- Finalmente te encontramos, garoto... Você nos causou muitos problemas, sabia? – Falou o homem mais baixo com um olhar assassino... - Mas logo, logo... tudo isso vai acabar...
Daisuke olhou assustado, no entanto começou a rir.
- Qual é a graça!? – Indagou Yami, um tanto surpresa.
- Então finalmente resolveu aparecer! – Falou num tom sarcástico enquanto apontava para dos três, o homem mais alto.
- É ele... É seu pai! – Já era óbvio para Yami. O pai de Daisuke apontou a arma para seu próprio filho, como se aquilo não fosse nada demais. Daisuke estava de volta depois de muito tempo e agora, supunha seu pai, que ele poderia arruinar sua carreira. O pai de Daisuke parecia nervoso e não tirava os olhos do garoto que ficou indeciso quanto ao que fazer. A seqüência de eventos foi muito rápida, tudo o que Daisuke ouviu foi um som alto e seco e pôde ver alguém entrando em sua frente. Sentiu algo batendo em seu pé e viu um corpo caindo no chão. Quando pôde relacionar o que conseguira ver daquele momento com a atual cena, ficou chocado. Yami caída no chão, a arma que seu pai segurava recostada em seu pé. Abaixou e pegou a arma, sua mão estava trêmula. Faltava-lhe ar e, após algum tempo em silêncio, teve total consciência do ocorrido. Ajoelhou-se diante do corpo da persocom, fitou um pouco o rosto da jovem e apontou a arma para seu pai. Foi um grito de um jovem fora de controle, seguido de três barulhos estrondosos, três tiros certeiros que mataram o pai de Daisuke e os dois homens que estavam com ele. Estes nem haviam tido tempo para reagir. O homem que estava do lado de fora da casa acabou por ter uma reação rápida demais e entrou no porão ao ouvir os tiros, este foi pego de surpresa por um último tiro que Daisuke dera. Ele estava tomado pelo ódio, estava fora de controle e não conseguia mais se importar com nada, só com a persocom. O garoto sentiu uma enorme dor em seu peito e sentiu que seus olhos deixavam escapar lágrimas que escorriam livremente pelo seu rosto. Enxugou as lágrimas violentamente e tomou o corpo da persocom em seus braços.
- Por quê...? – lamentou.
- Eu apenas queria protegê-lo... – a persocom tinha dificuldade para falar, seu sistema estava em grande parte danificado – Sinto muito, mas dessa eu sinto que não vou escapar – sorriu. Daisuke ficou apenas olhando sem dizer uma única palavra.
- Não! Não fale assim! Isso não é uma despedida! Vai dar tudo certo...- Ele falava sem ter muita fé que Yami sairia dessa, falava apenas o que tentava acreditar.
- Me diga seu nome... Não quero mais uma mentira... Por favor, Daisuke...
- O meu nome...? O meu nome é Hikari... Hikari Hayashi, como você já imaginava... Hikari Hayashi...
- Então é você mesmo... – Sorriu mais uma vez. Fechou os olhos, recostou sua cabeça no peito de Hikari e desligou automaticamente seu sistema, dessa vez para sempre.
- Yami...!? Yami!? – Seu coração disparou mais uma vez, dessa vez com mais intensidade. O desespero tomou conta do garoto e este gastou todo fôlego que ainda lhe restava gritando pelo nome de sua amada, como se houvesse ainda alguma esperança dentro de si. Ficaram lá, a persocom em seu sono eterno e o jovem, por mais algumas horas. Hikari não tinha noção de quanto tempo ficara lá, apenas a observar aquele corpo que agora estava estendido no chão. O sistema da persocom estava muito danificado, reparos não tinham condições de serem feitos, principalmente porque as peças da persocom já eram antigas. Agora era só esperar. Esperar por uma motivação para viver ou esperar pela morte lenta causada pela angustia daquele trágico final. Mas não, não podia morrer ali e nem daquela maneira. Yami tinha se sacrificado por ele e ele continuaria sua vida a partir dali. Levantou-se, tinha dificuldade para manter-se de pé, pegou a persocom no colo e foi até os fundos da casa. Enterrou a persocom lá mesmo, com muito esforço. Enterrou-a como se fosse uma pessoa, como se fosse alguém que realmente já tivera em algum momento uma vida ou algum sentimento que não fosse motivado por um programa. Era uma lástima o que acontecera. Ao pensar que nunca mais ouviria a voz de Yami, veria seu rosto ou sentiria seu toque, Hikari sentia um aperto no coração. Uma imensa dor que fazia com que ele fosse capaz de desejar a própria morte...
"Ela podia ser apenas uma persocom e, embora não tivesse sentimentos que não fossem frutos de um simples programa, eu a amava... Mesmo sabendo que esse sentimento nunca seria correspondido...Não de verdade... Ela não tinha sentimentos totalmente sinceros, mas eu sim... Porque eu sou humano... E infelizmente para mim, as lembranças ruins que guardo do meu passado nunca se apagarão e nunca poderão ser reescritas... Eu sou humano e sei que isso nunca mudará, por isso já senti dor, tristeza e solidão... Por que teve que ser daquela maneira? Por que é sempre tudo tão difícil!? Eu cheguei a me odiar por não ter feito nada para protege-la! Por não ter feito ela ficar longe de , ela gostaria de me ver feliz... E nunca vou esquecê-la, não importa o que aconteça..."
Depois daquele dia, Hikari voltou a morar com aqueles que ele havia abandonado para voltar à sua cidade natal. Fora muito bem recebido, e isso fizera com que ele se sentisse melhor. Contudo, um ferimento no coração é algo totalmente diferente de um ferimento físico... Não pode se curar totalmente... NUNCA...
Então, finalmente cheguei ao final da história... (Depois d mta inrolaçaum) Sinto pelo final trágico, mas é costume xx... Well, espero q tenham gostado... " Comentem e digam o que acharam da fic...
Anna Asakura
