Capítulo 2 - "Aproveita e leva ele..."

Já estavam todos em seus devidos lugares na mesa da Grifinória, Lílian na frente de Tiago, a contragosto, obviamente. Sirius e Remus ao lado do amigo, Pettigrew de um lado de Lílian e Titica do outro. Kay dava cantadas a cada segundo na garota, que nem dava moral, já Tiago lhe lançava olhares ameaçadores, e lhe chutava por debaixo da mesa, fazendo-o gritar.
- Hem, Hem... – Pigarreou Dumbledore, um homem de aparência velha, que tinha cabelos e barba brancos, realmente compridos e olhos azuis claros, escondidos por detrás dos óculos de meia lua. Todos no Salão pararam para prestar atenção, menos os Marotos, claro. – Gostaria, de lhes dizer umas coisinhas antes da Seleção começar... – Ele olhou por cima dos óculos para os Marotos, e sorriu de leve, vendo-os se calarem.
- A floresta negra é terminantemente proibida para todos que tenham sã consciência. – Começou Sirius, falando alto, para que todos os presentes pudessem ouvi-lo, porém, ao ver o olhar que McGonagall lhe lançara o garoto resolveu se calar. Minerva McGonagall era a vice-diretora de Hogwarts. Os cabelos morenos com alguns fios brancos se sobressaindo estavam presos em um perfeito coque em cima da cabeça. Tinha aparência idosa, mas disposta.
- Como disse o Sr. Black... A Floresta Negra é proibida para todos os estudantes. Argo Filch é nosso zelador, ele tem uma lista de atitudes proibidas, colada na porta da sala dele. Qualquer duvida a professora Minerva McGonagall poderá lhes ajudar... Muito bem... Vamos à seleção... – Juntou os dedos finos e compridos e ficou observando McGonagall sair do salão a passos apressados e voltar alguns minutos depois, trazendo um pequeno banco em uma mão e na outra algo que parecia um chapéu amarrotado e rasgado. Colocou o chapéu em cima do banco e este pareceu acordar, então, movendo o maior rasgo que tinha, que deveria ser sua boca, começou a gritar:
- EU SOU UM CHAPÉU VELHO, CHARLATÃO E BURRO! POR QUE PRESTAR ATENÇÃO EM MIM?! SÓ FALO UM MONTE DE MERDA! CONSELHOS MEUS: JOGUEM BOMBAS DE BOSTA NO FILCH E SUA GATA INÚTIL; IDOLATREM TIAGO POTTER E SIRIUS BLACK; PEÇAM AULAS PARA REMUS LUPIN; DEEM COMIDA PARA PEDRO PETTIGREW; DEIXEM O TITICA PASSAR A MÃO NA BUNDA DE VOCÊS, MENINAS ; LAVE OS CABELOS, SEBOSO; NÃO DESTINJA O CABELO, OXIGENADO, VAI FICAR PIOR AINDA; EVANS SAI COM O POTTER; MOARA VOCÊ É GOSTOSA; O'DONELS VOCÊ TAMBÉM; SE FOREM DORMIR UMA NOITE PERTO DE SIRIUS BLACK OU KAY TICCA, ESTEJAM PREPARADAS! USEM PRESERVA... – Todos observaram aquela cena entre gargalhadas histéricas e comentários maldosos.
- BASTA! – Berrou Minerva, chacoalhando o chapéu, que continuava a grunhir, e dobrando-o na metade. Todos no Salão olhavam pasmos para a cena. Dumbledore não pôde deixar de rir. Ele sorriu para Sirius e Tiago, que não perceberam estar sendo observados desde o começo do jantar pelo diretor. Um estava sentado fingindo que nada estava acontecendo, olhando para o chapéu que estava sendo literalmente destruído pela vice diretora, e o outro ria para danar, quase caindo da cadeira. Os alunos do primeiro ano, agora não se sentiam mais nenhum pouco nervosos, riam baixinho. – POTTER, BLACK! PARA MINHA SALA! AGORA! – Berrou Minerva, pegando chapéu que havia mordido sua mão e o enrolando em um pano, depois o jogou no chão com força e pisou em cima dele, com o salto do sapato, fazendo-o finalmente se calar. – ME ESPEREM LÁ! QUANDO EU TERMINAR A SELEÇÃO CUIDO DE VOCÊS! – Os dois riram baixinho, se entreolharam e saíram de lá, sob olhares curiosos e murmúrios de aprovação. Rumaram pelos corredores, esperando a Seleção terminar para correrem para a Sala da professora. Não puderam deixar de ajudar pirraça a jogar algumas bombas de bosta na lista de regras de Filch, que continham exatamente 450 regras escritas a mão pelo zelador. Pirraça arrancou um pedacinho de folha e escreveu:
"A única regra é: FAÇAM O QUE QUISEREM! PRINCIPALMENTE SE FOR CONTRA ARGO FILCH!"
E precisaram ajudá-lo a prender madame Nor-r-ra dentro de uma armadura enferrujada, enquanto esta miava alto e tentava arranhá-los e pirraça ria feito um louco, não que não fosse. Contudo, quando ouviram vários aplausos, souberam imediatamente que a seleção havia terminado, e nem sequer estavam na sala da professora! Se entreolharam, preocupados, torcendo para que Minerva ainda não tivesse chegado na sala. Correram o mais rápido que puderam, passando por um monte de quadros que os observavam, fazendo comentários maldosos sobre o que ouviram falar sobre o chapéu. Incrível como a fofoca sempre se espalhava fácil em Hogwarts! Ao chegar em uma porta de madeira escura, Sirius a empurrou com o ombro, girando a maçaneta e parou para observar a sala em que se encontrava. Era grande e cheia