Intenções Secretas
N/A - Bwahahahaha! Eu espero que vocês todos não tenham pensado que ela seria resgatada nesse capítulo... Não, eu gosto de detalhar a dor por um loooooongo tempo.
Cânon Defender – Obrigada pela explicação mais detalhada. Agora que eu sei, tenho que discordar que Sonora seja uma "Mary Sue". Mas esta é apenas minha humilde opinião. Lol.
Mademoiselle Morte – He he. Eu tenho planos para Draco. Montes de planos. Bem, talvez sejam apenas alguns, mas são bons planos! Ou eles são ruins?
Shahrezad1 – Os Malfoy estão mesmo encrencados. Mas o que vai acontecer... Heh Heh Heh.
Anne Bonney – Wow! Estou... bem! Wow! Estou desarmada agora, realmente. Vou te mandar um e-mail com mais detalhes, mas enquanto isso... Obrigada!
Carpathia – Você pensou que aquilo fosse um semi-clímax. sorriso malvado Eu tenho um pouco mais disso...
Mais uma vez, um GRANDE obrigada a todos que comentaram!
N/T – Bem, está na hora de eu também falar um pouquinho, não? Eu queria responder pessoalmente os reviews simpáticos da Sarah-Lupin-Black e da Sheyla Snape. Antes de mais nada, acho que vão gostar de saber que estou mandando seus comentários traduzidos para a Eleanor. E bem, Sarah, não sei responder sua pergunta porque afinal esta é a minha primeira tradução e estou me divertindo à beça! E Sheyla, wow, não acredito que você contou os dias desde a última atualização. Você deve estar mesmo gostando da fic, rerere. Estou quase terminando, aliás. Faltam os capítulos 21 e 22, e por fim o epílogo. Vou fazer tudo o mais rápido possível. Obrigada!
Capítulo Vinte – Tramas Reveladas
Sonora tropeçou, duramente, quando o puxão em seu estômago cessou e eles atingiram seu destino. Ela não estivera segurando sua bengala quando Lucius Malfoy a capturara, e o impacto fez sua perna fraca vacilar. Ela caiu com força sobre um duro e frio chão de pedra.
Lucius olhou-a, uma expressão maliciosa se desenhando em seu rosto. "Ah, sim aquele ferimento insignificante que você ganhou depois de destratar o meu filho". Seu rosto estava severo e frio e satisfeito. "Você deveria saber que não deve se meter com um Malfoy."
Sonora engasgou um pouco, reavendo a respiração alterada depois de se recuperar da queda e da chegada brusca. "O que você quer?" ela disse, em fôlego. Ela estava assustada, muito mais do quando fora atacada, muitos meses antes.
Lucius deu um sorriso agourento. "Você verá", ele grunhiu maliciosamente, abaixando-se para puxá-la dolorosamente de pé. "Mas no momento, há alguém que quer vê-la."
Sonora foi literalmente puxada para trás dele, já que sua perna não tinha condições de mantê-la no passo que ele impunha. Ela foi empurrada através de um escuro corredor de pedra, com vários pequenos quartos assustadores que lembravam celas, com portas e janelas de barras de ferro. Ela captou olhares de figuras inclinadas, amontoadas nos cantos ou jazendo parados e imóveis contra uma parede enquanto ela tentava evitar que caísse.
E então Lucius chegou a uma porta de madeira fechada no fim do corredor, e parou tempo suficiente para empurrá-la aberta. Sonora encarou o quarto escuro. Ela não queria mesmo entrar ali, ela percebeu quando seu coração começou a martelar. Ela não queria, de forma alguma. Havia algo terrível e apavorante naquele quarto, e ela temia que se entrasse, aquilo fosse matá-la. Ele sorriu para ela, os dentes brancos muito brilhantes. "Agora você entra", ele disse e sem a menor cerimônia jogou-a para dentro.
Sonora não conseguiu se manter quando foi jogada para dentro da sala, e caiu num célebre ruído. Atrás dela, a porta bateu com força, fechada. Seu coração acelerou por um longo tempo, ela curvou-se no chão.
