Caminhando lentamente
para a torre da Grifinória Hermione se pôs a pensar, o
que era a coisa que atualmente só fazia. Ela não
tinha plena certeza sobre seus sentimentos... era verdade que ela
ainda pensava em Vitor, mas afinal, não tinha acontecido muito
entre eles. E mesmo sabendo sobre os sentimentos do próprio
Vitor por ela, sempre restava uma dúvida. E era verdade que
ela falava muito de Harry. Mas isso era porque ela estava preocupada
com ele. Verdade! Ele tinha sido injustamente posto naquele torneio.
Naquele momento Harry precisava ter algum apoio. Ele era o
injustiçado daquela história toda. A verdade era que
ele sempre precisou de ajuda. Sempre precisou de um suporte para se
manter em pé. E a outra verdade era que Hermione sempre fora
aquele suporte, mesmo que inconscientemente. Ela só gostaria
de saber quando foi que isso mudou para algo mais. Ou talvez não
tenha mudado, talvez Hermione estivesse enxergando coisas demais.
Talvez tivesse confundido afeto com amor.
- Hermione! – chamou
alguém atrás dela. Harry subia as escadas, um pouco
apressado, para acompanhar ela. Hermione não sabia por que,
mas queria virar as costas e deixar Harry correndo atrás dela.
Mas não o fez. Harry alcançou-a. – Acho que a gente
precisa conversar. – disse ele, sério.
- S-sobre o que? –
era agora, será que ele tinha percebido? "Hermione!! Use a
cabeça para algo útil. É claro que ele já
percebeu"
- Sobre você... e sobre... mim. – disse ele.
Hermione não entendeu.
- Sobre você? – perguntou
ela curiosa.
- De uma certa forma. – disse ele. Tinha alunos
empurrando-os. Era meio óbvio por que eles estavam no meio das
escadas. Hermione olhou para ele. Ela não sabia porque mas
queria ficar ali parada, só olhando para os olhos verdes dele,
que hoje tinha um brilho diferente. "Talvez seja seus olhos se
refletindo nos dele..." disse uma vozinha na mente de Hermione. –
Mas não aqui! – disse ele de repente. Hermione sentiu seu
rosto ficar levemente corado. Aquilo já era um progresso,
afinal se fosse há dois dias atrás ela iria parecer um
tomate ambulante.
- Ok... cadê o Rony? – perguntou ela,
estranhando. Harry parecia ter se tomado só aquela hora.
-
Sabe que eu não sei... – disse ele, pensativo – Eu vi ele
saindo do salão, mas não lembro de ter visto ele
subindo com a gente.
- Isso é estranho... ele não é
mais monitor... não vejo razão para ele ter sumido. –
disse ela pensativa.
- Talvez ele tenha pego um atalho... –
concluiu Harry. Hermione concordou.
- É talvez... – eles
seguiram juntos o
tumulto.
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TOC
TOC...
Draco se levantou assustado. Olhou para a porta do
dormitório. Oras! Quem quer que seja sabe que pode entrar.
Nunca bateram antes de entrar. Também isso seria estranho...
bater na própria porta do quarto. Mas insistiram.
TOC...
Agora
um pouco mais forte. Draco ignorou de novo.
TOC TOC TOC TOC...
-
Seria mais fácil arrombar a porta. – bufou Draco, finalmente
se levantando e indo em direção a porta. Draco estava
pronto pra gritar com qualquer um que estivesse na porta. Mas quando
viu quem era não teve coragem. – Profª McGonal?
-
Boa Noite Sr. Malfoy. – cumprimentou ela, o olhar dela parecia
severo. (Parecia?? Se ela me desse aquele olhar eu ajoelharia e
pediria perdão, seja lá o que eu fiz ou deixei de
fazer!)
- B-boa noite... por que...? – mas ele não
terminou a pergunta.
- Eu que deveria fazer essa pergunta Sr.
Malfoy? – disse a profº McGonal, seca. – Eu fiquei um bom
tempo pensando na razão de você ter saído do
jantar de abertura tão cedo. Pensei até que o senhor
poderia estar com algum mal-estar, mas não o encontrei na ala
hospitalar. Será que poderia sastifazer-me essa curiosidade,
Sr. Malfoy? – Draco olhou para ela atentamente.
- Não
seria mais conveniente o profº Snape me fazer essa pergunta, já
que ele é o atual diretor da minha casa? – perguntou Draco.
Ela pareceu se espantar com a ousadia dele.
- Seria conveniente
você se preocupar com o seu cargo de monitor do que com essas
bobagens. E esteja avisado, que mais uma falha dessas e você
corre o risco de perder o seu cargo. E não se atreva a falar
para mim o que seria conveniente ou não, isso não faz
parte do seu dever. – disse ela. Draco sentiu seu rosto arder
momentaneamente. – Tenha uma boa noite Sr. Malfoy. – e saiu.
Draco ficou parado por alguns segundos na porta do dormitório.
Quando ouviu as vozes dos alunos chegando ele bateu a porta do
dormitório com força. Se enfiou de novo na cama. Por
alguma razão que ele desconhecia o rosto da ruiva veio de novo
em sua cabeça. Ela era uma Weasley... Ele se lembrou vagamente
do final de seu quinto ano. Agora pensando bem se lembrava bem do
feitiço contra o bicho-papão que ela tinha jogado nele.