de coisas diferente em estantes. Livros de capa dura grandes e de autores nada conhecidos. Olhou para cima, contemplando o lindo lustre de cristal. Tiago o cutucou e apontou para um par de cadeiras em frente a mesa de ébano. As duas cadeiras eram também de ébano, mas os assentos revestidos por um veludo avermelhado. Se jogaram nelas de qualquer jeito. Os dois se entreolharam e deram uma risadinha. Iam começar a conversar, quando a porta se escancarou. McGonagall entrou com cara de poucos amigos e se sentou em uma cadeira, atrás da mesa. Tinha os lábios estreitados, e as narinas abertas. Respirava com dificuldade por causa da luta com o chapéu. Tiago disfarçou um riso, quando viu Sirius disfarçadamente imitar a mulher, o que a indignou mais ainda. Ela bateu as mãos na mesa e se ergueu da cadeira novamente, inclinando-se para frente e fuzilando-os com o olhar severo.
- Como vocês ousaram?! E... Me digam uma coisa... Como mudaram a mensagem do chapéu? – Perguntou. Estava com tanta raiva, que chegou a cuspir enquanto falava. Sirius não respondeu, apenas revirou os olhos e se virou para olhar, displicentemente, pela janela, a fim de ver o "dia maravilhoso", que na verdade era uma noite chuvosa e nublada, e a lua contrastava com o céu negro. O outro apenas cantarolou uma música infantil, enquanto batucava na mesa, alegremente.
- E quem disse que fomos nós? – Disse, por fim. A mulher bufou e bateu uma das mãos na cabeça, balançando-a negativamente, murmurou algo como "Caso perdido...". Sentou na cadeira, sem desviar o olhar deles, com muita desconfiança. Era óbvio que haviam sido os dois, nenhum outro aluno teria ousadia ou astúcia para tanto. Tentou se acalmar, contando até dez mentalmente, sem sucesso, aquilo só a estressava mais. Como alguém algum dia foi capaz de inventar essa história de contar até dez? Aquilo nunca funcionava, não com os Marotos! Nem se contasse até um milhão conseguiria se acalmar.
- Sei que foram vocês, Potter... Será que não aprendem? Faz cinco anos inteiros que vocês aprontam! Não são mais bebês! Espero que este que começa agora seja diferente, mas já iniciamos mal! Digam logo, que feitiço usaram?! – Sirius deu uma risadinha. Já estava acostumado com os discursos de McGonagall. Agora os achava muito entediantes e repetitivos. Era sempre: "Cresçam! Parem de aprontar! Vocês são bem grandinhos agora, não?! Blá, blá, blá..." Será que ela não podia dar uma detenção de cara, porque ficar falando que nem uma condenada? Tiago por sua vez continuou a assobiar. Vendo que o amigo não ia responder, Sirius desistiu e disse, num sussurro quase inaudível:
- Usamos o Viatters... É muito útil, para curto prazo, Mimi... – Ela ficou vermelha e voltou a se erguer, agora parecendo prestes a dar-lhe um tapa. Arrumou os óculos com raiva e fixou o menino, parecendo que ia explodir. Ninguém lhe dera este direito! Moleque metido a besta! Essa cena lembrou ao rapaz sua mãe quando descobria que ele aprontara, fazendo-o rir baixinho. Tiago se segurou para não rir, colocando uma das mãos na boca, para que o riso não escapasse. Anotou mentalmente que McGonagall odiava que a chamassem de Mimi. Coitada... De agora em diante este seria o único nome pelo qual a chamaria quando estivesse irritado com a mulher.
- Mimi?! – Ela repetiu, arregalando os olhos. – Façam-me o favor! Ainda não pararam com essa brincadeirinha infantil!? É desacato à autoridade, Black! Detenção! Não jantarão hoje... – Eles a olharam abismados. Tinham direito a comer! Era só o que faltava! Sirius ia protestar, mas o outro tocou seu ombro e balançou a cabeça, negativamente, já prevendo qual seria o resultado caso se revoltassem. Realmente a estressaram, agora precisavam arcar com as conseqüências. – E amanhã vão de encontro com Hagrid, o guarda caças! Cumprirão detenção na floresta proibida! – Se levantou de sua cadeira, caminhou até Sirius, esse recuou o máximo que pôde, quase caindo da cadeira. Mimi o pegou pela gravata amarela e vermelha, levantando-o da cadeira com força. O puxou, sem cuidado algum, até a porta, quase matando-o enforcado. Olhou para Tiago, que ainda se encontrava na cadeira. Este deu um sorriso amarelo e, sob o olhar de deboche de Sirius, correu ao encontro dos dois. Os meninos pararam do lado de fora da porta, Sirius alargando a gravata, que o sufocava no momento e o outro sorrindo provocante para a professora, que, mais vermelha do que antes, fechou a porta na cara dos dois, fazendo Tiago saltar para trás segundos antes de ser atingido, porém o amigo, que estava muito ocupado com sua gravata, não viu e acabou levando uma portada na cabeça. Cambaleou, colocando a mão na testa, agora mais vermelha do que a mulher. Massageou-a, sussurrando palavrões para McGonagall.


