Capítulo 5 - ...Vem algo e me derruba
- NÃO! Mamãe! Não pode ser. Você está mentindo. Isso não pode ser verdade. É um pesadelo.
- Kagome, é verdade.
- Mas não pode ser. Simplesmente não pode. – ela agora sussurrava em meio a lágrimas.
- Ainda não acabou. Tudo pode mudar. – ela tentava confortar Kagome, embora nem mesmo ela confiasse em suas palavras. Sabia que não tinha mais jeito.
Kagome abraçou sua mãe, e assim ficou por um grande tempo. Quando finalmente desfez o abraço, tentando inutilmente enxugar suas lágrimas, que não paravam de cair, ela se levantou indo em direção ao banheiro. Pretendia tomar um banho e depois se deitar. Para tentar dormir. Para tentar esquecer. Embora soubesse ser impossível.
"Inuyasha, agora eu preciso de você mais do que nunca."
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
Kagome decidiu que iria a escola do mesmo jeito. Não podia deixar de ir. Era uma distração. Mas parar de chorar não conseguiria. Isso não. E a cada hora que pensava em seu pai, mais lágrimas lhe vinham. E quanto mais pensava em Inuyasha mais triste ficava, pois não o tinha ao seu lado.
Na sala de aula, em sua, agora, costumeira cadeira da janela, ela chorava. Chorava muito. Alheia a aula. Sem pensar que muitas pessoas estavam a sua volta. Vendo o seu sofrimento, o seu desespero. O professor pareceu se importar com ela. Mas o máximo que podia fazer era tirá-la daquele ambiente, onde estava tão vulnerável.
- Senhorita Higurashi. Não desejas sair para tomar um ar fresco, ou um copo de água? Será melhor para você.
Kagome acenou afirmativamente com a cabeça e saiu rapidamente da sala. Quando ela já estava do lado de fora, Inuyasha se levantou.
- Professor, por favor. Posso ir atrás dela?
- Pode. – ele sabia da amizade deles. Quem não sabia? Eles estudavam naquela escola desde pequenos. Eram conhecidos por todos.
Inuyasha rapidamente saiu da sala e correu atrás de Kagome, seguindo o cheiro dela, ainda recente, deixado no caminho. A encontrou encostada em uma parede do corredor. Longe das salas, onde pudesse chorar, sem que atrapalhasse as aulas ao seu redor. - K-Chan, o que houve? – sua voz era de pura preocupação.
Ela gemeu ao ouvir o apelido, mas ao mesmo tempo sentiu uma satisfação, um alívio, uma alegria.
- Inuyasha! – ela correu e o abraçou.
Assim ficaram por muito tempo, somente sentindo, relembrando a sensação daquele abraço.
- Inuyasha, eu sinto muito. Eu não... Eu não posso mais agüentar tanto sofrimento. Eu preciso de você.
- Eu estou aqui. Eu vou sempre estar aqui para você.
Ficaram abraçados por mais alguns minutos. O silêncio, dizia o que os corações queriam dizer e a boca se negava a reproduzir. Mais calma depois de saber que tinha de volta seu querido amigo, amor, confidente..., ela se afastou um pouco dele, que a encarou.
- O que houve? – ele perguntou, enquanto secava as lágrimas dela, e tirava umas mechas de cabelo do rosto dela.
- Ele piorou. Ele entrou em coma. O que eu vou fazer da minha vida sem meu pai, Inuyasha? Me diz. O que? – ela recomeçou a chorar. Ele voltou a abraçá- la.
- Ele pode melhorar, K-Chan. O fato de ele ter entrado em coma não quer dizer que ele nunca mais irá acordar. – ele dizia enquanto afagava o cabelo dela.
- Eu sei que não adianta mais, Inu-Chan. Eu sinto que já está tudo perdido.
- Não fale assim, você precisa ser forte.
- Não dá. Não consigo. Eu fui forte durante todo esse tempo, agora não dá mais.
- Eu entendo. E te admiro tanto por ter agüentado até agora.
Ela se afastou e olhou para ele.
- Você também estaria agüentando. Eu sei que você não é de demonstrar seus sentimentos. Você seria capaz de passar por isso, talvez sem derramar uma lágrima visível.
- Aprendi com você, K-Chan. – ele deu um pequeno sorriso.
- Não mesmo. Eu que aprendi com você. Também não sei como eu consegui ser forte por tanto tempo. Mas nessa última semana não foi possível resistir.
