MARY SUE: A VERDADE POR TRÁS DO MITO!
Capítulo II – Aquele em que Mary Sue chega triunfante!
Hermione, Harry e Rony se sentaram à mesa da Grifinória, ansiosos pela cerimônia de abertura do ano letivo. Logo que notaram os pequerruchos que ainda não tinham casas espalhados próximos ao banquinho do chapéu seletor, não puderam deixar de lembrar de quando eram eles próprios os que estavam ali.
– Tomara que aquele gordo com cara de idiota comendo meleca não caia na Grifinória! – falou Harry!
– Aposto que cai na Lufa-Lufa! – falaram Rony e Hermione ao mesmo tempo.
– Eu acho que cai na Corvinal! – interveio Dino Thomas.
– Eu aposto na Sonserina, mas acho difícil que ele caia lá! – ponderou Neville Longbottom.
– Então por que está apostando? – perguntou Harry, enquanto apostava na Lufa-Lufa, como a maior parte das pessoas em volta.
– Porque ia ser ótimo ver a cara de horror do Malfoy ao ver o porcalhão se sentando à mesa da Sonserina!
Fez-se silêncio para o discurso de Dumbledore. O bruxo disse algumas palavras cândidas para os alunos e lembrou a todos de como foi horrorosa a morte de Cedrico Diggory ano passado e como podiam esperar muito mais mortes esse ano letivo, porque a autora já anunciou que vai ter praticamente um genocídio no próximo livro.
Dito isso, Minerva McGonagall, professora de transfiguração e diretora da casa da Grifinória, pegou o chapéu seletor e chamou o nome do primeiro aluno a usá-lo.
– Susan Bones!
A menina levantou-se da mesa e foi se sentar no banquinho.
– Todo ano essa menina insiste em tentar sair da Lufa-Lufa, não é mesmo? – falou Hermione num tom depreciativo.
– Coitada, não a culpo! Se no dia do chapéu seletor tivessem anunciado Lufa-Lufa para mim, eu teria corrido e me tacado na fogueira! – comentou a genial e espetacular Lilá Brown.
– LUFA-LUFA! – anunciou o chapéu.
Susan Bones levantou-se arrasada, e voltou a se sentar junto aos colegas de Casa.
– Gostou dessa, sua vira-casaca? – alfinetou a Professora Sprout.
A cerimônia foi seguindo, e os alunos morrendo de tédio. As palmas para receber os alunos, que começaram sonoras e entusiasmadas, agora eram escassas e fracas. Toda a atenção dos alunos foi capturada novamente quando a Professora Minerva chamou:
– TIBÚRCIO LEITÃO!
O gordo melequento se aproximou do banquinho, que quase arriou com o peso da enorme nádega que se assentou sobre o pobre.
– É o porcalhão! – Harry cutucou Rony. – Vamos ver ganhamos algum dinheiro com a aposta!
O chapéu seletor fez charme por alguns instantes e anunciou:
– Grifinória!
Por todo o Salão Principal, ecoaram gritos de "MERDA!", dos alunos que tinham perdido a aposta (a maioria dos alunos apostou na Lufa-Lufa e na Corvinal). Os da Grifinória olhavam horrorizados enquanto o gordo se aproximava; a pança balouçando. Draco Malfoy estava rindo felicíssimo, diante da expressão de TERROR ABSOLUTO nos rostos de Harry, Rony e Hermione.
A única pessoa mais feliz do que Draco era Cho Chang, aluna da Corvinal, a única de todo o Salão que apostara que o garoto ia para a Grifinória!
–TÔ RICA!!!!! – gritava, dando saltos e correndo pelo Salão. – MILIONÁRIA!!!!! VALEU CHAPÉU!!!!!!!! TÔ RICA!!!!!!!!!! NEM PRECISO MAIS ESTUDAR!!!!!!!!! SNAPE! VAI PRO INFERNO! O DIABO QUE O CARREGUE, SEU CARRASCO! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!!!!!!!!!!!!!!!
E bateu a porta, radiante, abandonando a escola, felizona, para viver de renda.
– Oh, meu Deus! – exclamou Harry. – Agora que minha Cho foi embora, o que vou fazer da minha vida? Será que estou fadado a ficar com essa idiota da Gina?
Gina estava ao lado de Rony, folheando O Diário do Selacanto, tentando entender o mecanismo do livro:
– Mas como é que isso funciona, hein? Ah... É só virar a página? Mas onde liga? Não liga? Ah...
Harry juntou suas mãos e orou:
– Meu Deus, eu mereço algo melhor do que essa mongol!
