas notas de pé de página para lembrar da Poção do Coração Verdadeiro", ela disse com um sorriso. Os olhos dele se ergueram na direção dos dela e ela tentou transmitir coragem. "O terceiro tipo é raramente usado, simplesmente por ser muito antiquado. Poções curativas", disse a ele.

O garoto assentiu, seus olhos se iluminando. "Eles eram usados na Idade Média, antes que os feitiços curativos fossem desenvolvidos."

"Excelente", Sonora disse, de fato muito satisfeita. "Cinco pontos para a Sonserina por sua atenção aos detalhes, Sr. Malfoy." Mais uma vez Draco pareceu enrubescer de prazer por estar ganhando pontos. Sonora estivera sendo muito cuidadosa para não sair entregando pontos a cada tarefa que ele cumpria com sucesso. Ela queria que ele valorizasse ao máximo cada ponto ganho.

"E o projeto no qual estou trabalhando", ela disse, gesticulando para que Draco se sentasse, "é sobre construir uma Poção Intentiva. De inicio", ela se murmurou, franzindo um pouco a testa enquanto se lembrava de suas primeiras tentativas falhas. Incluindo aquela que levara embora os telhados d vilarejo da Sibéria. "De início eu não percebi que o que eu estava tentando criar exigia um certo grau de especificação. E quando eu percebi, minha tarefa se tornou duas vezes mais difícil."

Ela nivelou seu olhar com o do garoto. "Por que seria assim?"

Draco deu um rápido suspiro. "Porque o preparador tem que estar completamente certo de sua intenção." Ele disse, numa voz impetuosa. "Se não estiverem realmente certos ou realmente obstinados do que estão tentando fazer, ela não funciona ou até mesmo pode explodir."

Sonora sorriu, radiante. "Você tem mesmo uma aptidão para isso, Sr. Malfoy, Muito, muito bem, novamente." Ela não deixou de notar o fato de como ele enrubesceu de novo. "Então, agora minha dificuldade se tornou conseguir os ingredientes para uma Intenção simples. E como eu estou trabalhando com uma mistura extremamente volátil, podem ocorrer alguns... problemas". Ela se lembrou de Severus completamente roxo e riu.

Olhando novamente para Draco, piscou. "Algum dia, pergunte ao Professor Snape sobre o dia em que ele entrou e me assustou enquanto eu estava trabalhando." A boca de Draco se abriu levemente mas logo ele a fechou de novo.

"Aqui está o que deverá ser sua tarefa", Sonora disse, afastando da mente a lembrança agradável. "Enquanto você estiver por aqui, você tomará notas enquanto eu cuido da mistura. Eu precisarei de sua ajuda para preparar os ingredientes, alguns dos quais você deverá ler antes de lidar com eles." Lançou a ele um olhar severo. "E não terá permissão para tocar o meu caldeirão, por motivo algum. Está claro?"

Ele assentiu, não demonstrando se importara-se muito com a restrição. "Por favor, Professora", ele disse, parecendo incapaz de esconder a pergunta. "O que está tentando criar?"

Sonora fez uma pausa, estudando o garoto. Seu pai, Severus contara a ela, era o braço direito de Voldemort. Poderia ela confiar a seu filho aquela informação?

Ainda não, ela decidiu relutantemente. Ele teria que provar que merecia sua confiança primeiro. "Não posso contar isso a você agora", ela disse calmamente. "É suficiente dizer que é um tipo de poção defensiva. Uma que possa salvar vidas, se preparada corretamente." Os olhos do garoto se arregalaram a isto, e Sonora se perguntou se já não falara demais. Mas ela estava tentando ganhar a confiança do garoto também...

"Qualquer coisa que você aprenda, Draco, deve ser mantido em estrito segredo", ela disse suavemente. "Eu mantive em segredo minha pesquisa por quatro anos. Estou confiando em você para não espalhá-la."

Seu rosto enrubesceu mais uma vez. "Não irei, Professora", ele disse, e naquele momento seus olhos estiveram claros, ávidos, excitados e totalmente honestos. Era uma das poucas vezes que Sonora chegou a vê-lo deixar que baixassem suas guardas de orgulho e prejuízo inveterado. Ela olhou para ele.

