Intenções Secretas
Epílogo – O Que é Passado é Prólogo
Severus estivera esperando pelos chamados de Dumbledore havia um belo tempo, e estava ficando muito impaciente quando o diretor apareceu nas masmorras. Dane-se, ele pensou irritado, era véspera de Ano Novo. Será que o velho não podia ter dito alguma coisa na semana passada?
"Ah, Severus", o velho homem sorriu, parecendo alegre e, de um modo um tanto suspeito, feliz. "Estou feliz em ver que está de pé de novo, tão saudável como sempre."
Severus olhou de relance para ele. "Não graças ao jovem Sr. Malfoy", murmurou por sob a respiração. Honestamente, ele tivera muito tempo para refletir sobre como o garoto completamente congelara e quase falhara com todos eles.
Dumbledore balançou a cabeça, em censura. "Não, não, Severus, você entende isso muito bem", ele disse. "Além do mais, o jovem Draco veio quando precisamos dele, mesmo quando a escolha de seu pai estava sendo forçada para dentro dele."
Severus bufou e resistiu ao impulso de murmurar algo mais que de maneira alguma acalmaria a situação. Draco pusera os pés no caminho certo, finalmente, mas ele por si mesmo sempre manteria um olho bem atento no garoto. Sonora estava bastante suave com ele então, o que ainda fazia sua mente hesitar. Merlin, será que a mulher não tinha noção de nada? Ao menos Severus ainda tinha juízo o suficiente para se manter cuidadoso.
Dumbledore lançou-lhe um olhar que teve seu efeito imediato em fazer Severus se sentir culpado. Muito culpado, e aquilo o aborreceu mais ainda. Mal humorado agora, ele decidiu enfrentar.
"Então o senhor finalmente se dignou a me informar sobre os resultados da nossa pequena missão?", Severus sibilou. "Eu estava começando a me perguntar se algo tinha sido feito sobre a Mansão Malfoy, afinal."
Dumbledore meramente lançou-lhe um longo e claro olhar enquanto se sentava na cadeira de Sonora. "Você sabe tão bem quanto eu, meu amigo, que o ministério é difícil de se mexer", o velho disse. Severus quis atirar alguma coisa. Pro inferno o homem, por ser tão sensível e razoável. Aquilo estava começando a dar nos nervos.
"Afinal, eles tomaram alguma atitude?", ele perguntou, rangendo os dentes. No final das contas, não era Dumbledore que o estava enraivecendo, ele admitiu para si mesmo. Era o maldito e tolo Fudge, que estava seguro e determinado em entregar o governo a Voldemort, sem nenhuma luta.
Dumbledore deu um sorriso inocente. "A divisão dos Aurores recebeu uma denúncia anônima, junto de algumas fotos das celas debaixo da Mansão Malfoy". O diretor levou um momento para examinar os títulos dos livros sobre a mesa de Sonora. "Raiz de Dente de Urso, muito interessante", ele refletiu. "Os aurores ficaram muito satisfeitos em recuperar vários colegas perdidos e em ouvir o que eles tinham a dizer."
Severus sentiu um pouco da tensão abandonar seu corpo. "E o que acontece agora?", ele perguntou, ainda um pouco irritado. Era algo, e que algo, que os aurores poderiam utilizar para provar as atividades de Voldemort. Aquele Sr. Malfoy estava morto, e Voldemort perdido de novo.
Dumbledore pareceu subitamente sério, e Severus encarou seus olhos azuis e profundos. "Isto, professor, resta a ser visto", ele disse numa voz suave. E então balançou a cabeça com um sorriso. "Bem, agora eu suponho que deva deixá-lo terminar sua preparação para a noite", ele disse. Piscou para Severus e num instante estava novamente cuidadoso. "Eu fui o mais alegre em ouvir de Sonora que vocês dois estarão na festa com o restante do corpo docente esta noite. Bem, eu não me recordo nunca de ter tido o prazer de passar o Ano Novo com você, Severus".
