-não aconteceu nada olha só, o elevador está subindo.
Roxton se aproximou do elevador. Precisava dizer a Marguerite que estava arrependido de tudo que havia dito durante o jantar.
O elevador estacionou, mas Marguerite queria ir direto para o seu quarto sem dizer sequer uma só palavra.
-Marguerite eu preciso falar...
-Agora não Roxton. Depois nós conversamos. Eu estou muito cansada. Com licença e boa noite a todos - disse sem olhar nos olhos de ninguém. Estava muito envergonhada com tudo que havia acontecido que não queria ver os rostos de quem quer que fosse, e foi direto para o quarto.
-Roxton, vá dormir. Foi um longo dia e você precisa descansar.
-Mas Challenger...
-Vá dormir- disse o amigo
Tudo aquilo era inútil. Ele sabia que não ia conseguir dormir enquanto Marguerite não falasse com ele. Mas ele decidiu se deitar. Afinal de contas, de que adiantava insistir?Ela nunca aceitaria falar com ele. Pelo menos não naquele momento.
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-Marguerite
-Como você está Roxton?
-Sobre o que aconteceu ontem eu...
-O que aconteceu ontem foi apenas um terrível mal entendido. Eu apenas estava um pouco alterada por causa da bebida. Eu bebi um pouco de Champagne e falei aquelas bobagens.
-Bobagens? Você estava com ciúmes Marguerite. Admita pelo menos uma vez na vida que sentiu ciúmes.
-Eu? Ciúmes? De você? HAHAHA. Roxton, às vezes você consegue ser muito engraçado sabia?
-Então você não se importa se eu for embora daqui?
-E por que eu me importaria?
-Por nada Marguerite. Por nada - e saiu irritado do quarto de Marguerite.
Ela sabia que ele estava magoado. Mas, como das centenas de vezes anteriores, ela acreditava que ele a perdoaria novamente e tudo ficaria bem.
Roxton foi direto ao laboratório de Challenger. Precisava falar com o amigo:
-Challenger eu queria falar com você
-Claro Roxton. O que houve?
-eu precisava falar com alguém. Tomei uma decisão. Mas antes preciso de seu conselho velho amigo.
-pode contar comigo Roxton. Sente-se - apesar de ter a necessidade de conversar com alguém, Roxton não gostava de falar do seu relacionamento com Marguerite. Ainda se sentia incomodado de ter que compartilhar de algo tão íntimo. Mas, ao mesmo tempo, sabia que Challenger era um amigo muito próximo. Alguém em quem podia confiar. Tinha que confessar tudo aquilo que estava se passando.
-eu preciso tomar um rumo na minha vida Challenger. Eu não sei se um dia conseguiremos sair daqui.
-e o que você quer fazer meu caro Roxton?
-estou querendo sair um pouco da casa da árvore...sabe...eu preciso pensar um sobre a minha vida. Eu e Marguerite somos um desastre juntos. Sempre me rechaça quando me aproximo. Eu preciso me afastar dela Challenger. Eu preciso passar um tempo longe.
-eu não consigo entender a Marguerite. Mas, meu caro jovem, se afastar não vai lhes trazer tranqüilidade. Além do mais somos uma família Roxton. Como ficaríamos sem você?
-eu sei Challenger. Mas é que eu realmente estou precisando...
-então tudo bem Roxton. Apesar de não concordar com a sua decisão eu vou respeitá-la.
-então é isso. Eu não quero demorar. Preciso partir o quanto antes.
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Roxton estava fazendo suas malas quando Verônica entrou no quarto.
- o que houve?
-vou embora Verônica.
-hã?...o que???
-vou cuidar da minha vida Verônica. Agradeço a sua hospitalidade. Lhe serei sempre grato... – continuou arrumando as malas
-e para onde você vai, posso saber?
-ainda não sei. Mas acho que vou para Bakula.
-Não Roxton. Você não vai. Vamos conversar um pouco ok? Eu tenho algumas coisas pra te dizer e você vai me escutar...
Roxton e Verônica conversaram durante toda a tarde.
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No outro dia, durante o café da manhã:
-bom dia. O que temos para comer?- disse Marguerite se dirigindo à mesa.