Inuyasha adquiriu uma expressão de tristeza. Um sentimento enorme de culpa o atingiu. Era por causa dele que ela tinha derrubado suas barreiras. Era por causa dele, que ela estava pior do que estaria se eles não tivessem brigado.
- Me desculpe, K-Chan, por favor me perdoe. Me desculpe por ter sido o causador de grande parte do seu sofrimento. Por ter aumentado ele. A partir de agora, eu vou sempre pensar antes de falar. Eu prometo.
- Tudo bem, Inuyasha. Eu sei. Eu nunca conseguiria não perdoá-lo. – ela sorriu para ele. Mas era um sorriso triste, que não atingia seus olhos.
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
Inuyasha passou aquele dia com ela. Ela se sentia tão bem nos braços dele. Ao seu lado, sua dor era amenizada. Inuyasha também estava sofrendo por ele. Gostava tanto dele. Sempre o tratou como um filho. Lembranças dele vinham à cabeça de Inuyasha e isso o fazia sentir mais infelicidade, pois se ele se sentia impotente daquela maneira, como Kagome estaria se sentindo?
.::Lembranças::.
- Inuyasha, cuidado. – gritou Kagome, para avisá-lo sobre a presença de uma pedra em seu caminho. Mas ele não ouviu e caiu com tudo no chão.
- Aii. Meu joelho. – um garotinho de 7 anos chorava por ter machucado seu joelho enquanto jogava bola.
- Inu-Chan, você está bem? – a menininha correu desesperada em sua direção.
- Estou, mas meu joelho dói. – ele disse, ainda com lágrimas nos olhos.
Kagome viu seu pai vir na direção deles dois. Ele estava sentado no banco da praça, observando sua filha e Inuyasha brincarem. E ao ver o menino cair, foi ajudá-lo.
- Inuyasha, não chore. Isso vai passar. – ele falou, com todo carinho de pai, como se Inuyasha fosse seu filho também.
- Mas continuará doendo enquanto não passar. – ele choramingou.
- Eu sei, mas você precisa agüentar essa dor. Em nossas vidas, passaremos por muitos sofrimentos e provações, e você não vai poder ficar chorando. Terá que reagir.
Inuyasha parou de chorar. E tentou se levantar, mas o joelho doía.
- Mas não dá. Dói muito.
- Dói sim. Eu sei. Tantas coisas doem muito mais que essa. Mas não devemos impedir que os sofrimentos aconteçam. Muito pelo contrário, devemos aceitar todos eles, e a todos os desafios com garra. E atravessá-los vitoriosos, para mais adiante, estarmos preparados para tudo que vier. Vamos. Eu te levo. – e dizendo isso, pegou o menino no colo, indo em direção a casa deles, sendo seguido por Kagome.
.::Fim da Lembranças::.
"Que estranho. Tudo que ele disse, parecia ser prevenindo um tipo de sofrimento como esse. Será que Kagome se lembra dessas palavras?"
- K-Chan, não chore. Isso vai passar. – ele disse as mesmas palavras do pai dela. Será que ela se lembraria?
Kagome o olhou meio intrigada. Era estranho ouvir aquilo. Parecia já ter ouvido em algum lugar, mas onde? Por instinto respondeu uma coisa que lhe veio à cabeça.
- Mas continuará doendo enquanto não passar. – ele sorriu, e ela não entendeu porque. – E se acabar mal, não passará. E por que sorri?
- Nada. Lembrei de uma coisa. – ela olhou para ele, mas não disse nada. Subitamente, lhe veio um pensamento.
- Inu-Chan, você iria ao hospital visitá-lo comigo amanhã? – ela pediu, mas seus olhos suplicavam. Era como se implorasse para ele estar com ela naquele momento que seria tão doloroso. Como se não fosse suportar aquilo sozinha.
Ele pensou por um momento. Não que não quisesse acompanhá-la e estar com ela, para protegê-la do que estava preste a ver. Mas será que ele estava preparado para o que ia encontrar? Não, não estava, mas não poderia fazer isso com ela.
- Está bem, K-Chan. Eu vou com você. – ele falou finalmente, mas com o pressentimento de que aquilo não seria uma boa escolha.
"Seja o que Deus quiser." Pensou.
- Obrigado. – ela respondeu com um pequeno sorriso.
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
No dia seguinte, depois da aula, eles foram ao hospital com a mãe de Kagome. Era a primeira vez que Kagome visitava seu pai no hospital. Ela não tivera coragem de ir vê-lo nenhuma das vezes em que esteve internado. Mas naquele momento, ela sentia necessidade disso.
