Título: Alguém como você
Autora: Bélier
Categoria: Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Depois de tantas batalhas, o Cavaleiro de Virgem quer encontrar alguém especial para lhe fazer companhia. Será que realmente os opostos se atraem?
Capítulo 5
Os dois cavaleiros saíram do salão para a noite quente, lado a lado.
- Fico feliz que tenha vindo até aqui, conversar. – Mu comentou. – E eu que imaginei que sendo mestre, viveria cercado de gente. Durante o dia, realmente é bem agitado. Reuniões com Atena, ou com os conselheiros do Santuário, ou com o chefe da guarda... Os guardas circulam o tempo todo, bem como os criados, mas à noite... Fico sempre sozinho.
- Não deveria haver guardas neste turno, também? – Shaka perguntou, curioso.
- Na verdade, não deveria existir guarda nenhum aqui, uma vez que vocês, Cavaleiros de Ouro, é que devem proteger o Salão do Mestre e o Templo de Atena... – Mu riu, divertido.
Virgem riu, também. Virou-se para encarar o amigo, antes de partir. Seu olhar percorreu, fascinado, o rosto delicado do homem a sua frente. Ele era muito belo, principalmente quando sorria daquela forma. Seus olhos azuis cruzaram com os verdes de Mu, e o indiano sentiu seu coração acelerar. Shaka não soube dizer se seu rosto deixou transparecer o que estava sentindo, mas o fato foi que Mu avançou até ele, segurando sua mão entre a dele.
Áries levou a mão do loiro até pousar sobre o seu coração. Shaka sentiu, num misto de surpresa e estranho contentamento, que o os batimentos cardíacos do amigo também estavam alterados.
- Shaka, eu... – Mu sussurrou, seus olhos ainda se enfrentando.
Tomado por um impulso irresistível, Shaka puxou Mu pela outra mão. Virgem encostou-se contra uma coluna fria de mármore. Por coincidência, havia sido naquele mesmo local que havia recebido o seu primeiro beijo de Ikki. Fechou os olhos, ansioso, seus lábios tremendo involuntariamente.
Mu colou seu corpo ao dele, suavemente, uma de suas mãos tocando sua nuca, entrelaçando-se entre seus cabelos loiros, enquanto a outra pousava em sua cintura. Shaka sentiu o perfume dos cabelos longos de Áries, e, automaticamente, ergueu suas mãos para tocá-los. Notou que eram sedosos como os seus.
O ariano aproximou seu rosto do dele, deixando sua respiração quente, levemente alterada, fazer cócegas em seus lábios. Mu então o beijou, delicadamente.
Shaka sentiu seus joelhos tremerem. Acompanhou os movimentos de Mu, extasiado. Ao senti-lo tocar seus lábios com a língua, abriu a boca para recebê-lo, e deixou escapar um gemido abafado, quando Mu começou a explorar cada canto dela, com movimentos lentos e circulares. Virgem tombou a cabeça levemente para o lado, e Áries aproveitou para aprofundar mais ainda o beijo.
Mu prendeu a língua de Shaka entre seus lábios, sugando-a delicadamente dentro da sua boca, e o indiano percebeu que o amigo queria que ele retribuísse o carinho. O loiro então deixou sua língua provar a boca doce do tibetano, imitando seus movimentos.
Aquilo era tão diferente dos beijos de Ikki... Virgem sentia-se nas nuvens, notando todos os seus sentidos se exacerbarem. Cada toque do cavaleiro de Áries provocava pequenas ondas de prazer por seu corpo, e não ficou surpreso ao notar que já ostentava uma ereção.
Mu pareceu notar, também, e pressionou seu quadril contra o dele com um pouco mais de força. Shaka gemeu dentro da boca do ariano, ao sentir que ele também estava excitado. Mu parecia querer lhe dizer que relaxasse, e que aquilo era normal.
