N/A: Este capítulo saiu mais longo do que eu tinha planeado. Mas enfim, acho que toda a gente vai sobreviver. O Draco não aparece muito, peço desculpa.
Disclaimer: Quase tudo que reconheceres pertence a JK Rowling. A mim me pertencem, no entanto, Ms Okal, Maili, Kevin, Shannon, e Nathaniel Marksmon.
N/T: Este capítulo é para a Lina Khane Athos, autora de "Como conquistar Draco Malfoy" (se ainda não leram, vão ler que vale muito a pena), pelo post no tópico da fic dela na secção D/G do 3V! You made my day!
Ah, é verdade. Sinto que preciso desculpar-me pela demora em actualizar a fic. É que estou sem beta, e só tenho mais este capítulo betado, de maneira que tentei rendê-lo o máximo que pude. Mas como o 3V voltou dia 28 (:DDDDDDDDDD) em breve saberei o e-mail da minha beta, e poderei enviar-lhe mais capítulos.
Que continue o espectáculo!
Capítulo Dois
A estalagem "Amistosa"
Anid gritou com Ginny assim que ela regressou ao escritório. No minuto em que Ginny entrou, ela guinchou, "estou numa missão!" fazendo com que Anid se levantasse da cadeira. As duas começaram a saltar para cima e para baixo como garotinhas.
- Estou com inveja! - Anid disse, arrancando o pergaminho das mãos de Ginny. - Okay então, - ela disse, a inveja esquecida, - vamos ver sobre o que é que é, vamos?
Anid voltou a sentar-se, e Ginny veio para trás dela para ler sobre o seu ombro. No pergaminho podia-se ler: Missão Malfoy: Apenas para os Olhos do Ministério. Ginny deu-lhe um toque com a varinha, e as palavras desapareceram e uma nova imagem apareceu. Uma pequena biografia de Draco Malfoy, e uma fotografia dele no canto superior. Era a sua fotografia da escola mais recente, tirada no seu sétimo ano. Ele estava inclinado contra a borda da fotografia, os seus braços cruzados, pestanejando de vez em quando para provar que não era uma fotografia Muggle. Tinha uma expressão fria.
- Que tipo sorridente, não é? - Anid disse alegremente. - Mas bonito... não costumo gostar de louros, mas mesmo sendo um fedelho menor de idade ele é bonito, não é?
- Ele fazia a vida das pessoas miserável em Hogwarts - Ginny suspirou. - Nunca tive a... oportunidade de o ver como um potencial namorado.
- Que pena, - Anid disse, e ambas se riram.
- Nome, - Ginny leu, - Draco Lerato Malfoy. Lerato? - elas gargalharam outra vez. - Que nome do meio horrível. Se ao menos eu o tivesse sabido na escola, eu podia ter usado isso contra ele...
- Nascimento: 1 de Julho, 1980, - Anid continuou. - Cabelo: louro, Olhos: cinzentos... ooh cinzentos, isso soa extremamente sexy.
- O cinzento faz-me pensar em rochas, - Ginny murmurou. - Altura: um metro e setenta, - ela leu mais à frente.
- Baixo, não é? Parecia ser mais alto... Peso: setenta e dois quilogramas e vinte e duas gramas. Eles são mesmo exatos no que escrevem. Pergunto-me como terão arranjado essas informações, - Anid meditou.
- Nem quero saber, - Ginny disse, e Anid riu.
Antes que pudessem voltar a ler o pergaminho, Jocelyn entrou no escritório.
- Oh, olá, - Anid chamou alegremente. - Tiveste um bom amasso - pausa para o chá, quero dizer?
Jocelyn lançou-lhes um olhar malicioso, colocando a sua mala em cima da sua mesa no outro lado do escritório. – Tive um ótimo amasso, obrigado – ela respondeu, andando até elas. – De que é que se estavam a rir?
- Estamos só a ler os dados da missão de Ginny – Anid respondeu como se não fosse nada.
O resultado foi Jocelyn começar a gritar como Anid tinha feito. - Uma missão! Oh, Ginny, isso não é justo. Estou cheia de inveja – Jocelyn disse, começando a fazer beicinho.
- É perfeitamente justo – Anid disse objetivamente. – Ela está aqui há quatro meses mais do que nós. Até que enfim, digo eu.
Ginny sorriu agradecendo. – Obrigada, Anid. Não te preocupes, Jocelyn, eu não me esqueço de te trazer recordações da Espanha.
- Espanha! – Jocelyn lamentou-se. – Oh, sua cabra maliciosa, a esfregá-lo na minha cara assim. – Mas Jocelyn aparentemente não estava assim tão destroçada, porque ela rodeou a mesa de Anid para ler por cima do seu ombro. – Bom, vamos lá ver quem é o cara que tens de seguir. Nome: Draco Lerato Mal…
- Já lemos essa parte. Vamos nos pais. Pais, - Ginny leu seguidamente, - Lucius Malfoy (reside atualmente na prisão de Azkaban). Narcissa Malfoy (agora Narcissa Yorick, esposa de Havard Yorick; reside atualmente na Escandinávia) -
- Isso é lixo, vamos ver fotografias mais recentes – Jocelyn interrompeu com entusiasmo.
Ginny obedeceu; de qualquer maneira, ela veria as informações com mais atenção depois. Dando uma pancada leve no pergaminho com a sua varinha, a biografia desapareceu. No fundo apareceu uma aba, e elas demoraram um bocado para perceberem que era um envelope. Anid aproximou a mão do envelope e tirou umas fotografias quadradas, todas de Malfoy.
Jocelyn assobiou e Anid segurou a respiração quando viram a fotografia de cima. Tinha sido tirada sem Malfoy notar, obviamente, e mostrava ele atravessando a rua. Ele usava roupas Muggle, um par de calças cinzentas e uma sweater preta. Ele tinha as mãos nos bolsos e passeava, quase casualmente, pela fotografia. Quando desapareceu de vista, voltou a aparecer no outro lado e começou a mesma jornada.
- Mudei de ideias – Anid suspirou – gosto de louros.
- Ginny, minha querida, gosto muito de ti, mas estou deveras tentada a deixar-te inconsciente, usar os teus cabelos para ativar a Poção Polyjuice, e tomar o teu lugar – Jocelyn disse com entusiasmo a mais.