- Kagome, você tem certeza que deseja entrar? – sua mãe perguntou, como se pedisse pelo amor de Deus, para que ela mudasse de idéia. Mas ela não ia desistir. Queria muito vê-lo.
-Sim, eu tenho. – ela disse, determinada.
Entraram na CTI. Inuyasha ia a seu lado. Ela olhava para as camas, onde via pessoas cheias de tubos, dormindo, ou seria em coma como seu pai? Outras acordadas, sofrendo. Um ambiente desagradável é verdade. Mas o que mais chocou, foi a cena do seu pai. Afinal, mesmo sendo horrível ver aquelas pessoas, ela não as conhecia. Mas seu pai. Sempre fora tão forte, tão determinado. Nunca imaginara viver para ver seu pai daquele jeito. Qualquer pessoa, menos ele. Aproximou-se da cama dele com cuidado. Ele parecia tão frágil. E estava. Pegou sua mão. E lágrimas começaram a surgir em seus olhos.
"Acorde, pai. Por favor. Segure minha mão, forte, como sempre fez."
Claro, que ele não retribuía o gesto. Mas ela continuava pedindo.
"Por favor, acorde. Eu preciso de você, pai. Acorde para mim. Como eu vou poder continuar minha vida sem você? Você me prometeu tanta coisa. Não pode me deixar sem que essas promessas sejam cumpridas. A mamãe precisa de você também. Ela anda tão triste desde que isso tudo começou. Aperte minha mão, vamos, aperte."
Era doloroso, ele não apertava.
"Pai, por favor, aperte."
Ela gritava em seus pensamentos. Como se com aquilo ele fosse poder ouvir.
"Pai, eu te amo muito. Eu sei que você me ama também. Não me abandone. Por favor. Eu te amo, pai. Eu te amo. Aperte minha mão."
Durante a uma hora que eles permaneceram no local, Kagome segurou a mão dele. Mas ele não segurou a mão de Kagome. Ela não perdeu as esperanças até o último momento. Como se ele tivesse esperando ela aparecer para poder acordar. Como se não fosse acordar para ninguém, somente para sua filha. Cada vez que a máquina do coração apitava, ela olhava, com medo de perder seu pai na sua frente. Ou com o pensamento de que ele podia estar acordando. Mas ele não acordou. Inuyasha permaneceu encostado na parede observando o sofrimento de Kagome, sem poder fazer nada. Sabia que ela não ia querer sair dali naquele momento. Ela queria ficar com o pai dela. E desfrutar de sua companhia mesmo que sua alma não estivesse presente. Ele chorou também. Ver Kagome sofrendo o fazia sofrer. Ver o pai dela sofrendo o fazia sofrer. Ele chorou, porque não queria que aquilo acontecesse. Ele não podia morrer, simplesmente não podia.
Na saída da ala da CTI, o médico chamou a mãe de Kagome para conversar. Enquanto isso, as pessoas em volta, contavam o caso de uma das pessoas que também estava ali internada, de como essa pessoa tinha melhorado. E que aquilo ia acontecer com o pai dela também. Mas um pensamento não deixava de lhe ocorrer.
"Certo, mas a dois dias atrás ele estava bem, tinha tido uma melhora incrível, e agora está assim. Pode ser o que esteja acontecendo com esses outros também."
Era um pensamento horrível, e se recriminou por tê-lo. Já bastava ela sofrendo. Não desejava isso para mais ninguém.
Sua mãe voltou, chorando.
- O que o médico disse, mamãe?
- Que não tem mais jeito. Ele já está morto. Só falta os órgãos pararem de funcionar. – Kagome correu e abraçou sua mãe.
Continua...
N/A: Gente, me desculpa por fazer um cap. tão triste, e tão desfocado de de K/I, mas eu tinha que fazer isso. Por mim. Eu precisava escrever isso. É tudo real. Até mesmo as palavras no hospital, e a parada da mão. É tudo tão triste. Mas isso não importa, só queria que fizesse parte da história. Graças a Deus Kagome não existe, assim, esse sofrimento dela não foi real, como o meu foi. Não desejo isso pra ninguém. È horrível..... Bom. Aí está a reconciliação deles!! Vocês queriam tanto não é? (Devem estar pensando: Que retardada, a gente queria a reconciliação para vê-los felizes, não para vê- los sofrer mais depois.) Mas fiquem tranqüilos, eles vão ser felizes!! Faz somente 6 meses que isso aconteceu e eu estou muito bem. Por que com eles seria diferente? Agora que eu já botei o que eu queria botar, a fic vai ficar feliz, quer dizer, falta uma coisinha triste ainda, mas depois eu garanto felicidade. E sobre o jeito rude e grosso da última frase "Não tem mais jeito. Ele já está morto. Só falta os órgãos pararem de funcionar." Desculpem, é ridículo. MAS FOI ASSIM QUE O MÉDICO FALOU PARA MINHA MÃE! Idiota!! Gente sem coração. Fala sério. Desculpem...me exaltei. Bom...Espero que me perdoem um cap. tão baixo astral. E se não quiserem comentar com raiva de mim, tudo bem, eu entendo. Mas não deixem de ler o resto da história, por favorrrr!!