- Se minha mãe descobre... Eu vou me fuder... – Sirius falava, enquanto ele e o amigo cruzavam os jardins de Hogwarts. Como sempre, o sol deixava tudo com um aspecto bem mais bonito do que a noite. As cores mais vibrantes, as árvores maiores e as sombras feitas pela lua que davam até medo sumiram. Animais diurnos faziam barulhos estranhos, assustando a qualquer um, ou melhor, qualquer um que não estivesse tão acostumado com isso quanto Sirius e Tiago. Rumavam para a cabana de Hagrid, um meio gigante muito gentil. Tiago andava, olhando para os lados, nem precisando olhar por onde andava, estava tão familiarizado com o caminho que já o sabia de cor!
- Cala a boca... Pára de reclamar, Sirius... Se chegarmos tarde, aí sim levaremos mais uma detenção... E sua mãe vem aqui espancar você... – Ele riu, agora mirando o amigo, tentando animá-lo. Sirius deu um sorrisinho mequetrefe. Seu humor não estava dos melhores, parecia que só agora tinha caído a ficha que teria de ficar o ano inteiro sem aprontar ou ficar falado! Aquilo era tortura! Logo ele, que sempre era o centro das atenções. O mais falado e comentado pela população feminina da escola. Embora não quisesse ter de deixar Hogwarts, admitia para si próprio que não seria capaz de se manter longe de confusões durante um ano letivo inteiro! Finalmente chegaram a uma cabana de aparência muito humilde. Bateram na porta grande, feita de madeira. Escutaram passos pesados lá de dentro. A maçaneta dourada girou, e a porta se afastou, deixando a mostra um homem de uns dois metros. Tinha barba e cabelo castanhos escuros, embrenhados um no outro. Olhos amendoados e negros. Sorria, embora sua aparência não fosse das mais bem cuidadas. Parecia realmente muito simpático. Deu uns tapinhas na cabeça de Sirius, que quase caiu no chão, fazendo o outro disfarçar o riso.
- Olá, meninos... Bem... Temos que achar umas ervas para o professor de poções... – Falou, a voz rouca ressoou por todo o aposento a suas costas. Segurava uma arma, mas especificamente, algo que parecia um arco e flecha muito grande e de madeira. Sirius e Tiago se entreolharam e depois miraram a arma nas mãos grandes e rechonchudas do meio gigante. Este sorria, animado. Sem dizer nada o seguiram, com desanimo total, aquilo era realmente entediante... Simplesmente teriam que achar uma erva ridícula! Se pelo menos tivessem que lutar contra os centauros em companhia de Hagrid seria bem mais agradável. Atravessaram a orla da floresta proibida, e aos poucos foram se aprofundando. As árvores ficavam cada vez maiores e mais assustadoras. Quanto a luz do sol, escassa. Nem parecia mais estar dia, e sim noite. Se arranhavam nos galhos, fazendo cortes leves.
- Eu procuro pra lá, e vocês dois pro outro lado. A erva que vamos procurar chama-se Irritendon, ela é diferente das outras, muito vermelha, e gigantesca. Quero que vocês me tragam uma... – Ordenou. Os dois assentiram com a cabeça, e deram breves sorrisos mixurucas, só para não magoar o homem, que se via muito animado diante a situação. Caminharam durante um bom tempo, sem dizer absolutamente nada, só pensando onde achariam a tal erva. Mais adiante, avistaram um monte de criaturas reunidas. Da cintura pra baixo tinham corpo de cavalo, e da cintura pra cima de humano. Centauros, com certeza. Infelizmente, pois eram as criaturas mais irritantes da floresta, na opinião dos meninos. Sempre dizendo que a floresta era deles e blá, blá, blá... Caminharam até eles, afinal de contas, conheciam a floresta melhor do que ninguém e, mesmo sendo chatos, deveriam saber onde achar a planta.