- Obrigada, Jocelyn, Ginny disse sorrindo, dando-lhe uma pancadinha nas costas com força a mais.
Nos dez minutes seguintes, Ginny olhou com algum interesse as suas duas amigas imaturas a verem as fotografias. Elas davam "oohs" sempre que havia uma do Draco a fazer várias atividades, tal como cozinhar, ler, escrever com canetas Muggles, até a amarrar os cordões dos sapatos, com a qual elas ficaram surpresas. Elas gostaram particularmente de uma em que ele estava a tirar a camisa. Elas vaiaram as poucas fotografias com ele com várias mulheres lindíssimas, apesar de continuarem a ficarem entusiasmadas de como ele se vestia bem.
Ginny, por outro lado, olhava para as fotografias com o receio a aumentar no seu estômago. Ver de novo a face de Draco Malfoy trouxe memórias um pouco dolorosas de como ele tinha sido irritante em Hogwarts. Ela desprezava-o nessa altura; talvez ainda o fizesse, não sabia. E agora, sem ter pensado no homem durante meia década, ela deveria tentar aproximar-se dele e tornar-se sua amiga para o trazer de volta para a Inglaterra. Se calhar ela até teria de se tornar… o seu interesse amoroso.
Ginny não tinha nenhuma problema com homens ou relações com eles. Mas uma relação amorosa com Draco Malfoy? Ela preferia tornar-se uma freira.
"É para a tua missão, Ginny" ela disse para si mesma firmemente. "Não vai querer dizer nada. Estritamente profissional.
Enquanto ela pensava mais nisso, ela chegou à conclusão que a parte mais complicada não seria tornar-se amiga dele. Oh, isso levaria muito trabalho, mas havia coisas mais difíceis a fazer. Assumindo que ela de alguma maneira conseguiria entrar na sua vida, como é que ela alguma vez o convenceria a voltar para a Inglaterra? Ele podia ser vingativo, mas não era estúpido. Ele não voltaria para o país onde todos os agentes estavam à sua espera para o prender só porque a sua namorada ou alvo amoroso lhe tinha pedido para o fazer.
Antes de Ginny poder pensar melhor nisso, a chefe de Anid, Regina Winston, meteu a cabeça dentro do escritório e disse que precisava de Anid para a ajudar com algo. Relutantemente, Jocelyn admitiu que também tinha trabalho a fazer, e elas colocaram as fotos no envelope com pena. Ginny pegou no pergaminho e voltou para a sua própria mesa, pronta para o analisar em paz.
No resto das horas de trabalho, Ginny leu a informação que lhe tinha sido dado. Ela leu fatos que já conhecia – alguém que se pensava ser Malfoy tinha sido encontrado morto em Junho de 1998, o verdadeiro Malfoy tinha sido visto na França em Abril de 2002, onze Aurors (tecnicamente eram dez – um tinha sido mandado duas vezes) tinham tentado apanhá-lo nos últimos onze meses, e ele tinha sido visto há uma semana atrás em Madrid, na Espanha.
Para dizer a verdade, ela não tinha aprendido nada de importante. Ela poderia dizer a alguém que estivesse interessado que Malfoy tinha nascido na sua casa, nas primeiras horas da manhã do dia primeiro de Julho. Sabendo coisas tão ridículas como o fato de que ele tinha partido o braço direito quando jogava Quidditch infantil e tinha corrido o risco de que ele ficasse mais pequeno do que o esquerdo, ela sentia que podia passar qualquer teste sobre o assunto "Draco Malfoy".
"Como é que isto pode ajudar-me?" ela perguntou-se, franzindo as sobrancelhas. "Isto é informação sem a qual eu poderia viver sessenta anos muito felizes e saudáveis sem saber."
No fim do dia, Creedmore entrou outra vez no escritório de Ginny. Jocelyn e Anid pararam de fazer o seu trabalho para olharem para ele, ansiosas para ouvirem o que ele tinha a dizer.
- Amanhã de manhã vai ao meu escritório para os detalhes da viagem, Weasley – disse Creedmore. – Partes para Madrid no Sábado.
- Eu – Pansy declarou com um floreio – sou um gênio.
Draco levantou os olhos do livro que estava a tentar ler – o thriller Muggle sem sentido não conseguia cativar a sua atenção – e fixou o olhar em Pansy. Ela tinha acabado de irromper no seu apartamento e sequer tinha dito olá. Ela estava radiante, parecendo bastante contente consigo própria.
Num movimento rápido ela tirou o manto de lavanda e atirou-o para cima do sofá. Ela atravessou a sala em duas passadas, depois parou em frente dele, cruzando os braços. – Então? – ela perguntou hesitantemente quando ele se limitou a voltar o olhar para o livro. – Não vais perguntar porque é que eu sou tão inteligente?
- Se me importasse, - disse Draco arrastadamente, virando a página – talvez o fizesse.
Pansy não ouviu. Sentou-se no braço da cadeira larga na qual ele estava, cruzou as pernas elegantemente, e começou a sua história. – Ontem procurei algumas coisas. Tentei fazer alguma pesquisa sobre todos os bruxos e bruxas que trabalham no Esquadrão de Reforço da Lei Mágica. Felizmente para mim, tive acesso completo a todas as informações sobre Aurors e Hit Wizards…
Draco sorriu. Ele sabia o que ela queria dizer com "acesso completo"… Ela provavelmente tinha dormido com alguém que tinha acesso ai que ela queria. Era assim que Pansy resolvia as coisas.
- E li tudo o que precisava de saber. Levei algumas horas, mas finalmente limitei a escola do nosso… possível cliente… para dois aprendizes. Uma era uma garota de dezanove anos que tem todas as doenças conhecidas pelos feiticeiros. A outra era alguém de quem nós os dois… - ela parou, tentando achar a palavra correta – já ouvimos falar – ela decidiu-se. – E sabes qual das duas escolhi?
Draco não respondeu, fingindo ler o seu livro. Pansy sabia bem que ele estava a ouvir e continuou, - Escolhi aquela querida, querida amiga… Virgínia Weasley.
Draco levou algum tempo para perceber de onde tinha ouvido o nome. Ele posou o livro no colo e olhou para Pansy com um olhar inexpressivo. – Uma Weasley? – ele perguntou, levantando uma sobrancelha.
