Introdução: Vento frio

Aquele vento gelado, em pleno verão, assustava a garota sentada no chão do quintal. O frio daquela tarde fazia com que os poucos pêlos das pernas descobertas se arrepiassem, a fazendo encolher-se ainda mais.

Aquele tempo assustava-a; estava indeciso, talvez como ela, mas na verdade a garota sentada ao chão não sabia muito bem, o por que da sua confusão.

Era simples, mas não para ela. Onde ela aprendera tudo, todas as formas de sentir, de chorar até. Uma escola pública da vida! Onde se aprende os podres que ela pode lhe pregar. Mas ela ainda não se acostumava com aquilo. Para ela, acordar todos os dias e ter sua família por perto, esperando-a para tomar café; tudo isso era o suficiente.

A vida em Hogwarts? Ah, isso ela não se esforçava em ter. Claro que com os estudos, levava a sério. Estava sempre entre as melhores alunas, sempre presente nas aulas. Mas falando de sua vida pessoal e social, ela não fazia questão de se esforçar em ter uma.

No jardim, ela poderia observar os pássaros cantando, talvez chorando, como ela queria estar.

Sim, ela queria chorar, mas o vento gelado não deixava que chorasse. As lágrimas poderiam congelar, doeria muito mais. Achou melhor então, sentar-se no chão, se encolhendo por cousa do frio.

O verão mal havia começado, e já pensava nas férias do ano quem vem. Ela não gostava de pensar em quando voltaria para a escola, tinha medo de lá; não que fosse perigoso, mas ela simplesmente não se sentia segura.

Amigos? Não, ela não tinha, só os velhos amigos que carregava sempre em sua mochila, os livros.

Grandes companheiros. Eram gentis, não a irritavam. E ela poderia chorar ao lado deles, eles não a perturbariam, respeitariam seu sofrimento.

Suspirou quando sentiu o frio intensificar. Ela teria de voltar para a casa, enxugar o caminho feito pelas lágrimas, voltar a sorrir, fingindo. Como ela sabia fazer.

Lentamente levantou-se e foi para dentro de casa, entrando pela porta de trás, sabia que não encontraria ninguém em casa. Sua irmã Petúnia havia saído com as amigas e seus pais com certeza estariam nas festas de trabalho. Ela poderia chorar então.

Passou pela cozinha – em perfeita ordem; sua mãe nunca sairia sem arruma-la. Foi andando, com os passos lentos até chegar na grande sala de estar. De lá, jogou-se sobre os sofás, fazendo com que as almofadas caíssem no chão, desarrumando horas de esforço para ajeita-la.

E lá começou a chorar, sem se importar com o vento que entrava sorrateiro, pela janela. Apenas pensava que sua vida era um grande lixo.

"Você não tem amigos, Lílian. Nunca vi uma garota da sua idade não ter amigos!", Petúnia dizia sempre, querendo que a irmã chorasse. Era verdade, sua vida era um lixo, uma grande merda. E se perguntava porque chorava no sofá xadrez da sala de estar.

Ora, ela não tinha amigos por que não queria tê-los! Simples para ela, mas difícil para os outros.

Enganar, mentir. Isso ela sabia fazer, mas não para si própria. Algo fazia com que ela não conseguisse enganar-se. E era por isso que sempre era sincera com sigo.

O barulho de porta sendo aberta despertou-a. Levantou-se bruscamente e limpou as lágrimas traiçoeiras.

Passos ecoaram no ar, e logo viu o rosto de sua irmã Petúnia, com sua habitual arrogância, como se esta achasse que o mundo fosse dela, e não de Lílian Evans.

-Nossa, olha essa sala, mamãe vai te matar! – falou rindo, imaginando a boa surra que Lílian teria de levar por fazer tal bagunça.

-Ela não vai saber. – ela disse pegando sua varinha e fazendo um feitiço. Logo todas as almofadas estavam arrumadas.

-O...Que, como ousa? Como ousa fazer bruxaria dentro de casa! – Petúnia gritou, enquanto se afastava sutilmente da irmã. Para Petúnia, a irmã não passava de uma aberração, aberração esta que devia ser trancada num quarto escuro, sem direito a comida, água. Até que morresse de fome.

Mas seus pais a protegiam, e isso era como uma grande ferida em seu ego. Era por isso que contava os dias, os meses, os anos para que o dia de seu casamento com Valter chagasse logo.

Lílian riu, divertindo-se com o desespero da irmã.

-Por que você está tremendo, Petúnia? – perguntou cínica, enquanto recolocava sua varinha no bolso. Aproximou-se de vagar.

-Não se aproxime sua aberração! Ou conto para mamãe! Você disse que não podia fazer esse tipo de coisa em casa!

Lílian suspirou e se afastou. Outro problema. Descumpriu regras, logo chegaria uma coruja, avisando-a para não utilizar qualquer feitiço na frente de trouxas. Esse tipo de carta, ela sempre recebia. Mas nunca era nada sério, por isso não fazia questão de consertar essa infração de lei.

Gostava de provocar a irmã, mas cansava-se rápido. Logo ignorava aquela garota magra, que tremia sempre que tirava sua varinha do bolso.

Andou até o quarto.

Não era muito grande, mas gostava dele mesmo assim. Tinha uma cama bem perto da janela, o armário ocupando a outra parte da parede amarela. Sentou no chão, em cima do tapete cor-de-rosa que tinha a muito tempo.

Choraria mais? Não sabia, talvez se abrisse a janela, deixando o vento gelado entrar no quarto, ela pudesse parar de chorar. O velho frio que sempre acompanhava fazia questão de secar suas lágrimas. Congelando-as. Doía muito mais não poder chorar e guardar para si todo o sentimento de solidão que se encontrava dentro dela.

Chorar ao menos a acalmava. Sentia um grande alívio, era sua forma de 'botar para fora' os sentimentos reprimidos.

E a janela estava aberta, os raios do sol estavam se apagando, logo a noite chegaria, trazendo um pouco mais de frio para as pernas descobertas.

Nota da Autora: Olá pessoas Lindas!! Aqui estou eu novamente, tentando escrever algo decente pra vcs!

Eu nunca cheguei a pensar que um dia eu iria escrever uma fc T/L, mas o mundo eh mto estranho não é mesmo?

Mari: Pessoas, se você não gostarem, não me culpem, eu não escrevi um "a" nessa fic. Ela não deixou. É uma fic completamente MiaH. :(

Sim, isso mesmo. Só peço uma coisinha tão básica...Por Favor deixem reviews!

É, por que eu não vou continuar a escrever se receber pelo menos um "tá horrível, MiaH". Sabe, críticas são mto importantes para mim, e elogios tbm! Por isso, comentem, ok?

Sobre as atualizações: Vou tentar não demorar, mas eu tbm tenho que ajudar o trasgo disfarçado que é a Mari com a fic dela...

Mari: Hey, não sou um trasgo disfarçado! ¬¬

Nos primeiros caps, o Tiago não vai aparecer muito, vou logo avisando vcs! Mas tenham paciência, ok?

Bem, acho que já falei tudo que eu queria...

Não esqueçam de deixar reviews!

Beijinhos!

o/

Ps: Sem beta, mas vou tentar não errar.