- Com licença... Sabem onde podemos encontrar Irritendon? – Perguntou Tiago calmamente, tentando parecer amigável. Brigar com eles nunca dava certo! O centauro do meio os encarou com desdém.
- Vocês não vão roubar nada da nossa floresta! Não deixaremos! – Exclamou. O reconheceram de imediato. Agouro, um dos centauros mais chatos na opinião de Sirius, estava parado na frente dos dois. Sempre o que mais implicava, na verdade, se não existisse, os outros não seriam tão irritantes, era ele que os influenciava a pensar que os humanos queriam fazer mal a todos. Essa cena não era nem um pouco desconhecida, já sabiam o que ia acontecer: Arranjariam briga com o centauro, querendo ou não. Os dois reviraram os olhos, será que pelo menos uma vez na vida não poderiam ser gentis?
- Nem vem, Agouro... A gente não fez nada... Só precisamos de uma erva... Será que o excelentíssimo senhor deixaria? – Disse Sirius em tom entediado. Tiago se segurou para não rir, mas Agouro percebeu e se enfureceu mais ainda. Trotou até eles, ameaçadoramente, parando a poucos metros de distância. Os outros fizeram o mesmo, porém Agouro ainda se destacava por seu tamanho.
- Não! Eu não deixo! Vocês não podem roubar as ervas da nossa floresta quando bem entenderem! – Exclamou, se erguendo nas duas patas traseiras, tentando intimidá-los. Os outros centauros fizeram o mesmo. Parecer maior do que a presa era sempre uma boa tática, isto quando a presa tinha medo deles. Sirius suspirou profundamente e observou Tiago sacar a varinha. Embora os temesse, não deixava de se irritar com aquele modo de se portar.
- Pela ultima vez, Agouro... Larga de ser chato! – Bradou, colocando a mão no bolso, já preparado para fazer o mesmo que o amigo. Os centauros soltaram uma longa gargalhada sarcástica, irritando mais ainda os rapazes, que continuaram a encará-los com desprezo transparecendo.
- Não, Sirius... Com esses idiotas, é na base da porrada mesmo... – Agouro e o resto se calaram. Sirius não pode deixar de rir do comentário do amigo, que parecia muito satisfeito consigo mesmo e se encontrava animado perante a probabilidade de um duelo. Os centauros se entreolharam, irritados com a ousadia daqueles moleques. Agouro puxou uma flecha e colocou-a no arco, decidido a ensinar uma lição aos alunos de Hogwarts que teimavam em entrar em seu território. Apontou para Tiago, com um sorriso sádico nos lábios.
- Ah não vai, não! – Exclamou Sirius, e em um movimento rápido tirou a varinha do bolso, apontando-a para o peito do centauro, que abaixou o arco, assustado com a rapidez do rapaz. Este devolveu o sorriso, como provocação. – Expelliarmus! – Agouro voou longe, e todos encararam os meninos, de olhos arregalados. Todos sabiam que usar magia com centauros não é nada inteligente, mas este caso exigiu medidas drásticas. Tiago riu ao ver Agourou levantar com dificuldade e os fixar com ódio. Ele tinha voado em cima de uma árvore, partindo-a na metade. – CORRE, TIAGO! – Os dois saíram o mais rápido possível de perto dos centauros e esses os seguiram. Serpentearam entre as árvores, tentando confundi-los, sem muito sucesso. Após correrem durante certo tempo, com seguiram sair da floresta proibida. Recuaram tanto, que sem perceber, pararam milímetros do lago da lula gigante, ofegantes. Sirius parou, respirando com dificuldade, enquanto se apoiava aos joelhos. Estava realmente acabado.
