Macross: The Untold Story

Escrito por Verythrax Draconis -

Script ver. 1.1 - 30/10/2002

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Disclaimer:

Eu não possuo quaisquer direitos sobre a série Macross, ou alguma de suas continuações. "Super Dimensional Fortress Macross" pertence ao Studio Nue, Artland, Tatsunoko Productions e Big West.

Todos os personagens desta história foram criados por mim, salvo óbvias citações a personagens das séries originais, quando existirem.

Este é um fanfic sobre MACROSS, não ROBOTECH. Os eventos e nomes aqui narrados seguem, sempre que possível os nomes oficiais, ou de comum acordo entre os fãs da série japonesa.

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LIVRO 0 - Um prefácio e um prólogo

Capítulo 4 - O relatório e a descoberta

Terra, 12 de Dezembro de 2056.

O volume de papéis em sua mesa e a quantidade de textos em seu terminal deixavam claro que Murata não conseguiria terminar aquela revisão à tempo. Com certeza chegaria atrasado à casa de Nekias. Murata olhou para o relógio, desanimado. Aquelas revisões eram intermináveis. Ele já havia apresentado o seu relatório sobre a operação, mas ele sempre retornava, repleto de anotações e de trechos que precisavam ser reescritos. Os seus superiores eram muito cuidadosos com qualquer texto que passasse a mais leve impressão de ser uma informação incompleta, ou pior ainda, quando o texto revelava informação demais. Isso deixava Murata indignado. Ele sabia que espécie de informação deveria ser omitida em seu relatório final ao público, mas os altos escalões nunca pareciam satisfeitos com suas edições. Qualquer referência ao perfil histórico da época, conflitos internos ou aos crimes cometidos dentro do Thunderchild deveria ser cuidadosamente retirada. O Thunderchild deveria parecer uma nave épica, uma barca de Ulisses, repleta de heróis, em sua maravilhosa jornada de volta à Terra. Apesar do cruzador ter seus inúmeros heróis, era grande também o número de seus vilões. Com isso, não bastava omitir a história. Era necessário reescrevê-la. Isso era duplamente difícil para o major. Logo ele, que sonhava em um dia contar toda a verdade do cruzador, deveria redigir a farsa. Além disso, Murata tinha que ter muito cuidado para não revelar em seus textos nenhuma palavra sobre o que sabia 'extra-oficialmente' sobre aquela nave. Ele se sentia como se estivesse andando no fio de uma navalha.

Murata lia e relia o Diário de Bordo do UNS Thunderchild, tentando prender-se única e exclusivamente aos fatos narrados ali. Ele soltou um suspiro, logo seguido de um amargo sorriso. Infelizmente parecia que o Almirante Hoffmann, o comandante do Thunderchild, também compartilhava de sua inépcia em esconder este tipo de informação. O diário de bordo estava repleto de citações a respeito de suas terríveis provações a bordo daquele cruzador - e era exatamente estes tipos de citações que os senhores da UN Spacy não queriam revelar.

Talvez fosse muito mais fácil abandonar o verdadeiro diário do Thunderchild e substituí-lo por algum outro texto, escrito do zero. Murata estremeceu ao pensar o quão fácil tal idéia seria aceita por seus superiores, caso a oferecesse em alguma reunião.

Os textos daquele diário às vezes se pareciam demais com os apresentados no diário pessoal do Comandante Hoffmann. A sua própria versão integral já serviria para expor toda a verdade. Mas o diário de Hoffmann tinha uma clara vantagem. Estava escrito em papel, pelo seu próprio punho, com a sua própria caligrafia. Servia muito mais como prova irrefutável do que um texto digital em disco, que poderia ser facilmente alterado e falsificado - como ele estava fazendo naquele momento.

O diário. A imagem daquele livro, de páginas amareladas e encadernado em couro não saía de sua cabeça. Sem pensar, Murata começou a acessar em seu terminal as fotos da ponte de comando do Thunderchild. Nelas podia-se ver claramente os restos dos corpos das oficiais da ponte, assim como a grande imagem de Hoffmann, sentada ao fundo com a farda de Almirante. Hoffmann deveria ter sido uma pessoa impressionante. Mesmo naquela foto, com o seu corpo já putrefato, do qual restavam apenas os ossos recobertos por sua farda, ele parecia emanar uma sensível aura de poder. Parecia ser o capitão de um navio fantasma.

Cinturão de asteróides do Sistema Solar, 23 de abril de 2056.