"Excelente", ela disse. "Bem, então vá e estude para suas provas finais. Tudo está pronto para amanhã por aqui."

Draco se levantou mas se manteve por um momento ao batente da porta. Sonora olhou para ele enquanto estendia a mão para sua bengala. "Sim, Sr. Malfoy?", ela disse.

O garoto abriu a boca, mas depois fechou-a. Seu rosto ficou escarlate e ele olhou para o chão. "Obrigado", ele murmurou, e então se foi.

Sonora foi deixada encarando o portal vazio. Lentamente, começou a sorrir. Talvez esse garoto estivesse começando a encontrar seu caminho, afinal de contas.

Severus irrompeu dentro das masmorras, murmurando por sob a respiração tudo que ele gostaria de fazer os gêmeos Weasley. Começando por remover suas línguas e terminando em prender suas pernas entrelaçadas, pensou maldosamente. Francamente, não era justo que eles continuassem a importuná-lo mesmo depois de não freqüentarem mais suas aulas.

Sonora ergueu os olhos para ele enquanto o homem batia a porta às suas costas. "Oh, querido", ela disse, soando um pouco divertida por seu ímpeto.

Severus fixou os olhos nela. "Nem uma palavra!", ordenou, apontando um dedo para ela.

Ela apenas sentou-se à sua mesa e cobriu a boca com uma mão, os olhos denunciando um sorriso logo acima. Ele bufou e irrompeu em seu escritório, batendo a porta que depois permaneceu aberta com força o suficiente para fazer os vidros tremerem nas prateleiras. Atrás dele, Severus pôde ouvir o barulho das batidas e acidamente refletiu que Sonora já tivera sua hora de divertimento por aquela noite.

Ele revirou seu estoque de antídotos. Já criara e preparara uma boa quantidade deles, graças a Fred e Jorge Weasley. Tirando do estoque uma garrafa roxa, abriu-a e engoliu todo o seu conteúdo de uma só vez.

Suspirou com alívio enquanto sentia a poção começando a trabalhar. Os chifres que haviam começado a crescer em sua cabeça logo voltaram e encolheram, e o rabo bipartido que saía da parte de trás das suas vestes chiou por um momento antes de desaparecer e fumaça vermelha.

Remexendo em seu agora normal cabelo, Severus voltou para a sala de aula e fixou Sonora com um olhar falsamente meigo. "Então você achou o meu apuro divertido, não é?" ele disse numa voz branda.

Sonora estava ocupada tentando disfarçar as lágrimas. "Oh, Severus querido, se você pudesse ter visto..." ela suspirou.

Ele chegou mais perto, sendo muito cuidadoso para não alarmá-la. Ah, ela pagaria por rir desta. "Na verdade eu vi", ele disse. "Eles escorregaram algo pra dentro da minha bebida enquanto eu estava no Salão Principal. Que está atualmente decorado com uma parede de espelhos para aquela droga de Baile de Natal de amanhã."

Sonora começou a segurar o riso novamente. "Eles são terríveis, de verdade", ela tentou dizer a ele, mas sua sinceridade se tornou um pouco suspeita pelo fato de estar rindo enquanto falava.

Severus apenas fechou a cara, então se inclinou e ergueu-a em seus braços. "Vamos ver por quanto tempo você vai rir de mim", ele disse enquanto ela soltava uma exclamação de surpresa e era empurrada sobre o ombro dele.

"Severus!", ela exclamou, a risada ainda soando em sua voz. "Eu estava trabalhando..."

Ele bufou enquanto entrou em seu quarto. "Madame, eu posso prometer que você ainda estará aqui de manh", ele disse com um risinho malicioso, e uma carícia ao longo das suas costas que logo o tornou merecedor do tapa no ombro que levou. "Enquanto isso, eu tenho outra coisa que requer a sua atenção."

Sua risada era agora um pouco áspera, mas ainda com aquela clara e ressoante felicidade que tanto parecia caracterizá-la. "Bem, então, neste caso...", ela disse. Severus estremeceu um pouco ao sentir as mãos delas também descendo por suas costas, com destino certo. "O mínimo que posso fazer é dar uma olhada", terminou.