- Ufa... – Tiago suspirou profundamente, recuou mais um pouco, se desequilibrou e caiu com tudo no lago. Voou água para todos os lados e o outro riu muito. Quando parou de rir, o amigo o encarava irritado de dentro do lago, com uma das mãos estendidas, como se pedindo ajuda para sair. Sirius apertou sua mão e quando estava prestes a puxá-lo...
- HÁ! – Tiago o puxou para dentro do lago, sem pena. O garoto afundou na água e voltou a superfície, tirando o cabelo da frente dos olhos. Sirius ficava realmente engraçado todo encharcado. O cabelo escorrido na frente da face, uma expressão indignada e murmurando palavrões.
- TIAGO! MEU, MANCADA! – Respondeu, nadando novamente para as margens do lago, mas o amigo não deixou, puxou-o pelo cabelo. Voltou-se para o garoto, com raiva, sem entender.
- Quem mandou você rir? Sirius... A gente já está aqui... São tão poucas as oportunidades que temos... – Ele sorriu marotamente. O outro ergueu uma sobrancelha, mas logo sorriu também. Dane-se a Sra. Black... Ela não iria ficar sabendo disso tão cedo... Quer dizer, se ninguém contasse a ela.
Conversaram sobre diversas coisas, mulheres, planos para derrotar o Seboso, o que fariam na lua cheia. Estavam quase sem assunto, quando um vulto enorme e gordo veio correndo, fazendo o chão tremer abaixo de seus pés. Estava muito apressado, e vinha na direção dos dois. Parou diante do lago, com preocupação estampada na face.
- Sirius, Tiago! Onde vocês estavam? Procurei vocês por toda parte! Os centauros pareciam estar muito irritados com "uma dupla de moleques idiotas", segundo eles... Estão bem? – Exclamou Hagrid, mirando-os com apreensão. Estendeu uma mão para Sirius, e outra pra Tiago, e, no momento em que os dois as seguraram, os puxou para fora, sem fazer muita força. Logo que saiu, Sirius torceu seu boné, fazendo com que espirrasse água nos outros dois a sua volta, e o meteu na cabeça.
- Desculpe, Hagrid... Mas fomos atacados pelos centauros e acabamos caindo no lago... Estamos bem sim... São só alguns arranhões... – Disse Tiago, tentando esconder um corte grande na perna, que sangrava. O meio gigante segurava uma erva vermelha, com pequenas pintas brancas e grande na mão. Havia conseguido o Irritendon. Ele fixou os olhos na perna de Tiago e soltou uma exclamação, se agachando para vê-la de perto.
- Tiago! O que é isso? – Perguntou, abismado. O rapaz deu um sorrisinho amarelo e mirou o amigo, em busca de auxílio, porém, só obteve uma risadinha disfarçada, que não ajudou muito. Colocou a mão sobre o machucado e balançou a cabeça, negativamente, rindo.
- Oras, Hagrid! Não seja exagerado, é só um corte besta... Sara logo... Hum... Temos que ir, tá? Tchau! – Murmurou, querendo sair logo de lá. Bem conhecendo Hagrid, era bem capaz que este o levasse para a enfermaria por uma idiotice dessas e faria dele motivo de zoação por bastante tempo! Sem esperar resposta, saiu correndo para o castelo. Sirius e o homem se entreolharam e o rapaz ergueu os ombros, dando um último sorriso para o gigante, para logo após sair em disparada atrás do amigo.