Por uma das inúmeras escotilhas do UNS Etrakis, Murata observava a silhueta enegrecida do UNS Thunderchild, que era fracamente iluminada pelas milhares de pequenas luzes que brilhavam no Etrakis. Uma pequena fragata próxima servia de rebocador para o antigo cruzador ARMD, ligado à ele por imensos cabos, para garantir que este manteria uma órbita segura à margem do cinturão de asteróides. A frota tinha acabado de chegar ao local da descoberta, e optou-se em não tomar nenhuma medida externa para desligar os motores daquela nave fantasma. Tudo aquilo era necessário para garantir a integridade da nave descoberta e não atrapalhar qualquer investigação à respeito de seu destino ou estado das suas instalações, que pelo que tudo indicava, ainda estavam operacionais. Problemas de ordem mecânica não pareciam ter sido os causadores do trágico fim daquela nave.

O major deteve-se por vários minutos a observar aquela nave estranha. Ela era bem menor que o Etrakis e seu formato obsoleto contrastava com os modernos VF-19 que patrulhavam à sua volta, formando uma cena quase surreal. A nave tinha um estranho formato retangular, bastante chata em partes superior e inferior, com o seu dorso coberto de linhas bastante gastas, que antes serviam de pista de pouso para caças atmosféricos. Aquilo aumentava ainda mais o efeito irreal daquela visão. Parecia que o antigo porta-aviões Nimitz tinha ido parar no espaço exterior de alguma forma, para abrigar os atuais caças variáveis da UN Spacy.

Mas como aquele cruzador tinha chegado ali? Esse era um dos maiores mistérios daquela descoberta. Nenhum cruzador daquela categoria havia servido além das órbitas terrestre e lunar. Tampouco haviam servido na colonização de Marte – este tinha sido o papel dos destróieres classe Oberth. Além disso, os ARMD não eram equipados para realizar a dobra espacial. Para uma nave daquele modelo sair da Terra e chegar além da órbita de Júpiter seriam gastos vários anos - e um cruzador ARMD teria autonomia para pouco menos de um ano no espaço. Apesar de seus motores nucleares terem uma vida útil aproximada de quase cinqüenta anos, a tripulação morreria muito antes, por falta de comida e oxigênio. Murata estremeceu diante daquele pensamento. Provavelmente este teria sido o fim da tripulação do Thunderchild. As varreduras de sensores mostravam que não havia vida à bordo e, apesar dos grandes buracos no casco à estibordo do cruzador, tudo levava a crer que ela ainda estava pressurizada.

A descoberta daquele cruzador era algo que desafiava todos os livros de história. De acordo com os registros da OTEC e da antiga base lunar Apolo, somente dois cruzadores ARMD haviam sido construídos antes da Primeira Guerra Espacial, e haviam sido destruídos durante o primeiro ataque Zentradi, em 2009. Com as perdas da guerra, foram perdidos todos os registros sobre estas naves que, segundo a OTEC, se chamavam simplesmente como ARMD 01 e ARMD 02. O nome da nave, suas designações ou tripulação eram totalmente desconhecidos. A OTEC só possuía dados sobre a construção dos cruzadores na base Apolo. Os dados sobre o seu papel militar pertenciam apenas à UN Spacy, sendo destruídos durante o bombardeio Zentradi durante 2009 e 2010. Os demais ARMDs - 8 ao todo - teriam sido construídos durante a guerra, e estariam ativos até hoje, se não tivessem se tornado obsoletos. Cinco deles haviam sido desmantelados, e os outros três ainda serviam na atmosfera terrestre, sendo utilizados no treinamento de cadetes.

Mas os seus olhos não deixavam dúvida. Pintado em branco sobre a fuselagem azul escura da nave podia-se ler claramente o número "01". Aquela nave era, nada mais nada menos que o cruzador ARMD 01, dado como destruído em 2009. Apenas o sistema de reconhecimento amigo-inimigo do cruzador enviava um sinal afirmando que o nome daquela espaçonave era UNS Thunderchild. Murata observou os papéis que a UN Spacy havia lhe fornecido. Em nenhum deles - assim como nenhum livro de história - constava que este era o nome do cruzador ARMD 01.

Haruhiko olhou para o relógio. Estava quase na hora de se encontrar com a sua equipe, para realizar a primeira incursão dentro do cruzador fantasma.