À sua volta, a escuridão parecia pressioná-la como se fosse uma presença física. Ela podia ouvir sua respiração cortada ecoando pelas paredes. Tudo que ela podia fazer era erguer os olhos e encarar a escuridão.
Do outro lado do cômodo, ela viu dois pontos vermelhos. Conforme ela o encarava, tremendo de medo, lentamente a sala começou a se iluminar, e um rosto formou-se à volta destes dois pontos. Um rosto, e então um corpo, sentado numa cadeira alta e esculpida. Ela olhou, acuada, para os lados, enquanto figuras negras tomavam forma, paradas e silenciosas, quase forrando as paredes.
"V-Voldemort...", escapou de seus lábios numa voz vacilante. O homem de olhos vermelhos sorriu, uma coisa lenta e cruel de se ver.
"Muito bem", ele disse, a voz um mero ronronar que era doentio e apelativo. Não lenta como a de Severus, de tons ricos que mandavam ondas de calor por seu corpo; sua voz era impressionante e aterrorizadora ao mesmo tempo. "Eu estive esperando por você, Sonora Stone."
Sonora não se mexeu. Haviam figuras vestidas de preto à toda volta do quarto. Comensais da Morte. Ela não tinha varinha, nem sua bengala. Ela não tinha nenhuma esperança de escapar. Tudo que restava para ela era tentar viver naquela situação.
"Por... Por quê?", ela conseguiu perguntar.
Os olhos assustadores de Voldemort brilharam mais forte à luz fraca da sala. "Você sempre foi uma criança inteligente", ele quase sussurrou. "Tão talentosa. Diga-me, por que voc acha que eu a traria para cá?"
Sua poção. Ela sabia que era isso, e ainda alguma parte persistente dela, escondida bem fundo dentro dela, ficou mais forte com seus sentimentos por Severus, evitando que ela dissesse o nome. "Eu n-não sei", ela disse num sussurro.
Os olhos dele estreitaram-se, parecendo fendas. "Não sabe? Acho que sabe sim", ele disse, a voz instigantemente assustadora. "Você tem uma poção que eu quero, minha querida Sonora. Uma poção que eu estive esperando um bom tempo para vê-la completá-la." Uma fina sobrancelha ergueu-se conforme sua boca se curvava. "Você certamente gastou muito tempo neste trabalho."
"Como..." ela balbuciou.
Voldemort riu. "Eu sou o Senhor das Trevas. Você acha que eu não manteria um olho bem aberto em alguém como você, alguém capaz de fazer poções tão boas quanto as do meu Mestre de Poções?" Ele riu novamente, soando cruel e implacável. Os Comensais da Morte continuavam imóveis em seus lugares. "Ah, sim, eu estive observando você. E esperando. Eu finalmente achei que você precisava de um... encorajamento, e arrumei seu retorno para a Inglaterra."
A luz veio para Sonora. "No Paquistão... Os dois trouxas...", ela percebeu, a voz quase inaudível.
Voldemort sorriu. "Sim. Meus." Seus dedos longos e brancos se moveram ao longo do apoio da cadeira. "E então você esteve em Hogwarts por quase quatro meses. Com vários recursos e tempo, você completou sua poção. Com a ajuda", sua sobrancelha se ergueu novamente, "pelo filho de um dos meus Comensais mais confiáveis."
Sonora começou a tremer mais uma vez. Draco? Teria ele dito alguma coisa... feito alguma coisa, que resultara na presença dela ali? Voldemort sorriu de novo, cruelmente. "A hora chegou", ele disse, a voz ficando mais sombria e instigante. "Dê-me a receita para a poção, e eu deixarei que viva. Negue-me", ele pausou, e então levantou uma mão.
Detrás de sua cadeira, algo estava esticado no escuro. Uma forma longa e sinuosa deslizou para a frente a parou aos pés de Voldemort. Sonora observou em horror as curvas da serpente.
