Disclaimer: Saint Seiya / Cavaleiros do Zodíaco pertence a Masami Kurumada.
Resumo: Universo Alternativo. Afrodite é um ator em busca da fama. Romances, decepções e grandes alegrias irão cruzar seu caminho até que ele consiga um cantinho cativo sob os holofotes do sucesso. Romance yaoi / lemon.
Oi gente!! Obrigada pelas reviews! Os casais já estão meio na cara, né, mas ainda vai passar muita água nesse rio.. hehehehe Eu queria dizer que não entendo quase nada sobre produção de filmes. Me baseei nesses especiais de "making of", e usei a criatividade. Por isso, se rolar alguma coisa meio fora dos padrões, por favor, relevem!
PS: Pipe, se você e a Bélier fizessem uma proposta pro Kurumada, poderiam ficar tranqüilas. Só o batalhão de fãs brasileiras fariam o sucesso dos seus roteiros!!! rs :o)
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Capítulo 2 - O Teste
Os dias passaram. Exatamente uma semana depois do encontro no restaurante, Dite recebe uma ligação de Shaka.
- Di! Você não vai acreditar!
- Olá Shaka! O que foi?
- Sabe aquele diretor amigo nosso, que encontramos no restaurante semana passada?
- Sei, o Kamus...
- Ele quer você hoje, as duas da tarde, no estúdio, para fazer um teste para o novo filme dele!
- Aquele de suspense? Que ele comentou na mesa?
- O próprio!
- Você sabe o papel?
- Eu não tenho certeza, mas parece que é o de vilão!
- Eu, de vilão? – Afrodite começou a gargalhar. – Shaka, você não ligou para a pessoa errada, não?
- Di, por favor, não começa. Eu sei que você não tem cara de vilão, mas foi o Kamus que me disse. E vai se arrumar, pois já são 11 horas! Do jeito que você é enrolado, vai se atrasar. O estúdio fica do outro lado da cidade! Anota o endereço...
- Fala! – Dite anotou - Estou indo! Ai, que Buda lhe ilumine, Shaka! Muito obrigado pela notícia! E manda um beijo para o Mú!
- Beijos Dite! Boa sorte!
Às 13h30 Afrodite estava aguardando Kamus na sala de espera. Belíssimo, Di colocou seu melhor jeans, uma camisa branca por fora da calça e sapatos caramelos. Cabelos soltos, naturalmente ondulados, e pouca maquiagem. Bom, ele não precisava se esforçar. Era lindo de qualquer jeito...
Às 14hrs em ponto Kamus abriu a porta de seu escritório, despedindo-se de Miro com um aperto de mão, que cumprimentou Dite da mesma forma. Conversou rapidamente com sua secretária, e pediu para que ele entrasse.
Dite percebeu a mudança da fisionomia. Kamus pareceu frio ao se despedir do outro ator, e ainda mais distante ao falar com a secretária. Estritamente profissional. Mas, ao passarem pela porta, ele relaxou, e voltou a ser o diretor sério, mas simpático, que ele conhecera na semana anterior.
- Olá Afrodite! Tudo bem?
- Tudo bem! – Apertaram as mãos, e Kamus indicou a cadeira em sua frente.
- Bom, vou ser bem direto. – Ele iniciou rapidamente a conversa - Este não é o tipo de filme que eu dirijo com muito prazer, mas é do tipo que vende bem. O Miro já passou no teste, e vai ser o ator principal. Quase todo o elenco também já foi escolhido, mas eu ainda tenho outro ator concorrendo ao papel que eu gostaria que fosse seu. O ator é o Carlo de Angelis, famoso pelos seus filmes de suspense e terror. O Shura, meu produtor, acha que ele é a melhor opção, tem o arquétipo de assassino, mas eu não sei... Bom, primeiramente, um filme de suspense e esse tipo de atuação lhe interessam?
- Sim, Sr. Kamus, me interessa. Eu nunca fiz o papel de "bandido", mas creio ter total capacidade de interpretação para esse tipo de atuação.
- Ótimo. Vamos fazer o teste, então?
- Vamos!