Cerca de uma hora depois, lá estava Murata no tubo sanfonado do ônibus espacial que havia levado ele e sua equipe até aquela antiga nave. O ônibus espacial estava com o seu dorso voltado para a lateral do Thunderchild. De uma abertura em sua fuselagem saía o tubo de acoplagem, que estava ligado a porta de acesso externo do cruzador. Enquanto o engenheiro René Allaire abria as travas manuais da porta, o resto da equipe de incursão aguardava no tubo. Além de Murata e René, faziam parte da equipe a médica Alexa Miller, assim como o tenente Elias Pratt, do 15o. pelotão dos space marines da UN Spacy, com quatro de seus homens, armados de submetralhadoras.

"A porta está aberta, senhor." anunciou o engenheiro, com seu sotaque francês.

"Pode abri-la," disse Murata.

René abriu a porta, com ajuda de um dos marines. Para a surpresa de Murata, o largo corredor de acesso do Thunderchild estava iluminado e limpo, como se fosse de uma nave em atual operação. Murata sabia que os geradores da nave ainda estavam em funcionamento, mas seu subconsciente esperava encontrar um corredor escuro e deteriorado. Dois dos marines avançaram pelo corredor, parando em frente a primeira bifurcação. O resto da equipe entrou no cruzador.

A Dra. Miller consultou por um instante as leituras de seu PDA, olhando logo em seguida para o Major, que já havia entendido o que aquele olhar significava. Não havia mais traços de oxigênio na atmosfera do Thunderchild. Murata assentiu silenciosamente com a cabeça, pegando o PDA para consulta. A pressão atmosférica e a gravidade estavam normais, mas o ar não era mais respirável. Murata devolveu o PDA de Alexa e consultou o seu próprio, à procura das plantas do ARMD.

"Ok, senhores, por favor consultem os seus mapas. Sr. Allaire, gostaria que o senhor seguisse para a sala dos motores, juntamente com dois soldados. Dra. Miller, por favor dirija-se a central de controle interno do cruzador, enquanto eu e o tenente Pratt subiremos até a ponte de comando. Tenente, gostaria que um de seus homens ficasse aqui junto à porta, por garantia." comandou Murata, sendo prontamente obedecido.

Murata e Pratt seguiram pelo corredor subindo vários lances de escada até a ponte de comando. Os elevadores pareciam estar funcionando, mas Murata preferiu não arriscar. Chegando á torre que abrigava a ponte de comando, os dois oficiais encontraram a única e grande porta blindada, que dava acesso ao salão principal da ponte, entreaberta. Pratt assustou-se ao examinar a porta e fez sinal para Murata recuar novamente em direção á escada. Enquanto Pratt averiguava o local, o Major observou a sala com mais calma: as luzes em frente à porta não estavam funcionando e tanto na porta, como no chão à sua volta várias marcas de tiros e de explosão podiam ser facilmente identificadas. As poucas luzes de dentro da ponte de comando eram as únicas que iluminavam o local. Os dois oficiais se entreolharam, e entraram no salão com cautela.

Seguiram para o centro do salão, e encontraram os primeiros tripulantes do cruzador. As posições dos oficiais de sensores, comunicações, navegação e armas estavam ocupadas pelos cadáveres de seus operadores, já bastante decompostos, dos quais restavam um pouco mais que os ossos e cabelos. Os corpos estavam recostados em suas poltronas ou debruçados em seus consoles, dando a nítida impressão de que aquelas pessoas - na maioria jovens garotas - haviam morrido dormindo. Murata conteve uma leve sensação de enjôo, à medida que se aproximou do console de navegação, a procura do slot para conectar o seu PDA. Com um pouco de dificuldade, Murata conseguiu conectar seu aparelho, enquanto Pratt vasculhava a sala. Com poucos comandos, Murata começou a copiar os dados do computador de bordo da nave para o seu PDA, operação que deveria levar alguns minutos.

Enquanto aguardava o download das informações, Murata começou a observar com mais calma a ponte de comando. No console do oficial de sensores, Murata encontrou um corpo de uma moça ruiva, que pela sua estatura, não devia ter sido mais velha que sua jovem secretária, Martha. Ela estava debruçada sobre o seu terminal, como se estivesse tirando um cochilo - ou chorando. Sobre o terminal, próximo aos seus braços, estava um livro amarelado aberto, com sua lombada para cima. Murata cuidadosamente pegou o livro para examiná-lo. Era uma edição americana, de 2008, de "A Guerra dos Mundos", de H. G. Wells, aberta no primeiro capítulo. em uma das páginas, uma citação estava cuidadosamente grifada a lápis:

"'The chances against anything manlike on Mars are a million to one,' he said."