O cavaleiro de Áries interrompeu o beijo, depositando beijos leves pelo rosto de Shaka, até alcançar o lóbulo de sua orelha, mordiscando-o. – Tão perfumado... – Mu sussurrou em seu ouvido.- Sândalo. - Virgem gemeu alto, agarrando com força a nuca de Mu, quando ele acariciou sua orelha com a língua.
Seus corpos estavam impossivelmente colados, e mesmo assim, Shaka ansiava por mais. Movimentou seus quadris um pouco, o suficiente para Mu encaixar- se entre suas pernas, aumentando a pressão entre seus sexos. O tibetano deixou uma nova trilha de beijos quentes, dessa vez percorrendo seu pescoço, até alcançar seu ombro que o sari não cobria.
- Mu... – Shaka sentia sua voz rouca de desejo. Seus ombros se contraíram involuntariamente quando o ariano mordeu de leve sua pele, provocando arrepios.
O peito do loiro arfava, sua respiração pesada, suas mãos cravadas no cabelo lavanda. Virgem sentia que seus pés mal tocavam o chão, pois Áries o segurava forte contra a coluna de pedra. E de forma alguma aquilo o incomodava.
Shaka finalmente estava frente a frente com as emoções que ansiava. Sentia- se completamente alheio ao mundo ao seu redor. Não estava preocupado se alguém os veria, ou se estava fazendo certo, ou onde deveria colocar suas mãos durante o beijo. Era simples. Como ele sempre imaginou.
Para sua decepção, Mu interrompeu os beijos lânguidos em sua pele, e segurou seu queixo, obrigando-o a encará-lo. – Por favor, abra os olhos... – Shaka fez o que o tibetano pedia, sentindo as pálpebras pesadas. Encarou o rosto do outro cavaleiro, e uma leve confusão apoderou-se de sua mente. "O que estou fazendo? Ele deve me achar um desvairado." Seu olhar recaiu sobre a boca molhada de Áries. "Um promíscuo, talvez." Virgem fechou os olhos e voltou a beijar Mu, suas mãos trazendo o rosto dele para mais perto do seu.
O Mestre afagou os cabelos do loiro, afastando-os do seu rosto. Shaka perdeu-se novamente num mundo de sensações, a boca macia do tibetano, sua única prioridade. Separaram-se depois de algum tempo, ofegantes.
- Você é tão bonito... – Mu gemeu, afundando o rosto entre os cabelos loiros.
"Ah, não, Mu... Não faça isso!" Shaka pensou, horrorizado. Fora a mesma frase que Ikki dissera, naquela noite, em seu templo! Felizmente, o ariano não proferiu o restante da frase, "E é só meu!", pois Shaka sequer sabia mais a quem pertencia, incluindo ele mesmo.
Apoiando as mãos nos ombros de Áries, o indiano o repeliu com delicadeza. – Mu... eu não posso fazer isso agora. Pelo menos, não enquanto não resolver o que eu quero...
Mu o encarou, seus olhos cheios de desejo, mas também compreensivos. – Tudo bem. Eu posso esperar. Podemos ir com calma. – O tibetano beijou rapidamente os lábios do loiro. - Do jeito que você quiser...
- Oh... – Shaka fechou os olhos, já se arrependendo do que tinha dito, ao sentir o calor do corpo do outro o abandonar. – Eu preciso ir! – Virgem afastou-se de Mu, e começou a descer as escadas, relutante. Voltou a cabeça uma vez, apenas para ver o ariano apoiado na coluna, observando-o.
"Não vai demorar. Eu prometo" O indiano pensou.
-x-
Shaka acordou tarde, naquele dia. Espantou-se ao ver o sol, já alto, entrar pela janela alta do seu quarto. Espreguiçou-se lentamente, alongando os músculos. Tentou ignorar o pensamento que insistia teimosamente em aflorar, afastando a sonolência.
Não conseguiu, e um pequeno sorriso formou-se em seus lábios. Deixou que as lembranças da noite passada invadissem sua mente, e relaxou mais um pouco entre os lençóis.
