Desde já agradeço a todos os reviews que tenho recebido. Nunca pensei que fosse conseguir agradar tantas pessoas... Bom, errar é humano, por isso não me matem pelos erros de gramática!
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Capítulo 10 – Ártemis se recupera
Já eram quase 9 horas da manhã quando Diana entra no quarto de Ártemis. Os cabelos da jovem estão soltos e os olhos do rapaz brilham ao ver a imagem da amiga.
- Naconi?
- Aspone...
- Como sempre dormindo até tarde...
- Você que acorda cedo demais! – finge-se ofendida.
- Depois de tanto tempo, tínhamos que fazer uma grande confusão no nosso encontro... – o rapaz sorri.
- Nós sempre nos metemos em encrencas, mas desta vez eu fiquei muito preocupada. – A garota senta-se no lado direito da cama.
Ártemis acaricia o rosto da amiga com a sua mão direita e dá um sorriso maroto. Diana retribui o carinho passando a mão esquerda no rosto dele e encaixando a sua mão direita na dele. Ártemis pede emocionado:
- Naconi, eu te amo! Você quer namorar comigo?
- É claro, meu Aspone!
Os dois se beijam apaixonadamente. Cena vista por Afrodite e Máscara da Morte, que deram meia volta ao ver o romance dos garotos. Eles não queriam atrapalhar uma cena tão linda e especial...
Sem perceber que foram observados, os jovens começam um romance tímido. Ártemis senta-se na cama e Diana senta-se de frente para ele. Os dois estão ruborizados, mas Ártemis cria coragem e puxa o corpo da amiga para perto do seu. Eles se encaram e voltam a beijar-se.
Diana então o abraça e começa a passar as mãos pelas costas do rapaz, num movimento muito sensual para ambos. Sem querer, Diana acaba encostando na mão ferida de Ártemis. Mais uma vez se separam, desta vez eles estão parecendo dois pimentões, de tão vermelhos. A garota olha nos olhos do amigo e pede:
- Desculpa.
- Não fique assim, Na... Eu não sinto nada na mão esquerda!
- Bom, não é isso! Acho melhor para por aqui. Não queria que os cavaleiros nos vissem.
- Tem razão. Ficaria um pouco chato, principalmente se meu pai nos visse. – diz timidamente.
- Sim. Mudando de assunto, quer dizer que não está sentindo nada na mão?
A menina começa a passar a mão sobre as ataduras. Ártemis a observa. Era estranho, mesmo com a mão imobilizada, ele devia sentir o toque dela. Ele segura a mão dela e olha nos olhos da amiga. Com seu tom mais sincero, fala:
- Não se preocupe, eu juro que logo estarei criando lindas orquídeas para você e usarei somente a mão esquerda.
- Eu confio em você! – diz sorrindo.
Distraidamente, Seya entra no quarto e nem percebe o clima de romantismo.
- Bom dia, Ártemis. Como está se sentindo?
- Seya? Oi... – o garoto volta seu olhar para o seu visitante.
- Como já tem companhia, vou indo. Depois a gente se fala! – Diz Diana já se levantando.
- Espere Naconi! – Ártemis fala, quase se levantando.
A garota nem olha para trás, o que deixa Ártemis ainda mais triste. Ela corre para fora do quarto, sumindo no corredor. Seya fica sem ação.
- Acho que atrapalhei algo... – Seya diz tristemente.
- Imagina! Não precisa fazer essa cara de velório. Estou bem... – Ártemis sorri.
- Seya, nós dissemos para você esperar um pouco! – Reclama Shiryu.
- Não tem semancol não? – pergunta Hyoga.
- A Diana não gostou nada da sua entrada aqui... – comenta Shun.
- O que vocês estão estranhando? Seya sempre foi um intrometido... – Ikki fala.
Seya troca um olhar nada amistoso com Ikki e os outros. Ikki revida com um olhar assassino, enquanto os outros nem ligam.
- Amigos? Todos vocês vieram... – Ártemis dá um belo sorriso.
- Fico feliz em ver que já está bem. – Shun sorri.
- Rezamos muito pela sua recuperação. – Shiryu revela.
- Até o Ikki ficou preocupado... – Hyoga comenta.
- Eu acredito na sinceridade de vocês. Depois de ter passado 5 dias convivendo com vocês, sei exatamente qual foi a reação ou pelo menos imagino... – Ártemis fala, rindo.
- Duvido! – Seya fala.
- Bom, então começarei por você. Seya reclamou um monte e ficou irritado por não poder fazer nada, Shun chorou noite e dia, Ikki ficou sério e nem demonstrou sentimentos, Shiryu ficou rezando, passando energias positivas e incentivando os outros a acreditar no meu poder, já Hyoga, ao descobrir que poderia ajudar, foi logo se oferecendo... Falando nisso, tenho que agradecer-lhe, Hyoga. Se não fossem você e o Aioro, talvez eu não tivesse resistido. – Ártemis discursa.
