Nota1: Weiss Kreuz não pertece a mim, quem dera!

Nota2: Esta história contém yaoi. Nada explícito, mas ainda yaoi. Se isso não lhe agrada, use o botão "voltar" e seja feliz! Se isso lhe agrada, leia, e seja muito feliz!!!

Nota3: Comentar esta fic é uma gentileza! Autores precisam de comentários para sentirem-se encorajados a continuar com o trabalho árduo de escrever. Então comente! É fácil, prático, e você ainda gasta algumas calorias escrevendo. Basta escolher "Submit Review" naquela caixa lááá embaixo e clicar no Go! A opinião é muito importante, principalmente críticas construtivas, e encorajamentos para continuar também! Agradeço de todo o coração!

Capítulo 10

Aliás, coisa não: pessoa. Por que raios Yuki estava deitada por cima dele, não sabia. E ainda por cima com as alças da blusinha escorregadas para baixo! Não, eu não poderia ter... Nós não teríamos... Mas não conseguia se lembrar muito bem da noite anterior. Apenas imagens difusas de vários acontecimentos, e podia reconhecer ali lembranças de coisas de muito tempo atrás como quase presentes. Era como se tivessem pego sua memória, um quebra-cabeças, e bagunçado todas as peças. Então elas estavam localizadas nos lugares errados em seu senso de tempo. Tentou raciocinar um pouco, e mais um pouco. Não funcionava. Era como se tivesse sido dopado por alguma coisa bem cavalar, e então perdesse todos os sentidos e toda a consciência.

Já que não podia pensar, que ao menos agisse, e assim o fez. Trincou os dentes enquanto suportava a dor de mover tendões retorcidos e latejantes, girando sobre o próprio corpo, saindo do torpor de uma dormência para entrar na agudez de um formigamento que viraria ainda uma câimbra em poucos segundos. Já havia girado valiosos sessenta graus, saíra da confortável posição de costas para um estranho equilíbrio entre a parte posterior da omoplata e o aquela parte macia de trás do braço, que poderíamos chamar de tríceps se este não estivesse completamente inutilizado.

Ainda assim, Yuki não escorregava de cima de si para o chão, e o peso dela, apesar de suave, não ajudava a lhe manter confortável naquela posição indesejável. Com um pouco de impulso – talvez bastante – virou um pouco mais e venceu o relevo que o braço causava e dificultava o processo de auto-rotação. Assim, ficou completamente de lado, e a menina caiu com um ruído fofo no chão, acordando imediatamente com um bocejo manhoso e esfregando com o peito da mão os olhos, só para depois piscá-los com um sorrisinho nas faces. Afogueadas.

-Dormiu bem?

-O que você está fazendo aqui?

-Eu perguntei primeiro.

Omi parou para pensar. Nem havia refletido sobre seu sono, tal fora a adrenalina despejada em seu sangue ao acordar. Mas levando em conta a dor muscular, e o torpor mental...

-Não, não dormi bem, se quer saber.

-Ora, por quê?

-Você está aqui – ignorou o brilho melancólico que tomou o rosto da morena – e meu corpo todo dói.

-Ora, só isso?

- "S"? Você ainda não me explicou por que está aqui?

-Não lembra, oras? Você pediu que eu ficasse aqui! Quer que eu conte o resto? – e riu maliciosamente.

O chibi tremeu, pensando no que poderia ter ocorrido, e de medo, balançou a cabeça negativamente. Podia muito bem ser poupado dos detalhes sórdidos. Yuki parecia decepcionada por ter sido recusada sua explanação. Entre os dois houve um silêncio de alguns minutos, como se fosse necessário um pouco de raciocínio para processar idéias das mais simples.

-Deixa que eu faço uma massagem em você, Omi.

-Não!

-Quê?

-Não quero!

-Ora, mas isso não é nada, e prometo que vai deixar você curado rapidinho.

-...

-Nunca teve uma massagista?

-Ora, claro que não! Com licença, mas...

-Não!

Omi ia se levantando e empurrando Yuki para longe, mas ela o forçou a se deitar novamente, de bruços, com uma força estranhamente desproporcional ao seu pequeno tamanho. Sentou-se então sobre o bumbum do pequeno, e começou a massagear seus ombros. Ele não admitiria, mas ela tinha uma habilidade mágica para a coisa, e logo, totalmente relaxado, permitiu que ela fizesse o que quisesse.

Aya...