Pansy riu, sem ser parecido com o de uma menina para ser considerado um risinho, e juntou as mãos. – Oh, mas está aqui a melhor parte. Ela já é uma Hit Witch em treino há seis meses… o dobro do tempo que uma pessoa precisa para sair do treino. Isso prova que ela é bem incompetente, não concordas?
A resposta de Draco foi voltar a ler o livro.
- Vai ser fácil tirá-la do nosso caminho – Pansy continuo, sem se deixar afetar pela sua falta de interesse – porque – e aqui está uma parte ainda melhor – eu fiz com que ela não viesse para cá para te matar ou para te atordoar, como os outros Aurors tentaram. Não, ela está aqui para te levar de volta para a Inglaterra. De tua livre vontade.
Ele fechou o livro com um suspiro irritado. – Está bem, estou a ouvir – ele disse. Gostava de Pansy, e isso já era muito, considerando que ele não gostava de ninguém, mas às vezes ela conseguia mesmo irritá-lo.
Pansy riu outra vez – Ontem à noite, depois de ter planejado tudo na minha cabeça, visitei o nosso amigo Octavious Dunnegan, Chefe dos Aurors. Eu… persuadi-oa escrever uma carta ao chefe da Weasley, requisitando-a para esta missão. Eu chamei-lhe… - Ela riu mais uma vez -… Missão Malfoy.
- Por isso, agora – ela disse vividamente, levantando-se e virando-se para o encarar, a sua saia a rodopiar à volta das suas pernas, - não só tens uma Weasley idiota atrás de ti, mas ela também estará a tentar convencer-te a voltar à Inglaterra. Assim, ela vai precisar de passar imenso tempo aqui, logo o Ministério não mandará outra pessoa com mais capacidades atrás de ti. Podes despachá-la facilmente, e quando ela suspeitar de alguma coisa – quer dizer, se ela alguma vez suspeitar – os Devoradores da Morte já estarão livres.
Draco abanou a cabeça para ela, admitindo relutantemente que Pansy tinha feito um bom trabalho. Não conseguia ver nenhuma falha, pelo menos não na superfície.
Mas… a ideia de ter uma Weasley atrás dele incomodava-o. Ele não tinha exatamente uma boa impressão da família Weasley. Na verdade, uma das vantagens de "morrer" era que nunca mais se tinha de preocupar em encontrar-se com as pessoas que desprezava.
Talvez ele não tivesse realmente desprezado a família Weasley. Mas eles irritavam-no de todas as maneiras possíveis. Quando pensava nisso, de como ele tinha sido um fedelho mimado (mas quem é que ele estava tentando enganar, ele ainda era um fedelho mimado) ele não conseguia encontrar nada que pudesse gostar naquele rebanho.
E ainda assim ele não podia negar que seria fácil manter a Weasley ocupada. Só tinha de lhe atirar alguns comentários não muito lisonjeadores de vez e quando. Seria como nos velhos tempos.
Hmm. Talvez aquilo pudesse ser divertido.
- Obrigado – ele disse distraidamente, e voltou a abrir o livro.
- Não vai sair desta facilmente, Malfoy – Pansy avisou, tirando o livro das suas mãos. Ela baixou a face até ficar próxima da dele, sorrindo muito presunçosamente. – Vá lá, fale. Sabes que é verdade.
A sua boca torceu-se num sorriso – Pansy nunca parava de o divertir – mas conseguiu segurar-se para não o fazer e em vez disso, ficou com uma expressão de zombador. – Está bem. Pansy, és um gênio.
Ela ronronou, derretida.
Sexta-feira, 7 de Março, 2003
- Viajarás pela rede de Floo – explicou Creedmore na manhã seguinte, mal humorado como sempre.
Ginny estava outra vez no seu escritório (tendo chegado ao trabalho a horas, ela recordou-se com um sorriso de orgulho) e recebia informações sobre a sua viagem enquanto pensava no fato de que o seu chefe era extremamente frio. Ele estava constantemente a franzir-lhe as sobrancelhas – "deve ter tido uma noite difícil", ela pensou com prazer, sorrindo-lhe ainda mais. Ela tinha dormido como uma pedra e estava a sentir-se melhor que nunca com a perspectiva de trabalhar.
- Materializar-se de uma distância muito longa não é seguro – ele continuou, como se ela não soubesse isso – Vou deixar-te sair mais cedo hoje, à hora de almoço – franziu a testa ainda mais – para poderes empacotar todas as tuas porcarias. E quero dizer todas. Não vou deixar que desperdices dinheiro por precisares de comprar mais roupa, ou uma escova de dentes, ou champôs…
- E se eles se acabarem? – ela perguntou formalmente.
Ele continuou, fingindo não ter ouvido a sua pergunta. – Vais transportar tudo o que trouxeres para o meu escritório hoje à noite às sete horas – chegas mais tarde e não levas nada. Não vou esperar por ti. Mandarei a tua bagagem diretamente para a tua estalagem em Madrid, por isso quando chegares pelo pó de Floo as tuas cosias já estarão à tua espera.
- Vais ficar na estalagem "Amistosa" – ele acrescentou, entregando-lhe um dos folhetos que estavam em cima da sua mesa.
Ela inclinou-se para o apanhar. Encostando-se na cadeira, passou os olhos pela capa do folheto. Havia uma fotografia de um edifício que parecia como uma grande casa, branca e acolhedora. Uma mulher gorda e de cabelo cinzento estava à frente do portão, sorrindo calorosamente e acenando de forma entusiástica. Numa placa ao lado do portão amarelo-vivo podia-se ler «Estalagem "Amistosa": Desde 1887». Embaixo da imagem estava uma legenda: «Na sua visita a uma das mais fascinantes cidades Muggles europeias, venha passar a sua noite na Estalagem "Amistosa"! A estalagem mais amigável em toda Madrid!»
- Charmosa – Ginny murmurou, a excitação a invadi-la.
- Não é a única estalagem de feiticeiros na cidade, mas é das mais baratas – Creedmore disse, evidentemente sentido necessidade de fazer com que ela soubesse disso. – É dirigida por uma bruxa inglesa, comunicar com ela não deve ser um problema. Mas também, qualquer tipo de comunicação contigo, Weasley, costuma ser um problema.