- Não foi nada, você faria o mesmo por mim... Além do mais, somos amigos e era o mínimo que eu poderia fazer. – Hyoga fala.
- Garanto que o Afrodite lhe contou tudo! Eu o vi alegre e saltitante no refeitório... – Seya reclama.
- Eu acredito que não. Ártemis nem comentou nada da corrente que fizemos... Além do mais, Afrodite estava muito nervoso para reparar em alguém. – Shiryu observa.
- É verdade, Shiryu! Quando meu pai veio aqui, estava muito deprimido, mas nos acertamos. Que negócio é esse de corrente? – Ártemis da uma de curioso.
- Todos os cavaleiros e os ex-cavaleiros presentes se uniram a Atena numa espécie de corrente de oração. Até as amazonas se juntaram a nós. Foi muito lindo, uma cena nunca antes presenciada. É uma pena que seu pai tenha passado mal, pois não pôde participar. Saga e Aldebaran também não estavam conosco por que estavam cuidando de seu pai. – Hyoga explica.
- Foi uma cena inédita e arrepiante. – Shun fala emocionado.
Ártemis sorri. Eles continuam conversando por horas, recebendo as visitas dos demais cavaleiros e ex-cavaleiros de ouro. Uma das visitas mais marcantes foi a de Aioria, que ainda precisava de ajuda para andar.
- Aioria, você também veio? – O garoto diz emocionado.
- Eu tinha que demonstrar o meu apoio... – Aioria responde sofregamente.
- Sente-se! Você ainda está muito ferido. – Ártemis pede.
- Ah sim! Obrigado... – Aioria senta-se na cama, com a ajuda de Marin.
- Não me leve a mal, mas posso tocar em seu corpo? – Ártemis pede.
Aioria e Marin olham assustados para Ártemis. Ele percebe e diz sorrindo.
- É que eu gostaria de saber qual era a extensão de seus ferimentos...
- Ah, sim! Pode... – Aioria diz receoso.
Ártemis toca nas costas de Aioria, na região central e fecha os olhos. Ele se assusta e pede nervosamente:
- Marin, me dê papel e caneta.
- O que foi? – Assustam-se os dois.
- Os médicos não perceberam um pequeno problema, mas não se preocupem! Eu sei os ingredientes certos. Passarei também um remédio especial para poder cicatrizar as lesões internas mais rapidamente. – Ártemis está animado.
Ártemis não demora para voltar à casa de Peixes. Para falar a verdade, no dia seguinte Afrodite fizera questão de o levar no colo até sua casa, embora o filho não tenha achado necessário. Afrodite coloca o filho na própria cama e vai para a cozinha, pegar um copo de água. Cansado de ficar deitado, Ártemis levanta-se e começa a mexer nas gavetas, encontrando a carta que enviara para o pai. Ele lê e ouve a voz de sua mãe:
- Querido Afrodite, sei que há muito tempo não nos vemos e que talvez pense que eu esteja morta, assim como eu também pensei que tivesse morrido. Meu amor, preciso dizer que fui isolada do convívio social e abandonada pelos meus pais, numa terra desconhecida. Estou no Brasil e não tenho condições de viajar. Também tenho um pouco de medo da sua reação, pois descobri que você já não gosta mais de mulheres...
- Meu amigo, meu amor! Você foi o primeiro e único homem de minha vida. Agora estou à beira da morte e me arrependo de não ter ignorado o orgulho de meu pai. Eu achava que devia respeito a ele, mas ele mesmo me abandonou à própria sorte no momento que mais precisei dele. Afrodite, eu te amo e a nossa única noite de amor nos deixou uma lembrança bela e muito especial: nosso filho Ártemis.
- Sim, é verdade! Quando passei mal não era nenhuma doença e sim o fruto de nosso amor. O meu pai disse que tinha vergonha de mim, de você e do neto... quando ele viu Ártemis pela primeira vez, o garoto já tinha 5 anos e ficou horrorizado, pois além do nosso filho ter um nome feminino, também tinha um rosto angelical e afeminado, assim como você. Em algumas horas estarei num outro mundo, olhando por você e por nosso filho. Quero desejar que seja muito feliz e que aproveite cada dia de sua vida como se fosse o último, pois um dia será.
- Amor, sei que agora é um cavaleiro de ouro de Atena e o parabenizo pela sua conquista. Sei que é um grande homem e tem um bom coração, por isso enviarei o nosso filho à Grécia usando todo o dinheiro que juntei em todos esses 12 anos de trabalho e acredito que saberá cuidar muito bem dele, pois Ártemis não tem mais ninguém em quem confiar...
A partir desse trecho, a carta estava escrita com letras diferentes. Eram as letras de Ártemis, que emocionado, lia agora o trecho que ele mesmo escrevera.
