Mais uma vez, quero agradecer a todos que têm lido essa fic e, principalmente, aos que têm deixado reviews. Queria aproveitar pra responder a um review especificamente, o da Alicia Spinet: não é culpa minha, eu sou um mero tradutor. Por mim, o Harry nunca vai se tornar professor de Hogwarts. Volta e meia aparecem nessa fic algumas coisas que, ao menos na minha cabeça, são irreais demais, mas o que eu mais gosto nela é o fio condutor da história, ou seja, o anel que o Harry deu de presente para a Mione. Desculpa ter te magoado, mas não é culpa minha.
Capítulo 10
Servolo? Quem É Esse?
Harry acordou na manhã seguinte com uma batida na porta do seu quarto. Ele levantou da cama e olhou pela janela. A escuridão o olhou de volta. O sol sequer tinha nascido.
Ele abriu a porta que separava seu quarto do escritório para encontrar Hermione ali, de pé.
— O que tem de errado? — ele bocejou.
Ela franziu a testa pra ele.
— Não tem nada de errado, exceto o fato de que você ainda está na cama. Você tem aulas em duas horas e você é o professor, esqueceu?
Aquilo o acordou.
— É mesmo.
Ela segurou a parte de trás do pescoço dele e o puxou para um beijo de bom-dia, e se afastou rápido.
— Você precisa escovar os dentes se quiser mais.
Ela se virou e apontou a mão para a mesa.
— Seus planos de aula estão prontos até o mês que vem, do primeiro ao quinto ano. Eu preciso saber o que o Prof. Dumbledore tem planejado para o sexto e sétimo anos antes de ir mais longe.
Ela se virou outra vez para encontrar Harry sorrindo para ela.
— O que foi?
— Eu tenho tanta sorte em ter você.
Ela olhou para os próprios pés, envergonhada, e para cima de novo.
— Dobby trouxe outro pacote do Prof. Dumbledore.
Ela entregou o pacote para ele e o observou desamarrando-o.
Dentro, havia o que Harry supunha ser um distintivo de monitor com uma nota junto:
Caro Harry,
Achei que talvez você fosse precisar de um sinal de autoridade, com o seu novo título. Avisos sobre sua nova situação serão feitos no café desta manhã. Por favor,seja pontual.
Dumbledore
Ele segurou o distintivo dourado com grandes letras gravadas na frente: P.A.
— Eu preciso me vestir. Você espera por mim?
Ela sorriu gentilmente.
— Eu já estou esperando por você, Professor Assistente.
Ele sorriu com um ar de superioridade:
— Acho que vou assim.
Mais tarde, uma boca recém-escovada encontrou a boca da sua namorada com um beijo apropriado de bom-dia.
— Bom melhor — ela comentou. — Vamos. Nós precisamos revisar as aulas antes do café da manhã. Eu tenho um pressentimento que você não vai ter tempo depois.
Ele balançou a cabeça positivamente e eles seguiram rumo ao Salão Principal.
Harry observava nervoso todos os professores tomarem café, o que era algo fora do comum. Os boatos passavam de mesa para mesa, e, quando o barulho estava ficando insuportável, Dumbledore o silenciou ficando de pé.
Ele limpou a garganta enquanto os últimos sussurros eram abafados.
— Obrigado por sua atenção. Tenho certeza de que alguns de vocês estão se perguntando por que os avisos não foram feitos ontem à noite, e sim nesta manhã — ele esperou que os vários cochichos fossem feitos. — E também tenho certeza de que vocês estão se perguntando quem é o nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas neste ano.
Os murmúrios correram rapidamente pelo Salão Principal.
— O fato é que não temos nenhum professor neste ano. Em vez disso, ofereci o cargo de professor assistente a um aluno cuja liderança ano passado garantiu os N.O.M.s de vários alunos do quinto ano e os N.I.E.M.s de diversos alunos do sétimo ano. Estou falando, claro, do professor do recém-formado grupo A.D., o Sr. Harry Potter.