Ela abriu a boca para protestar, mas ele nem a deixou falar.
- Vais ser transportada por pó de Floo diretamente para lá – ele deu-lhe mais instruções. – A dona – Aderyn Okal, acho que é esse o nome dela – sabe o que vais lá fazer, mas eu recomendo fortemente não falares disso. Só discutas o assunto se ela o mencionar, e se ela o fizer, dá respostas curtas e vagas. Percebes?
- Estou a perceber! – Ginny praticamente cantou, sem conseguir parar de sorrir bobamente com a cara dele a ficar cada vez mais vermelha.
- Dunnegan está a fazer o pior erro da sua carreira – Creedmore proferiu cheio de cólera – mandando-te para esta missão. – Ele olhou tão furiosamente para Ginny que por um minuto ela começou a sentir-se mal. – Agora sai da minha frente antes que eu arrebente uma veia jugular.
Ginny hesitou. – Senhor? – ela perguntou, forçando a sua cara a ficar sem expressão e sorrisos. – Tenho uma pergunta.
Creedmore já estava a mexer na confusão que era a sua mesa, olhando para baixo. – Despacha-te. Tenho trabalho a fazer; nem todos podemos ir de férias a Espanha.
Ginny mordeu a língua, segurando-se para não retorquir que não eram férias; era trabalho. E muito trabalho, se ela o fizesse bem. Mas ao invés disso ela disse: - Porque é que eu tenho de, bem, usar a minha personalidade para iludir o Malfoy e trazê-lo para aqui? Porque é que não o posso atordoar e fechá-lo numa mala e mandá-lo de volta?
Creedmore pausou, olhando para ela com alguma incredulidade. – Estás mesmo perguntar isso, Weasley?
Ela mordeu a língua de novo antes de responder – Sim, senhor, estou.
- Weasley, - ele disse, pousando os braços na mesa com brusquidão. – Deixa-me transmitir-te uma ideia completamente louca. Só uma coisa simples e insana da qual te podes rir.
Ginny não gostou do sarcasmo da sua voz. Ela lançou-lhe um olhar muito carrancudo.
- O – que – é – que – tu – achas – que – os – Aurors – tentaram – fazer? – Ele disse muito lentamente, como se ela fosse uma criança. – Dou-te três hipóteses.
Ginny mordeu o lábio inferior. Está bem, o homem tinha razão. Mas isso não queria dizer que ele tinha de fazer com que ela se sentisse idiota. Ela evitou olhar para ela, com medo que a sua expressão ativasse o seu temperamento. Não podia arriscar explodir, não agora.
- Eles tentaram atordoar o Malfoy – Creedmore disse. – Tentaram, depois de várias tentativas de o matarem terem falhado, quase onze vezes. Tentaram em todo o tipo de espaços. E antes de conseguirem, o sacana muda de país. De alguma maneira, ele sabe que os Aurors o encontraram.
- Então o que é que há de diferente desta vez? – Ginny murmurou, ainda a olhar para os pés. – O que é que nos leva a pensar que ele não sabe que eu estou a caminho?
- Não sabemos – Creedmore respondeu com um tom de voz que dizia claramente que não via nada de errado com essa alternativa. – Mas Dunnegan ordenou que tentasses uma nova aproximação. Isso está de alguma maneira confuso para ti?
- Não – Ginny disse de uma maneira cortante, e levantou a cabeça. Ele parecia divertido com ela. Levou uma quantidade considerável de energia para manter a sua raiva presa. Levantando-se, ela anunciou com alguma calma: - Vou agora para casa, não na hora de almoço. Tenho muitas coisas para arrumar, senhor. Vejo-o hoje à noite às sete.
Ela não conseguiu sair do escritório depressa o suficiente.
A verdade é que Ginny precisava de tempo extra, mas não para arrumar as coisas. Ela precisava ir para casa e dizer aos seus pais pessoalmente que se ia embora por alguns meses.
Só a sua mãe estava em casa quando ela se materializou na cozinha da sua infância. Apesar de todos os irmãos de Ginny já não viverem em casa, eram poucos os momentos em que ela não estava cheia de membros da família. Encontrar a casa vazia não foi bem uma surpresa, mas mais um alívio. Ginny não estava muito entusiasmada em dizer a um ou mais dos seus irmãos que ela ia perseguir o Malfoy em Espanha. Eles provavelmente a impediriam de ir. Mas como era o meio da semana, e durante as horas de trabalho, nenhum dos homens Weasley estavam em casa.
Molly Weasley estava sentada na sala de estar, tricotando da maneira Muggle. Ginny sabia que como todos os seus filhos estavam crescidos e tinham partido, Molly gostava de fazer essas coisas com as suas mãos para se manter ocupada.
A sua mãe ficou muito contente por a ver, e conduziu-a à cozinha. Ela pôs os utensílios a trabalhar para fazerem chá e sentou-se na mesa, à frente de Ginny.
- Então, Ginny querida – ela disse, sorrindo – o que te traz a casa num dia de trabalho? - Depois o seu sorriso transformou-se numa expressão de preocupação. – Não foste despedida, pois não?
Ginny riu. – Não, Mãe, claro que não. Tenho algumas notícias excitantes… - ela começou a explicar a situação.
Depois de ter acabado, e de as xícaras de chá terem voado pela cozinha para a mesa em frente das duas mulheres, Molly parecia ainda mais preocupada do que antes. – Madrid? – ela perguntou duvidosa. – Ginny, querida, não sei se…
- Eu sei que é uma notícia rápida – ela disse precipitadamente, um sentimento horrível a invadi-la. E se a sua mãe se recusasse a deixá-la ir? – Mas é a maior oportunidade da minha carreira. Se conseguir trazer o homem de volta, serei uma Hit Witch, sem dúvida alguma. – Ela teve cuidado em deixar de fora o fato de que ela sabia o nome do homem.
Molly parecia triste. – Não sei, Ginny – ela disse cansada, suspirando. – Quanto tempo vais estar fora?
Ginny encolheu os ombros. – Dois meses – ela disse, depois acrescentou – no máximo.
- Dois meses? Mas isso é tanto tempo.
- Vai passar rapidamente – Ginny assegurou-lhe.