Tão doce... A boca macia dele, seus cabelos cheirosos... O indiano apertou com força o lençol entre os dedos. "Eu... eu o quero! Muito..."
Seu rosto assumiu uma expressão triste. "Mas... E o Ikki?" Lembrou-se do cavaleiro de bronze, que o estava cortejando e esperando com paciência. "Não posso fazer isso com ele. Seria melhor conversarmos antes..." Shaka afundou a cabeça no travesseiro. "Não. Seria melhor eu ir ver o Mu. Agora..."
Seu lado racional assumiu. "Seria melhor se eu meditasse." Tocou seu rosto quente, envergonhado. Talvez ele não mais merecesse o título de "o homem mais próximo de Deus", afinal de contas.
Suas preocupações atuais eram mundanas demais para esse posto tão divino...
-x-
Shaka tentou resistir à tentação de procurar Mu novamente. Evitou ficar muito dentro de seu templo, temeroso que o ariano passasse por ali. Assim, refugiou-se no bosque, onde passava várias horas sozinho, tentando meditar. Sua concentração era sempre quebrada pelas lembranças daquela noite, ou pelo fato de que logo Ikki estaria de volta, e ele ainda não sabia como lidar com aquilo. Afinal, ele nunca havia tido um relacionamento. Agora, precisava se decidir a terminar um que sequer começara, para logo em seguida começar outro... Era muita ironia para ele, que nunca tivera experiência alguma desse tipo. Seus sentimentos pareciam apontar-lhe a direção correta, mas sua mente, extremamente racional, tentava desesperadamente entender tudo aquilo.
"Talvez se eu pedir algum conselho para o Afrodite..." Shaka fez careta. "Melhor não. Ele, provavelmente, sugeriria que eu me entregasse. Aos dois." O loiro enrubesceu. Ele estava louco. Com certeza.
O fato de que Mu também não o havia procurado o incomodava... Parecia-lhe improvável que eles não tivessem se encontrado durante quase uma semana... Fazia-o pensar que o ariano também o estava evitando. Será? Mas fora ele mesmo que pediu ao outro que esperasse...
Shaka abriu os olhos, e mordeu levemente o lábio inferior, ansioso. No dia seguinte, Ikki estaria de volta... Ele tinha que fazer alguma coisa.
-x-
Shaka pisou sobre o tapete vermelho do salão com seus pés nus. Observou ao redor. Vazio. Os guardas o deixaram entrar, mas pediram que ele esperasse o mestre no Salão principal.
"E agora?" Seus olhos azuis vasculharam o lugar, mas nem sinal de Mu. Shaka não conseguia sentir nem mesmo o cosmo do tibetano. "Eu preciso perguntar a ele o que significou aquele beijo..." Impaciente, Shaka foi até a sala onde havia encontrado Mu da primeira vez. Encontrou-a vazia. Subiu então um lance de escadas, que o levou até outro aposento. Ao se aproximar, notou o brilho da água refletido nas paredes de pedra.
Seus pés se recusaram a seguir adiante, e ele parou, estarrecido, diante da cena.
Ao lado das enormes piscinas, Mu executava um movimento perfeito de Tai Chi. Seus joelhos, ligeiramente dobrados, colocavam seu corpo numa posição graciosa, mas firme. Uma de suas mãos cortou o ar, num movimento lento e circular.
O ariano usava apenas uma calça branca larga. Seus pés descalços pareciam nem tocar o chão, mas o equilíbrio de seu corpo era prefeito. Os cabelos lavanda, presos numa trança grossa, caíam sobre suas costas, destacando-se na pele extremamente clara. Mu mantinha seus olhos fechados, e estava tão concentrado que ainda não havia notado a presença do loiro, que o observava maravilhado.
Mu respirou fundo, trazendo as mãos para junto do peito e unindo-as. Shaka notou os músculos das costas do amigo ondularem sob sua pele lisa. O tibetano mudou sua posição, e ia executar outro movimento, quando seus olhos se abriram abruptamente.