O Salão Principal explodiu. A Grifinória comemorava, a Sonserina gritava de raiva, Lufa-Lufa e Corvinal aplaudiam educadamente e gritavam só para fazer parte do barulho. Dumbledore sorriu gentilmente até que as várias Casas se acalmassem um pouco.
— Mais um aviso — ele gritou para um grupo de gatos miantes que diminuía rapidamente. — Os testes para quadribol…
Harry deixou de prestar atenção e olhou para a mesa da Sonserina, onde um Draco Malfoy furibundo conversava sem parar com seus comparsas Crabbe e Goyle. Ele encontrou seu olhar e Draco sorriu para ele desdenhosamente, como se desejasse sua morte. Harry simplesmente sorriu para ele.
Harry respirou fundo e tentou acalmar as reviravoltas que seu estômago fazia.
— Eu não devia ter comido as panquecas…
A campa da primeira aula tinha tocado e ele estava preste a encarar os alunos do primeiro ano de Lufa-Lufa e Corvinal. Ele segurava com força as anotações que Hermione tinha preparado cuidadosamente para ele e correu os dedos pelos cabelos uma última vez antes de abrir a porta da sala de aula.
Ele entrou e baixou os olhos para o chão quando todos os cinqüenta e dois olhos de ansiosas crianças de onze anos seguiram-no até a frente da sala.
— Bom dia a todos — ele disse enquanto colocava os papéis na mesa do professor.
Ele puxou um papel do alto e o entregou a uma aluna.
— Não se assustem. É só pra que eu possa aprender seus nomes.
A menina da Corvinal segurou o papel e suspirou.
— Se vocês não estavam no café da manhã ou estiveram mortos durante os últimos anos, eu sou Harry Potter. Me chamem de Senhor, Professor, Sr. Potter, Harry, como quiserem. Só relaxem e prestem atenção, porque alguma coisa do que eu vou ensinar a vocês provavelmente irá salvar suas vidas algum dia.
Um garoto da Corvinal levantou a mão.
— Sim, senhor…
— Tonks, senhor — Harry reconheceu o nome de um membro da Ordem da Fênix. Provavelmente um sobrinho ou alguma coisa.
— Sim, Sr. Tonks.
— Hã… Senhor, esta aula é teórica ou prática?
Harry ponderou uns dois segundos.
— Principalmente prática. Teoria é bom se você estiver estudando Aritmancia ou Adivinhação, mas não dá muito efeito com as Artes das Trevas. Nesta matéria, nós vamos estudar três coisas: criaturas das trevas, azarações e Lord Voldemort, que normalmente se encaixa na categoria das criaturas das trevas.
Uma lufa-lufa na última fila gritou. A maior parte da fila da frente afundou nas carteiras como se tivessem apanhado e o restante deu um grito sufocado, como se estivessem esperando que um raio de luz derrubasse Harry.
— Esta é a sua primeira aula. Varinhas guardadas e penas para fora.
Duas pessoas gemeram.
— É, essas palavras vão causar mais terror nos próximos anos do que dizer Lord Voldemort.
A mesma menina da Lufa-Lufa na última fila gritou de novo, e dessa vez ela caiu da cadeira.
— Certo, isso vale pontos. Se vocês não conseguirem completar essa tarefa, não vão ganhar mais nada no dia.
Ele tinha a atenção de todos.
— Escrevam em letras garrafais no alto da página: Lord… Voldemort… é… um… babaca.
Uma parte da turma riu como se Harry não estivesse falando sério.
— O quê?
— Um babaca, senhor?
— Acreditem, suas cabeças não vão explodir se vocês escreverem as palavras Voldemort e babaca na mesma frase.
Eles o encararam como se ele estivesse louco.
— Acho que preciso explicar melhor.
Um corvinal familiar levantou seu pergaminho e o mostrou a Harry.