Ele reabriu os olhos. Tinha sido por isso que Draco não tinha
esquecido o seu rosto. Draco ouviu os colegas de seu dormitório
chegando. Logo o dormitório virou uma zona. Draco ouvia as
risadas falsas deles. Aquilo o irritou profundamente. Afinal que
motivo eles tinham de rir?
- Será que dá para as
corujas pararem de piar e dormir? – gritou ele nervoso para os
colegas. Em menos de cinco minutos todos estavam em suas camas.
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Rony não fazia a mínima idéia de onde ele ia. Ele não fazia nenhuma questão de saber. De vez em quando ele avistava alguma turma indo para a sala comunal de sua casa. O que ele queria era se esconder em algum lugar. Ele nunca se sentirá tão sozinho assim. Era verdade que em sua casa, era normal ele se sentir assim, mas desde que conhecerá Harry e Hermione fazia tempo que ele não se sentia assim. Mas parecia que os amigos estavam excluindo ele. Ele sabia que os amigos não faziam isso por querer. Rony via a cada ano o elo entre os dois se ligar cada vez mais, e por mais que doesse em Rony, ele tinha que admitir, só não entendia por que Harry e Hermione estavam demorando tanto para perceber o que ele próprio já tinha percebido, por um lado ele achava aquilo bom... esse era o lado em que ele queria Hermione para ele, mas por outro lado ele achava isso ruim... esse era o lado em que ele queria que Hermione fosse feliz. Ele só queria ser feliz também. Rony nem reparou que esbarrou com alguém.
- Desculpa
– disse ele, olhando que tinha derrubado alguns livros no chão.
"Quem a essa hora da noite, no primeiro dia em Hogwarts estaria
carregando livros?" Rony levantou os olhos para a pessoa em sua
frente. Era Luna.
- Não foi nada. – disse ela se
agachando para pegar seus livros.
- O que você está
fazendo a essa hora, vagando pelo castelo, carregando livros? –
perguntou ele.
- Nada. – disse ela. – Sabe as vezes eu gosto
de levar os livros para passear.
- Você o que? –
pergunntou ele, assustado.
- Para passear... eles gostam de tomar
um pouco de ar fresco.
- Os livros? – perguntou Rony olhando
para os livros.
- Não, os meus cabelos! – disse ela. Rony
a olhou assustado. – Eu estou brincando! – disse ela sorrindo.
Rony suspirou aliviado. – É claro que são os livors.
– Rony olhou para o outro lado. – E você, o que anda
fazendo vagando pelo castelo a essa hora?
- Pensando... – disse
ele.
- É, isso eu sei. – ela disse. Eles caminharam em
direção a uma escada meio escondida. – Dói não
dói? – perguntou ela.
O
que? Pensar? – perguntou ele, olhando para ela. – É... ás
vezes... – disse ele pensativo – Principalmente quando estou na
aula de poções. – disse ele. Ela riu.
- Não...
digo... se sentir sozinho. – disse ela. Rony a olhou.
- Como
você sabe como estou me sentindo? – perguntou a ela,
espantado.
- Eu não sei. Você acabou de confirmar. –
disse ela, entrando em uma sala, Rony a acompanhou, sem saber o
porque.
- Ah. – disse ele. Eles entraram em uma sala
confortável, tinha uma única lareira, um pufe, um sofá
grande, uma cama de dossel, e uma sacada, que agora estava fechada.
– Que lugar é este?
- Ah... é meu esconderijo. –
disse ela, Rony a olhou atentamente. – Ou é como prefiro
chamar. Venho aqui algumas vezes. As vezes pra pensar. As vezes só
por que eu quero, mas na maioria das vezes é por que me sinto
meio sozinha. – disse ela.
- Eu... não sei o que dizer.
– Rony foi sincero.
- Ninguém nunca tem... mas as vezes
o silêncio é melhor que as palavras para descrever um
sentimento. – disse ela, colocando uma mesinha próxima ao
sofá. – Sente-se. – convidou ela. Rony se sentou no sofá,
enquanto ela se sentava no pufe. – Sabe... você é a
primeira pessoa que vem aqui. – disse ela.
- Ah... que bom. –
disse ele. Aquele lugar passava uma tranqüilidade para Rony. A
vontade dele era de ficar ali, vendo o fogo crepitar.
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Gina subia as escadas para seu dormitório, bocejando. Ela nem tinha reparado como estava cansada. Quando ela deitou na cama, já com o pijama e confortável, a imagem de Draco veio em sua. Ela deu um suspiro lento. "Por que você não sai da minha cabeça?" pensou Gina. Ela sempre odiara Draco. Não havia razão para ela agora ficar reparando como o nariz dele era bonito. Talvez era como sua mãe lhe dissera uma vez. "A linha entre o ódio e o amor é fina demais. Tem que se ter cuidado para não ultrapassar o amor e virar ódio, e cuidado maior ainda para não se ultrapassar as barreiras e transformar ódio em amor" Gina sacudiu a cabeça. Não... ela não sentia completamente nada por aquele frio, calculista e ainda por cima um Malfoy. Gina virou de lado e adormeceu, com um cheiro leve de pimenta no ar.