--

Então aqui é a tal casa... Mas o que Ken quer que eu faça aqui? A suposta casa de Kaori era nada senão um velho muquifo vulgar, ao menos pelo lado de fora. Totalmente mal cuidada, com um velho portão enferrujado capengando na calçada. Ainda assim, tinha uma grossa corrente o prendendo em várias voltas ao muro com um cadeado de um dourado desbotado, e Yohji desconfiou de que, sem a corrente, o portão já teria tombado ao solo. Ainda assim, teve dificuldade de passar por aquela insignificante barreira física. Estou ficando velho... De fato, as pontas e arames farpados enrolados descuidadamente pela parte de cima do muro e do portão se mostravam subestimados, e ao chegar ao outro lado, Yohji tinha alguns cortes nas mãos, apesar das resistentes mas elegantes luvas de couro. Calma, você apenas está desconcentrado... Estou pensando demais em Ken e estou me esquecendo de ter cuidado... Beliscou-se duas vezes para acordar, e continuou em frente. O jardim que se seguia era insignificante, de grama tão alta que fazia cócegas aos joelhos, e muitos cascalhos e ervas daninhas brotavam do solo. Junto, e escondidas, plantas espinhentas saídas de um lodo baixo e gosmento, e a impressão dos caules que saíam do solo puxando fios grudentos era a mesma que se tinha ao ver pintos saindo do ovo, melecados em albumina. Não havia nenhum caminho para chegar até a porta de entrada, e em todos os cantos, encostadas nos muros de tijolos esfarelados e expostos, estavam grandes árvores de troncos grossos e escuros de onde os caules se projetavam quase que horizontalmente e descascavam. Estavam nascendo folhas novas, então as antigas deveriam ter caído em algum momento específico do outono naquele pequeno matagal, alimentando-o. Devia ser por isso também que havia tantos pequenos insetos morando pelo chão e pelas paredes. Enfim, aquele era um pequeno universo auto-sustentável, um tanto selvagem, o que lhe garantia que ninguém se metesse ali.

Yohji chegou até a entrada, surpreendendo-se por ter demorado tanto para passar por um caminho tão curto. Enfim, a porta! Esta era coberta de mofo e musgo, ambos formando uma casca densa e desagradável de tocar. Mas, se queria a gratidão de Ken, precisaria abrir aquela fechadura rugosa de ferrugem. Sinceramente, parecia bem claro que não havia ninguém naquele local abandonado, e podia muito bem dar meia volta e dizer que nada havia encontrado. Mas queria ser sincero, mostrar suas boas intenções, e compensar a consciência pesada por não estar procurando Omi do jeito que deveria. Queria conquistar a confiança do jogador, e, mais que isso, seu afeto e sua gratidão. Queria ver aqueles olhos verdes brilharem de emoção, queria ver alegria. Quem sabe, em algum momento, paixão? Além, estava preocupado com o desespero que Ken demonstrara ao falar de seu pesadelo. E se fora uma premonição? Ignorar isso seria ignorar Ken, e então, Yohji mereceria todo o desprezo e desamor.

Tocou na fechadura, mas sua mão voltou num estalo involuntariamente. Ora, não preciso entrar aí dentro, preciso? Essa fechadura deve estar totalmente emperrada pela sujeira que está. Será que Ken vai se importar tanto assim se eu não averiguar? O playboy deu-se um tapa no mesmo instante, como é que podia ser tão fraco e se contradizer logo após tomar uma resolução? Puxou a manga de sua camisa e constatou que seu braço estava arrepiado. O que havia? Tocou novamente a maçaneta. Por ser de metal, devia estar gelada. Quente. Quase queimou a mão. Aquele troço pulsava de um jeito repulsivo, como se fosse uma criatura viva. Dessa vez, voluntariamente retirou a mão, e bem rápido. Um arrepio cortou toda sua extensão espinhal, começando pela base, subindo velozmente e desacelerando ao mesmo tempo em que se intensificava em sua nuca. O que foi agora? Estou com medo? Era só o que me faltava... Tentou ignorar qualquer devaneio físico e agarrou com firmeza a maçaneta. Fria e imóvel como esperado. Começou a girá-la, e ela contrariava todas as avaliações baseadas em sua aparência. Subestimara-a. Girou maciamente uma volta completa. Abriu a porta.