-O de sempre- respondeu Verônica
-que engraçado Verônica, todos os dias eu faço a mesma pergunta e escuto a mesma resposta. Nem sei por que ainda pergunto o que tem pra comer. Onde estão a Finn e os rapazes?
-bom. O Challenger e o Ned estão lá embaixo tentando fazer funcionar aquele bendito moinho.
-hum...e o John?
-Ah...eh...ele...partiu logo cedo.
-a essa hora da manhã? E nem se despediu de mim?E para onde ele foi?
-anh...ele...eh...ele...viajou pra tribo
-viajou? Pra tribo? Desembucha logo Verônica eu sou macaca velha e conheço essa sua cara de quem está me escondendo alguma coisa.
-Ele vai morar.
-morar?
-É. Ele vai MORAR lá.
Marguerite começou a rir
- Roxton. Morando. Em uma tribo...Essa eu quero ver. Quando Assai chegar contando das aventuras de Roxton "o rei de Zanga", ou melhor, "o grande caçador branco" vai ser até divertido...
-Marguerite. Ele não vai morar em Zanga - disse Verônica mostrando um ar de constrangimento ao ter que dar essa péssima notícia a amiga.
-não??
-vai morar em Bakula.
-com Tiuna??
-...
-Responde logo Verônica.
-é...
-ótimo pra ele. Eu...vou...para o meu quarto.
Verônica sabia que, apesar de sua aparente calma e frieza, Marguerite estava sofrendo com tudo que acontecia. E como sofria! Verônica sabia que aquela era uma situação difícil, afinal de contas também tinha uma rival em Londres: Gladys.
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Dois meses se passaram. Nenhuma notícia do Roxton. Apenas uma novidade: Ivy. Uma garotinha de quatro anos que foi encontrada por Marguerite em uma das infinitas vezes que tentavam achar a saída do platô.
FLASH BACK:
Marguerite, Finn, Challenger, Ned e Verônica tentavam achar alguma fenda pela qual pudessem ter acesso a saída do platô. De repente uma nuvem de fumaça apareceu ao longe.
-nem inventem de ir até lá – disse Marguerite.
-eu não sei de vocês, mas eu tenho que ir até lá. Conheço algumas pessoas naquela região - Verônica
- eu vou - disse Ned
-eu também - disseram Challenger e Finn
- lá vamos nós entrar em encrenca outra vez. Sendo assim...- retucou Marguerite
Chegando lá se depararam com uma triste cena. A aldeia havia sido totalmente queimada e seus habitantes dizimados, inclusive os amigos de Verônica.
Ao chegar em uma cabana Marguerite ouviu um barulho. Sacou a arma, quando chegou mais perto viu uma pequena garotinha ajoelhada ao lado da mãe que estava morta. A garotinha estava em estado de choque. Não chorava nem falava nada. Apenas olhava para a mãe como se pudesse de alguma forma ressuscita-la.
-venha aqui pequena. Venha – Marguerite tentava chamá-la, mas a criança não queria sair do lado da mãe.
Com muito custo Ned conseguiu tirar a criança dali e a levaram para casa da árvore.
FIM DO FLASH BACKxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Ivy chegou trazendo alegria a casa. Os nossos heróis paparicavam-na, inclusive Marguerite. Isso mesmo! Marguerite paparicando uma criança! Talvez por que Ivy não fosse uma criança qualquer. Não para Marguerite. Madg queria que Ivy fosse uma "pequena dama da corte britânica", embora estivessem na selva. Fez alguns vestidinhos e até a ensinava como falar corretamente e se portar.
Ivy brincava em um balanço improvisado pelo Ned, enquanto Marguerite estava lavando suas roupas, no térreo da casa da árvore.
-ei, garotinha. Venha aqui!- A garotinha se aproximou do cercado que envolvia a árvore - você pode chamar alguém, por favor - a garotinha balançou a cabeça positivamente.
-Tia Maga!
-o que aconteceu Ivy?
-tem um homi lá fola
- não se fala homi, se diz homem Ivy. Me dê a mão. Vamos lá ver quem é.
Quando Marguerite se aproximou não podia acreditar: era Roxton.