"Estou vendo que entendeu", Voldemort disse, o prazer estampado em sua voz. "Acho que talvez eu devesse lhe dar um tempo para, como diríamos, que você tome sua decisão, não é?" Ele acenou com a cabeça, e duas figuras de preto saíram de onde estavam e vieram na direção de Sonora. Ela instintivamente tentou se esquivar para longe deles, não querendo que aquelas figuras apavorantes a tocassem, mas ela estava impossibilitada por sua perna fraca, e começou a soluçar conforme os dois a puseram bruscamente em pé.
E ela estava sendo puxada através do corredor mais uma vez, pendurada duramente entre os dois Comensais da Morte, quando a voz de Voldemort ecoou suavemente através do cômodo sinistro e permaneceu nos ouvidos de Sonora. "Bons sonhos, minha querida."
Minutos depois, Sonora foi jogada de novo sem cerimônia alguma numa das pequenas celas pelas quais passara antes, para cair novamente com um ruído no frio chão de pedra. A porta bateu fechada num tranco áspero, ela foi deixada ali, encolhida no escuro, e chorou.
Severus andou silenciosamente, sentindo a raiva recomeçar a crescer. "Por que Potter não avisou Sonora?" ele disse, a voz ficando mais gelada conforme sua raiva aumentava. "Ele viu e não disse uma palavra!"
Dumbledore balançou a cabeça. Estavam no escritório do diretor: o próprio Severus, Draco, a Prof. ª McGonagall e Dumbledore. "Severus, não havia tempo. E o sonho foi... confuso."
"Ele poderia ter prevenido isto!", Severus explodiu, sentindo algo quebrar inesperadamente dentro de si. Ele se virou para olhar para o velho homem sentado calmamente em sua cadeira. "Potter age sempre como o herói, podendo ou não; por que infernos ele não pode fazer isso agora?"
A Prof.ª McGonagall afundara em seu assento, os lábios estreitos e rígidos, como se estivesse para dizer algo que ele provavelmente fosse detestar. Dumbledore abriu a boca, mas logo parou com a batida na porta.
Os olhos do diretor brilharam fracamente. "Entre, Harry", ele chamou. Severus girou para encarar com toda a agressividade que pudesse juntar quando o adolescente moreno entrou a passos suaves.
"Queria me ver, Professor Dumbledore?", Potter disse numa voz educada, mas congelada também. Severus fechou os punhos. Ele queria rasgar o garoto de orelha a orelha, liberar um pouco da raiva e do medo que se acumulavam dentro dele.
Dumbledore assentiu seriamente. "Harry, eu preciso que você nos fale novamente sobre seu sonho", ele disse. "Podem haver detalhes que signifiquem algo tanto para o Professor Snape quanto para o Sr. Malfoy."
A cabeça de Potter girou para olhar Draco, e seus olhos se estreitaram em fendas de verde. Ele olhou de volta para Dumbledore, pronto para dizer alguma coisa, mas foi interrompido por um aceno de cabeça suave vindo do diretor. "Confie em mim, Harry", ele disse, gentilmente.
Potter ficou em silêncio por um longo momento, enquanto encarou primeiro o diretor, depois Draco, que estava sentado com uma expressão dura como pedra. Os dois trancaram os olhos enquanto a sala caía em silêncio. Aquilo era mais do que Severus podia suportar.
"Maldito seja, garoto", ele disparou. "A vida dela está em PERIGO agora! Pare com suas briguinhas de criança e fale!"
Os olhos verdes de Potter pararam nele por um instante, e Severus ficou levemente desconcertado. Quando fora a última vez que ele tentara olhar nos olhos dele? Nunca, ele percebeu. Havia uma maturidade e uma profundidade insinuada nos olhos dele que nunca estivera presente em seu pai. Talvez Potter não fosse exatamente a celebridade convencida que parecia...
"Eu estava num corredor longo", Harry disse suavemente, olhando para Severus. "Era de pedra. Tudo que eu podia ver era o espaço bem diante de mim. Havia gritos e gemidos... meio que flutuando no escuro."
Severus trancou os punhos. Aquilo não ajudava em nada. O olhar de Potter voltou a Draco, depois a Dumbledore. "Eu ouvi a voz da Prof.ª Stone, ela estava falando com alguém. Eu não podia ouvir o que ela estava dizendo, mas ela estava assustada. Muito assustada. E então ela começou a chorar, e eu ouvi um ruído de tranca." Ele fez uma pausa. "Então Voldemort riu", ele disse numa voz sem vida. "Minha cabeça começou a doer e eu acordei."
