N/A1: Mais uma vez, obrigada pelas reviews. Elas realmente fazem meu dia e me dão vontade de continuar escrevendo. Quero agradecer a minha beta, Julie. Esse capítulo é um pouco mais curto do que o anterior, mas importante para começar a entender a Ginny.
Ginny encontrou o rapaz num local isolado do resto da loja, à esquerda do balcão. Draco estava caído no chão, de lado e de costas para ela, com uma estante caída um pouco abaixo da altura de seus ombros.
-O que você está fazendo? – perguntou Ginny, pulando por cima da cabeça do loiro e finalmente entrando em seu raio de visão.
-Tomando chá. O que diabos você acha que eu estou fazendo?
-Levanta! – ordenou ela, nervosa e sem saber como agir.
-Puxa! De repente tudo ficou claro! É tão simples! Basta levantar! Opa. Espera um minuto. Não... Eu não consigo fazer isso sozinho.
-Por que não? – perguntou ela, parada no mesmo lugar mas contorcendo seus dedos.
-Acho que desloquei o ombro ou algo assim. – respondeu Draco com impaciência. – Sinta-se livre para tomar uma atitude! – acrescentou ele, após a ruiva permanecer encarando-o.
Finalmente, como que saída de um transe, Ginny tentou levantar a estante. Ela era mais pesada do que a moça pensara e a força que ela fez contra o móvel não causou muito efeito.
-Ela é pesada. – falou ela, desistindo por um momento para respirar.
-Jura? Não tinha notado. – retrucou o loiro, irritado e com dor.
-Sabe, continue assim e eu volto lá para cima e te deixo aqui. – agora era Ginny quem perdia a paciência devido à falta de gratidão do rapaz.
-Me ajude a levantá-la pelo menos um pouco e eu me arrasto para fora. – falou, tentando não ser grosseiro e fazê-la ir embora. – E ponha alguma força nisso. – acrescentou, incapaz de resistir.
Ela obedeceu e usando toda a força que tinha, unida àquela que Draco conseguia fazer dadas as condições, ele conseguiu se livrar do peso da estante, quase perdendo os dedos do pé no processo, quando Ginny largou o móvel no chão.
-Ai! Desculpa! Você está bem? – perguntou ela, ofegante devido ao esforço. Ela encostou no ombro lesado de Draco fazendo-o se contrair de dor. – Você precisa colocar isso no lugar de novo. Eu posso ten...
-Sem magia? Acorda, Ginevra. – interrompeu ele, se afastando um pouco dela.
-Charlie já fez isso comigo quando Fred acidentalmente deslocou meu ombro com um balaço e não queria que minha mãe descobrisse.
-E funcionou? – perguntou, desconfiado.
-O Ron dedurou. – dada a expressão de Draco, ela percebeu que não era exatamente aquilo que ele estava perguntando, então se apressou a acrescentar: - E eu realmente precisei de um curandeiro depois, mas podemos ajeitar agora e imobilizar até saírmos daqui. Desse jeito você não vai aguentar ficar.
-Não acredito que vou deixar você fazer isso. – disse ele, sentado-se com as costas contra a parede.
-Cala a boca e tira a camisa!
-Ui, Ginevra. – falou ele, sorrindo maliciosamente, e fazendo com que o rosto dela atingisse um tom quase impossível. – Não que eu não queira acatar sua ordem, mas como você quer que eu faça isso sem levantar o braço?
Ginny respirou fundo tentando controlar os pensamentos que passavam em sua mente, e sem querer deixar sua imaginação a solta. Ela se ajoelhou ao lado dele e o ajudou a tirar a camisa mas, apesar do cuidado, não pôde evitar causar mais dor ao encostar no ombro machucado.
-Como você derrubou a estante? – perguntou ela, sabendo que deveria distraí-lo.
-Faça logo isso antes que eu mude de idéia por favor. – disse Draco, deixando-a pegar seu braço, a muito contra-gosto.
-Cala a boca e responde, Draco!
-Já reparou que é a segunda vez que você me manda calar a boca nos últimos três minutos?
-Quer que eu mande de novo? – ela estava conseguindo desviar a atenção dele.