TOC, TOC! (HUAHUAHUAHUA)
A porta do dormitório feminino da Grifinória se abriu com um rangido. O rapaz colocou a cabeça para dentro e observou o local, tentando achar quem procurava, sem muito sucesso. Em uma cama ali perto, Lyra travava uma luta com seu cabelo, chegando a murmurar palavrões de vez em quando. A escova de madeira parecia travar por causa da quantidade de nós.
- Sirius? Como você subiu aqui? E... O que houve?! – Perguntou vendo o estado dele. Em cima de sua sobrancelha direita havia um corte pequeno, porém bem dolorido. O rosto estava todo arranhado e em volta do olho estava roxo. Isso sem contar que estava completamente ensopado e a boca sangrava muito, fazendo passar a língua nos lábios de cinco em cinco segundos, para tirar o sangue, senão este acabaria por pingar.
- Nada não, O'donels... Você caiu na Grifinória? Parabéns... – Falou, friamente. Por mais que quisesse ser gentil, estava irritado por ela ter feito aquela ceninha na cabine. Afinal de contas, ele não havia sido tão ruim, simplesmente parara de ir visitá-la. Depois do sumiço de Matt não tinha mais graça ir a mansão O'donels, além de ser doloroso, pois cada aposento da enorme casa lhe dava lembranças do amigo. A garota sorriu, conhecia Sirius e sabia que ele só estava tentando dar uma de machão. - Er... Você viu a Christie Furtado? – Indagou o rapaz, com indiferença. Christiane Furtado era a gêmea da Grifinória... Vamos começar do inicio... Há sete anos, quatro garotas morenas, com o cabelo liso um pouco abaixo do ombro, olhos verdes, boca bem clara, muito magras e altas entraram em Hogwarts, As famosas irmãs Furtado. Cada uma com características psicológicas próprias e incomuns. Christie Furtado, a doidona desparafusada que amava dançar e morria de medo de baratas, entrou na Grifinória. Yvie Furtado, a maníaca por morcegos, que vivia se escondendo nos cantos, com medo de uma revolução dos morcegos, entrou na Corvinal. Gê Furtado, a mais forte, que batia em todos os que se aproximavam dela, com exceção do seu próprio namorado, entrou na Sonserina. E, por último, mas não menos importante (Principalmente para o Sirius), Nane Furtado, a taradona que dá em cima de quase toda população masculina de Hogwarts, entrou na Lufa-Lufa. Elas eram conhecidas por suas características peculiares. E a única forma de identificar quem era quem, era pelo cabelo. Christie usava-o no estilo "gatinho", prende a parte de cima, mas deixa a de baixo solta. Yvie prendia-o com rabo de cavalo. Gê o deixava solto, e Nane só aparecia de maria-chiquinha.
- Não, Sirius... A Christie está almoçando... Mas acho que vem pegar o material dela... O esqueceu aqui... Só eu estou aqui... Vim escovar os dentes, já almocei... Sente-se... – Respondeu, sem sorrir. Indicou a cama com a cabeça e o rapaz ergueu as sobrancelhas, hesitante, mas acobou por fazê-lo. – Você se machucou na detenção? – Prosseguiu, fingindo-se indiferente, por mais preocupada que estivesse, não podia deixá-lo perceber que se preocupava tanto assim com ele. Com um pouco de relutância por parte dele, conseguiu pegar o boné e colocá-lo na mesa ao lado. Ele ergueu uma das sobrancelhas, novamente, mas logo após a abaixou, sorrindo marotamente.
- Como sabe que eu estava em uma detenção? – Lyra riu ironicamente e o encarou, como se o rapaz tivesse feito uma brincadeira boba, mas ao perceber que não foi bem isso, suspirou, resignada.
- Hogwarts inteira sabe que você e o Potter receberam uma detenção por causa do "incidente" de ontem... – A menina se levantou da cama e caminhou até o banheiro. Voltou um tempo depois com uma toalha branca em mãos. Balançou a cabeça, negativamente, ao ver que Sirius estava deitado em sua cama, de olhos fechados. Sentou-se novamente ao seu lado. "Ok, eu tenho que admitir, ele é bem bonito..." Pensou, irritada consigo mesma por admitir tal coisa.
