Mary Sue: A Verdade por trás do Mito!
Capítulo VI – Aquele em que Mary Sue enfrenta o Selacanto!

Mary Sue admirava embasbacada a enorme criatura que se aproximava. Hagrid, que seguia mais à frente, foi simplesmente esmagado por uma pisada do monstro.

– É... – divagou Mary Sue. – Isso está começando a ficar perigoso!

Harry surgiu diante de Mary Sue, pilotando sua Firebolt, com um sorriso maroto nos lábios.

– Precisando de uma fuga rápida?

Mary Sue subiu na garupa da vassoura e os dois decolaram para longe do monstro. Harry pousou próximo à piscina, onde estavam Rony, Hermione, Draco, Parvati, Neville, Filch, Lilá, a menina que quase se afogou e o rapaz da Corvinal que a salvou.

– Ah, pelo menos essa menina sobreviveu! Você foi um herói, sabia? – Mary Sue disse ao menino da Corvinal. – Eu lhe daria um beijo, mas, sabe como é, você está encharcado em água de cocô!

– Acho que esse não é o momento mais adequado para se ter outra preocupação que não seja aquele monstro gigantesco que está chegando perto! – falou Hermione.

– Bem posto, carecão! Precisamos arrumar uma maneira de detê-lo! – concordou Lilá.

– Vamos bolar um plano de ataque, surpreendê-lo e destruí-lo! – ponderou Rony.

– Como assim? – interrompeu Mary Sue. – Numa escola com trezentos mil professores, onde o diretor é ninguém menos que ALVO DUMBLEDORE, nós que mal saímos dos cueiros vamos enfrentar essa criatura monstruosa?

Harry, Hermione e Rony riram da ingenuidade da colega.

– Explica para ela, Rony! – brincou Hermione.

– É que você está aqui faz pouco tempo! – falou o ruivo. – Logo, você vai aprender! Apesar de os maiores bruxos da Bretanha lecionarem nessa escola, é sempre o Harry quem salva a pátria. Sabe como é... Ele é o personagem principal, e tal!

– Quer dizer... – interveio o próprio Harry. – Era! O protagonista agora é você! Você é quem vai enfrentar o Selacanto!

– É piada, né? Vocês não querem que EU vá sozinha enfrentar aquele monstro, querem?

– Vai fundo, garota! – vibraram Lilá e Parvati. – Nós estaremos torcendo por você! De uma distância segura!

– E você? – perguntou Mary Sue a Draco. – O que você faz enquanto eles caem no tapa com os inimigos.

– Eu geralmente grito, saio correndo e, depois de ter chegado num lugar seguro, rezo para o monstro comer a cabeça do Potter!

– Eu quero fazer isso também! Por que não posso fazer isso? – Mary Sue estava inconsolável.

– Não precisa ficar com medo! – avisou Filch. – Eu estou nesse colégio faz muito mais tempo do que se pode imaginar e nunca vi um personagem principal ser derrotado pelo monstro!

– Então eu vou! – Mary Sue tomou coragem. – EU VOU LÁ! EU VOU LÁ!

– UHHHHHUUUUUUUUU! – vibraram os colegas.

– Mas antes ­– desconversou a menina. ­– Só vou pegar um negócio na minha mochila, que eu deixei lá na Torre da Grifinória! Já volto!

Mary Sue saiu correndo e, diante de todos, subiu no lombo de um hipogrifo que estava ali de bobeira (dando uma voltinha, pegando um solzinho...) e alçou vôo para além dos muros de Hogwarts.

– É... – comentou Rony para Harry. – Ela realmente está disposta a enfrentar o Selacanto de vez! Até pegou carona no hipogrifo para chegar à Torre da Grifinória mais rapidamente!


Após seis horas de espera, o pessoal já estava sentado no chão, esperando Mary Sue voltar.

– Pô! – chiou Harry. – Que será que ela foi buscar, hein? Um piano?

– Pode ser! – ponderou Parvati. – A música acalma as feras!

O Selacanto surgiu, então, para dar uma palavrinha com a galera:

– Oi, gente. Tudo bem? Sabe o que é? É que tá quase dando a hora da minha novela, e a tal Mary Sue não volta...Tipo, já faz seis horas desde que vocês enviaram um mensageiro para me avisar de que ela ia se atrasar...

– Aliás... – interrompeu Hermione. – O que aconteceu com o Neville?

– Neville? Que Neville? – estranhou o Selacanto.

– O mensageiro!

– Ah, claro! Eu o comi! Tem problema?

Os garotos ficaram quietos por alguns instantes, como se avaliassem a questão. E disseram:

– Não, na verdade, não tem problema nenhum, não!