N/A2: Gente...meu Deus, me desculpem mesmo....já deve fazer mais de um mês que esse cap. está pronto, e só agora estou tendo oportunidade de colocá-lo aqui...foi o início das aulas, o início das provas, visitas e festas, muita coisa que me impediu de entrar na Internet para ficar mais de 10 min. Não era minha intenção demorar tanto, ainda mais com um cap. Que já estava pronto. Agora eu espero que o próximo não demore. Pq se ele tivesse pronto, eu juro que colocava aqui como modo de pedir perdão, mas não está, e eu nem faço idéia de qd eu vou começar, quanto mais terminar...Me desculpem mais uma vez...e alegrem-se a história vai ficar felizzzz...........!!! Ahhhhhhh, e gente, relendo esse cap., puxa, pq eu não tinha um amigo como o Inu naquela hora...aiai....se ele fosse apaixonado por mim, melhor ainda...ahahahaha .....já enchi demais, fuiii...
...:: Resposta as reviews ::...
Po, vcs nem devem se lembrar mais do que mandaram, né...
Sofia_Li : Bom...infelizmente, eu tb andei vendo muiiito disso...aconteceu com um super amigo do meu pai, e um mês depois aconteceu com meu pai...acho que foi um dos motivos que enfraqueceu mais ele, sabe ?!?! Ver aquilo com um amigo, e saber que estava acontecendo com ele...mas, é a vida...E sobre a Kagome ser cabeça oca, é, isso é mesmo, mas ela foi esperta agora, na primeira oportunidade já esqueceu logo qualquer insulto, né (po, se eu não reconciliasse eles logo, ia acabar sendo linxada...) E sobre ele não ligar pra ela um dia...bom...é verdade, mas na minha história isso não vai acontecer não...ele a ama demais pra isso...e mesmo assim, eu não quero ver ela sofrendo mais, não....desculpe a demora...bjos...
Leila_Wood : Bom, aí está a reconciliação, antes que me matem...espero que tenham gostado ( duvido ) ......desculpe a demora mesmo!!! Bjos.... Ja ne .
Iza-chan : Que bom que vc está gostando, duvido que vc continue depois de um cap. desses, mas ...espero que sim...e não deixe de ler o resto, vai ficar bom....desculpe a demora...bjos... Ja ne.
Nika Higurashi : Obrigadoo...não foi por muito tempo, viu?! Já estão juntos de novo....meu Deus, agora vc me ofendeu, o Inu com a barro velho, jamais, nunca, só por cima do meu cadáver morto.. hehehehe .....de preferência não morto igual a ela... cruz credo...Eu tb sou totalmente anti-barrenta...fala sério, que ela caia e quebre..!!!! Continue lendo, desculpe a demora ...bjos.
Tici-chan : Se vc achou o 4° cap. triste, esse então, vc deve estar querendo me matar...magina....bom ......não vou negar, pois é, o pai dela.....não sei se ele vai morrer não........não posso contar .... : ]] !! Pelo menos ela aceitou o apoio do Inu, viu !?? E obrigado pela fic em inglês...eu ainda não tive tempo de ler, mas pretendo ( um dia... :[[) ....Bjos , Ja ne.
Rina Inverse : Obrigado, que bom que vc gostou...bom...demorei mas, continueii....espero que mesmo depois de um cap. tão triste...vc continue lendo....bjos. Ja ne.
Bom...é isso, finalmente aí está o cap. pra vcs....agora me diz ( alguém leu isso tudo????? Mas não era isso que eu ia perguntar não....) .....esse cap. ficou triste mesmo, ou eu insisti nessa tecla, e ele na verdade não está tão triste assim e eu só acho isso pq aconteceu cmg...........!?!??! Sei lá......fuiiii.....