Ele riu então, ele mesmo, um pouco intensamente. Ele estivera esperando o dia inteiro para tê-la em seus braços. "E o máximo que pode fazer...", ele murmurou, deitando-a na cama e seguindo-a então. Um segundo depois, ele se perdeu num nevoeiro de suaves palavras murmuradas e beijos. Se ele pudesse ficar ali pelo resto da vida, ele morreria como um homem feliz.

Sonora cuidadosamente observou o trabalho de sua turma. Aquele era seu último exame do semestre, e ela sabia que eles estavam todos cansados depois de tudo que haviam feito. Ao mesmo tempo, ela não queria nenhuma falta de atenção ao detalhes, por causa dos possíveis acidentes. Severus escolhera uma poção traiçoeira para os quintanistas, uma que servia para fazer crescer membros em pacientes que os tivessem perdido.

Seus olhos vagaram entre os pares de alunos. A Srta. Granger estava trabalhando com o Sr. Snyder da Sonserina, e o Sr. Weasley com o Sr. Thomas. O Sr. Longbottom estava um tanto quanto confuso diante de seu caldeirão, ao lado da Srta. Parkinson. Até ali, nada de brigas ou calamidades. Apenas conversas em voz baixa enquanto os alunos tentavam fazer seus testes.

Seu olhar então recaiu sobre o Sr. Potter e o Sr. Malfoy. A turma congelara quando ela anunciara aquele par, e o Sr. Weasley parecera estar a ponto de explodir. Potter, entretanto, balançara a cabeça para o amigo e muito calmamente juntara suas coisas para se sentar ao lado de Draco. Malfoy estivera num silêncio mortal durante todo o processo.

E agora... os dois garotos pareciam reservados e evitavam os olhos um do outro. Mas também estavam trabalhando bem, ambos parecendo ter decidido que a melhor coisa a fazer era terminar sua tarefa o mais rápido possível.

Sonora sorriu enquanto observava o trabalho dos alunos. Outros pares às vezes olhavam de relance para ela, outras vezes para o par de estrelas sentados no meio da sala. Talvez eles aprendessem algo com a habilidade dos garotos para superar diferenças e trabalharem juntos.

Lançou uma olhada sobre o relógio. Faltavam apenas alguns minutos. "Cinco minutos", ela avisou à classe. Os murmúrios aumentaram um pouco enquanto os alunos começavam rapidamente a checar proporções e temperaturas e cores de líquidos.

Sonora deixou sua mente divagar um pouco enquanto assistia-os. Naquela noite era o Baile de Natal, e no dia seguinte os alunos estariam de férias. Apenas alguns ficariam em Hogwarts nos feriados. Draco Malfoy era um deles, e ela fora informada de que o Sr. Potter e as crianças Weasley eram ainda outros. Havia um punhado de segundanistas da Lufa-Lufa, e dois corvinais do sétimo ano também ficariam. Além de tudo, deveriam ser mesmo férias agradáveis que estavam por vir, ela pensou.

Claro, alguns dos problemas nos quais Sonora andava pensando era sobre o Natal. Ela não tivera nenhuma oportunidade de fazer quaisquer compras desde que chegara em Hogwarts. Ela teria que dar um jeito de fazer uma pequena viagem a Hogsmeade antes que os feriados chegassem.

Sonora olhou novamente para o relógio. "Seu tempo terminou", ela disse, ignorando os vários protestos vindos de diversas partes da sala. "Por favor, removam seus caldeirões do fogo e encham a garrafa a seu lado. Não esqueçam o Feitiço Antiquebra nem de lacrar a garrafa com força." Houve uma comoção de atividade enquanto os alunos obedeciam. Sonora assistiu, observando várias das garrafas. Muitas pareciam ter a cor e a consistência certa, ainda que a dos Srs. Finningan e Crabbe parecesse um pouco suspeita. A garrafa do Sr. Longbottom, ela notou com prazer, tinha o tom certo de rosa.

"Assim que terminarem, limpem suas carteiras e estão dispensados", disse. Sonora sorriu para a classe. "Aproveitem o Baile esta noite, e tenham férias muito felizes a partir de amanhã."