-Ou eu me calo ou eu te respondo. Não dá para fazer os dois ao mesmo... AAAAHHHHH! – enquanto ele falava, Ginny recolocou com um surpreendente sucesso seu ombro no lugar. – Por que você não me avisou?! – esbravejou ele.
-Porque assim dói menos! – respondeu Ginny, ofendida.
-Não dói não! – gritou Draco.
-Fresco! Está no lugar! Não era isso que você queria? Agora vem. Você não pode ficar mexendo esse braço.
Ela se levantou e estendeu a mão para ajudá-lo. Draco a puxou para si, numa tentativa de beijá-la. Sem esperar aquela reação dele, ela acabou por cair em cima de seu ombro esquerdo, que ainda doía. Contudo, Ginny mal teve tempo de se desculpar antes de ter os lábios dele junto aos seus.
-Vamos lá pra cima. – falou ela segurando-o pela mão e puxando-o. Ele a olhou desconfiado e não demorou muito para ela interpretar tal olhar e corar. – Não comece a ter idéias. Vamos.
Eles subiram as escadas (Draco ligeiramente confuso) e seguiram para o quarto onde Ginny se pôs a procurar por algo para fazer de tipóia para o rapaz. Por fim, decidiu-se por uma blusa exageradamente grande na qual ela deu um nó.
-Você pode acabar ficando com torcicolo depois de um tempo usando isso. Aconselho ficar deitado sem mexer e só colocar quando for necessário.
-Sim, curandeira Weasley. – falou ele sorrindo e mais uma vez a puxando para si.
Draco se deixou perder nos lábios da ruiva. Havia deixado de pensar em tudo que o havia atormentado durante as horas em que ficara preso embaixo da estante. Não mais importava o passado, sua "família", a dor em seu ombro ou qualquer outra coisa. Para ele só existia aquele momento.
Ele estava bastante consciente do que fazia, da pele macia da ruiva, de seus cabelos sedosos entre seus dedos, das mãos dela percorrendo seu corpo, dos beijos suaves que causavam arrepios em sua espinha e dos intensos que faziam-no desejá-la ainda mais. Contudo, passados alguns minutos, sentiu que Ginny hesitava. Na verdade, a ruiva passava por uma luta interna. Parte dela não queria fazer aquilo, mas a outra não podia resistir. A força que a levava para ele era inexplicável, mas finalmente a razão falou mais alto e ela se desvencilhou dos braços dele.
Ela fez como se fosse pedir desculpas, mas Draco a impediu colocando seus dedos sobre os lábios dela. Aquilo era desnecessário. Palavras só iriam estragar o momento. Por isso, o rapaz não fez perguntas nem esperou explicações. Apenas a abraçou novamente e beijou-lhe a cabeça, adormecendo com ela em seus braços sem questionar a sensação que, mais uma vez (e mais intensa do que nunca) percorria seu corpo. Apenas a deixou fluir sem remorso.
Eles acordaram quase que simultaneamente, um provavelmente sendo despertado pelos movimentos do outro. O primeiro impulso de Ginny foi sentar-se para examinar o ombro de Draco.
-Como está? – perguntou ela, tocando-o levemente.
-Não tive tempo de pensar nisso ainda. Deite-se, Ginevra. – disse ele, segurando sua mão e fazendo-a repousar a cabeça sobre seu peito.
Até mesmo o nome que ela detestava retinia suavemente nos ouvidos da moça quando ele o pronunciava dessa forma, com um olhar que ela nunca imaginaria receber de qualquer um, muito menos dele. Ginny gostava daquela sensação, de sentir o corpo quente dele arfando assim tão perto ao dela.
-Nós realmente devíamos levantar. – disse ela finalmente, após vários minutos de silêncio.
-Por quê? Tem outros planos? – perguntou ele sarcástico, mas não rude.
Ele tinha razão. Não havia mais nada a ser feito. E de fato, ali estava confortável demais para ela querer fazer qualquer coisa. Ainda assim, algo a repelia dali. Talvez fosse sua consciência que ainda achava que havia algo errado com aquela cena. Que não aceitava ela estar nos braços de um Malfoy por livre e espontânea verdade.
-Com remorso? – perguntou Draco sério, após não receber nada além do silêncio da ruiva.
-Como? – questionou ela, apenas vagamente ciente do que ele dizia.