Afrodite seguiu o diretor, que andava calado. Chegaram até um estúdio de gravação, onde já havia um cenário montado. Dite teria que interpretar duas das cenas principais do filme, sendo que estava lendo o roteiro das mesmas naquele exato momento.
O filme chamava-se Deadly Seduction (Kamus havia detestado esse nome...), e a história baseava-se em uma série de assassinatos que acometiam uma grande cidade americana. Nada clichê. A única peculiaridade era que o psicopata somente escolhia moças novas, com cerca de 20 anos, virgens. O detetive descobriria que ele mantinha um breve relacionamento com elas, e que mostrava-se como um verdadeiro cavalheiro. Convidava a virgem em questão para uma viagem, tinha relações sexuais com ela, e a matava com um corte fino no pescoço. Miro era o detetive encarregado do caso, e o ápice do filme ocorre quando uma amiga sua desaparece. Ele descobre que ela está nas mãos do assassino, e corre contra o tempo. O final, nada previsível, tinha Miro como o salvador da moça, e o serial killer era preso em um local para tratamento de doentes mentais. O fim do filme trazia ainda uma deixa para a continuação, com ele seduzindo as médicas. Era um roteiro de suspense e ação, de provável sucesso.
Afrodite aguardava sua vez. Kamus, o produtor e algumas outras pessoas, aparentemente da produção, estavam assistindo o teste do tal Carlo de Angelis. Di reconheceu o ator, que era chamado de Máscara da Morte pelos seus fãs. Era um italiano que sempre marcava presença em filmes de terror. Até tinha pinta de galã, mas costumava ser o "bad boy", o assassino, o psicopata, ou seja, era sempre o cara malvado. Ganhou esse apelido depois de ter feito um filme de terror e suas duas continuações, onde era o tal "Máscara da Morte". A alcunha era mais conhecida do que seu próprio nome.
O teste consistia em duas cenas. A primeira mostrava o psicopata seduzindo a tal virgem, ao conhece-la, e a segunda mostrava o momento do assassinato. Afrodite se preocupou em prestar atenção ao roteiro, e não deu muita atenção ao teste do outro. Mas não conseguiu deixar de reparar no charme do italiano.
"É uma pena disputarmos o mesmo papel. Adoraria contracenar com um homem lindo desses... que olhos azuis!"
Carlo interpretou o personagem com firmeza. Fez o tipo sedutor cafajeste, que conquista, mas que parece ser uma promessa de perdição... A cena do assassinato foi perfeita, sem hesitação. Ele já estava acostumado. Saiu-se muito bem.
Dite também interpretou com tranqüilidade, mas, ao contrário do italiano, utilizou aquilo que ele acreditava ser sedução, e mostrou uma atuação mais discreta, elegante e sensual. Não teve dificuldade alguma em "matar" a moça na outra cena, e foi frio e delicado. Parece que ele adivinhou o tipo de interpretação que Kamus queria.
O diretor gostava do estilo de Carlo, mas achou que para aquele papel Afrodite era mesmo perfeito. Ele parecia ser distante do restante da humanidade, mas não tinha feições de crueldade. Era um perfeito sedutor... Encaixava melhor naquele roteiro.
Kamus dispensou os dois, dizendo que entrava em contato diretamente com eles, ou seus empresários. Afrodite estava animado. Sabia que tinha ido bem, e estava torcendo para que ele fosse o escolhido. "Ai, agora minha estrela tem que brilhar! É esse o papel que eu estava esperando!"
Empolgado demais, passou na loja do Shaka e do Mú, conversou um pouco, e foi dar uma de suas aulas, afinal, o dinheiro proveniente da sétima arte ainda não era suficiente para manter seu padrão de vida. E ele não aceitava a ajuda dos seus pais, mesmo com eles sempre lhe ligando e oferecendo recursos.
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Dois dias depois Afrodite já havia recebido a notícia de que tinha sido escolhido. Buscou o roteiro, começou as preparações para o papel, arrumou um empresário decente – seu último vivia insistindo para que ele fizesse filmes pornôs... – e quando deu por si, estava no último dia das gravações.
O material para divulgação do filme já estava ok, e Afrodite brigava para conseguir ingressos para toda sua família ir na estréia.