Bjos,
Stefania
- NÃO! Mamãe! Não pode ser. Você está mentindo. Isso não pode ser verdade. É um pesadelo.
- Kagome, é verdade.
- Mas não pode ser. Simplesmente não pode. – ela agora sussurrava em meio a lágrimas.
- Ainda não acabou. Tudo pode mudar. – ela tentava confortar Kagome, embora nem mesmo ela confiasse em suas palavras. Sabia que não tinha mais jeito.
Kagome abraçou sua mãe, e assim ficou por um grande tempo. Quando finalmente desfez o abraço, tentando inutilmente enxugar suas lágrimas, que não paravam de cair, ela se levantou indo em direção ao banheiro. Pretendia tomar um banho e depois se deitar. Para tentar dormir. Para tentar esquecer. Embora soubesse ser impossível.
"Inuyasha, agora eu preciso de você mais do que nunca."
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
Kagome decidiu que iria a escola do mesmo jeito. Não podia deixar de ir. Era uma distração. Mas parar de chorar não conseguiria. Isso não. E a cada hora que pensava em seu pai, mais lágrimas lhe vinham. E quanto mais pensava em Inuyasha mais triste ficava, pois não o tinha ao seu lado.
Na sala de aula, em sua, agora, costumeira cadeira da janela, ela chorava. Chorava muito. Alheia a aula. Sem pensar que muitas pessoas estavam a sua volta. Vendo o seu sofrimento, o seu desespero. O professor pareceu se importar com ela. Mas o máximo que podia fazer era tirá-la daquele ambiente, onde estava tão vulnerável.
- Senhorita Higurashi. Não desejas sair para tomar um ar fresco, ou um copo de água? Será melhor para você.
Kagome acenou afirmativamente com a cabeça e saiu rapidamente da sala. Quando ela já estava do lado de fora, Inuyasha se levantou.
- Professor, por favor. Posso ir atrás dela?
- Pode. – ele sabia da amizade deles. Quem não sabia? Eles estudavam naquela escola desde pequenos. Eram conhecidos por todos.
Inuyasha rapidamente saiu da sala e correu atrás de Kagome, seguindo o cheiro dela, ainda recente, deixado no caminho. A encontrou encostada em uma parede do corredor. Longe das salas, onde pudesse chorar, sem que atrapalhasse as aulas ao seu redor. - K-Chan, o que houve? – sua voz era de pura preocupação.
Ela gemeu ao ouvir o apelido, mas ao mesmo tempo sentiu uma satisfação, um alívio, uma alegria.
- Inuyasha! – ela correu e o abraçou.
Assim ficaram por muito tempo, somente sentindo, relembrando a sensação daquele abraço.
- Inuyasha, eu sinto muito. Eu não... Eu não posso mais agüentar tanto sofrimento. Eu preciso de você.
- Eu estou aqui. Eu vou sempre estar aqui para você.
Ficaram abraçados por mais alguns minutos. O silêncio, dizia o que os corações queriam dizer e a boca se negava a reproduzir. Mais calma depois de saber que tinha de volta seu querido amigo, amor, confidente..., ela se afastou um pouco dele, que a encarou.
- O que houve? – ele perguntou, enquanto secava as lágrimas dela, e tirava umas mechas de cabelo do rosto dela.
- Ele piorou. Ele entrou em coma. O que eu vou fazer da minha vida sem meu pai, Inuyasha? Me diz. O que? – ela recomeçou a chorar. Ele voltou a abraçá- la.
- Ele pode melhorar, K-Chan. O fato de ele ter entrado em coma não quer dizer que ele nunca mais irá acordar. – ele dizia enquanto afagava o cabelo dela.
- Eu sei que não adianta mais, Inu-Chan. Eu sinto que já está tudo perdido.
- Não fale assim, você precisa ser forte.
- Não dá. Não consigo. Eu fui forte durante todo esse tempo, agora não dá mais.
- Eu entendo. E te admiro tanto por ter agüentado até agora.
Ela se afastou e olhou para ele.
- Você também estaria agüentando. Eu sei que você não é de demonstrar seus sentimentos. Você seria capaz de passar por isso, talvez sem derramar uma lágrima visível.
- Aprendi com você, K-Chan. – ele deu um pequeno sorriso.
- Não mesmo. Eu que aprendi com você. Também não sei como eu consegui ser forte por tanto tempo. Mas nessa última semana não foi possível resistir.