-Você sabe do que eu estou falando. – começou ele, calmo. – Eu sei que você quer sair correndo. Pena que eu não vou deixar. – o braço que a envolvia apertou o abraço mais um pouco.
-Diga honestamente que toda essa situação o deixa confortável. Que você não se sente...
-Estranho e/ou hipócrita? – interrompeu. - Bastante. Mas isso está no fim da minha lista quando você deita assim comigo.
-Agora eu realmente vou me levantar. – disse Ginny, decifrando perfeitamente a entonação na frase do rapaz.
-Já disse que não deixo. Sou extremamente possessivo. – ela já estava quase sentada quando ele a puxou. Mas a tentativa de beijá-la foi frustrada quando ele se apoiou no braço lesado, sentindo uma dor profunda que o obrigou a deitar-se novamente. – É, acho que você vai conseguir escapar de mim dessa vez. – disse ele, tentando manter a voz firme e fazer com que seus olhos não lacrimejassem.
Mas Ginny não tentou fugir. Novamente uma força a atraía. Ela começou a beijá-lo no ombro levemente para não causar dor. Estava bem roxo. Ela foi subindo lentamente, demorando-se um pouco no pescoço de Draco, tornando sua respiração mais ofegante. Finalmente, quase como um século depois sob a visão do rapaz, ela chegou aos lábios.
Draco a beijou quase que desesperadamente, como se fosse algo vital para sua sobrevivência. Mas dessa vez, foi ele quem interrompeu. De repente ele foi atingido por um medo profundo: o de que ele talvez precisasse dela. Ela despertava nele algo inexplicável, que jamais sequer imaginara sentir. E mesmo sabendo quem ele era, o que ele havia feito, o que ele havia causado diretamente a ela, Ginny não o tinha abandonado. Não que isso fosse possível, dadas as circunstâncias em que eles estavam, mas ela se importava. Algo que ele não conseguia nem mesmo de sua família (talvez de sua mãe; ele, porém, evitava pensar nela a todo custo). Ele não podia permitir isso. Ninguém o atinge dessa forma. E por isso, Draco a afastou.
-Com remorso? – perguntou Ginny, imitando-o, surpresa com a interrupção brusca de Draco.
-Sim. Saia. Você queria se levantar de qualquer jeito. – ordenou ele, sem olhá-la diretamente.
-"timo! – exclamou ela, tomando o cuidado de pressionar com força o machucado dele ao se levantar.
Ginny deixou o quarto batendo a porta. Queria esmurrar a parede. Queria esmurrá-lo. "Quem ele acha que é? Depois eu que sou a louca e indecisa". Talvez fosse melhor assim. Aquilo não ia levar a lugar algum de qualquer forma. Em menos de 48 horas ela estaria longe dali e aquela situação não passaria de uma vaga lembrança desagradável. Era ridículo acreditar que eles poderiam ter outro futuro além desse.
Conforme Ginny pensava e caminhava de um lado para o outro, acabou por perder a fome, que já não era muita desde a hora em que ela havia acordado. Desceu as escadas para evitar qualquer contato com Malfoy e se jogou numa cadeira. Contudo, qualquer tentativa de não pensar no loiro era um fracasso. Nada conseguia distraí-la das palavras dele. E tudo fora tão de repente. Não fazia sentido. Em um minuto ele não queria nem soltá-la; no outro, a expulsava. De fato, agora que ela revia, por que diabos ela havia acatado essa ordem sem protestar? A ruiva já estava na metade dos degraus quando decidiu voltar. Não, deixaria para lá. Ele iria escutar. Mas não agora.
Draco permanecera deitado depois que Ginny saira, gemendo de dor. Ele estava dividido entre sentimentos opostos: parte dele queria chamá-la de volta e a outra queria manter a maior distância possível. A segunda acabou por vencer. E ele permaneceu ali onde estava por umas duas horas antes da fome impeli-lo da cama.
Já era quase hora do almoço. Ele pegou a tipóia improvisada que Ginny havia feito para ele e saiu. Então, constatou algo que quase o fez voltar: ele não era o único com fome. Decidiu seguir assim mesmo e encontrou Ginny na cozinha, virada de costas para ele.
-O que você está fazendo? – perguntou ele, com cautela.
-Eu vou comer torradas. Sinta-se livre para fazer o que bem entender. – respondeu ela seca e sem se virar.