Murata estremeceu. Apesar daquela citação soar bastante ingênua em 2056, época onde a humanidade já havia contruído diversas colônias pela galáxia e a existência dos Zentradi em nossa sociedade já havia se tornado um lugar comum, aquilo de certa forma expressava todo o pânico e uma terrível e sanguinária armada alienígena, naquele terrível fevereiro de 2009. Apesar da queda da ASS-1 em 1999, os quase dez anos de paz que se seguiram até o súbito ataque Zentradi não haviam sido suficientes para mudar todo o imaginário popular de um planeta. "Deve ter sido terrível viver naquela época," disse Murata para si mesmo.

Murata foi desviado de seus pensamentos por uma luz, que se acendeu atrás dele. Virando-se, Murata viu Pratt, próximo a um interruptor, apontando-lhe algo no fundo da sala. "Veja isso, major," disse o tenente.

Murata olhou na direção apontada pelo oficial. Sentado na poltrona do comandante, estava o cadáver de um homem enorme, de cabelos e barba grisalhos, com a cabeça levemente abaixada para frente. Ele estava vestindo o traje completo de almirante e segurava o sabre, símbolo de seu cargo, cruzado sobre o colo. Murata aproximou-se do console do comandante, subindo o par de degraus que o colocavam em destaque. Com a curiosidade de uma criança, o major aproximou-se da mesa, correndo o olhar por tudo. Num impulso irracional, Murata estendeu a mão na direção do sabre para examiná-lo, mas seus olhos encontraram algo mais interessante. Um velho livro, com capa de couro preto, um tanto surrado, repousava sobre a mesa, com uma bela caneta-tinteiro deitada sobre ele. O livro estava colocado bem em frente ao almirante, como se este tivesse acabado de escrevê-lo.

Murata conteve seu impulso e, como uma criança assustada, virou rapidamente para trás, para verificar se Pratt havia testemunhado sua falta de compostura. O marine já estava agora distante do major, de costas para ele, observando as marcas de combate junto à porta. Mais tranqüilo, Murata não compreendia por que se sentia assim. Ele estava tomado por um desejo juvenil, uma energia que não sentia desde sua infância. Sabendo que não estava sendo observado, Haruhiko retirou a caneta cuidadosamente de cima do livro, e o tomou em suas mãos. Ele o abriu com cuidado, para não danificar suas páginas. No frontispício podia se ler, em uma caprichada caligrafia: "Almirante Thomas Edward Hoffmann - ARMD-01 UNS Thunderchild".

"Meu Deus, um diário!" pensou Murata, sorrindo compulsivamente. Aquilo era incrível. Não só havia sido encontrada uma nave remanescente da Primeira Guerra Espacial, mas também o diário de seu comandante, escrito à mão, que talvez não só servisse de relato da vida à bordo daquela nave, mas também seria um retrato daqueles anos tão conturbados. Com isso em mente, Murata folheou o diário, encontrando datas anteriores à Primeira Guerra, com relatos sobre a UN Spacy e o panorama político, assim como as Guerras de Unificação. O fim do diário se tornava uma espécie de diário de bordo do cruzador, relatando os últimos dias daquela tripulação.

Mas o deslumbre do major foi substituído por um gosto amargo em sua boca. Haruhiko conhecia como os altos escalões da UN Spacy e do Governo Unido funcionavam. Toda aquela informação seria analisada e filtrada incessantemente, e, dependendo do conteúdo daquele livro, talvez este fosse até destruído. "Prerrogativas de segurança", como chamavam.

Haruhiko estava fora de si. Tomado de um sentimento de urgência, ele pegou o livro e segurou-o consigo, como se alguém, a qualquer instante, fosse arrancá-lo de suas mãos. Nesse meio tempo, Murata percebeu que os técnicos da equipe já havia começado a passar os seus relatos pelo rádio, mas ele não havia se dado conta. O Major verificou novamente se o tenente não o estava observando, e procurou algum lugar em seu traje para esconder o seu achado. Enfiou-o apressadamente no bolso de seu traje que antes era reservado ao seu PDA. Ele correu novamente até o console do navegador e sacou o seu PDA, ao verificar que o download já havia sido concluído.

Nesse meio tempo, Pratt, que havia seguido para fora da sala, retornou com outro fuzileiro, provavelmente preocupados com o silêncio do Major ao rádio.

"Está tudo bem, Major?" indagou o tenente.

"Sim, tenente. Sem problemas. Em algum momento devo ter baixado o volume do meu receptor, por engano. Aqui é o Major Murata. Peço aos membros da equipe anunciem novamente suas descobertas." Disse Murata, fingindo estar mexendo no controlador de seu traje, em seu pulso.