- Então… esse homem de quem estás atrás, ele não é perigoso, pois não? – Molly perguntou cautelosamente. Ela bebeu o chá e deu a Ginny um olhar duvidoso, parecendo não saber se queria ouvir a resposta.
- Claro que é, Mãe, é por isso que o Ministério está atrás dele – Ginny disse, exasperada. Resposta errada. Com a expressão da sua mãe a piorar, ela disse rapidamente – Claro que para mim não é. Ele não sabe que estou atrás dele. Ele só é uma ameaça para o Ministério.
Ela não queria que Molly soubesse que ela não fazia ideia se o que ela tinha acabado de dizer era verdade. Ela não gostava de esconder coisas da sua mãe, mas às vezes era melhor. Às vezes as mães não precisavam de saber tudo.
- E se ele descobrir que trabalhas para o Ministério – perguntou Molly.
- Mamã, não tens de te preocupar – Ginny disse, levantando-se. – Prometo, nada vai me acontecer. Isto não é perigoso. É só um desafio. Quando voltar num mês, vou ser a mesma. Talvez a minha pele esteja um pouco mais escura, mas é só isso.
A sua mãe sorriu com isso, porque ambas sabiam que as hipóteses da pele de Ginny ficar bronzeada eram quase tão prováveis como o seu cabelo ficar louro com a luz do sol. Mas ela ficou séria rapidamente e disse, - Ginny, querida, não quero que vás.
Ginny olhou para a mãe, franzindo as sobrancelhas. – Vais me proibir de ir, é isso? – ela perguntou, com algum medo.
- Não, não, claro que não – ela disse. Levantou-se e colocou as mãos nos ombros de Ginny. Depois passou a mão pela sua camisa, limpando a poeira invisível. – Confio no teu julgamento, querida. Se acha que é bom ir, então vai. Eu só não quero que vá.
- Oh, Mãe, vou ficar bem – Ginny insistiu, beijando a sua bochecha. Ela afastou-se do abraço da sua mãe. – Escrever-te-ei duas vezes por semana, e nos falaremos por Floo ocasionalmente. Manda beijos ao Pai por mim.
Ela Desmaterialiou-se antes que Molly pudesse dizer alguma coisa.
Sábado, 8 de Março, 2003
Às sete horas da manhã, Ginny estava no meio do hall principal do Ministério da Magia. Os olhos sujos, o estômago a reclamar do pequeno pedaço de torta que tinha comido como café da manhã, era a quinta pessoa na fila para usar a lareira de pó de Floo.
Ela não tinha dormido muito na noite anterior. Os nervos tinham-na feito ficar acordada, e quando finalmente adormeceu, foi um sono leve e sem descanso. Finalmente, por volta das cinco e meia, ela levantou-se e tomou banho, vestiu-se e sentou-se durante outra hora, preocupada.
O que é que a tinha feito pensar que podia fazer isto? A perspectiva de viver sozinha na Espanha por meses aterrorizava-a, mas ainda por cima ter de fazer uma coisa difícil? Começou a desejar ter recusado a oferta.
Depois ela repreendeu-se. Não havia nada que a pudesse impedir de fazer esta missão. Estava dentro das suas capacidades, não era impossível. Sim, levaria muito trabalho, mas todas as coisas que valiam a pena na vida levavam. Ela ia fazê-lo, e caramba, no final ela ficaria orgulhosa.
O estômago irrequieto de Ginny fez um barulho não muito agradável enquanto a próxima pessoa entrava na lareira. Agora ela era a próxima na fila.
Ela só levava uma mala; uma carteira Muggle. Nela, tinha a sua varinha e um rolo de dinheiro Muggle que lhe tinha sido dado por Creedmore (- Deve durar-te o tempo todo; se receber alguma coruja tua a pedir mais dinheiro, terei um ataque cardíaco e a minha morte será a tua culpa – Ginny achou que essa ameaça era exagerada, e também um pouco tentadora). Ela não se conseguiu lembrar de mais nada para pôr lá dentro, visto que todas as suas coisas tinham sido empacotadas em dois malões que tinham sido mandados para a Espanha na noite anterior.
A pessoa à sua frente tinha desaparecido na lareira. Era a vez dela. Ela engoliu em seco, mordeu o lábio inferior, e avançou para agarrar uma mão cheia de pó de Floo.
"Eu consigo fazer isto", ela pensou com confiança renovada.
Ela atirou o pó para as chamas, que explodiu numa enorme chama verde. Respirando em fundo, alisando a saia, ela praticamente saltou para ela. Com uma voz surpreendentemente firme, ela disse alto – Estalagem Amistosa!
Ela andou à roda, violentamente, o movimento fez com que o seu estômago se encolhesse e ameaçasse vomitar o seu pequeno café da manhã. Agarrando-se à sua carteira, ela fechou os olhos e esperou que a viagem enjoativa acabasse.
Depois de um minutou, ela parou. Ela mal conseguiu ficar equilibrada quando os movimentos pararam abruptamente. Sentindo-se tonta, ela saiu da lareira, tentando recompor-se.
Ela tinha chegado na sala de estar. Olhando para a direita viu uma porta – com uma janela saliente por cima – que dava para o lado de fora. No seu lado esquerdo estava uma grande escadaria com um carpete verde. Em frente havia uma escrivaninha. Não havia ninguém por perto.
Ginny andou pelo quarto, notando os detalhes acolhedores do lugar. Nas paredes amarelas-pálidas estavam pendurados quadros de várias cenas da natureza. Ela escolheu logo o seu preferido; um retrato da floresta tropical, com pássaros de muitas cores nos ramos e lagartos a subirem às árvores. Quando as criaturas a viram, os pássaros começaram a piar muito alto, e o coaxar dos sapos pôde-se ouvir.
Fazia um barulho enorme. Ginny não tinha a certeza se aquilo era normal, ou se ela devia tentar calá-los de alguma maneira. Podiam estar a incomodar alguns dos hóspedes.
Nem um Segundo depois uma mulher vinha a correr pelas escadas. Ginny reconheceu-a como a que estava a acenar no folheto ela tinha uma expressão irritada na sua cara rugosa.
