08. 05 de julho
Acordou com uma estranha sensação de urgência... então percebeu-se ali, jogado, nú no meio do corredor do andar superior e sentiu um frio súbito no estômago...
Havia saído do porão... andado por toda a casa... procurando por algo até finalmente passar o resto da noite arranhando uma porta...
Porquê? Então sentou-se assustado e apesar das dores no corpo olhou a porta que arranhara a noite toda, ela resistira bravamente... boas portas de madeira maciça... mas arranhada e roída... isso explicava o ardor na boca... pra quê esse lobo idiota passara a noite toda arranhando a maldita porta? Se lembrava apenas da necessidade urgente de buscar algo...
Então percebe de qual porta se trata e levanta-se...
-Harry... O que você quer com ele? Pra...
O silêncio cai, parado em frente a porta apenas pensa em que noite horrível o garoto teve com um lobisomem arranhando a sua porta... o quanto seria estranho escutar seus passos no corredor... então apressadamente entra no quarto ao lado e joga uma veste em cima do corpo, volta ao corredor e se aproximando... tenta abrir a porta, está trancada.... ergue a mão para bater na porta...
"Pela senhora do lago... estou tremendo..." mesmo assim bate a porta.
-Harry...- bate de novo.- Harry! Sou eu Lupin!- nova batida...- Harry... Sou eu!
Fica em silêncio... duas informações lhe voltam a cabeça... Harry tem um sono leve... e pesadelos... mas não há som algum vindo do quarto... aquela sensação de urgência se intensifica... será que o lobo... não... ele não o encontrou... tem certeza disso... o lobo apenas chegou até a porta... bateu na porta com mais força... uma sensação ruim se espalhando pelo corpo...
-HARRY!!!! Por favor abra essa porta... não tem mais perigo!- "Ele não é idiota Lupin! Ele sabe que se você está falando já não há mais perigo!"
Nada... nem um som... sua varinha está no porão e não quer perder tempo em ir buscá-la, mas após a terceira tentativa de arrombar a porta, " se o lobo não a pôs abaixo, não será você..." desceu correndo o máximo que pode com as juntas ainda doloridas..."se ele não abriu com esse escândalo algo está muito errado."
Constata com um olhar que a porta do porão não foi arrombada... isso não é importante... devo ter esquecido de trancar... pegou a varinha irritado consigo mesmo.
Subir as escadas o deixa sem fôlego...
-A... alo...morra...- inspira fundo.- ALOMORRA!
A porta se abre e bate com um estrondo na parede...bem em frente na cama há o volume do corpo magro dele, por baixo do cobertor ralo, uma das mãos está caída para fora da cama... se aproxima... Harry nem se move...
-Ah...- "ele nem parece estar respirando..."
Num ato nervoso vira o garoto, está mole... não despertou... apenas gemeu... lábios brancos... tomou o pulso... muito fraco...
-Por tudo o que é mais sagrado...- pegou-o no colo e deu uns tapinhas leves no rosto dele.- Harry... acorde!- encostou o rosto morno no seu rosto.-Harry... o que houve... por favor... acorda...
Seu pé descalço revela uma estranha umidade viscosa no chão... olha para baixo... o frasco e a poção lhe fazem sentir um arrepio.
-Harry... você bebeu... - apertou-o.- Harry...
Precisava de algo drástico para despertá-lo... mas gritar não o acordara... o chacoalhou um pouco... gritou de novo... nada... o ergue no colo "você está mesmo magro demais..." e o leva até o banheiro, abre a porta com um chute e a para na volta com seu braço, segurando-o pela cintura contra seu corpo consegue com um meneio de varinha encher a banheira de água fria... "Isso tem que acordá-lo!".
Num novo tranco o ergue e se aproxima da banheira o colocando nela...