"O que...", Severus foi deixado a refrear sua língua e bufar em silêncio conforme o diretor saía. Deus o ajudasse, aquilo era uma conspiração. Entre Sonora e Dumbledore, ele estava sendo empurrado para todos os deveres festivos do corpo docente. Obrigado a fazer coisas. Com outras pessoas, não menos. Ele provavelmente teria que ser bom e educado e não dizer coisas significativas ou desagradáveis, as quais, ele descobrira, eram o que ele verdadeiramente queria dizer e não apenas parte de sua pequena ação de espião.
Ele ouviu o barulho de uma risada feminina no corredor de fora da sala de aula, e seu coração ficou mais leve. Então, novamente, que mal poderia ser? Ele se perguntou. No fim de tudo, ele tinha Sonora. E se ele tivesse algum miserável tempo, poderia descansar seguro de que ela estaria linda para ele, mais tarde naquela mesma noite.
Assim que Sonora passou pela porta da classe, ele estava sorrindo de novo, seu favorito sorriso malvado.
Sonora olhou para ele e ergueu uma sobrancelha, curvando os lábios. "Eu conheço esse olhar", ela disse. Seus olhos brilharam para ele ao fazer seu caminho longo e contínuo até suas mesas. "Você está tramando alguma coisa."
Severus olhou malicioso para ela, perfeitamente feliz então. "Eu não sei do que você está falando", ele falou, inclinando-se e puxando-a. Passou uma mão pela cintura dela enquanto ela ria. "Foi VOCÊ quem me voluntariou para alguma festa ridícula dos professores esta noite."
Sonora franziu os lábios. "Oh, Dumbledore mencionou isso?", ela perguntou, a face inocente.
"Linda", ele grunhiu, e então baixou a cabeça para beijá-la. Um longo e satisfeito momento depois, Sonora suspirou enquanto erguia a cabeça.
"Eu te amo", ela disse, aconchegando a cabeça contra o peito dele.
Ele mexeu com o cabelo dela, jogado para trás liso ao longo das costas, e agradeceu a Merlin que as coisas fossem como eram. "Eu também", ele disse suavemente.
Ainda que ele não tivesse dito as palavras a ela antes, ela o conhecia, sabia de seus sentimentos. Ela soubera desde o momento em que percebera o que significava aquela corrente à volta de seu pescoço. Habeus mea cor. Uma parte do coração.
Ela suspirou com prazer e enroscou seus dedos nos dele. "Eu sei", ela disse.
FIM
N/A – Um obrigada muito especial a todos que leram e comentaram! Seu encorajamento me fez escrever este pequeno conto como um prazer.
Eu não tenho certeza se continuarei com esta história. Eu posso ter uma certa inclinação a prosseguir com as histórias de Draco e Harry... Suponho que isso dependa do que todos os meus leitores maravilhosos pensarem!
Mais uma vez, obrigada.
N/T – Nossa, nem acredito que terminei essa tradução. Talvez eu deva lhes confessar que em momento algum eu li a fan fic antes de traduzir, eu apenas sabia que queria algo com o Severus e que já estivesse terminado, e essa querida Hidden Intents (seu título original, em inglês) caiu em minhas mãos como uma luva. Devo dizer que adorei falar a vocês de Sonora Stone e Severus, como acredito que vários de vocês tenham gostado. Queria também agradecer enormemente aos elogios que esse meu trabalho recebeu (wow, essa foi minha primeira tradução) e dizer que agora vou dar um tempinho nisso porque tenho outras fics para terminar. A saga de Sonora continua em mais duas fics, uma sobre o Draco (shipper D/P.O., chamada 'Undercurrents') e outra sobre o Harry, (H/G, chamada 'Rising Depths'). Ainda estou pensando se futuramente vou traduzir as continuações, ainda quero conversar mais com a Eleanor sobre isso. Se não, procurarei algum tradutor para fazer isso por mim, pois sinceramente seria ótimo ver o trabalho da Eleanor nas mãos de outra pessoa, para ver, afinal, como eu me saí. E obrigada mesmo. Só lamento que a minha notinha tenha saído muito maior que a da autora, que é a estrela-mor por aqui. Obrigada a todos.