- Duvido que você esteja dormindo... – Curvou-se sobre ele e encostou a toalha molhada contra a testa do garoto, que sorriu, ainda sem abrir os olhos. Ao abrí-los, seu olhar e o da menina se encontraram, fazendo-a corar e desviar a atenção para sua boca, que ainda sangrava. Aproveitou que ela se encontrava a poucos centímetros de distância, curvada, enquanto imaginava se seria melhor começar pela boca ou pelo corte sobre a sobrancelha, e a puxou para perto, fazendo com que seus corpos ficassem realmente muito próximos.
- Você acertou... Não estou mesmo... Mas talvez... Quem sabe... Se você se deitar aqui comigo... Eu posso dormir juntinho com você. – Ele sorriu maliciosamente. Lyra suspirou, irritada. Embora ainda estivesse muito brava com ele, era impossível ficar a tão poucos centímetros do rapaz e não sentir nada. Era mais do que evidente o porque de Black ter todas as garotas aos seus pés. A menina respirou fundo e o olhou, fingindo pouco caso e levantou, arrumando o cabelo atrás da orelha. Resistir a Sirius Black não é nada fácil!
- Você não muda... Temos aula daqui a pouco... – Ele lançou um olhar de censura para Lyra, enquanto essa encostava a toalha na sua boca. Mas ele a afastou, para poder falar.
- E quem liga? – Perguntou, se espreguiçando violentamente. Fazendo-a recuar, por medo de ser atingida. Lyra respirou fundo durante alguns segundos.
- Eu ligo... – Sussurrou, o fazendo girar os olhos com displicência.
- Sei de uma coisa que vai melhorar os arranhões... – Sorriu divertido. Por mais que a garota soubesse do que se tratava respondeu um mísero "Quê?", mesmo que não quisesse ouvir a resposta que receberia. – Beijos! – Exclamou, como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. A menina balançou a cabeça, desapontada. Realmente, tentar mudar aquele garoto era quase impossível. Galinha inveterado! Se lembrava muito bem que mesmo quando eram pequenos ele vivia cheio de menininhas em volta.
- Há... Não, não... Você não vai se aproveitar da situação... Vai ficar querendo... – Seu sorriso se contorceu em um sorriso sádico, fazendo-o baixar os olhos. Ele virou a cara pro lado, e sorriu docemente, parecendo um anjinho. Lyra pensou durante bastante tempo, o deixando impaciente, até que resolveu o que faria. – Só um beijinho então... – Murmurou, obtendo um sorriso radiante como resposta. Ele fechou os olhos, esperando o beijo, tentando passar a impressão de que seria só um simples selinho de consolação pelo machucado. E a história de ser frio? É claro que Sirius preferia mil vezes beijar Lyra do que dar uma de durão.
- Ta... – Respondeu o garoto, animado. Ela foi se aproximando cada vez mais... Sorriu durante alguns segundos e depois, deu um beijinho em cima da sobrancelha dele. – Okay... Agora na boca... – Prosseguiu, com desapontamento por não ter ido direto ao ponto. Lyra o olhou com desdém e deu um sorriso falso, mais de irritação do que divertimento. O garoto ergueu a sobrancelha, como se não entendesse porque dela não o beijar. Estava realmente irritada com a mania de abusar da situação que ele tinha e ia dizer poucas e boas, isso se a porta não tivesse se aberto com um estrondo.
- Lyra! – Berrou alguém da porta, eles pararam de se encarar para ver quem era. A gêmea de "gatinho" estava parada na porta, balançava os dedos, como um maestro. Sirius bufou, podia jurar que se ela não tivesse chegado teria conseguido beijar Lyra, ou até coisas piores...
- Oi, Christie! Aqui seu material... – Respondeu a menina, se levantando da cama para pegar a uma mochila vermelha em cima da mesa e entregá-la para a menina, que sorriu, agradecida, enquanto continuava a dançar. – Aproveita e leva ele... – Continuou, levantando Sirius a força da cama, colocando o boné sobre sua cabeça, sem jeito, e o empurrando até a garota, que continuava a dançar sorridente.
- Okay! Siga-me, eu mostro o caminho! – Exclamou, marchando no lugar e levando um Sirius bem revoltado consigo.