Inuyasha adquiriu uma expressão de tristeza. Um sentimento enorme de culpa o atingiu. Era por causa dele que ela tinha derrubado suas barreiras. Era por causa dele, que ela estava pior do que estaria se eles não tivessem brigado.
- Me desculpe, K-Chan, por favor me perdoe. Me desculpe por ter sido o causador de grande parte do seu sofrimento. Por ter aumentado ele. A partir de agora, eu vou sempre pensar antes de falar. Eu prometo.
- Tudo bem, Inuyasha. Eu sei. Eu nunca conseguiria não perdoá-lo. – ela sorriu para ele. Mas era um sorriso triste, que não atingia seus olhos.
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
Inuyasha passou aquele dia com ela. Ela se sentia tão bem nos braços dele. Ao seu lado, sua dor era amenizada. Inuyasha também estava sofrendo por ele. Gostava tanto dele. Sempre o tratou como um filho. Lembranças dele vinham à cabeça de Inuyasha e isso o fazia sentir mais infelicidade, pois se ele se sentia impotente daquela maneira, como Kagome estaria se sentindo?
.::Lembranças::.
- Inuyasha, cuidado. – gritou Kagome, para avisá-lo sobre a presença de uma pedra em seu caminho. Mas ele não ouviu e caiu com tudo no chão.
- Aii. Meu joelho. – um garotinho de 7 anos chorava por ter machucado seu joelho enquanto jogava bola.
- Inu-Chan, você está bem? – a menininha correu desesperada em sua direção.
- Estou, mas meu joelho dói. – ele disse, ainda com lágrimas nos olhos.
Kagome viu seu pai vir na direção deles dois. Ele estava sentado no banco da praça, observando sua filha e Inuyasha brincarem. E ao ver o menino cair, foi ajudá-lo.
- Inuyasha, não chore. Isso vai passar. – ele falou, com todo carinho de pai, como se Inuyasha fosse seu filho também.
- Mas continuará doendo enquanto não passar. – ele choramingou.
- Eu sei, mas você precisa agüentar essa dor. Em nossas vidas, passaremos por muitos sofrimentos e provações, e você não vai poder ficar chorando. Terá que reagir.
Inuyasha parou de chorar. E tentou se levantar, mas o joelho doía.
- Mas não dá. Dói muito.
- Dói sim. Eu sei. Tantas coisas doem muito mais que essa. Mas não devemos impedir que os sofrimentos aconteçam. Muito pelo contrário, devemos aceitar todos eles, e a todos os desafios com garra. E atravessá-los vitoriosos, para mais adiante, estarmos preparados para tudo que vier. Vamos. Eu te levo. – e dizendo isso, pegou o menino no colo, indo em direção a casa deles, sendo seguido por Kagome.
.::Fim da Lembranças::.
"Que estranho. Tudo que ele disse, parecia ser prevenindo um tipo de sofrimento como esse. Será que Kagome se lembra dessas palavras?"
- K-Chan, não chore. Isso vai passar. – ele disse as mesmas palavras do pai dela. Será que ela se lembraria?
Kagome o olhou meio intrigada. Era estranho ouvir aquilo. Parecia já ter ouvido em algum lugar, mas onde? Por instinto respondeu uma coisa que lhe veio à cabeça.
- Mas continuará doendo enquanto não passar. – ele sorriu, e ela não entendeu porque. – E se acabar mal, não passará. E por que sorri?
- Nada. Lembrei de uma coisa. – ela olhou para ele, mas não disse nada. Subitamente, lhe veio um pensamento.
- Inu-Chan, você iria ao hospital visitá-lo comigo amanhã? – ela pediu, mas seus olhos suplicavam. Era como se implorasse para ele estar com ela naquele momento que seria tão doloroso. Como se não fosse suportar aquilo sozinha.
Ele pensou por um momento. Não que não quisesse acompanhá-la e estar com ela, para protegê-la do que estava preste a ver. Mas será que ele estava preparado para o que ia encontrar? Não, não estava, mas não poderia fazer isso com ela.
- Está bem, K-Chan. Eu vou com você. – ele falou finalmente, mas com o pressentimento de que aquilo não seria uma boa escolha.
"Seja o que Deus quiser." Pensou.
- Obrigado. – ela respondeu com um pequeno sorriso.
^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^*^
No dia seguinte, depois da aula, eles foram ao hospital com a mãe de Kagome. Era a primeira vez que Kagome visitava seu pai no hospital. Ela não tivera coragem de ir vê-lo nenhuma das vezes em que esteve internado. Mas naquele momento, ela sentia necessidade disso.