Um longo grito agonioso violentou seus ouvidos, agudo e horripilante. Jogou-se no chão para se defender de um possível agressor enquanto tapava os ouvidos com as mãos. Instintivamente cerrara os olhos. Tão súbito aquele guincho começou, também parou. De agudo cortante e penado veio um silêncio repentino, e este, de tão profundo que se fez, assustava ainda mais. Apenas a respiração acelerada e entrecortada de Yohji era ouvida e essa sensação de que há alguém ou algo por perto, mas que agora isto estava quieto era alarmante. Significava ameaça, e os seus sinais físicos de pânico confirmavam as suspeitas. Algo estava o espreitando, esperando o momento certo. Tomou consciência de seus olhos fechados, então os abriu. Só percebeu três coisas – as paredes lavadas de sangue, o sangue que escorria de si próprio e um par de olhos que o encaravam tão de perto que podia sentir as pestanas – e perdeu a consciência.

-Bom dia, Ken. Acorde.

O moreno obedeceu, só estranhou que a voz lhe era familiar, mas a entonação diferente.

-Ahn... Bom dia... Aya?

-...

O ex-espadachim não tinha a expressão fria, mas seu rosto demonstrava ausência, como se nesse exato momento, logo após ter chamado Ken, tivesse perdido a noção de sua existência. Era como se estivesse em choque, mas o moreno não conseguia entender o motivo daquilo. Devia ter algo muito importante a falar mas não sabia como. Seria sobre Omi? Sabia muito bem o histórico amoroso de Aya, que incluía Omi e... Omi. Ou então, após o desaparecimento do chibi, Aya não tivera ninguém com quem se relacionar, já que Ken e Yohji sempre estavam isolados. Aya podia querer conversar, ter companhia ao menos, e não queria admitir, então procurava uma desculpa.

-Então... O que houve?

-Você sabe onde está Omi?

A pergunta foi feita assim, seca e sem emoção, embora não desinteressada e friamente.

-Se eu soubesse, não acha que já teria o trazido de volta para casa?

-Pare... Por favor...

-Ahn?

-O que houve entre vocês dois? Seja sincero, senão corto tudo o que você mais preza com minha katana. Ela ainda está bem afiada.

-Aya, sempre o mesmo. Ainda não superou o ciúme? O que aconteceu naquele dia entre nós três está muito no passado, eu próprio perdi meu contato com Omi... É claro que me preocupo, mas...

-Então você não sabe...

-Por que quer saber tanto? Por que não procura?

O ruivo agarrou o lençol com tanta força que chegou a mover Ken alguns centímetros por cima deste. Agora tremia. Duas lágrimas despencaram, mas não mais que a cabeça, enquanto o cabelo lhe caía piedosamente por cima das faces escondendo sua expressão.

-Durante... Durante todas essas semanas procurei desesperadamente por ele, mas não consegui achar! E você pergunta por que não procuro... Procurei até demais, e meu sofrimento só piora, porque não consigo achar! E... Eu quero muito achá-lo! Sem Omi, esta casa fica vazia!

-Seu coração também, não?

-...Eu...

-Seja sincero...

-É. Agora, mesmo você não sabendo do paradeiro de Omi, me diga, por favor, o que houve depois daquela data fatídica?

-Do que adianta?

-Eu preciso entender... Para me conformar... Vocês dois ficaram tão amigos... Omi te amava?

-Vou ser bem sincero... Você desrespeitou uma criança, e isso tirou o respeito que eu sentia por você. Omi era um menor de idade, e mesmo a diferença de idade entre vocês sendo pequena, você sabe que se você já era maduro e bem adulto, Omi ainda precisaria de um longo caminho para chegar a isso, porque ele nunca cresceu. Até hoje... Ele está mais sério, mas continua pensando como antes.

-Ele nunca chegou a descobrir o que era amar então...

-Chegou... Você nunca entendeu? Omi sempre amou você, e por isso que ele te negava. Por ser tão imaturo, ele queria escapar. Ele tinha medo! Medo de sentir paixão, medo de não dar certo, medo de sentir algo mais que solidão! Ele não queria se entregar assim a algo com o qual não estava acostumado, e que era maior que ele.

-Por que ele não voltou para mim quando estava maior, então? Mesmo depois de tantos anos...

-A coisa toda esfriou. Ele não seria tão descarado a ponto de chegar e dizer "Olá, Aya! Já estou crescido, veja! Vamos esquecer todos os anos em que enrolei você e viver um grande amor?". Francamente!