- Shaka!
O indiano deu um passo atrás, envergonhado. – Eu... sinto muito atrapalhar... Eu não sabia que você estava ocupado.
Mu abandonou a postura, endireitando-se. – Não estou ocupado agora, pelo contrário... Estive bastante ocupado durante a semana, estava só relaxando.
- Entendo... – Sem perceber, Shaka apertou as mãos, um tanto quanto nervoso. O ariano se aproximou dele, com passos lentos.
- Algum problema? – Mu estendeu uma das mãos para acariciar o rosto do loiro.
- Não! – Shaka suspirou, relaxando finalmente o corpo e deixando-se envolver num abraço. – Precisava ver você.
- Que bom que veio... – Mu acariciou os cabelos lisos. O indiano enlaçou a cintura do Mestre com os braços, e virou o rosto para ele, oferecendo sua boca. O tibetano estudou o rosto bonito de Virgem, antes de aceitar o convite e beijá-lo com paixão.
Shaka apertou com mais força o corpo de Mu contra o seu, seu pequeno gemido de satisfação se perdendo dentro da boca do ariano. Deixou que uma das mãos passeasse pelas costas nuas dele, brincando displicentemente com a trança de cabelos lilases. Novamente, permitiu-se se perder nas sensações que aqueles lábios lhe traziam.
Ouviram então vozes abafadas, vindas do salão principal.
- Cavaleiro de ouro?! Qual deles está com o Mestre? – Pausa. - Aconteceu algo para ele estar aqui? – A voz assustada se fez ouvir mais alta, ecoando no silêncio do salão principal.
- Saori. – Mu murmurou, desapontado, separando sua boca da de Shaka.
Shaka se afastou, apreensivo. – Athena já voltou? Então...
Os dois cavaleiros de ouro colocaram uma distância razoável entre eles, antes que Saori adentrasse o aposento, seguida de Seiya, Shun...
E Ikki.
Continua
Comentários dos personagens:
- Aham... Bem, hoje a Bélier não veio... (Shaka)
- Sim, e ela nos incumbiu de comentar esse capítulo... (Mu)
- Hã... Oh, Mu? Eu acho que eu já vi essa piscina antes... (Shaka apóia o dedo nos lábios, pensativo)
- Err... Não viu não, Shaka! (Mu disfarça)
- Vi, sim! (Shaka teima)
(Mu sussurra no ouvido de Shaka) – Isso foi em outra fic, seu tonto!
- Ah, tá! (Shaka sorri, sem graça) Mas que eu vi, vi!
- Você não viu nada, você estava bêbado!
- Oh, eu vi muita coisa naquele dia...
- Mudando de assunto... Eu acho que você vai se dar mal no próximo capítulo... (Mu comenta, com ar de pesar)
- Eu?! (Shaka ri) VOCÊ vai se dar mal!
- Mas...?!
Autora: Bélier
Categoria: Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Depois de tantas batalhas, o Cavaleiro de Virgem quer encontrar alguém especial para lhe fazer companhia. Será que realmente os opostos se atraem?
Capítulo 5
Os dois cavaleiros saíram do salão para a noite quente, lado a lado.
- Fico feliz que tenha vindo até aqui, conversar. – Mu comentou. – E eu que imaginei que sendo mestre, viveria cercado de gente. Durante o dia, realmente é bem agitado. Reuniões com Atena, ou com os conselheiros do Santuário, ou com o chefe da guarda... Os guardas circulam o tempo todo, bem como os criados, mas à noite... Fico sempre sozinho.
- Não deveria haver guardas neste turno, também? – Shaka perguntou, curioso.
- Na verdade, não deveria existir guarda nenhum aqui, uma vez que vocês, Cavaleiros de Ouro, é que devem proteger o Salão do Mestre e o Templo de Atena... – Mu riu, divertido.