– Beleza! – respondeu o Selacanto. – Eu vou fazer o seguinte! Vou começar a quebrar tudo, matar os inocentes, cuspir fogo na floresta... Aí, assim que ela chegar, a gente luta! OK?

– OK!


Os alunos tomaram seus postos. Hermione, Harry e Rony sacaram as varinhas. Draco, Lilá e Parvati gritaram e saíram correndo. A menina que quase se afogou e o garoto da Corvinal que a salvou simplesmente deixaram de existir porque não eram mais importantes para a trama. E Filch... Bem, Filch fora embora depois da primeira hora de espera por Mary Sue, porque ele tinha "mais o que fazer da vida do que ficar esperando dondoca voltar para matar o Godzilla".

– Não sou Godzilla! – protestou o Selacanto. – Godzilla é meu irmão caçula!

E o quebra pau começou! O Selacanto soltou uma imensa baforada de fogo que incendiou toda a estufa da Prof.ª Sprout. Ela, aliás, passou aos berros pelos jardins:

– Ai, as minhas mandrágoras!

Hermione tratou de mirar a varinha na altura da testa do monstro e evocou um feitiço:

– iHydrus Plumpae/i!

Uma corrente de água surgiu do extremo da varinha e ensopou o inimigo, apagando parte de seu fogo. Isso, ao contrário de enfraquecer o Selacanto, apenas o enfureceu.

– iPhotus Bazooka/i! – Gritou Harry, disparando uma rajada de energia sobre o gigantesco lagarto.

– CUIDADO COM A MINHA IRMÃ! – gritou Rony. – Ela está no ombro da criatura!


Lilá, em desabalada carreira rumo à salvação, ouviu Rony gritar pela irmã. Parou. Draco e Parvati pararam também.

– O que foi, Lilá? – perguntou Parvati. – Estamos quase salvas!

– Preciso voltar e ajudá-los!

– QUÊ? – Draco estava incrédulo. – Você nunca ajudou em NADA, antes! Por que essa modernidade HOJE?

– Eu já me decidi! VOU SALVAR GINA WEASLEY!

– OK, boa sorte! – Draco e Parvati voltaram a correr.

– Ei, esperem! Vocês vêm comigo!

– NÓS? TÁ DOIDA? – espantou-se Parvati.

– Não é porque você quer se matar que a gente precisa ir com você! – acrescentou Draco.

– Fala sério, galera! Nós podemos ser um trio como eles são. Quem sabe a gente até consegue um ispin-off/i para a gente estrelar? Nós podemos ser como Os Impossíveis, ou As Panteras!

– E por que diabos eu gostaria de ser uma Pantera? – Draco cruzou os braços.

– Vamos lá. Vai ser divertido! – insistiu Lilá. – Eu deixo você ser a Cameron Diaz!

– Mas quem de nós vai ser a Lucy Liu? – questionou Parvati. – Afinal, a única japa da Escola era a Cho e ela vazou no segundo capítulo, lembram?

– Eu posso ser a Lucy Liu! – falou Lilá. – E você fica sendo a Drew Barrymore!

– Eu não quero ser a Drew! – choramingou a menina. – Ela é a mais feia!

– A menos bonita! – consertou Draco. – Tem uma grande diferença!

– Mas eu nem sou ruiva!

– Não seja por isso! – Lilá sacou a varinha. – iRubrus/i!

O cabelo de Parvati ficou ruivo.

– Nossa, que interessante! – exclamou Draco.

– Isso não é nada, filho! Olha só! – Lilá novamente brandiu a varinha. – iNêgus/i!

O cabelo de Parvati enrolou e se transformou num autêntico black power da década de 70.

– AAAAAAAAIIIIIIIII! MEU CABELO!

– Vamos, Afro-Drew! Ao resgate de Gina Weasley.

Ao som de iIndependent Women/i, das Destiny's Child, Draco, Lilá e Parvati deram piruetas pelos ares, trocaram de roupas e penteados sete vezes em meio a saltos e escalaram as costas do monstro, alcançando Gina no ombro da criatura.

– Ei! – gritou Harry. – Aquele não é o Malfoy travestido?

– É ele mesmo! – concordou Rony. Então, gritou. – QUEM ACERTAR O MALFOY GANHA MINHA SOBREMESA DO ALMOÇO POR UMA SEMANA!

Draco ficou desviando dos feitiços disparados pelo trio lá no chão, enquanto Lilá se ocupava de tomar O Diário do Selacanto das mãosde Gina, e Parvati tratava de amansar a menina para removê-la com calma dali.

Num dos sacodes para se desvencilhar da Pantera, Gina se desequilibrou e despencou do ombro do monstro.