Logo depois do final da edição do filme, Dite aguardava Kamus na tal da sala de espera. Nem parecia que quase um ano havia passado desde que ele esperava o diretor para saber sobre o teste. De repente, enquanto ele estava absorto em seus pensamentos, viu que Miro saiu furioso da sala, xingando Kamus em altos brados, para quem quisesse ouvir.
- Eu não acredito que você possa continuar sendo tão medroso! – O belo ator estava irreconhecível. Nem nas suas melhores cenas expressava tanto ódio.
- Miro!!.... Miro, volta aqui. Para de gritar! Miro... – Em compensação, o francês parecia ser um poço de paciência.
Tarde demais. O ator saiu com tudo da sala, e pela raiva não iria esperar ninguém. Kamus ainda ficou plantado na porta, olhando-o ir embora, com uma cara até... triste.... Mas saiu de seu devaneio, vendo a situação ridícula em que se encontrava.
- Afrodite, por favor, entre. – pediu ainda para a secretária cancelar os outros compromissos do dia.
- Cancelar? Tem certeza, Sr. Kamus? – Ele nunca havia cancelado nada!
- Por favor, Natasha, não discuta. Simplesmente cancele.
Durante os meses de gravação, Dido freqüentou algumas festas VIPS, e até o Shaka e o Mú apareceram em algumas. Às vezes o indiano convidava os amigos para jantar em sua casa, e foi aí que Afrodite descobriu que Kamus e Miro namoravam, e que, apesar de não assumir, o francês só havia aceitado dirigir esses filmes comerciais para manter-se próximo do namorado. Afinal, assumir um relacionamento gay seria uma bomba para a carreira do ator, e provavelmente o prejudicaria. E Miro não fazia o tipo de ator denso, que interpreta papéis mais sérios, que Kamus gostava de dirigir. Então ele estava abrindo mão de alguns projetos mais interessantes... O que o amor não faz?
- Ufffs........ – ele sentou-se com uma cara péssima.
- Tudo bem, Kamus? Se você quiser, nós podemos conversar uma outra hora...
- Não Afrodite, está tudo bem. Já me acostumei com as explosões do Miro. Ele já é estourado de natureza, e quando resolve ter uns ataques de estrelismo, voilá, saiam da frente... – Kamus estava conformado. Já esperava aquela reação. – Aliás, espero que você também não tenha uma atitude parecida com a dele, pois o assunto que eu tenho a tratar com você é o mesmo.
Dido gelou.
- Imagina Kamus, pode ficar sossegado. Eu não costumo ficar nervoso.
- Di, eu sei que você também se relaciona com homens. Aliás, com, obviamente toda a sinceridade, pra mim isso é tão comum quanto relacionar-se com o sexo oposto. Mas eu preciso te pedir que durante a estréia e a fase de divulgação do filme, você evite aparecer com namorados. E, se possível, vá com uma companhia feminina na estréia. – Afrodite abriu a boca para falar alguma coisa, mas Kamus pareceu adivinhar o que ele pensava – É muita hipocrisia, eu sei, mas você sabe como são as fãs, e como esse bendito país é preconceituoso. O discurso é sempre liberal, mas os atores homossexuais assumidos sempre enfrentam mais dificuldades...
- Tudo bem Kamus, não tem problemas. Agora eu entendi a braveza do Miro! – Ele não resistiu... teve que dar uma risadinha.
- Não tem problema mesmo? – Kamus não estava de bom humor. - Porque o Miro ficou indignado com o fato de que não vou poder vê-lo durante pelo menos dois meses. No último filme tive que gastar uma fortuna para que um maldito fotógrafo não vendesse uma foto nossa para um tablóide. É terrível, mas esses paparazzos não vão deixar vocês em paz. E prepare-se, pois estamos apostando que você será a próxima grande revelação do cinema!
- Ai, que Deus te ouça! Você não tem idéia de como isso vai ser importante pra mim!
- Afrodite, não se iluda. A fama é ótima, mas você mal sabe o que te espera!
E realmente, se Dite soubesse o que estava por vir, provavelmente teria preferido manter-se no anonimato...
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To be Continued