Draco chegou a abrir a boca para formular a pergunta "como eu vou fazer qualquer coisa com um só braço?", mas logo desistiu. Sabia que o que ele havia feito não a agradara nem um pouco e ele não deveria lhe dar motivos para esbofeteá-lo. E então aquela parte que havia sido derrotada pareceu ganhar vida dentro dele novamente: deveria ele se... desculpar? Certamente não. Até porque, isso não faria nenhuma diferença. Não iria se permitir desenvolver qualquer tipo de... relacionamento com ela.
-Jamais iria dar certo. – disse ele, expressando seus pensamentos em voz alta antes de conseguir se conter.
-A mão desabilitada é a esquerda. Você é destro. Arranjará um jeito. – retrucou ela, ainda sem olhá-lo.
-Não estou falando disso, Ginevra. – disse ele, sério. Se já havia começado, não havia porque desconversar.
-Não me chame assim. A não ser que você tenha decidido parar de respirar. Não é o único com sangue-frio suficiente para cometer um assassinato. – finalmente ela o encarou. Seu olhar estava frio e Draco soube que a última frase dita por ela não havia sido algo no "calor do momento".
O rapaz se esqueceu até da fome. Aquele tipo de revelação não poderia pairar no ar assim, pela metade. Mas como questioná-la de forma sensata? Ele foi trazido de volta à realidade com um barulho de vidro partido: Ginny havia quebrado um copo. Ela xingou alto, havia se cortado. Por um impulso inexplicável, Draco foi para o lado dela.
-Deixe-me dar uma olhada. – pediu, tentando segurar a mão da moça.
-Eu sei me virar, Malfoy. – Ginny abriu a torneira e deixou a água escorrer pela mão, levando o sangue.
O corte era mais profundo do que o desejado, mas ela não iria reclamar. Pegou um pedaço de pano que encontrou por ali e tentou amarrá-lo, porém acabou por derrubá-lo. Draco foi mais rápido do que ela, e conseguiu pegar o pano primeiro. A ruiva extendeu a mão boa para que ele a devolvesse, mas ao invés disso ele pegou sua outra mão.
-Eu não consigo fazer isso sozinho, nem você. Agora deixa de frescura e puxa. – ordenou ele, se referindo ao nó que ele tentava dar. Ginny não teve outra opção a não ser obedecer. Se afastou sem agradecer e sentou-se à mesa.
Draco percebeu que aquela não era a hora para qualquer tipo de questionamento. Então pegou algumas frutas que encontrou e voltou ao quarto o mais rápido possível, tentando evitar mais lesões, sejam dele ou dela.
Os dois só foram se encontrar já quase no fim da tarde quando a bexiga de Ginny não mais a permitia ficar em qualquer posição. Ela planejou entrar e sair o mais rápido possível, sem trocar um único olhar, quanto mais palavras com Draco. Na ida, ela conseguiu. Mas na volta, ele a esperava na porta do banheiro.
-Cansei desses joguinhos. Agora você vai sentar aqui e me explicar tudo direitinho, sem frescura ou criancice. – falou ele, autoritário.
-Engraçado, achei que tinha sido você que me expulsou do quarto. – retrucou ela, fingindo estar pensativa.
-Falamos disso depois. Você tem algumas explicações para dar. – Draco tentava mascarar sua curiosidade exacerbada com uma atitude de impaciência e autoritarismo.
-Explicações? – perguntou a ruiva, segurando o riso. – Essa é a coisa mais ridícula que já ouvi na vida! Desde quando eu tenho que explicar alguma coisa a você? Faça-me o favor! – ela tentou abrir caminho por ele para sair do quarto, mas ele a segurou pelo braço. – Me larga, Malfoy.
-Ou o que, Ginevra? – ele sibilou o nome dela, com o claro objetivo de irritá-la e fazê-la ameaçá-lo novamente.
-Já disse para não... – começou Ginny, com raiva.
-Sim, já disse. – interrompeu ele. – E confessou algo que me deixou intrigado. E é exatamente isso que quero que você explique. Quem você matou?
-Se você não soltar o meu braço, será você. – ameaçou ela.
-Senta. – ordenou Draco, puxando a pelo braço até a cama, soltando-a finalmente. – Agora, conte.
