Mary Sue: A Verdade por trás do Mito!
Capítulo V – Aquele em que violentam a piscina de Mary Sue!

Quatro meses se passaram como em quatro capítulos! Depois de ser encontrada por Hagrid quase careca e nua, cantando na chuva e atirada na lama num dos jardins, Hermione vem fazendo de tudo para convencer seus amigos de que não é doida, até socializar com Mary Sue.

No almoço de uma quarta-feira aparentemente normal, estavam sentados à mesa Mary Sue, Harry, Rony, Lilá, Parvati e Hermione, quando chegou Hagrid correndo.

– Srta. Mary Sue! Srta. Mary Sue!

– O que houve, Hagrid? Por que está tão esbaforido? É algo urgente? ACONTECEU ALGUMA COISA COM MEU PAI?

– Sim, Srta. Mary Sue! Ele levou um tiro de canhão no meio da cara!

– O QUÊ?

– HAHA – Hagrid riu, apoiando as mãos no joelho e respirando com dificuldade. – Estou brincando! Seu pai está ótimo.

Todos à mesa fecharam a cara desaprovando a brincadeira de mau gosto de Hagrid, exceto Hermione, que não pôde esconder um discreto sorriso de satisfação.

– Que susto você me deu, homem! O que quer? Diga logo!

– Violentaram a sua piscina, menina!

– Como assim? Como alguém pode iviolentar/i uma piscina?

– Fizeram COCÔ nela!


Em questão de minutos, Mary Sue, Hagrid, Argo Filch, Rony, Harry, Mione, Parvati, Lilá e mais uma dúzia de curiosos estavam à borda da piscina. De fato a prova do crime continuava boiando sobre as águas.

– Muito bem! – falou Filch. – Não achei nada no regulamento de Hogwarts que sequer faça referência a fazer cocô na piscina. É proibido fazer cocô no mato, na estufa da Prof.ª Sprout, ou dentro do Chapéu Seletor, mas, em piscina, o regulamento não diz nada! Ainda assim, creio que todos nós achamos que isso é errado! Portanto, precisamos decidir o que fazer com o cocô e com o autor desse sacrilégio com a piscina da maravilhosa e exuberante Mary Sue!

– Com licença! – falou Parvati. – Será que poderíamos parar de chamar isso de "cocô"? É que eu simplesmente odeio essa palavra!

– E você sugere que a gente chame de que? – perguntou Rony. – De tolete?

– Não... Tolete é ainda pior!

– Chama de que, então?

– Sei lá! Só chama de outra coisa!

– Que tal chamarmos de "objeto defecado"? – sugeriu Harry.

– Desculpem-me por interromper esse ensaio fantástico sobre a epistemologia das fezes, mas temos outros assuntos a tratar aqui! – cortou Mary Sue. – Francamente, Parvati. Nós estamos cá para resolver o problema da MINHA piscina! EU sou a protagonista! Resigne-se à sua posição de personagem secundária!

– Voltando ao "objeto defecado"... – falou Argo Filch. – Precisamos descobrir quem foi o responsável e obrigá-lo a limpar a sujeira.

– Agora é tarde! – falou Hagrid. – Já limpei!

– Bota de volta, então! – falou Filch.

– Que bota de volta, o quê! – gritou Lilá Brown. – Livre-se disso, Hagrid!

– Como? Dou para a Prof.ª Sprout usar como adubo?

– Joga na fossa! – sugere Rony.

– Aqui não tem fossa, Rony! – avisa Hermione.

– Gina! O que está fazendo? – perguntou Harry, tirando a atenção do "objeto defecado" e colocando-a sobre Gina Weasley.

Gina estava encharcada de sangue, retorcida no chão, agarrada a um diário sob uma parede onde estava escrito em sangue:

O SELACANTO PROVOCA MAREMOTO

Enquanto isso, a pequena irmã Weasley dizia, tremendo; pupilas fixas e punhos cerrados:

– Thieveses! They stole my precioussss! And we wantsss it!

– Ei! – gritou Hagrid! – Deixa a menina brincar à vontade e me diz logo o que eu faço com esse cocô!

– Cocô, não! – insistiu Parvati. – "Objeto defecado"!

– Dá isso aqui! – Lilá arrancou o saco com o cocô das mãos de Hagrid e atiçou para o alto, em direção à Floresta Proibida.

– Tá maluca, mulher? Tacando merda pelos ares? – perguntou Rony.

– Bem, realmente resolveu o problema! – ponderou Harry.

– AFINAL, QUEM FEZ ISSO COM A MINHA PISCINA?

– Nem olhem para mim! – Lilá foi a primeira a se justificar. – Como qualquer outra adolescente insegura, anoréxica e bulímica, vomitei todo o meu jantar! Não cheguei a digerir nadica de nada!

– Eu também não fui! – disse Parvati. – Eu passei o dia todo com a Lilá e nenhuma das duas sequer passou perto da piscina para produzir "objetos defecados"!

– Eu e o Rony muito menos! – acrescentou Harry, enquanto o amigo concordava com a cabeça.

– Eu trabalhei o dia inteiro! – Filch e Hagrid falaram ao mesmo tempo.

– E eu estudei o dia inteiro! – falou Hermione.

– Se me perguntarem quem eu acho que foi... – disse Lilá Brown – eu diria que foi Gina Weasley! Ela anda tão estranha, coitadinha... No mínimo estava doidona e confundiu a piscina com a privada!

– Minha irmã não fez cocô na piscina! – protestou Rony, indignado.

– Cocô, não! "Objeto defecado"! – Parvati insistia nessa bobagem.

– Se me perguntassem... – disse Draco, que se aproximava dentre a turba de curiosos. – Eu diria...