— Excelente, Sr. Tonks. Dez pontos para Corvinal.
Isso os tirou do estupor coletivo e as penas começaram a riscar.
— Voldemort é só um nome. Ele não tem poder algum sobre vocês, a menos que deixem — ele fez uma pausa. — Alguém pode me falar sobre Tom Servolo Riddle?
Os rostos mostravam expressões confusas.
Harry balançou a cabeça positivamente.
— Certo, vou dar uma pista. Ele estudou em Hogwarts uma vez.
Nada.
— Ele era um sonserino.
Harry revirou os olhos, e deu meia-volta.
— Não se sintam mal. É um quebra-cabeça que eu não resolvi até que ele me mostrou. Quase custou minha vida e a de uma amiga.
Com sua varinha, ele riscou dezesseis espaços no quadro, formando claramente três palavras.
— Quem estava gritando na última fila?
Uma mão se levantou, indecisa.
— Senhorita?
— Hamilton, Senhor.
Ele a chamou:
— Venha aqui. Nós vamos trabalhar esse seu medo de um nome.
Ela levantou da cadeira e andou, visivelmente asustada por estar na frente da sala. Quando ela finalmente chegou, Harry entregou a ela um giz e sussurrou no seu ouvido:
— É a minha primeira vez na frente da sala, também.
Ela olhou para ele e sorriu timidamente.
— Escreva o primeiro nome. Tom — ele mostrou a ela onde por o T, o O e o M.
A essa altura, a maioria dos corvinais captou a idéia e começaram a trabalhar furiosamente nos seus pergaminhos.
— Agora, o nome do meio. S aqui, E aqui, R aqui…
Quando ela estava perto de terminar, ficou mais do que claro a frase soletrada: Eis Lord Voldemort.
— Leia — ele instruiu. — Primeiro, o nome real.
— Tom Servolo Riddle. Eis Lord V-V-Voldemort.
Harry olhou para o relógio e se surpreendeu com a hora.
— Quinze centímetros sobre o que vocês conseguirem descobrir sobre Tom Riddle até quinta.
Quando ele terminou a última palavra, a campa tocou sinalizando o final da aula.
A Srta. Hamilton devolveu o giz, sorriu para Harry e correu para pegar os livros. Antes que ela chegasse à porta, Harry a chamou:
— Srta. Hamilton.
Ela parou e se virou.
— Sim, senhor?
— Quinze pontos para Lufa-Lufa. Bom trabalho,hoje, Srta. Hamilton.
— Como está indo o seu primeiro dia? — Hermione perguntou por sobre o almoço e o barulho do Salão Principal.
Ele esfregou a garganta.
— Eu acho que até o fim do dia eu vou ter ficado com laringite.
Ela sorriu.
— Você devia ir ver Madame Pomfrey. Tenho certeza de que ela tem alguma coisa que vai ajudar.
Ele fez que sim com a cabeça e tomou mais um gole de suco de abóbora.
— Fora isso? — ela perguntou de novo.
— Bom… quer dizer… bom. Foram só o primeiro e o segundo anos. Nós não conseguimos fazer muito trabalho de soletração… Bem, você sabe.
Ela confirmou com a cabeça, já que tinha planejado tudo.
— É importante perder o medo de alguma coisa pra poder se concentrar no que é importante. Quer dizer, olha pro Neville. Ele nunca superou o medo do Prof. Snape, e isso custou a ele o N.O.M. de Poções.
Harry balançou a cabeça afirmativamente.
— Acha que nós podemos encontrar um tempinho só pra nós hoje à noite?
Ela sorriu para ele.
— Sobreviva às aulas hoje e vamos ver se você vai estar disposto a isso hoje à noite.
Harry sorriu com um ar de superioridade.
— Eu sempre estou disposto a isso.
Hermione bateu no braço dele.
— Harry Potter! Eu juro, um mês e você já é um velho caquético.
Ele encolheu os ombros e beijou-a na bochecha.