- Oh, estejam calados – ela disse para o quadro enquanto corria na sala. Depois fixou os olhos em Ginny e sorriu acolhedoramente. – Peço desculpa por eles, querida – ela disse apologética, rodeando a mesa. – Eles ficam excitados sempre que vem alguém novo. Ou seja, todos os dias. Eu devia mesmo mudá-los para uma das salas de trás…
- De qualquer maneira, qual é o teu nome, querida? – perguntou a mulher, Aderyn Okal.
- Ginny – Ginny respondeu, desviando os olhos do quadro barulhento – Ginny Weasley.
- Ah sim, Miss Weasley – disse Aderyn Okal – Vieste mesmo a tempo, sim. Pus-te num dos melhores quartos da estalagem. Parece-me que tens um trabalho difícil para fazer, por isso porque não ficar confortável quando podes?
Ginny sorriu e agradeceu e teve de se impedir de tentar ganhar mais simpatia da velha senhora. A sua missão seria difícil, seria bom queixar-se dela a alguém. Mas Ginny nem sempre ignorava o seu chefe; ela lembrou-se dos seus avisos para manter os seus assuntos vagos, e era isso que estava a planear fazer.
- O meu nome é Aderyn Okal, mas podes chamar-me de Addy – ela disse amavelmente, sorrindo e fazendo com que as rugas dos seus olhos se aprofundassem. – Ou Ms. Okal, o que preferires.
- Os teus pertencentes chegaram esta manhã. Levo-a ao seu quarto agora?
- Sim, por favor – Ginny disse educadamente.
Ms. Okal conduziu-a às escadas de onde tinha vindo. No topo havia um hall que se estendia para a direita e para esquerda. Haviam outras escadas que levavam para cima, mas essas mexiam-se. Ginny olhou para cima, vendo que elas podiam mover-se por todo o lado e chegar a todas as portas do terceiro andar.
- Isto costumava ser uma casa Muggle – Mrs Okal explicou, levando Ginny para a esquerda do Hall e afastando-se da escada que se movia. – O meu marido – que descanse em paz – adicionou o terceiro andar há vinte anos atrás para que houvesse mais espaço, e é por isso que tem umas escadas que se mexem. Este andar não tem, peço desculpa.
- Por mim não há problema – Ginny disse. De qualquer maneira, não estava habituada a ter umas escadas a aparecerem à sua porta sempre que precisasse ir a algum lado.
- Aqui está o teu quarto – Ms Okal disse, parando em frente de uma das várias portas brancas. – Duzentos e três. A palavra passe é Gerwin. O meu marido – ela acrescentou afetuosamente enquanto a porta se abria. – Este sempre foi o meu quarto preferido.
- Obrigada, Ms Okal – Ginny disse-lhe sinceramente, e atravessou a porta.
- Só mais uma coisa, querida – Ms Okal disse antes de fechar a porta. – Gosto de fazer as coisas da maneira antiga por aqui. No rés-do-chão encontrarás uma sala de jantar; não deve ser muito difícil de achar. Sirvo o café da manhã aos meus hóspedes às oito, almoço à uma, e o jantar é às seis. Será bem vinda a tomar qualquer refeição que quiser.
- Isso parece-me bem – Ginny disse, sorrindo. – Obrigada – ela voltou a acrescentar, e Ms. Okal fechou a porta.
Agora sozinha, Ginny deu um olhar em volta do quarto. Já estava iluminado, como se Ms. Okal estivesse à sua espera no instante em que ela tinha chegado, mas as cortinas estavam fechadas, impedindo a luz do sol de entrar. Fazia com que o lugar parecesse sombrio, mas ao mesmo tempo acolhedor numa maneira estranha.
A cama era larga, coberta por um cobertor branco, feita de madeira, e um dos seus malões em frente dela. As paredes estavam pintadas de um roxo vivo, com ornamentos dourados e velas azuis elegantes pousadas neles. Havia um armário feito da mesma madeira da cama, com a sua outra mala ao lado. A porta do guarda-roupas tinha um espelho de corpo inteiro na parte de trás. Uma grande cadeira que parecia confortável estava ao lado das janelas fechadas, e apesar de Ginny não ter inspecionado o banheiro com minúcia, ele parecia limpo o suficiente. Pelo menos ela tinha um só para si.
"Se este é um dos lugares mais baratos de Madrid", ela pensou com um sorriso, "nem quero pensar como são os mais caros".
Ela atravessou o quarto até às cortinas pesadas escarlates e abriu-as, deixando a verdadeira luz do sol entrar. Ela teve uma vista da estrada; estavam no meio de uma rua Muggle. Os carros passavam, pessoas vestidas com roupas Muggles estavam nos passeios, e ela reparou numa loja que anunciava aparelhos eletrônicos.
Com um suspiro, Ginny sentou-se na cama.
Então, ela tinha conseguido chegar a Madrid. Essa era a parte extremamente fácil. Agora, ela teria de encontrar alguma maneira de descobrir onde estava Draco Malfoy. E depois teria de se aproximar dele.
Ela inspirou profundamente, e depois levantou-se para procurar em um dos seus malões os seus pergaminhos. Era altura de começar a trabalhar.
Ela tinha adormecido. Por volta do meio dia e meio ela acordou com um salto, um pergaminho vazio no seu colo e uma pena quase a cair na sua mão. Suando, ela esfregou a cara que tinha uma expressão de sono e sentou-se. Ela queria delinear um plano para procurar Draco, mas agora já tinham passado quase cinco horas e ela não tinha feito nada.
Aborrecida consigo mesma, e com a sua missão, ela foi até à janela. O sol agora estava mais forte, e o tráfico rodoviário e pedestre tinha diminuído um pouco, mas vendo que era hora de almoço e que a maior parte dos Muggles tinham saído do trabalho por um pouco, ainda era considerável. A sua mente esvaziou-se, e ela olhou as pessoas a andarem.
"Caramba, Ginny, pensa!" ela pensou com ardor. Afastando-se da janela, ela andou pelo quarto.
Okay. Uma coisa de cada vez. Malfoy teria um nome falso naquela cidade? Nenhuma das informações que tinha recebido diziam que ele tinha mudado de nome, mas era completamente possível que ele o pudesse ter feito para proteção extra. Se ele tivesse, então seria ainda mais difícil encontrá-lo.