Virgem riu, também. Virou-se para encarar o amigo, antes de partir. Seu olhar percorreu, fascinado, o rosto delicado do homem a sua frente. Ele era muito belo, principalmente quando sorria daquela forma. Seus olhos azuis cruzaram com os verdes de Mu, e o indiano sentiu seu coração acelerar. Shaka não soube dizer se seu rosto deixou transparecer o que estava sentindo, mas o fato foi que Mu avançou até ele, segurando sua mão entre a dele.
Áries levou a mão do loiro até pousar sobre o seu coração. Shaka sentiu, num misto de surpresa e estranho contentamento, que o os batimentos cardíacos do amigo também estavam alterados.
- Shaka, eu... – Mu sussurrou, seus olhos ainda se enfrentando.
Tomado por um impulso irresistível, Shaka puxou Mu pela outra mão. Virgem encostou-se contra uma coluna fria de mármore. Por coincidência, havia sido naquele mesmo local que havia recebido o seu primeiro beijo de Ikki. Fechou os olhos, ansioso, seus lábios tremendo involuntariamente.
Mu colou seu corpo ao dele, suavemente, uma de suas mãos tocando sua nuca, entrelaçando-se entre seus cabelos loiros, enquanto a outra pousava em sua cintura. Shaka sentiu o perfume dos cabelos longos de Áries, e, automaticamente, ergueu suas mãos para tocá-los. Notou que eram sedosos como os seus.
O ariano aproximou seu rosto do dele, deixando sua respiração quente, levemente alterada, fazer cócegas em seus lábios. Mu então o beijou, delicadamente.
Shaka sentiu seus joelhos tremerem. Acompanhou os movimentos de Mu, extasiado. Ao senti-lo tocar seus lábios com a língua, abriu a boca para recebê-lo, e deixou escapar um gemido abafado, quando Mu começou a explorar cada canto dela, com movimentos lentos e circulares. Virgem tombou a cabeça levemente para o lado, e Áries aproveitou para aprofundar mais ainda o beijo.
Mu prendeu a língua de Shaka entre seus lábios, sugando-a delicadamente dentro da sua boca, e o indiano percebeu que o amigo queria que ele retribuísse o carinho. O loiro então deixou sua língua provar a boca doce do tibetano, imitando seus movimentos.
Aquilo era tão diferente dos beijos de Ikki... Virgem sentia-se nas nuvens, notando todos os seus sentidos se exacerbarem. Cada toque do cavaleiro de Áries provocava pequenas ondas de prazer por seu corpo, e não ficou surpreso ao notar que já ostentava uma ereção.
Mu pareceu notar, também, e pressionou seu quadril contra o dele com um pouco mais de força. Shaka gemeu dentro da boca do ariano, ao sentir que ele também estava excitado. Mu parecia querer lhe dizer que relaxasse, e que aquilo era normal.
O cavaleiro de Áries interrompeu o beijo, depositando beijos leves pelo rosto de Shaka, até alcançar o lóbulo de sua orelha, mordiscando-o. – Tão perfumado... – Mu sussurrou em seu ouvido.- Sândalo. - Virgem gemeu alto, agarrando com força a nuca de Mu, quando ele acariciou sua orelha com a língua.
Seus corpos estavam impossivelmente colados, e mesmo assim, Shaka ansiava por mais. Movimentou seus quadris um pouco, o suficiente para Mu encaixar- se entre suas pernas, aumentando a pressão entre seus sexos. O tibetano deixou uma nova trilha de beijos quentes, dessa vez percorrendo seu pescoço, até alcançar seu ombro que o sari não cobria.
- Mu... – Shaka sentia sua voz rouca de desejo. Seus ombros se contraíram involuntariamente quando o ariano mordeu de leve sua pele, provocando arrepios.
O peito do loiro arfava, sua respiração pesada, suas mãos cravadas no cabelo lavanda. Virgem sentia que seus pés mal tocavam o chão, pois Áries o segurava forte contra a coluna de pedra. E de forma alguma aquilo o incomodava.