"Vários corpos foram encontrados nos alojamentos e em posições junto ao hangar. Há vários indícios de combate dentro desta nave, senhor" reportou um dos marines.

"Os aparelhos, assim como as configurações gerais do ambiente interno da nave não apresentam problemas ou anomalias, Major. Ao que tudo indica, houve apenas o esgotamento do suprimento de oxigênio da nave. Também não existem indícios de que as aberturas no casco tenham causado descompressão." anunciou a médica ao rádio.

"Existem avarias nos motores de estibordo e em alguns thrusters, mas os motores principais e o reator estão perfeitos. A nave continua perfeitamente manobrável e em condições de operação mecânica e eletrônica", disse o engenheiro francês ao rádio.

"Existem vários caças variáveis a bordo, senhor. Alguns parecem ser VF-1s, mas existem outros modelos que não consegui identificar. A maioria está completamente destruída, e não me parece que algum deles esteja funcionando, senhor." disse outro marine.

"O quê? Você tem certeza disso, soldado? Não poderiam ser caças atmosféricos avariados?" Perguntou Murata, consultando rapidamente os dados da UN Spacy e da OTEC sobre os cruzadores ARMD - Os ARMD não eram preparados para receber caças variáveis. Este tipo de modificação só foi realizada após a guerra, para utilização destes cruzadores em treinamento de pilotos.

"Certeza absoluta, senhor, São todos caças transformáveis." confirmou o soldado.

"Bem, ok. Isso é suficiente, por enquanto. Quero que os senhores copiem qualquer informação que acharem relevante sobre os sistemas analisados. Quero fotos de tudo que for relevante. Nós sairemos daqui assim que terminarem" ordenou o Major, pegando sua câmera digital.

Murata instintivamente apalpou o livro em seu bolso. Aquele livro deveria ser examinado por alguém de confiança. E haviam poucas pessoas em que Murata podia confiar.

Terra, 12 de Dezembro de 2056.

Murata olhou para o relógio. Ele havia perdido mais de meia hora naquelas lembranças, sem ter revisado uma linha sequer de seu relatório. Definitivamente, ele chegaria atrasado na casa de Nekias.

O major soltou um suspiro desanimado.

Fim do Capítulo 4

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Notas:

- O USS Nimitz é maior porta-aviões dos EUA, em nosso tempo atual.

- OTEC é o nome do instituto criado para estudar a tecnologia alienígena descoberta à bordo da ASS-1, sendo formada por uma coligação Japonesa / Americana / Russa Soviética / AlemãOcidental / Inglesa / Francesa. A sigla "OTEC" é uma abreviação de "OverTEChnology" (Overtecnologia - nome genérico dado à tecnologia alienígena descoberta com a queda da ASS-1);

- Base Lunar Apolo é, como o nome diz, uma base situada na superfície da Lua, sendo um dos principais estaleiros espaciais da UN Spacy. OS cruzadores ARMD teriam sido construídos lá.

- O UNS Etrakis é um cruzador espacial classe Nupetiet-Vergnitzs, com capacidade para 16.050 pessoas, entre humanos/zentrans micronizados e zentrans em tamanho natural, e mais de 8000 mechas (entre caças variáveis e pods de combate) prontos para combate.

- Bombordo (BB) refere-se ao lado esquerdo da embarcação, e Estibordo - ou Boreste (BE) - refere-se à direita da embarcação, segundo os jargão da marinha, que é o mesmo utilizado para naves espaciais, no universo do Macross.

- Sistema de reconhecimento amigo-inimigo, ou "Identification Friend of Foe" (IFF), é um sistema usado normalmente em caças aéreos, para reconhecimento de aeronaves amigas ou inimigas durante o combate. Na vida real, não sei se é possível se descobrir tantos detalhes sobre a nave apenas pelo IFF, mas considerando que no universo de Macross o que impera é a Overtecnologia, acho que seria bem plausível que este sistema tenha evoluído até este ponto.

- Space Marines (fuzileiros espaciais, em português) são as tropas de solo da UN Spacy, para missões fora da Terra.

- Thrusters (ou vernier thrusters) são os jatos de manobra normalmente presentes em naves espaciais, para a realização de manobras no espaço. Este sistema existe na vida real, e está presente nos ônibus espaciais da NASA.

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Por favor, me escreva dizendo o que você achou deste capítulo. Todo feedback é bem-vindo. Meu email é O próximo capítulo será lançado em breve!

Verythrax Draconis,
30/10/2002 - Brasil