Ela sabia que ele já tinha vivido antes como um Muggle. A informação só lhe tinha dito isso. Mas isso não garantia que ele ainda estivesse a viver assim. Talvez ele se tivesse mudado para uma casa bruxa para iludir o Ministério. Para os apanhar desprotegidos. Ele tinha sido inteligente o suficiente para escapar onze vezes; ele seria esperto de antecipar o que é que ele estava à espera dele, e fazer de maneira diferente.
Então tudo o que ela tinha de fazer era prever o que ele pensava que o Ministério esperava dele. Pensar como ele.
Ela bufou, e virou-se para ver o seu reflexo no espelho de corpo inteiro. – Isto vai ser simples – ela resmungou para si mesma. – Tenho de decifrar a menta de alguém que não vejo há cinco anos. E nessa altura nem sequer compreendia a mente dele.
Facílimo.
Ela voltou a andar pelo quarto outra vez, com medo de adormecer mais uma vez se se sentasse. Bom, havia alguma coisa que ela podia fazer para encontrar o Malfoy. Ela teria de perguntar às pessoas na rua.
A ideia era arriscada. Ela teria de ir a lugares mágicos e muggles, e perguntar a várias pessoas se o tinham visto. Ela podia mostrar fotografias aos outros feiticeiros, mas teria de descrevê-lo aos Muggles porque não tinha fotografias paradas. Mas de todas as maneiras, era inteiramente possível que qualquer pessoa que ela perguntasse ia falar dela a Draco. Ele de certeza iria saber que alguém no Ministério estava atrás dele, e sairia da cidade num piscar de olhos.
"Sendo assim," ela pensou com vivacidade, "terei de praticar os meus Feitiços de Memória, não terei?"
Excitada por ter um plano mais ou menos plausível, ela decidiu descer e ver se os cozinhados de Ms. Okal eram bons. O almoço seria servido em dez minutos.
Como Ms. Okal tinha dito, a área de jantar era fácil de achar. Era tão encantadora como o resto da estalagem. Havia uma mesa longa e escura que podia, no momento, ter dez pessoas sentadas. Ginny suspeitou que podia ser aumentada se a estalagem estivesse invulgarmente cheia de hóspedes. Um pequeno, mas impressionante, candeeiro de cristal flutuava perto do teto, sem estar preso, com velas grossas e iluminadas da mesma cor daquelas que estavam no quarto de Ginny. O papel de parede tinha riscas douradas e vermelhas, e a carpete era de um bege simples. Havia outra mesinha mais pequena feita da mesma madeira que a maior, que tinha um arranjo de flores muito bonito. Havia outro vaso com flores – brancas e rosas, Ginny reparou com um sorriso – no meio da mesa de jantar.
Ela parecia ter sido a primeira a chegar. Olhando para o relógio, ela viu que eram as cinco para a uma; talvez ela tivesse ouvido mal Ms. Okal quando ela disse qual era a hora do almoço? Não havia nenhum sinal ou cheiro de comida.
Mas então Ms. Okal entrou pela porta que estava ao lado da mesinha pequena. Atrás dela pairava uma taça de porcelana com uma tampa. Ela viu Ginny e sorriu.
- Oh, olá, Ms. Weasley – ela disse contente. – Espero que se tenha instalado bem? – Ela acenou a varinha gentilmente e a taça pousou suavemente na mesa sem quase nenhum barulho. Outro aceno e o vaso de rosas estava ao lado do outro arranjo na mesinha.
- Instalei sim, obrigada – Ginny respondeu – O quarto é lindo.
- Pois é – ela concordou, o sorriso ainda a brilhar – Bem, fiz uma sopa de vegetais para o almoço; ficaria surpreendida se soubesse o quanto enche a barriga. Se quiser outra coisa, então é mais bem vinda para prepará-la na cozinha. Isto é uma estalagem, não um restaurante – ela acrescentou, apesar de o ter dito de uma maneira bondosa. – Por favor, sirva-se, já volto com algum pão e manteiga e jarros de água e sumo de abóbora.
- Obrigada, tenho a certeza de que a sopa me vai satisfazer – Ginny disse graciosamente, e sentou-se no meio da mesa,
Ms. Okal voltou para a cozinha, e Ginny olhou em volta. Seria ela a única a comer? Era um bocado enervante comer numa mesa tão grande sozinha.
Ginny estava a começar a perguntar-se onde estavam os pratos e os utensílios quando de repente, dez taças azuis e brancas de porcelana aparecerem em cada lugar. Com eles vieram um guardanapo branco e uma colher, faca e garfo.
Ela levantou a tampa da grande taça de sopa e estava a servir-se quando três outras pessoas entraram no quarto. Rapidamente, para que não parecesse que estava a olhar, ela observou-os.
Uma era uma mulher baixa, parecendo ser um pouco mais velha que Ginny, mas mais baixa, com cabelo louro escuro. Os seus olhos eram verdes pálido claro, e a sua cara estava cheia de sardas, tal como os seus braços nus. Eles lembraram Ginny das sardas da sua infância (ela ainda tinha algumas, mas a maior parte tinha desaparecido). Usava uma t-shirt verde larga que escondia a sua cintura fina e um par de calças de ganga.
Segurando a sua mão estava um rapazinho, de dois ou três anos de idade. Ele tinha o cabelo e sardas da mulher, mas os seus olhos eram de um azul vivo e brilhante. Ele usava uma camisa com gola às riscas brancas e azuis e umas calças caqui. No momento fazia beicinho com os lábios.
A terceira era outra mulher, só que ela parecia ter cinquenta anos. Ela tinha cabelo castanho que estava a ficar cinzento, amarrado num rolo desmazelado no início do pescoço. Um vestido sem forma verde pendia de uma forma patética do seu corpo magro como um palito. Ela lembrou Ginny de um pássaro; o seu nariz era comprido, os seus braços abanavam de uma forma estranha dos lados, e era muito magra.
- Oh, olá! – a mulher loura disse vibrantemente quando viu Ginny. – Deves ter acabado de chegar, não? Nunca te vi antes. O meu nome é Maili O'Sheldon, e este é o meu filho, Kevin.
A sua voz tinha um sotaque Irlandês que se notava logo, e ela falava rapidamente. Ginny apertou a mão que ela tinha estendido e respondeu – Prazer em conhecê-la. Sou Ginny Weasley.
- Ah, esqueci-me, este morcego velho é a ama do meu filho, Shannon Andrews – Maili acrescentou, abanando a cabeça em direção da mulher velha que se limitou a franzir as sobrancelhas.
