Quando desembarcamos no aeroporto, corremos para poder pegar as nossas malas e nos deparamos com uma criança chorando sozinha clamando por seus pais. Eu e Abby nos aproximamos na tentativa de ajuda-la.
"Olá... você esta aqui sozinho?"
"Sninf... hum... não, meu pai e meu irmão estão comigo... eu só não sei onde eles estão... eu me perdi... tinha muita gente.. ", ela nos falou choramingando.
"Qual o seu nome? Você quer nós te ajudemos a acha-los?"
"Sim... por favor... eu me chamo Maggie..."
Eu olho rapidamente para o lado e posso ver que os olhos de Abby se enchem d´água. Tudo ainda estava tão recente.
"Vamos comigo.. como se chama seu pai?..", Abby fala enxugando rapidamente seus olhos. Eu coloco minha mão no seu ombro que eu estou ao seu lado pro que precisar. Ela coloca a mão dela em cima da minha e aperta ela fortemente.
"O nome dele é John.. meu irmão se chama Eric... meu pai é alto.. bonito, tem os olhos azuis... nós estavamos indo pegar a mamãe..."
Eu aperto mais forte o ombro de Abby, mas já a sinto tremer. Ela pega a pequena menina, a coloca nos braços eu planto um beijo na sua cabeça, abraçando-a. Nós saimos procurando pelo pai por todo o saguão ate que de repente a menina para de chorar e aponta para o longe.
"Ali, Ali... aquele é meu pai..."
"Maggie... onde você estava meu bem?", o pai a pega dos braços de Abby e começa a beija-la.
"Eu me perdi.. mas esse casal me ajudou a acha-lo papai..."
"Obrigado.. você salvou nosso dia.. não sei como viveria sem minha caçuliinha..."
"Por nada...", nos respondemos juntos.
"Que Deus dê a vocês dois muitos filhos. Dá pra ver que o casamento de vocês vai ser muito feliz, isto é, se já não é assim..."
Abby olhou pra mim, como se não quisesse desmentir aquele homem, deixa-lo crer que eles eram um casal, para o assunto não se estender. Ela precisava se sentar e beber um pouco d´água. Eu a conheço mais do que posso imaginar.
"Obrigado... nós somos realmente muito felizes", eu falo rapidamente. "E se o senhos nos der licençar, agora temos que ir... minha esposa precisa se sentar um pouco..", eu falo olhando pra Abby esperando por sua reação e ela so faz sorrir.
"Moça...", a menina fala se aproximando, "se eu não tivesse uns pais tão maravilhosos ia querer que vocês o fossem.. muito obrigada... quero te dar isso de presente..", a menina falou, nos abraçando e dando pra Abby o ursinho dela. "Isso é pra quando vocês tiverem um filho, esse sera o seu primeiro presente..."
"Obrigada, vou guardar com carinho...", Abby fala sorrindo dando um beijo na menina. "Até qualquer dia... tchau...", daí nós nos viramos e nos encaminhamos ate uma area mais calma onde Abby poderia se sentar e respirar mais aliviada.
"Abby.. você esta se sentindo bem?", eu pergunto preocupado.
"Sim John.. já estou me sentindo bem melhor.. aquilo foi coisa de momento."
Ficamos cerca de 10 minutos ali sentados, de mãos dadas até que nos levantamos pra pegar nossas malas.
Quando nos encaminhavamos pra pegar um táxi, vimos uma noiva saindo e deixando o seu buquê cair no chão. Abby o apanha, e a mulher de repente se vira pra pega-lo.
"Acho que alguem já pegou meu buquê.. você agora será a proxima.. e pelo que já vi já arranjou um noivo. Desejo muitas felicidades ao casal, mas eu ja tenho que ir, e pode ficar com ele. Espero que lhes traga sorte", assim como a mulher surgiu de repente, rapidamente ela saiu correndo e foi embora.
Abby ficou parada ali, segurando o buquê, olhando pra ele sem saber o que falar. Eu olho pra ela e começo a suspeitar que o dia hoje esta muito estranho.
"E agora? O que nós fazemos com esse buquê?", eu pergunto a ela.
"Sei lá.. acho que vou levar comigo, má sorte eu acho que ele não trará", ela fala sorrindo. Eu me sinto mais aliviado e começo a rir da situação.
Quando estamos parando o taxi, desce dele um padre e duas freiras que estão com dificuldade de descer. Eu me aproximo, abro a porta e lhes ajudo a descer. As freiras param na minha frente e começam a agradecer com abraços.
"Meu filho... muito obrigado, meus ossos hoje estão me matando, se você não tivesse nos ajudado, eu nem sei como sairia daqui..."
"Obrigado padre...", eu nem sei quantos obrigados eu já dei hoje, mas tudo bem.
"Oh.. que moça linda, segurando um buquê. Vocês vão casar? Ou casaram hoje?, o padre pergunta sorridente.
"Eu peguei de uma noiva...", Abby reponde pra ele.
"Ah, então você foi a felizarda? Se vocês precisarem de um padre pra celebrar o casamento de vocês podem ligar pra mim, esta aqui o meu cartão... e agora tenho que ir. Tenho outro casamento a celebrar. Que vocês fiquem com Deus.", e mais uma vez nesse dia as pessoas correm de nós sem ao menos nos deixar dar alguma explicação. Nós acenamos e finalmente entramos no taxi e respiramos aliviados.
"John..."
"Que foi?"
"Você não esta achando que o dia hoje esta muito estranho?"
"Estou..."
"Quantas vezes hoje as pessoas perguntaram se nós somos casados?"
"Quatro vezes..."
"Acho que o mundo pirou..."
"Droga.." o taxista falou alto.
"Que foi agora?"
"Estao interrompendo todo o transito.. e eu estou ficando sem gasolina..."
"Pelo menos estamos perto da minha casa...", Abby fala.
"O que sera que aconteceu?", eu questiono.
Continua...