-Mas... E você...? Vocês dois? Nunca tiveram nada?

-Ele conversava muito comigo. Eu sabia de todas as suas inseguranças. Se ele amava você tanto e não assumia, não faria sentido eu tentar conquistá-lo. Não me amaria tanto, logo me assumiria menos ainda! E, convenhamos, somos todos homens aqui, não deve ser fácil para um menino com problemas de auto-afirmação assumir uma responsabilidade dessas. Há muito preconceito. Se ele não tem muitos amigos, teria menos ainda. Só sobrariam os verdadeiros. Só sobrariam...

-...Nós...

-É...

-Por que então você me olhava como se me repreendesse?

-Tinha raiva. Nunca fui amado, e você tinha um amor daqueles!

-Mas do que adianta ser amado sem tomar consciência disso?

-Ainda assim, já era alguma coisa. Tudo bem que você provou da fruta então queria mais, enquanto eu não tenho noção de o quanto poderia gostar, mas ainda assim, você tinha conquistado um coração muito frágil. E me dava mais raiva ainda saber que por sua causa Omi sofria tanto mais o que já sofria antes, e você estava totalmente impotente em relação a isso, e não foi sensível para conversar com ele e tirar aqueles pensamentos de sua cabeça.

-...Você o ama?

-Por quê?

-Fala dele como se lesse sua alma...

-Só falo o que ele próprio me contou.

-Mas ainda assim, fala com respeito... De quem venera.

-Hm... Prefiro guardar isso para mim.

-Certo...

-E você?

-Eu?

-Você realmente ama Omi como parece ou apenas não se conforma?

-Eu já não preciso guardar isso para mim, como você... Não faça essa cara, Ken. ...Eu realmente o amo... Não posso esconder, ne? E nem poderia. Sabe, quando eu encontrá-lo, quero fazer tudo diferente, um novo começo! Espero que ele me perdoe por tudo o que fiz... E me aceite. E quando e se isso acontecer, não deverei esconder isso de ninguém.

-Quem diria que o frio Aya tem um coração. Só espero que ele funcione quando for a hora certa.

-Obrigado... Vou deixar que você volte a descansar então. – e levantou-se.

Omi, onde você está? Preciso encontrar você antes de mais ninguém. Não quero nem imaginar o que aconteceria se alguém como Ken achasse-o primeiro. Estaria tudo arruinado... Nós não teríamos um reencontro emocionante, você não estaria aberto a mim... Eheh, por ironia, talvez nenhum reencontro aconteça... Você sumiu do mapa, Omi. Não deixou vestígios. Soube muito bem não deixar sinal algum em lugar nenhum, e se deixou, só você teria a capacidade de identificá-los. Pode ter sido raptado. Você pode estar morto! Mas não, sinto que não. Por que isso não estaria certo. Não está certo. Não é assim que grandes histórias terminam, e as nossas estão no meio recém. Sem você a Weiss não seria a Weiss porque você é a peça-chave! Omi, eu quero ver você!

-Aya...

-...?

-Ainda assim eu ainda não vou desistir dele.

--

Tudo silêncio. Tudo escuro.

Por que é que eu vim aqui mesmo?

Sem enxergar nada, Yohji começou a tatear ao redor. Aos poucos uma seqüência de acontecimentos organizou-se em sua cabeça. O pedido de Ken. A entrada na casa. A entrada... Como é que ainda estava vivo? Tinha sofrido um bombardeio de coisas assustadoras que lhe tiraram a consciência e estava certo de que não podia estar vivo agora. Mas estava. E por um momento isso foi mais assustador ainda. Estava tudo escuro, devia ser noite. Movimentou os braços e pernas pelo chão e não encontrou nada onde tombasse. Era apenas o assoalho. Se houvesse alguma outra coisa, devia estar distante, ou flutuando de alguma maneira mágica em cima dele. A porta devia ter sido fechada, porque não conseguia distinguir nenhuma escuridão diferente da que se encontrava. Nem uma luz de luar, nenhuma estrela. Nenhum cricrilar. Estava com medo.Levantou-se e começou a perambular em busca de alguma parede.