- Kagome, você tem certeza que deseja entrar? – sua mãe perguntou, como se pedisse pelo amor de Deus, para que ela mudasse de idéia. Mas ela não ia desistir. Queria muito vê-lo.
-Sim, eu tenho. – ela disse, determinada.
Entraram na CTI. Inuyasha ia a seu lado. Ela olhava para as camas, onde via pessoas cheias de tubos, dormindo, ou seria em coma como seu pai? Outras acordadas, sofrendo. Um ambiente desagradável é verdade. Mas o que mais chocou, foi a cena do seu pai. Afinal, mesmo sendo horrível ver aquelas pessoas, ela não as conhecia. Mas seu pai. Sempre fora tão forte, tão determinado. Nunca imaginara viver para ver seu pai daquele jeito. Qualquer pessoa, menos ele. Aproximou-se da cama dele com cuidado. Ele parecia tão frágil. E estava. Pegou sua mão. E lágrimas começaram a surgir em seus olhos.
"Acorde, pai. Por favor. Segure minha mão, forte, como sempre fez."
Claro, que ele não retribuía o gesto. Mas ela continuava pedindo.
"Por favor, acorde. Eu preciso de você, pai. Acorde para mim. Como eu vou poder continuar minha vida sem você? Você me prometeu tanta coisa. Não pode me deixar sem que essas promessas sejam cumpridas. A mamãe precisa de você também. Ela anda tão triste desde que isso tudo começou. Aperte minha mão, vamos, aperte."
Era doloroso, ele não apertava.
"Pai, por favor, aperte."
Ela gritava em seus pensamentos. Como se com aquilo ele fosse poder ouvir.
"Pai, eu te amo muito. Eu sei que você me ama também. Não me abandone. Por favor. Eu te amo, pai. Eu te amo. Aperte minha mão."
Durante a uma hora que eles permaneceram no local, Kagome segurou a mão dele. Mas ele não segurou a mão de Kagome. Ela não perdeu as esperanças até o último momento. Como se ele tivesse esperando ela aparecer para poder acordar. Como se não fosse acordar para ninguém, somente para sua filha. Cada vez que a máquina do coração apitava, ela olhava, com medo de perder seu pai na sua frente. Ou com o pensamento de que ele podia estar acordando. Mas ele não acordou. Inuyasha permaneceu encostado na parede observando o sofrimento de Kagome, sem poder fazer nada. Sabia que ela não ia querer sair dali naquele momento. Ela queria ficar com o pai dela. E desfrutar de sua companhia mesmo que sua alma não estivesse presente. Ele chorou também. Ver Kagome sofrendo o fazia sofrer. Ver o pai dela sofrendo o fazia sofrer. Ele chorou, porque não queria que aquilo acontecesse. Ele não podia morrer, simplesmente não podia.
Na saída da ala da CTI, o médico chamou a mãe de Kagome para conversar. Enquanto isso, as pessoas em volta, contavam o caso de uma das pessoas que também estava ali internada, de como essa pessoa tinha melhorado. E que aquilo ia acontecer com o pai dela também. Mas um pensamento não deixava de lhe ocorrer.
"Certo, mas a dois dias atrás ele estava bem, tinha tido uma melhora incrível, e agora está assim. Pode ser o que esteja acontecendo com esses outros também."
Era um pensamento horrível, e se recriminou por tê-lo. Já bastava ela sofrendo. Não desejava isso para mais ninguém.
Sua mãe voltou, chorando.
- O que o médico disse, mamãe?
- Que não tem mais jeito. Ele já está morto. Só falta os órgãos pararem de funcionar. – Kagome correu e abraçou sua mãe.
Continua...
N/A: Gente, me desculpa por fazer um cap. tão triste, e tão desfocado de de K/I, mas eu tinha que fazer isso. Por mim. Eu precisava escrever isso. É tudo real. Até mesmo as palavras no hospital, e a parada da mão. É tudo tão triste. Mas isso não importa, só queria que fizesse parte da história. Graças a Deus Kagome não existe, assim, esse sofrimento dela não foi real, como o meu foi. Não desejo isso pra ninguém. È horrível..... Bom. Aí está a reconciliação deles!! Vocês queriam tanto não é? (Devem estar pensando: Que retardada, a gente queria a reconciliação para vê-los felizes, não para vê- los sofrer mais depois.) Mas fiquem tranqüilos, eles vão ser felizes!! Faz somente 6 meses que isso aconteceu e eu estou muito bem. Por que com eles seria diferente? Agora que eu já botei o que eu queria botar, a fic vai ficar feliz, quer dizer, falta uma coisinha triste ainda, mas depois eu garanto felicidade. E sobre o jeito rude e grosso da última frase "Não tem mais jeito. Ele já está morto. Só falta os órgãos pararem de funcionar." Desculpem, é ridículo. MAS FOI ASSIM QUE O MÉDICO FALOU PARA MINHA MÃE! Idiota!! Gente sem coração. Fala sério. Desculpem...me exaltei. Bom...Espero que me perdoem um cap. tão baixo astral. E se não quiserem comentar com raiva de mim, tudo bem, eu entendo. Mas não deixem de ler o resto da história, por favorrrr!!