Não levou muito tempo até que todos os alunos desaparecessem de sua sala, com exclamações de "Boas Férias!" enquanto saíam. Sonora parou um pouco antes de atravessar a sala para pegar as garrafas do exame.

"Quer ajuda com isso, Professora Stone?", a Srta Granger ofereceu. Weasley já estava na porta, esperando sem paciência.

Sonora sorriu para a garota. "Nada tema, Srta. Granger, tenho intenção de levitar essas garrafas para a minha sala e dar as notas agora mesmo", A garota enrubesceu. "Você verá as notas antes que vá para casa amanhã."

O Sr. Weasley murmurou para a amiga do portal, "Relaxe, Mione, não é como se você tivesse falhado ou qualquer outra coisa".

A Srta. Granger se virou e fechou a cara para o amigo enquanto ia em sua direção. "Só porque eu quis saber como me saí, Rony..."

Sonora se voltou para onde o Sr. Potter estava acabando de guardar suas coisas, e Malfoy estava silenciosamente limpando a mesa. "Senhores", ela disse suavemente. "Muito bem." Os olhos de ambos a encontraram, e ela assentiu para eles enquanto continuava no fundo da sala.

Assim que os últimos alunos se foram, Sonora rapidamente rotulou as garrafas antes de murmurar "Wingardium Leviosa" e posicioná-las em fileiras precisas sobre sua mesa. A porta se abriu enquanto ela fazia isso, e Sonora ergueu os olhos para sorrir enquanto Severus entrava na sala de aula.

"Bem? Algum sangue derramado?", ele perguntou, tirando algumas garrafas da frente e se afundando em sua própria cadeira.

Sonora riu. "Oh, não, homem de pouca f", ela disse, de algum modo animada enquanto ia até sua mesa. "Nem um incidente."

As sobrancelhas de Severus se ergueram. "Isto É impressionante.", ele disse. Levantou-se e puxou para trás a cadeira, a fim de Sonora se sentasse. "Todos eles passaram?"

Sonora virou os olhos para ele enquanto chegava perto dele e de sua cadeira. "Eu tenho cara de quem já verificou todas aquelas garrafas?", perguntou.

Ele sorriu afetado para ela. "Achei que fosse passá-los de acordo com seus princípios", ele disse.

"Tolo", ela disse a ele, antes de erguer-se para se segurar na fronte das vestes dele, firmemente. Ele baixou sua cabeça e beijou-a, os lábios firmes e quentes contra os dela, fazendo-a suspirar de prazer.

Ela não tinha a menor intenção de sair dali, quando, com uma batida na porta, Sonora pulou, soltando-se das roupas de Severus e perdendo o equilíbrio por um momento. Severus se inclinou depressa e segurou-a quando a porta se abriu.

"Professora Stone? Dumbledore disse que eu a encontraria aqui embaixo", uma voz familiar começou antes de se interromper.

Sonora se virou para encarar quem falara, e sentiu seu rosto se iluminar. "Sr. Lupin!", ela exclamou, alegre. "Ah, estou tão feliz em vê-lo novamente!"

O Sr. Lupin sorriu antes que seu olhar passasse por Severus, parado e quieto atrás dela. "Por favor, me chame de Remus", ele disse, os olhos voltando para ela gentilmente. "Só passarei algumas horas aqui em Hogwarts, e quis ver como andava se recuperando." Seu olhar então recaiu sobre a bengala e ele franziu a testa. "Pergunto-me o que aconteceu para precisar disso."

Sonora fez uma leve careta enquanto caminhou na direção dele. "Eu tive uma... regressão", ela admitiu. "Temo que isso seja permanente." Sorriu para ele largamente. "Sem problema", ela disse. "E nunca cheguei a agradecer a você, sabe disso."

Remus sorriu a segurar a mão dela. "Acho que você tinha outras coisas na cabeça aquela hora", Seus olhos se moveram para onde estava Severus. "Severus", ele disse numa voz agradável. Sonora pôde sentir o abismo entre eles, sem saber porquê. "Sempre é bom ver você."

