The silicon chip inside her head

gets switched to overload

and nobody's gonna go to school today

she's gonna make them stay at home

AAnd Daddy doesn't understand it

He always said she was good as gold

AAnd he can see no reason

Cos there are no reasons

What reasons do you need to be shown

Tell me why

I don't like Mondays

I want to shoot

The whole day down

The telex machine is kept so clean

and it types to waiting world.

And Mother feels so shocked

Father's world is rocked

And their thoughts turn to

Their own little girl

Sweet 16 ain't that peachy keen

No it ain't so neat to admit defeat,

They can see no reasons

Cos there are no reasons

What reasons do you need to be shown

All the playing's stopped in the playground now

She wants to play with her toys awhile

And school's out early and soon we'll be learning

That the lesson today is how to die

And then the bullhorn crackles

And the captain tackles

With the problems and the how's and why's

And he can see no reasons

Cos there are no reasons

What reasons do you need to die?


IV – I don't like Mondays


15 de agosto de 1956.

Seu segundo e último filho, sem dúvidas. Fez a velha parteira lhe mostrar o seu útero arrancado e jurou que ia caçá-la ate no inferno se ficasse grávida novamente. Nunca mais ia suportar aquela dor novamente. Mal tinha nascido, Regulus estava dormindo. Não quis mamar, não se importou em ser limpo e vestido. Madrugadas são feitas pra dormir, ele ia repetir divertido quando fosse mais velho. Um pouco mais velho apenas. Nenhuma nuvem no céu e nenhum barulho no jardim ou na casa na noite agradável em que ele nasceu. Ele não gostava nenhum pouco de barulho. Sirius era tão barulhento! Eles sempre brigavam quando ele inventava de ouvir aqueles ruídos que só podiam ter sido feitos por elfos domésticos! Ou trasgos! Sirius é um trasgo da montanha! Mamãe adotou você porque teve pena. Música de verdade é musica tocada no piano, na flauta, no clarinete.

Não era muito bom no piano, mas papai sempre dizia que ele seria muito bom em alguma coisa. Talvez ele fosse um Ministro da Magia, ou Cônsul Internacional da Bretanha Mágica um dia!

Não era bom na escola também. Era meramente regular. Odiava esse nome. Da onde seus pais tinham tirado aquela idéia? Não gostava quando Sirius o chamava pelo nome. Não gostava dos apelidos que lhe deram na escola. Não gostava de Hogwarts. Tantas escolas boas na Europa! Na América, quem sabe! Papai bem podia tê-lo colocado longe de Sirius... Mas ele fazia questão da boa educação que se tinha em Hogwarts. Não gostava de lá porque eles aceitavam nascidos de trouxas. Gente ridícula, sem a menor noção do mundo mágico. E ficavam lhe dando aqueles apelidos.

Não gostava de verões. Porque se sentia muito mal no Sol forte. Gostaria de ir pras montanhas, pra Suíça. Mas ninguém nunca fazia as coisas como ele queria. Com o tempo a praia e o Sol ficaram mais interessantes. As primas tomando banho de mar. A idade que deixa as coisas mais interessantes. Sirius ria dele. Dizia que ele parecia uma menina também, com seus cachinhos. Mas ele não se importava, sabia que o irmão tinha ciúmes porque ele era sempre o preferido. Mesmo das primas. Narcisa gostava dele. Eles eram amigos. Sirius haveria de ter ciúmes disso porque Narcisa era a mais bonita. Contou pra todo mundo na Sonserina que o garoto que explodia as bombas de bosta no salão comunal era seu irmão mais velho. Contou pra todo mundo no Caribe que aquele com as calças de trouxa era seu irmão. Mas não gostava dele. Dizia isso só pra ridicularizá-lo... Claro. Sirius era bobo. Sirius não era como todo mundo da família. A Narcisa sempre dizia que ele ia acabar morto antes de aprender a aparatar. Regulus ria quando o irmão dizia pelos cantos que Narcisa era burra demais pra aprender a aparatar.

Snape disse um dia, num café da manha de domingo que eles podiam se vingar. Podiam? Sim, se fossem corajosos o bastante. Snape não falava muito e Regulus achava graça quando os amigos do seu irmão o machucavam, mas achou melhor ouvir o que ele tinha a dizer. Mas ele não tinha mais nada a dizer. Queria ter olhos espertos como os dele. Bellatrix tinha montes de coisas a dizer. Não gostava dos trouxas? Não conhecia nenhum... Não podia ser tão burro, não gostava dos filhos de trouxas, não haveria de gostar deles também, Bella estava certa. Snape mastigava devagar, de boca fechada. Ela falava baixo e sorria, ele soube que ela sempre estaria certa. Era a prima mais bonita. Mais que Narcissa. Ela beijou sua testa e disse que eles seriam amigos agora. E se ele fosse um bom menino, ele ia conhecer o Mestre do mundo mágico.