E suas preces foram atendidas. Dumbledore anunciou:
– Senhoras e senhores, meninos e meninas, alunos e professores dessa digníssima Instituição de Ensino! É com muito prazer que eu anuncio o ingresso estelar em Hogwarts, dessa que é simplesmente uma maravilha apoteótica da natureza, a sensação do mundo mágico, filha de um grande amigo meu e financiadora da mega-piscina construída ao lado do campo de Quadribol. Diretamente dos fervorosos trópicos do Brasil...
MARY SUE BLACK!
As portas do Salão Principal se abriram lentamente, deixando entrar na sala um feixe de luz fluorescente e uma fumaça fria de gelo seco, na qual a luminosidade resplendia ainda mais forte.
Avançou para dentro do local uma menina linda, de olhos claros e cabelos castanhos lisos e esvoaçantes, vestindo uma roupa branca de algodão que também farfalhava com a brisa que atravessa o salão para saudá-la.
Todos olhavam admirados, imóveis. Não se ouvia nenhum ruído, nem mesmo o de uma garganta engolindo seco, apenas o som do vento e do salto de Mary Sue, tocando o chão com a delicadeza de uma pluma.
Mary Sue avançava ao som de Feel so Good quase em câmera lenta; os cabelos agitando aos ares, a pele alva como a neve, um brilho suave emanando de seus olhos.
– Por que está todo mundo contemplando essa menina com cara de babaca? – perguntou Hermione.
– AAAAAAIIIIIIII! SUA INVEJOSA! – exclamou Mary Sue, revoltada, apontando para Hermione. – VOCÊ ESTRAGOU A MINHA LINDA ENTRADA TRIUNFAL!
Muito a contragosto (ela queria escolher a própria Casa), Mary Sue seguiu até o banquinho, onde se sentaria para o sorteio de Casas. Todos os meninos se animaram, querendo que ela fosse sorteada para suas respectivas casa.
A linda morena sentou-se no banquinho com charme e cruzou as pernas acenando para os rapazes embasbacados por todo o Salão. Sorriu entusiasticamente e, entre dentes, avisou ao chapéu:
– Se me colocar na Lufa-Lufa, costuro essa sua boca e te substituo por uma boina velha lá de casa, bem entendido?
O chapéu estremeceu na mão da Professora Minerva. Ela o colocou gentilmente na cabeça simétrica da perfeita Mary Sue.
– Ficou linda! – a Professora não se conteve.
– Oh! – a menina enrubesceu. – Obrigada, Professora McGonagall. Assim a senhora me deixa sem jeito!
O chapéu pigarreou e anunciou:
– Grifinória!
Eufóricos, os rapazes da casa vermelha se ergueram aplaudindo entusiasticamente, aos berros, batendo nas mesas e pisoteando o chão. Mary Sue levantou-se com graça do banquinho e foi se sentar junto à mesa da Grifinória. Achou um lugar entre Parvati Patil e Lilá Brown.
– Olá! – disse. – Vocês querem ser minhas novas melhores amigas?
– CLARO QUE SIM! – responderam as duas em coro.
– Que bom!
As meninas se abraçaram alegremente, enquanto Dumbledore anunciava que a ceia seria servida. Durante a refeição, Mary Sue foi o centro das atenções de todos.
– Você vem de onde?
– Do Brasil!
– E os seus pais?
– Minha mãe é uma dançarina brasileira! Meu pai é o Sirius Black!
– O foragido de Azkaban?
– O próprio!
– QUE IRADO!
A única que parecia profundamente irritada por ter Mary Sue em sua casa era Hermione.
– Não sei porque os garotos ficam se derretendo para essa aí! Está cheio de meninas bonitinhas em Hogwarts! E beleza nem é um atributo que deveria ser tão valorizado, sabiam? Inteligência, por exemplo, vale muito mais!
Nesse momento Harry e Rony suspiraram profundamente ao som de uma doce risada da maravilhosa Mary Sue. Hermione levantou-se irritadíssima.
– Em quarenta anos, eu vou continuar com todo o meu conhecimento sobre magias e feitiços! Quero só ver como essa carinha linda vai estar!
E partiu rumo ao dormitório.
– Deixe-a! – disse Harry para Rony. – Ela só está com ciúmes, porque antes ela era a personagem feminina mais importante, mas agora surgiu a beleza estonteante de Mary Sue, e ela está se sentindo ameaçada!
E os rapazes permaneceram até o final da noite, ouvindo a suave voz de Mary Sue relatando suas aventuras no Brasil.