-Não há nada para contar. Não sou igual a você. Fui pega e me livrei. Não vejo isso como motivo de orgulho. Fim da história. – disse ela, relutante.
-A quantidade de detalhes me comove. – comentou sarcástico. – Vamos lá, você pode fazer melhor que isso. – disse, sentando-se ao lado dela.
-Me dê um bom motivo para isso. – desafiou Ginny.
Jogando qualquer cautela e todo o medo de se envolver para o alto, Draco a beijou com paixão. De fato, agora que sabia que havia um outro lado dela, sentia-se ainda mais atraído.
-Deveria socá-lo por isso. – disse ela, quando os lábios dele finalmente deixaram os seus.
-Por favor faça isso, pois estou prestes a beijá-la de novo. – e ele o fez. – Tarde demais. – falou, com um sorriso irresistível nos lábios fazendo com que a ruiva se odiasse por dentro. – Agora conte o que aconteceu.
-Ser volúvel não vai fazer com que eu responda a qualquer uma de suas perguntas. – disse ela, lutando para não beijá-lo novamente.
-Relutante seria o termo correto. Por que você não quer falar? Do que você tem medo? – perguntou Draco, seu rosto bem próximo do dela.
-Não é medo. – respondeu, incapaz de olhar para algum outro lugar que não fossem os olhos azuis dele. Olhos que a impediam de mentir. – Apenas não me sinto confortável falando no assunto.
- Eu contei os meus. Pelo menos aqueles que você perguntou. – Draco segurou a mão dela, fazendo seu coração acelerar. Ele sabia que a havia convencido.
-O nome dele era Travers. – começou, quase num sussurro.
Ginny não pensava no episódio fazia um tempo. Mas os detalhes estavam nítidos em sua mente. Fazia oito meses. Apesar dos protestos de sua mãe, ela se envolvia cada vez mais nos acontecimentos. Desde aquela noite no departamento de mistérios quando tinha quatorze anos, que havia feito um pacto não declarado com Harry de que estaria sempre a seu lado para apoiá-lo. E assim o fez. Até que, certo dia, acabou sendo capturada. Foi estuporada e levada a algum lugar que até hoje ela não tem certeza de onde era. Quando acordou, viu o comensal mascarado. Ele lançou-lhe alguns Crucios e tentou uma maldição Imperio em busca de informação, mas a ruiva resistiu. Travers não era muito esperto ou então não dava a ela o devido valor, pois Ginny foi capaz de desatar o nó de suas mãos e recuperar sua varinha. E foi aí que aconteceu. Quando ele viu que ela estava solta, lançou feitiços para segurá-la novamente. Sem forças para desaparatar imediatamente após a tortura, Ginny se viu obrigada a estuporá-lo. Ele caiu e bateu a cabeça. Simples e idiota. Um acidente, mas ele estava morto.
-Só isso? – perguntou ele indiferente, quando ela terminou de contar. – Onde está o sangue-frio? Você nem sabia o que estava fazendo!
-Aquilo foi um exagero porque estava com raiva de você. Mas com a intenção ou não, não muda o que eu fiz.
-É, acho que não. Estou orgulhoso de você. Aquele cara era um imbecil.
-Draco! – exclamou, horrorizada.
-Mas ele era. O fato de você tê-lo matado a faz humana. Fica muito mais fácil aceitá-la. – disse ele, sincero.
-Matar alguém me faz humana? Você tem uma visão bem deturpada das coisas.
-Não matar. Errar. Você mostrou que é capaz disso. Isso a faz ligeiramente menos assustadora. – até ele se surpreendia com as palavras que pronunciava. Nunca se imaginara capaz de falar tudo o que pensava.
-Puxa, obrigada! – exclamou Ginny, sarcástica.
-Você me entendeu. – falou, impaciente. – Ginevra. – completou.
-Agora você vai...
O que ele ia, Draco não chegou a descobrir: a beijou antes que Ginny pudesse completar a frase. A ruiva nem tentou resistir. Não mais conseguia sentir raiva dele. Quanto a ele, dadas as revelações dela, a queria ainda mais. Ela sentou em seu colo e enterrou os dedos em seus cabelos loiros, não dando espaço para o arrependimento.
N/A2: Parem de tirar conclusões. Ainda têm o sétimo dia e o epílogo. Sim, sou louca.