Shaka finalmente estava frente a frente com as emoções que ansiava. Sentia- se completamente alheio ao mundo ao seu redor. Não estava preocupado se alguém os veria, ou se estava fazendo certo, ou onde deveria colocar suas mãos durante o beijo. Era simples. Como ele sempre imaginou.
Para sua decepção, Mu interrompeu os beijos lânguidos em sua pele, e segurou seu queixo, obrigando-o a encará-lo. – Por favor, abra os olhos... – Shaka fez o que o tibetano pedia, sentindo as pálpebras pesadas. Encarou o rosto do outro cavaleiro, e uma leve confusão apoderou-se de sua mente. "O que estou fazendo? Ele deve me achar um desvairado." Seu olhar recaiu sobre a boca molhada de Áries. "Um promíscuo, talvez." Virgem fechou os olhos e voltou a beijar Mu, suas mãos trazendo o rosto dele para mais perto do seu.
O Mestre afagou os cabelos do loiro, afastando-os do seu rosto. Shaka perdeu-se novamente num mundo de sensações, a boca macia do tibetano, sua única prioridade. Separaram-se depois de algum tempo, ofegantes.
- Você é tão bonito... – Mu gemeu, afundando o rosto entre os cabelos loiros.
"Ah, não, Mu... Não faça isso!" Shaka pensou, horrorizado. Fora a mesma frase que Ikki dissera, naquela noite, em seu templo! Felizmente, o ariano não proferiu o restante da frase, "E é só meu!", pois Shaka sequer sabia mais a quem pertencia, incluindo ele mesmo.
Apoiando as mãos nos ombros de Áries, o indiano o repeliu com delicadeza. – Mu... eu não posso fazer isso agora. Pelo menos, não enquanto não resolver o que eu quero...
Mu o encarou, seus olhos cheios de desejo, mas também compreensivos. – Tudo bem. Eu posso esperar. Podemos ir com calma. – O tibetano beijou rapidamente os lábios do loiro. - Do jeito que você quiser...
- Oh... – Shaka fechou os olhos, já se arrependendo do que tinha dito, ao sentir o calor do corpo do outro o abandonar. – Eu preciso ir! – Virgem afastou-se de Mu, e começou a descer as escadas, relutante. Voltou a cabeça uma vez, apenas para ver o ariano apoiado na coluna, observando-o.
"Não vai demorar. Eu prometo" O indiano pensou.
-x-
Shaka acordou tarde, naquele dia. Espantou-se ao ver o sol, já alto, entrar pela janela alta do seu quarto. Espreguiçou-se lentamente, alongando os músculos. Tentou ignorar o pensamento que insistia teimosamente em aflorar, afastando a sonolência.
Não conseguiu, e um pequeno sorriso formou-se em seus lábios. Deixou que as lembranças da noite passada invadissem sua mente, e relaxou mais um pouco entre os lençóis.
Tão doce... A boca macia dele, seus cabelos cheirosos... O indiano apertou com força o lençol entre os dedos. "Eu... eu o quero! Muito..."
Seu rosto assumiu uma expressão triste. "Mas... E o Ikki?" Lembrou-se do cavaleiro de bronze, que o estava cortejando e esperando com paciência. "Não posso fazer isso com ele. Seria melhor conversarmos antes..." Shaka afundou a cabeça no travesseiro. "Não. Seria melhor eu ir ver o Mu. Agora..."
Seu lado racional assumiu. "Seria melhor se eu meditasse." Tocou seu rosto quente, envergonhado. Talvez ele não mais merecesse o título de "o homem mais próximo de Deus", afinal de contas.
Suas preocupações atuais eram mundanas demais para esse posto tão divino...