"Não aborreça, Lupin", Severus disse numa voz fria. Sonora se virou para olhá-lo surpresa. Seu rosto estava frio e fechado, e seus olhos vazios. "Tenho trabalho a fazer, e não tenho tempo para perder com conversas sem sentido." E enquanto Sonora observava, espantada, ele se virou e foi na direção de seu escuro escritório.

Remus balançou a cabeça. "Severus sempre cativa muito as pessoas", ele disse, a voz um pouco seca. Ele se virou para sorrir pra ela. "Na verdade, Dumbledore também pediu que eu a levasse para tomar um chá lá em cima", ele disse. "Aparentemente os professores estão numa espécie de reunião após os exames e querem que você e..." seus olhos se fixaram na porta fechada. "Severus se juntem a eles."

Sonora forçou um sorriso. "Só vou ali avisar Severus e então vou com voc", disse. Ela podia sentir os olhos pensativos de Remus em suas costas enquanto ela caminhava rapidamente através da sala e empurrava a porta do escritório.

Severus estava sentado à sua mesa, observando desatento uma porção de poções dos alunos do terceiro ano. "Severus, o diretor quer...", ela começou, tentando entender seu repentino mau humor.

Ele balançou a cabeça abruptamente. "Não estou com humor para comemorações de férias", ele resmungou, sem olhar para ela.

Sonora franziu a testa. "Qual é o problema?", perguntou.

Severus ainda não olhou para ela. "Nada", respondeu, a voz gelada.

Sonora estudou-o por um momento enquanto ele fingiu ignorar sua presença ali. Sua postura rígida, seus olhos vazios. Finalmente ela suspirou, um pouco confusa, um pouco magoada. "Estarei lá em cima com os outros professores se você precisar de mim", ela disse suavemente. Inclinando-se, beijou devagar o topo da cabeça dele antes de se virar e sair.

Severus sabia que Sonora estava confusa, sabia que ela estava preocupada e amaldiçoou a si mesmo. Não havia modo de fingir ser agradável com Lupin, e seria um inferno se ele tentasse. Além do mais, ele olhara quando a porta se abrira e pôde ver o os olhos se alargando em desdém enquanto entrava. Lupin lançara a ele um olhar de desaprovação tão intenso, tanta raiva e desapontamento que o surpreendera.

Jogou sua pena na mesa e encarou ocasionalmente o monte de poções do terceiro ano, corrigidas pela metade. Sonora estava sem dúvida se divertindo imensamente com o lobisomem, Lupin parecia ser algo como um herói para ela.

A porta se abriu de repente com um estrondo quando ele erguera a pena novamente e Severus ergueu os olhos, consideravelmente surpreso enquanto o homem em questão invadia seu escritório. "O qu", Lupin disse, numa voz calma e precisa, "você pensa que está fazendo?"

Severus sentiu seus cabelos da nuca se ouriçarem à visão do homem que desprezava desde a infância. "Vejo que nenhum dos meus afazerem são da sua conta", ele sibilou. "E desde que eu não me lembre de tê-lo convidado a entrar, você pode sair do meu escritório. Imediatamente."

Lupin não saiu do lugar, previsivelmente. "Você a colocaria em risco, e por quê?", ele disse, a voz se tornando mais cortante. "Uma parceira de cama?"

Severus pôde sentir seu sangue começando a ferver ao ranger os dentes. "Então você não quer sair", ele disse numa voz sedosa, sentindo seu controle começando a falhar.

"Não quero?" Lupin disse, os olhos estreitos. Ele deu uns passos para frente, e Severus quase se permitiu a desviar o olhar. Ele nunca tinha visto o lobo nos olhos de Lupin, não falando rispidamente com ele daquele jeito como estava fazendo.

"Permita-me deixar algo bem claro, Severus", Lupin continuou e Severus não se moveu, não se afastou uma polegada. Recusava-se a dá-lo essa satisfação, a despeito da veia saltada visível em sua cabeça. "Eu não deixar que você leve alguém inocente como Sonora para a escuridão com você."

"E você acha que eu levaria?", as palavras escaparam logo que ele fechou os punhos, trancou a mandíbula.

O olhar fixo do lobisomem tornou-se mais afiado. "Você nunca provou que eu estava errado antes", ele disse, a voz fria.