– Ninguém perguntou, Malfoy! Cale a boca e dê o fora! – Harry não deu espaço.

– E como sabemos que não foi VOCÊ, Malfoy? – disparou Hermione.

– Imagina se alguém da minha estirpe iria fazer uma coisa grotesca dessas! – Draco se sentiu profundamente ofendido. – Tá na cara que foi o boçal do Hagrid!

– MAS QUE ABSURDO! – Rúbeo se chocou.

– Foi você, mesmo! – acusou Malfoy. – Você é o único aqui que não tem estudo! Isso para não levar em consideração que você come que nem um cavalo... Vai lá na cozinha e limpa a despensa... É um produtor de cocô em potencial!

– Cocô, não! "Objeto defecado"!

CALA A BOCA! – gritaram todos em coro para Parvati.

– Ei, Mary Sue! – gritou Neville, surgindo da miríade de curiosos. – Se você quiser eu posso fazer uma poção para que o culpado se acuse!

– AAAAAAAAAAIIIIIII! – Mary Sue deu um grito. – Um nerd perto de mim! Lilá, Parvati! Façam alguma coisa!

Lilá se adiantou como um tigre dando bote e se atracou com o menino Neville (a bem da verdade, ela o surrou como se espancasse um saco de batatas incapaz de se defender).

– Que susto! – Mary Sue segurava o peito, sentindo o coração bater acelerado. – Aquele nerd quase tocou em mim!

– Mary Sue! É isso! – gritou Parvati. – Quem cagou na piscina só pode ter sido uma daquelas meninas gordas e feias que nós rejeitamos!

As duas meninas lançaram então um olhar furioso para Hermione.

– Ah, não! – gritou a bruxa-trouxa. – Eu posso aceitar ser chamada de nerd, de feia, de careca, até de louca! Mas de cagona, não! Aí já é demais!

– É claro que você aceita ser chamada de nerd, feia, louca e careca! Você É nerd, feia, louca e careca! – atacou Mary Sue.

– Pois saiba a senhorita... – retrucou Hermione. – Que é melhor ser nerd, feia, louca e careca do que cagar na própria piscina, só para ser o centro das atenções!

Mary Sue, boquiaberta, gaguejou:

– V-você está insinuando...

– Bem, querida! Se a carapuça serve... – desdenhou Hermione.

– Sua sorte é que você é careca e eu não posso te arrancar os cabelos! – Parvati defendeu Mary Sue.

– Não seja por isso, Parvati! Eu lhe ajudo a arrancar os seus!

Hermione se atracou com Parvati.

– Lilá! Acode aqui! – gritou Mary Sue.

– Só um minutinho! Estou quase terminando com esse aqui! – Lilá respondeu. Ela, Draco e mais dois meninos estavam chutando Neville, que estava caído no chão.

– Controlem essa menina! – Mary Sue apelou para Harry e Rony!

– Tá doida? – devolveu Rony. – Eu é que não vou parar uma briga de mulheres!

– Só falta a lama! – acrescentou Harry. – Aí ficaria perfeito.

– FILCH! FAÇA O SEU TRABALHO E SALVE A PARVATI DESSA LOUCA! – Mary Sue atirou o bedel em cima das duas meninas brigando.

No meio da confusão, Filch levou uma mordida de Parvati e o sapato de Hermione saiu voando, atingindo a cabeça de uma menina. A garota bambeou e despencou dentro da piscina inconsciente.

– AI, MEU DEUS! – gritou Mary Sue. – Se essa menina morrer na minha piscina, vão com certeza interditá-la! E todo o meu investimento vai pro lixo! Alguém precisa salvá-la! Faz alguma coisa, Hagrid!

– Você não quer que eu mergulhe nessa água suja de cocô-não-identificado, quer?

Um heróico aluno da Corvinal se atira na água e resgata a colega que se afogava.

– Ela não está respirando! – anuncia o rapaz. – Chamem a Madame Pomfrey!

Mary Sue sai correndo desesperada rumo à briga entre Parvati e Hermione, e pergunta aos meninos que assistem à batalha:

– Cadê o Filch? Precisamos carregar uma menina até a enfermaria.

– Ele levou meia dúzia de mordidas e beliscões e se mandou daqui! – respondeu Rony sem desgrudar o olho da briga.

Mary Sue saiu correndo e encontrou Filch extorquindo dinheiro dos alunos para eles poderem ver a luta.

– FILCH! Eu atrás de você que nem uma louca, e você aqui cobrando ingresso para ver as duas gurias se matando?

– Ora, minha filha! Já viu o meu salário? Trabalho que nem um puto e não ganho quase nada! Preciso arrumar um troco fazendo bico, senão já viu, né? Meu senhorio me bota na rua, minha mulher me larga, minha gata passa fome...

– Tem uma garota morrendo na piscina, sabia?

– Que bom! Uma pilantra a menos para me aporrinhar!

– MEU DEUS! – grita Mary Sue, enquanto corre pelos jardins atrás de ajuda. É quando avista Hagrid.

– HAGRID! VAI BUSCAR A MADAME POMFREY! RÁPIDO! – ela grita.

Hagrid está quase chegando na Enfermaria de Papoula Pomfrey, quando, no meio do trajeto o chão começa a tremer!

– Que diabo é isso? – pergunta Mary Sue, que cai ajoelhada no chão.

Uma monstruosa criatura verde e escamosa surgiu. Olhos vermelhos, enormes patas pisoteando o chão com força, espinho nas costas e na ponta da longa cauda. Gina estava sentada em seu ombro, com cara de paspalha, segurando iO Diário do Selacanto/i nas mãos.

Mary Sue fitou a monstruosa criatura que se aproximava e, após alguns minutos em silêncio absoluto, falou:

– Fudeu!