Ginny pensou que era um pouco rude chamá-la de morcego velho, mas se calhar elas tinham uma relação que ela não entendia. Ela sorriu agradavelmente aos três enquanto eles se sentavam no lado oposto da mesa.
- Olha, Kevin, querido, o almoço é sopa – Maili disse ao seu filho, claramente a tentar animá-lo. – A sopa é divertida de comer, não é? É como comer água, só que tem sabor…
- Mamã, eu quero ir a uma loja de brinquedos! – o garoto reclamou. - Não quero comer água.
- Kevin, quantas vezes te tenho de dizer que não conheço nenhuma loja de brinquedos que gostes? – Maili perguntou, a sua voz a ficar mais dura num tom de disciplina. – Agora, porque é que não és um bom menino e almoças? Talvez depois eu pergunte a algumas pessoas e nós encontremos uma loja de brinquedos.
Kevin continuou a fazer beicinho, cruzou os braços e encostou-se com força na cadeira.
- Assumo que isso seja um sim – Maili sorriu, piscando o olho a Ginny.
Ms. Okal voltou a entrar, uma cesta de pão, um prato de manteiga e dois jarros brancos a segui-la. Ela disse olá Maili, o seu filho e Shannon calorosamente e eles trocaram cumprimentos; como está hora? Passou bem a noite? Vai visitar a cidade?
Ginny considerou perguntar ao trio se eles conheciam Draco Malfoy, mas ela logo colocou a idéia de parte. Eles não poderiam; estavam só de visita, e só tinham chegado dois dias antes, de acordo com a conversa deles com Ms. Okal. Além disso, não gostava muito da ideia de usar um Feitiço de Memória no menino, e não podia fazê-lo com a mãe à frente.
Alguns minutos depois, outro hóspede entrou. Era um homem, que já tinha passado dos cinquenta, com cabelo de cor da neve e uma barriga tão redonda que parecia que tinha engolido dois melões e meio. Ele andou – ou melhor, arrastou-se – até à mesa e sentou-se ao lado de Ginny. Ele cumprimentou Maili e a sua ama, usando os seus nomes o que provava que já as tinha conhecida, e reparou em Ginny, notando que ela era nova.
- Eu sou Nathaniel Marksmon – ele disse com uma voz com um tom algo pomposo; ele parecia estar a olhar para ela de alto a baixo. – E você é?
- Ginny Weasley – Maili disse antes de Ginny poder abrir a boca – Tem um ar mesmo Irlandês; não deve ser muito má, eh?
- Hmm. Algum - Nathaniel concordou sem prestar muita atenção, servindo-se de alguma sopa. – Vejo que a nossa, er, amiga Americana ainda não desceu.
- Oh, você sabe como ela é – Maili disse alegre – Sempre atrasada.
- Ela vem é quando lhe apetece – Nathaniel resmungou. Ele ficou com uma expressão muito séria. – Sabiam… Eu vi-a voltar ao seu quarto hoje de manhã. E trazia um homem com ela.
- Valha-me Deus – Maili gritou, pressionando a mão contra o coração – Agora uma mulher não pode levar um homem, é?
Ginny ouviu divertida, decidindo que gostava de Maili e não gostava de Nathaniel. Ele lembrava-a um pouco do seu irmão Percy, só que pior. Talvez porque ela gostava do Percy e conseguia tolerá-lo… às vezes. Ela comeu a sopa tão silenciosamente como Shannon a ama fazia, mas também prestava atenção com muita concentração.
- Mas de manhã! – Nathaniel exclamou. – Que tipo de… prostituta traz um homem para uma estalagem respeitável…
- Senhor Marksmon – Maili interrompeu, o seu tom amigável a tornar-se frio. – Por favor não use tal linguagem em frente do meu filho. Ele não precisa de a ouvir.
- Mamã! – Kevin gemeu ao falarem dele – Quero um brinquedo novo. Quero uma vassoura nova…
Maili riu, os seus olhos a ficarem mais calorosos quando olhou para o filho. – De maneira nenhuma te compro outra vassoura – ela disse-lhe firmemente, passando a mão pelo cabelo louro suave dele. – A que tu tens está ótima…
Ms. Okal salvou o dia com uma grande fatia de bolo de chocolate. – Toma, querido – ela disse a Kevin, sentando-se em frente dele. – Mas tens de parar de chatear a tua mamã, está bem?
Um sorriso espalhou-se pela cara de Kevin, fazendo-o ficar tão adorável que Ginny também quis ter um filho. A sensação passou de repente, no entanto, quando ela se lembrou da enorme tarefa que tinha de fazer.
Ginny acabou a sua sopa enquanto Maili conversava cordialmente com Ms. Okal. Apetecia-lhe perguntar a Maili se ela, Kevin e até Shannon queriam ir passear pela cidade com ela.
"Não", ela decidiu, "não tenho tempo para socializar."
Mais tarde, depois de ter apanhado o Malfoy, talvez ela tentasse ser amiga com a loura irlandesa. Mas por agora, tinha trabalho a fazer.
Muito trabalho.
N/A: Um capítulo de passagem. Falta de acção, blá blá blá. No próximo capítulo melhora, porque Ginny vê Malfoy, e aprende a esconder-se dele. E vamos conhecer a nossa stripper Americana.
Para receber actualizações dos capítulos (em inglês) juntem-se ao meu grupo e da Emma ( ). Se não quiserem, mandem-me um e-mail: receber actualizações.
N/T: MUITO obrigada às pessoas sexys que deixaram reviews, e também às pessoas que leram mas não deixaram comentário.
Akemi - Obrigada querida!! Adoro-te!!
Miaka - Aaaah não sei! É esperar para ver! :DD Obrigada!
Rute Riddle - Obrigada!! Vais ver que a história melhora!
Carol - Obrigada!! Espero que continue tudo a correr bem aí em Londres, e mal posso esperar para receber o meu autógrafo do Tom Felton :DD
Ann Black - Obrigada!! A fic é muito boa, vale a pena continuar a ler
Nana Malfoy - Demorei só um bocadinho, ehhehehehe. PAra a próxima prometo que não demoro tanto tempo. Obrigada!!
Obrigada a todos!! :