Certo... Eu não devia ter vindo aqui mesmo. Toda aquela hesitação de antes era um sinal. Não costumo ser tão indeciso! Foi um sinal para eu não vir. Para eu não averiguar o que há com essa tal de Kaori. Agora Ken pode estar preocupado... Ou não, ele não se preocupa com nada além de Omi, e deve estar pensando que saí em uma noitada, só para variar, em vez de estar fazendo algo por ele. Mas fui eu que plantei essa imagem em sua cabeça, não posso culpá-lo... Agora, sinceramente... Se tivesse alguém por aqui eu saberia. Está um deserto. E este ambiente me dá arrepios. E já está tarde. Preciso ir embora. Quem sabe se Ken viesse junto...

Seu pé esbarrou em alguma coisa dura, que rolou para longe quebrando espalhafatosamente o silêncio, além de dar a localização exata do playboy para qualquer coisa ou ser que estivesse por ali. Mas, tão logo o barulho cessou, nada mais aconteceu. A única alternativa era tentar amenizar o estado de alerta e procurar no chão pela tal coisa onde esbarrara, e então poderia guardar em seu bolso e descobrir o que era assim que saísse daquele lugar. Dez passos depois, encontrou o tal objeto, e tateando ele com as mãos, parecia ser uma lanterna. Quando apertou um suposto botão, a suspeita se confirmou, e um solitário facho de luz permitiu uma tênue visão do lugar. Bem, as paredes não estavam cobertas de sangue nem nada, mas também não eram as mesmas do salão de entrada, de qualquer maneira. Parecia que havia sido arrastado até outra localidade, e aquilo era assustador. Não podia distinguir direito a aparência das coisas. Tudo era nebuloso. Chegando perto de uma grande superfície cinzenta, concluiu logo o motivo de tudo ser difícil de enxergar: estavam os móveis tapados por lençóis, e estes, por poeira. Ainda assim, não se sentia seguro...

-Aya...

-Calma, quietinho... É apenas um sonho ruim...

-Yuki, eu...

-Você está delirando...

-Eu quero ir embora...

-Não, você está fraco... Descanse um pouco mais.

Omi girou os pulsos liberando a pressão que os segurava. A garota os soltou sem resistência, então ele pulou para longe dela e se encostou contra a parede, ofegante e assustado.

-Por que você ainda está aqui?

-Você pediu que eu morasse aqui... Fizesse companhia a você... Não quer mais?

-Não... Por favor...

-Está sendo orgulhoso... – e sorriu friamente – Deixe-me cuidar de você. Depois vou embora e nunca mais ouvirá falar de meu nome.

E se aproximou novamente, acariciando o chibi, lhe confortando como mãe e como mulher. Permitiria que esquecesse das preocupações, e do passado tão triste. Aya, Ken, Ouka. Eram apenas lembranças. Omi deveria aproveitar o momento, sem racionalizar o que fazia e o que deveria fazer na verdade. Deixou-se ser beijado. Deixou tudo e não a afastou.Ainda assim...

-Aya...

-Não fale mais nele... Ele está aqui? Não. Eu estou aqui, então fique comigo...

--

Continuou caminhando cuidadosamente e passando de sala em sala com a sensação de que qualquer coisa poderia lhe pegar. Nada acontecia, porém, e apenas seus passos quebravam o silêncio pesado. Abria portas e portas, subia e descia escadas, e nunca chegava a alguma saída. Estava perdido, e sentia medo. Ainda assim...

Dezembro/2003

Continua...

--

Comentários Finais da Autora: Acho que estamos chegando aos capítulos que não atualizei no site anterior... Mas saibam que mesmo quando tal site extinguiu-se, continuei escrevendo esta fic, na esperança de que algum dia ela pudesse ser terminada de ser lida por todos aqueles que a acompanhavam previamente.

Já quando passei para este site aqui, parece que a configuração de "enters" é diferente. Várias cenas de transição entre um personagem e outro devem ter ficadas confusas, pois não funciona mais o meu velho recurso de simplesmente dar algum "enter" a mais. Consertei algumas falhas, substituí os "enters" por "--", mas como só olhei por cima enquanto consertava as configurações do ítalico, a maior parte deve ter ficado só com "enter"mesmo. Peço desculpas pela confusão, e quando eu dispôr de mais tempo tentarei consertar eventuais falhas! É claro que a sua ajuda, leitor, será muito bem vinda neste processo.

Por fim, peço que comentem. Isso é realmente importante para mim, me encoraja a continuar escrevendo... Até porque minhas fics são longas o suficiente para que eu me desencoraje de escrever no meio do caminho. Então, por favor, façam essa parte. São calorias que vocês gastarão!