Severus virou-se de costas abruptamente e andou até um extremo do escritório para encarar a parede. Não havia nada que o ajudasse no sonho. Nada que ele pudesse ao menos acusar o garoto de esconder de Sonora.
"A Mansão Malfoy", uma voz quebrou o silêncio. Severus girou de volta e olhou para Draco. Todos os outros na sala olharam para o loiro. Draco estava olhando para o chão.
"Explique, Sr. Malfoy", Severus disse curtamente, esforçando-se para manter seu auto-controle.
Draco sacudiu a cabeça levemente, antes de erguê-la e encarar Severus. "Existem essas catacumbas embaixo da mansão... elas saem na direção do rio", ele disse, o rosto imóvel e a voz fraca. "Longos corredores de pedras, com celas. Meu pai não sabe que eu as encontrei." Ele lançou um olhar para Potter, que estava parado estudando-o com os olhos frios. As portas fazem um barulho muito alto quando são fechadas."
Severus virou-se compulsivamente para Dumbledore, pronto para sair pela porta o mais rápido possível. O velho ergueu uma mão. "Eu tenho uma idéia", ele disse calmamente.
Sonora se encolheu no canto de sua cela e se amontoou no escuro. Secou as lágrimas ainda em seu rosto. O que ela faria?
Ela tentou ser corajosa e pensar acima das possibilidades. Ela poderia dar a Voldemort o que ele queria, a receita para a poção. Aquilo significaria que o Professor Dumbledore logo perderia sua vantagem na guerra que estava para vir, e provavelmente significaria também que seu trabalho seria distorcido e usado para outros fins. Sonora pensou em alguns ingredientes da poção, e nos modos como poderiam ser transmutados.
Ela podia se recusar a entregar a receita. Começou a tremer assim que forçou-se a pensar naquela possibilidade. Voldemort provavelmente ia torturá-la e então dá-la para ser devorada por sua cobra de estimação. Sonora não conseguia pensar num modo pior de morrer, sozinha e apavorada e morta por uma serpente.
Mas que outras opções ela tinha? Sem varinha, sem bengala, sem amigos para ajudá-la... Era literalmente "faça ou morra".
Ela sentou-se no escuro e tentou ser corajosa.
Severus andou nervosamente de um lado para o outro enquanto esperavam que Potter voltasse ao escritório. Draco estava simplesmente sentado, olhando para o chão. Ele já desenhara alguns mapas das catacumbas da Mansão Malfoy, a única parte da casa que não era familiar a Severus. Antes daquele dia, ele nem soubera que elas existiam. Crispou os lábios. Aparentemente ele não tinha tanta confiança do Senhor das Trevas como pensara.
A porta do escritório abriu-se de novo e Potter entrou, carregando sua célebre Capa da Invisibilidade. Severus franziu a testa diante do objeto. Sem dúvidas de que o garoto tivesse escapulido de muito com ela. Sem dúvidas de que o mesmo fora com seu pai.
Potter andou até Draco e olhou-o nos olhos. "Traga de volta", ele disse, sério.
Draco ergueu uma sobrancelha, um traço de seu sarcasmo voltando. "Com medo de que eu estrague seu brinquedinho, Potter?", caçoou. Houve um murmúrio de McGonagall no canto, e o rosto de Draco ficou sombrio novamente. "Eu posso fazer isso.", ele disse, pegando a capa de Harry.
O rosto de Potter estava mortalmente sério. "Bom pra você", ele disse, antes de se virar e parar próximo da Prof.ª McGonagall.
Severus acenou para Draco, ainda um pouco duramente. "Vamos indo", ele disse, a voz firme. Dumbledore entregou-o uma chave de portal, um cristal quase imperceptível, e Draco jogou a capa sobre os ombros, desaparecendo de vista. Severus sentiu o garoto vestir a manga da capa um momento antes da chave de portal ser ativada, e o escritório desaparecer.