– Será que ela morreu? – indagou Draco, ao ouvir o baque seco e surdo do corpo de Gina se esborrachando no chão.

– Não pense negativo, Draco-Cameron! – falou Parvati. – Ela vai sobreviver! As três Panteras deram um mortal triplo, com flic-flac múltiplo, backflips parafusados e caíram no chão de pé, sem quebrar o salto e sem desarrumar os cabelos.

Draco tomou Gina nos braços e, junto com Lilá e Parvati, buscou refúgio junto ao trio. Hermione ficava rebatendo as bolas de fogo que o Selacanto cuspia com magia.

– Obrigado por resgatarem minha irmã! – falou Rony, com lágrimas nos olhos, abraçando Gina. – Você está bem?

– My precioussssss... – respondeu a menina.

– Infelizmente, a queda não afetou o cérebro dela – lamentou Lilá. – Ela continua a mesma songa-monga que era antes!

– Ei, Malfoy! – caçoou Harry. – Você ficou uma gracinha de Pantera, sabia?

– Pode fazer piada, Potter! Mas fique o senhor sabendo que não sou pro teu bico, não, viu? Sou muita areia pro teu caminhãozinho!

Quando Hermione parecia não ter mais poderes para proteger os amigos do Selacanto, surgiu Mary Sue, montada em seu hipogrifo, segurando sua coruja cor-de-rosa numa das mãos e a varinha na outra.

– MARY SUE, AO RESGATE! – gritou, para vibração de todos (exceto Hermione, naturalmente).

A coruja alçou vôo e arremessou um pequeno papel na direção do monstro. O Selacanto pegou-o e leu. "VIRE PARA O OUTRO LADO" estava escrito. A criatura o virou e, no verso, vinha escrito "VIRE PARA O OUTRO LADO". O lagartão ficou virando o papel de um lado para o outro sem cessar, enquanto Mary Sue pousava seu hipogrifo perto dos colegas.

– Esse truque vai mantê-lo ocupado por alguns instantes! Rápido! Preciso da ajuda de vocês para derrotá-lo!

Todos os garotos correram e fizeram um círculo ao redor do Selacanto. Deram as mãos e começaram a cantar:

Heal the world....
Make it a better place...
For you, and for me, and the entire human race!
There are people dying!
If you care enough for the living...
Make a better place for you and for me!

O Selacanto desviou sua atenção do papel que o entretinha e ouviu o apelo da canção dos meninos:

Heal the world....
Make it a better place...
For you, and for me, and the entire human race!
There are people dying!
If you care enough for the living...
Make a better place for you and for me!

Emocionado, o gigantesco monstro deixou escorrer uma lágrima.

– Convenceram-me, jovens! A partir de hoje, eu não mais serei um monstrão assassino. Também não serei mais um comunista devorador de criancinhas! Eu lutarei por um mundo melhor!

E, num monstruoso salto que fez a terra estremecer, o Selacanto alçou vôo e iniciou sua vida de misericórdia e altruísmo que lhe valeria sua canonização pela Igreja Católica após sua morte.

Enquanto isso, os jovens comemoravam com beijos e abraços, nos jardins. Surgiu então Dumbledore, cofiando a barba branca.

– Mary Sue! – disse ele. – Você derrotou o Selacanto! Meus parabéns! Em sua homenagem, por tamanho feito, eu irei promover um BAILE! Uma festança que fará jus a sua magnificência e esplendor!

– Obrigada! – Mary Sue sorriu, satisfeita.

– E Gina... – continuou Dumbledore. – Eu irei perdoá-la novamente! Mas se voltar a libertar criaturas monstruosas na minha escola, não me restará outra escolha senão expulsá-la ou dar-lhe um cérebro!

– OK! – respondeu Gina, saindo saltitando pelos jardins de Hogwarts.

Dumbledore virou-se e se recolheu.

– Velho safado! – pensou Mary Sue. – Na hora do aperto, cadê que ele aparece? Nem sombra!

– Ei, Mary Sue! – Rony a segurou pelas mãos. – Eu estava pensando... Não gostaria de ir ao baile comigo?

– NADA DISSO! – interveio Draco. – Ela vai comigo!

– COMIGO! – gritou Harry.

E os três meninos ficaram batendo boca sobre quem levaria Mary Sue ao baile, enquanto a jovem exibia um semblante de profunda indecisão.

E agora? Quem vai ficar com Mary?

Continua no próximo episódio...

Mary Sue Black, Harry Potter, Rony Weasley, Hermione Granger, Draco Malfoy, Lilá Brown e Parvati Patil cantam Heal the World de Michael Jackson.