Bellatrix era a prima mais bonita. Não, nem os olhos de Narcissa eram mais bonitos. Quis que ela o beijasse na boca e ela riu. Aquele que andava freqüentando as festas na casa da tia, atrás da saia da Narcissa, também deu risada, discretamente, com o canto da boca. O soco naquele rosto de anjo loiro foi tão forte que Lucius não riu durante quase um mês e Bella deu o beijo que ele queria. Quis contar pra Sirius o que tinha feito, quis entrar no quarto e mostrar pra ele sua tatuagem, e dizer que ele era o filho especial.

Ele não foi.

Caiu sentado no décimo sétimo degrau da escadaria, com as pernas meio doloridas, sem poder dobrar os joelhos. O braço totalmente dolorido. A cabeça girava enquanto ele vomitou no tapete da sala. Berrou para que os elfos viessem limpar aquela porcaria, mas a voz não saiu. Era madrugada e ele estava com sono. Coisas que ele nunca tinha colocado no estômago saíram pela sua boca e ele teve muito nojo de si mesmo. Queria ficar em pé e não podia. Eles não tinham dito que seria assim. Os olhos lacrimejavam. Ele não estava chorando.

Os olhos só lacrimejavam por causa do mal estar...

Como lacrimejaram na noite que o bebe dos Longbotton chegou. Era uma criança bonita, com cara de joelho e olhos meio amarelos. Ok, talvez fosse uma criança feia. Seus olhos lacrimejaram bastante quando ele pediu pra Bellatrix não maltratar o neném. Não entendeu porque aquilo era preciso. Era uma bebe, não tinha nenhum segredo pra contar. O Mestre o repreendeu. Bella o castigou. Toda aquela gente riu dele. Porque ele chorou mais que o bebe. Ele gritou e disse que queria todos mortos. Faziam quatro dias que ele tinha feito a Marca e ela ainda doía. A cabeça girava e toda aquela gente junta num lugar fechado fazia muito barulho.

Viu a estante de livros velhos e lembrou de quando Sirius jogou todos os livros que sua mãe nunca lia no chão. Sorriu com uma perversidade que ele não sabia que tinha e jogou todos eles no chão, antes que o feitiço pudesse alcançá-lo. Regulus estragou livros sem importância. Matou um Comensal adulto. Machucou gravemente outro. Queria ter acertado aquele Lestrange bem no meio da testa, mas lhe acertaram nas costas antes. O Lord e Bella ficavam só olhando. O Lord das Trevas gargalhava. E Regulus queria matá-lo. - Bellatrix, seu caçula enlouqueceu...

"Eu sei, meu Senhor. Eu sei que devia ter trazido Sirius pro Senhor, ao invés dele..."

Sirius.

Regulus parou e uma maldição que ele ainda não tinha aprendido a fazer atingiu-o bem na cabeça e se espalhou pelo corpo. Não ligava pra dor. Lembrou de Sirius jogando Snape no lago. Lembrou dele batendo a porta do quarto e dizendo que só tinham pessoas horríveis naquela casa. Ele quis ser uma pessoa horrível. E não conseguiu. Sirius riria dele se estivesse ali. Sentiu-se burro, muito burro. Alguma maldição estava correndo seu corpo por dentro e ele nem lembrava o nome. Não era tão ruim assim tocando clarinete. A Sra Brentë disse que ele tinha potencial, se continuasse treinando. O neném berrando no chão molhado. Os olhos vermelhos azuis do Lord das Trevas. Bellatrix sorria. Sirius achava que Andrômeda era a mais bonita. Mas ela tinha os ombros muito largos... A dor não importava mais.

Tinha a varinha apontada pro peito da prima mais bonita que ele tinha e gritou qualquer coisa sobre ter o valor de um milhão de Sirius Black. Seus olhos lacrimejaram levemente. Ele não achava que fosse verdade o que ele tinha acabado de dizer. Olhou nos olhos de seu Mestre e sua prima e soube que eles também não concordavam com isso. Achou que ia doer quando Bella moveu os lábios e sacou a varinha. Achou que ia doer mais que tudo e fechou os olhos. O braço doeu um pouco e ele sorriu. Tinha certeza de que estava no seu dormitório de Hogwarts, seguro, dormindo. E quando acordasse seria segunda-feira, três tempos de Aritmancia...

8 de setembro de 1961.


They can see no reasons
Cos there are no reasons