N/A: Hei, people! Temos que fazer um comentariozinho básico... Alguém já notou que somos péssimas para títulos (tanto de caps quanto de fics) e sinopses?! Aff, falem sério!

Não deu pra gente agradecer os comentários antes porque a gente estava morrendo de pressa, mas agora arranjamos um tempinho extra XD:

Camie: A gente tentou explicar o negócio dos personagens tudo no cap 1, se tiver mais alguma duvida entre em contato com a gente, beleza?

DarkAnty: Hehehe, valeu, Kagu XD.

HoLLy-182: A gente vai continuar sim, pelo menos a gente acha que vai, né �. Talvez ainda surjam outras versões, vai saber huahuahua

Deby: As outras versões? Valeu hehehe

Lillix: Hei, Paulinha! Melhor um monte de sim do que um monte de não huahuahua beijos!

Crystin-Malfoy: Oi, Crys! Huahuahua, acho que não vai haver outra versão, mas caps novos sim! Bons tempos aqueles de 24 Horas, a gente se achava o máximo �. Aquela deve ser a pior fic do mundo, mas beleza huahauhua. Nós deletamos ela do pc, buá!

Wendelin: Wend!!! Você comentou, huahuahua. O avô do Tiago foi inspirado em uma certa pessoa que conhecemos XD Ou melhor, em duas! Huahuahua, ele é nojento mesmo... Mas tadinho, é a velhice... Huahuahua, ele não tem um futuro muito bom, não, viu?

Anna: Hehehe, a gente já explicou nos comments, né?

Bethinha: Hei, Beta! Você vai no EP, né? Te adoramos, que bom que você gostou!

Bel Malfoy: Exagero seu huahuahua. É apenas mais uma humilde e simples fic nossa momento nostálgico (kkkkkk).

Erika: Ah, podes crer que ainda está beeem longe do fim! E não só a fic como a série... Essa é a primeira de três, ou, talvez quatro! Tirando as extras que vão estar todas em um site que a gente ainda está fazendo XD. Mesmo assim, valeu por gostar XD.

.::Mr!n::. : A gente até tenta, e se você realmente quer saber, era pra ser um suspense huahuahua. Mas a gente nem consegue...

Mell: Mellindaaa!! Você gostou?? Isso significa muito pra gente, muito mesmooo! Te adoramos muitoooo! Té mais, bjuss!

Bom gente, é isso, valeu e continuem comentando.