N/A2: Gente...meu Deus, me desculpem mesmo....já deve fazer mais de um mês que esse cap. está pronto, e só agora estou tendo oportunidade de colocá-lo aqui...foi o início das aulas, o início das provas, visitas e festas, muita coisa que me impediu de entrar na Internet para ficar mais de 10 min. Não era minha intenção demorar tanto, ainda mais com um cap. Que já estava pronto. Agora eu espero que o próximo não demore. Pq se ele tivesse pronto, eu juro que colocava aqui como modo de pedir perdão, mas não está, e eu nem faço idéia de qd eu vou começar, quanto mais terminar...Me desculpem mais uma vez...e alegrem-se a história vai ficar felizzzz...........!!! Ahhhhhhh, e gente, relendo esse cap., puxa, pq eu não tinha um amigo como o Inu naquela hora...aiai....se ele fosse apaixonado por mim, melhor ainda...ahahahaha .....já enchi demais, fuiii...
...:: Resposta as reviews ::...
Po, vcs nem devem se lembrar mais do que mandaram, né...
Sofia_Li : Bom...infelizmente, eu tb andei vendo muiiito disso...aconteceu com um super amigo do meu pai, e um mês depois aconteceu com meu pai...acho que foi um dos motivos que enfraqueceu mais ele, sabe ?!?! Ver aquilo com um amigo, e saber que estava acontecendo com ele...mas, é a vida...E sobre a Kagome ser cabeça oca, é, isso é mesmo, mas ela foi esperta agora, na primeira oportunidade já esqueceu logo qualquer insulto, né (po, se eu não reconciliasse eles logo, ia acabar sendo linxada...) E sobre ele não ligar pra ela um dia...bom...é verdade, mas na minha história isso não vai acontecer não...ele a ama demais pra isso...e mesmo assim, eu não quero ver ela sofrendo mais, não....desculpe a demora...bjos...
Leila_Wood : Bom, aí está a reconciliação, antes que me matem...espero que tenham gostado ( duvido ) ......desculpe a demora mesmo!!! Bjos.... Ja ne .
Iza-chan : Que bom que vc está gostando, duvido que vc continue depois de um cap. desses, mas ...espero que sim...e não deixe de ler o resto, vai ficar bom....desculpe a demora...bjos... Ja ne.
Nika Higurashi : Obrigadoo...não foi por muito tempo, viu?! Já estão juntos de novo....meu Deus, agora vc me ofendeu, o Inu com a barro velho, jamais, nunca, só por cima do meu cadáver morto.. hehehehe .....de preferência não morto igual a ela... cruz credo...Eu tb sou totalmente anti-barrenta...fala sério, que ela caia e quebre..!!!! Continue lendo, desculpe a demora ...bjos.
Tici-chan : Se vc achou o 4° cap. triste, esse então, vc deve estar querendo me matar...magina....bom ......não vou negar, pois é, o pai dela.....não sei se ele vai morrer não........não posso contar .... : ]] !! Pelo menos ela aceitou o apoio do Inu, viu !?? E obrigado pela fic em inglês...eu ainda não tive tempo de ler, mas pretendo ( um dia... :[[) ....Bjos , Ja ne.
Rina Inverse : Obrigado, que bom que vc gostou...bom...demorei mas, continueii....espero que mesmo depois de um cap. tão triste...vc continue lendo....bjos. Ja ne.
Bom...é isso, finalmente aí está o cap. pra vcs....agora me diz ( alguém leu isso tudo????? Mas não era isso que eu ia perguntar não....) .....esse cap. ficou triste mesmo, ou eu insisti nessa tecla, e ele na verdade não está tão triste assim e eu só acho isso pq aconteceu cmg...........!?!??! Sei lá......fuiiii.....
Bjos,
Stefania