Severus olhou-o, a fúria tremendo dentro de si. "Você nunca me conheceu", ele disse, a voz gelada como o inverno, "Não ache que sabe como serei capaz de agir."

Lupin deu um passo para trás e lançou ao outro um olhar cheio de desdém. "Está dizendo que não significa nenhum perigo para ela?", ele perguntou, o desprezo estampado em sua postura.

A pena era esmagada na mão de Severus. "Eu não machucarei Sonora", disse, sabendo que seu controle não duraria muito mais.

"Existem outras maneiras além de punhos e varinhas para machucar alguém", Lupin disse, sem nenhuma mudança em sua voz ou postura. "E você nunca hesitou em usá-las contra os seus alunos. Por que seria diferente com uma mulher pequena e inocente?" Sua cabeça estava começando a ficar encurralada, bem como ele todo. "O que a faz diferente de qualquer outro aluno de suas aulas, qualquer um de seus iguais? Exceto pelo fato que você a levou para a cama, claro..."

E com isso, o controle de Severus terminou definitivamente. "Eu não vou machucá-la!", gritou, erguendo-se de sua cadeira, pronto para descer o braço no outro homem. "Dane-se, eu a amo!"

Houve um silêncio mortal por momentos enquanto ele encarou Lupin. A face de Lupin tornou-se calma e quieta, o lobo ainda disfarçado em seus olhos. "Ah", ele disse, suavemente.

Os braços trêmulos, Severus não podia acreditar que deixara aquilo escapar. Deu as costas ao outros abruptamente, de algum modo incapaz de olhar para o homem que o forçara a dizer aquilo. Era raro demais, precioso demais um sentimento como aquele, e tê-lo revelado para alguém que não suportava há anos...

"E como pretende protegê-la de tudo que pode acontecer a ela por causa de seus trabalhos na Ordem?", a voz de Lupin perguntou suavemente. Ainda com aquele abismo de aço nela. "Protegê-la de Voldemort e de seus Comensais da Morte?"

Severus recusou-se a responder. Ele já dera demais ao homem. Ficou parado, olhando, encarando a parece oposta. Infelizmente, Lupin nunca fora um homem estúpido, e Severus fora tolo o suficiente para deixar o livro sobre a poção dela à mostra.

Ele ouviu o ruído de páginas atrás de si. "Essa é sua resposta?", veio a voz incrédula a dizer. "Essa poção não tem sido preparada corretamente há centenas de anos." Houve silêncio por mais um longo momento. "Há quanto tempo você está trabalhando nisso?", Lupin finalmente perguntou. Desta vez havia uma diferença em sua voz, certamente algo que ele somente ouvira na voz do diretor antes. Como não se virou, como não viu a contração no rosto do homem, pôde quase ouvir um toque de respeito na voz.

E foi aquele toque que pareceu forçá-lo a reutilizar suas cordas vocais, ainda que a contragosto. "Dois meses", murmurou.

Houve silêncio de novo. "Você realmente a ama", o lobisomem disse. Não houve surpresa em sua voz, apenas a aceitação de um fato.

Severus fechou os punhos. "Sim."

Ouviu novamente o barulho de páginas e então do livro sendo recolocado sobre a mesa. "Então eu sugiro que apresente suas desculpas a uma certa mulher." Disse aquela voz meio louca atrás dele. "Sonora já subiu."

Severus se virou de repente, palavras nada simpáticas na ponta da língua, mas Lupin já havia ido. Olhou para a porta e então pôs as mãos sobre o rosto. Olhou para o livro sobre a mesa e mergulhou em dúvidas. Será que funcionaria? Seria suficiente? Não estaria ele arriscando demais com aquilo? Poderia ter um dia a chance de viver com Sonora como ele queria?

A náusea rolou em seu estômago ao imaginar Sonora jazendo destruída e sem vida, simplesmente porque fora dele. Ele estremeceu. E então a imagem se transformou em outra que ele guardava com cuidado, a dele segurando a mão dela em seu quarto na primeira noite deles juntos.

Com um lamento, Severus recostou-se em sua cadeira e enterrou o rosto nas mãos. O que ele ia fazer?