- Pai... É estranho dizer essa palavra. Há uns 2 anos minha mãe contou tudo o que sabia sobre você, suas lutas, seu caráter, sua personalidade... É estranho, pois às vezes sinto como se já o conhecesse. Meu pai! Como sonhei com este dia, poder abraça-lo, amá-lo e sentir o carinho de um pai.
- Mesmo sem conhecer-lhe já me orgulho da pessoa que é. Não sei como será o nosso encontro e nem se você vai me aceitar como filho, afinal, temos apenas 13 anos de diferença de idade... Eu só queria ver seu rosto e ouvir a sua voz uma única vez, é a única coisa que lhe peço. Não tenho posses e nem posso lhe oferecer muito, apenas o meu amor, que já é o suficiente.
- Minha mãe acaba de morrer e decidi terminar de escrever essa carta. Devo chegar aí em poucos dias. Ela sempre me repetia que eu era a mais bela lembrança que ela poderia ter do amor que vocês tiveram um pelo outro. Eu acredito em você, meu pai e por isso resolvi conhecer-lhe pessoalmente. Pelos meus cálculos devo chegar à Grécia logo depois da carta um ou dois dias, eu acho. Preciso muito falar contigo, me espere!
Neste momento, Ártemis chora. Lembranças de seu passado, de sua mãe, vêm à sua cabeça. Afrodite entra no quarto e percebe a tristeza do filho.
- Não fique triste, ela está bem... – Afrodite o consola.
- Eu sei. Estou me lembrando de tudo o que aconteceu nos últimos dias, na reviravolta que minha vida deu em apenas 2 ou 3 meses... – o garoto declara emocionado.
- Eu também estou feliz com os últimos acontecimentos, querido. Sempre sonhei em ter um filho e agora estou ao seu lado. – Afrodite também se emociona.
Ártemis solta a carta no chão e abraça o pai, que retribui com outro abraço fraternal. Afrodite sorri e pega a mão esquerda do filho, segurando com muita delicadeza...
- Para a minha felicidade ficar completa, só falta você recuperar a sua mão.
- Pai, eu já lhe disse que você não tem culpa... Olha, eu não me importo de perder os movimentos da mão. Tendo você ao meu lado, não posso mais reclamar de nada...
- Ártemis...
Os dois novamente se abraçam e Ártemis afirma com toda a sua segurança:
- Independente disso, eu irei recuperar os movimentos de minha mão esquerda e antes do que possa imaginar, você nem se lembrará que um dia ela esteve ferida...
Vários dias se passam. Ártemis ainda não consegue sentir a mão esquerda, mas sua energia já dá e sobra para ajudar os amigos. A cada dia que passa, os cavaleiros ficam cada vez mais próximos dos 100 por cento de poder. Suas receitas são consideradas miraculosas e o que mais estranha a todos é o fato de todos saberem que fisicamente a mão de Ártemis está curada, mas ele não consegue mover um músculo. Um de seus casos mais interessantes foi a recuperação de Aioria, que 3 dias depois do começo do tratamento já não tinha mais nenhuma sombra dos ferimentos causados por Ikki.
Como todos os cavaleiros e aprendizes já estão com seu poder total, uma nova luta é marcada. Ártemis já estava se adaptando a não usar a mão esquerda e decidiu que lutaria também. Afrodite discordou no início, mas reconsiderou quando foi aceito que ele também imobilizasse sua mão esquerda, ficando em iguais condições.
De todas as lutas, os resultados não haviam sido muito surpreendentes. Shun ficou com a armadura de Virgem e Seya com a de Sagitário. O restante dos cavaleiros continuaram com suas armaduras e agora era a esperada luta entre Afrodite e Ártemis. Desta vez eles se encaravam frente a frente, sem máscaras. O clima de suspense atingia a todos.
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Devaneios da autora:
Como não queria escrever qualquer coisa e não estava inspirada para escrever a luta, deixo o suspense para o próximo capítulo. Se tudo der certo, no fim-de-semana ele estará on-line!
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RESPONDENDO:
persefone-sama: Como pôde ver, não podemos dizer quem se recuperou mais rápido, pois o Ártemis estava ajudando os outros amigos... Essa era a minha intenção desde o começo, por isso deixei Ártemis com poder de cura. O próximo capítulo será muito especial, já comecei a imaginar algumas cenas e não quero estragar por precipitação...
Amy-Lupin-Black: Nossa, fiz você chorar? Não pensei que tivesse ido tão fundo. Obrigada pelos elogios e, por mim, não vejo problemas se você chamar o Ártemis de Aspone, só vai ter que se preparar para a reação da Diana... rs. Bom, tenha certeza que esse é apenas o começo de um romance mais sério entre os dois... E sobre a carta, desculpe! Eu sinceramente esqueci de escrever essa parte, por isso decidi escreve-la aqui... bom, aí está o novo capítulo, gostou?