-x-
Shaka tentou resistir à tentação de procurar Mu novamente. Evitou ficar muito dentro de seu templo, temeroso que o ariano passasse por ali. Assim, refugiou-se no bosque, onde passava várias horas sozinho, tentando meditar. Sua concentração era sempre quebrada pelas lembranças daquela noite, ou pelo fato de que logo Ikki estaria de volta, e ele ainda não sabia como lidar com aquilo. Afinal, ele nunca havia tido um relacionamento. Agora, precisava se decidir a terminar um que sequer começara, para logo em seguida começar outro... Era muita ironia para ele, que nunca tivera experiência alguma desse tipo. Seus sentimentos pareciam apontar-lhe a direção correta, mas sua mente, extremamente racional, tentava desesperadamente entender tudo aquilo.
"Talvez se eu pedir algum conselho para o Afrodite..." Shaka fez careta. "Melhor não. Ele, provavelmente, sugeriria que eu me entregasse. Aos dois." O loiro enrubesceu. Ele estava louco. Com certeza.
O fato de que Mu também não o havia procurado o incomodava... Parecia-lhe improvável que eles não tivessem se encontrado durante quase uma semana... Fazia-o pensar que o ariano também o estava evitando. Será? Mas fora ele mesmo que pediu ao outro que esperasse...
Shaka abriu os olhos, e mordeu levemente o lábio inferior, ansioso. No dia seguinte, Ikki estaria de volta... Ele tinha que fazer alguma coisa.
-x-
Shaka pisou sobre o tapete vermelho do salão com seus pés nus. Observou ao redor. Vazio. Os guardas o deixaram entrar, mas pediram que ele esperasse o mestre no Salão principal.
"E agora?" Seus olhos azuis vasculharam o lugar, mas nem sinal de Mu. Shaka não conseguia sentir nem mesmo o cosmo do tibetano. "Eu preciso perguntar a ele o que significou aquele beijo..." Impaciente, Shaka foi até a sala onde havia encontrado Mu da primeira vez. Encontrou-a vazia. Subiu então um lance de escadas, que o levou até outro aposento. Ao se aproximar, notou o brilho da água refletido nas paredes de pedra.
Seus pés se recusaram a seguir adiante, e ele parou, estarrecido, diante da cena.
Ao lado das enormes piscinas, Mu executava um movimento perfeito de Tai Chi. Seus joelhos, ligeiramente dobrados, colocavam seu corpo numa posição graciosa, mas firme. Uma de suas mãos cortou o ar, num movimento lento e circular.
O ariano usava apenas uma calça branca larga. Seus pés descalços pareciam nem tocar o chão, mas o equilíbrio de seu corpo era prefeito. Os cabelos lavanda, presos numa trança grossa, caíam sobre suas costas, destacando-se na pele extremamente clara. Mu mantinha seus olhos fechados, e estava tão concentrado que ainda não havia notado a presença do loiro, que o observava maravilhado.
Mu respirou fundo, trazendo as mãos para junto do peito e unindo-as. Shaka notou os músculos das costas do amigo ondularem sob sua pele lisa. O tibetano mudou sua posição, e ia executar outro movimento, quando seus olhos se abriram abruptamente.
- Shaka!
O indiano deu um passo atrás, envergonhado. – Eu... sinto muito atrapalhar... Eu não sabia que você estava ocupado.
Mu abandonou a postura, endireitando-se. – Não estou ocupado agora, pelo contrário... Estive bastante ocupado durante a semana, estava só relaxando.
- Entendo... – Sem perceber, Shaka apertou as mãos, um tanto quanto nervoso. O ariano se aproximou dele, com passos lentos.
- Algum problema? – Mu estendeu uma das mãos para acariciar o rosto do loiro.
- Não! – Shaka suspirou, relaxando finalmente o corpo e deixando-se envolver num abraço. – Precisava ver você.
- Que bom que veio... – Mu acariciou os cabelos lisos. O indiano enlaçou a cintura do Mestre com os braços, e virou o rosto para ele, oferecendo sua boca. O tibetano estudou o rosto bonito de Virgem, antes de aceitar o convite e beijá-lo com paixão.
Shaka apertou com mais força o corpo de Mu contra o seu, seu pequeno gemido de satisfação se perdendo dentro da boca do ariano. Deixou que uma das mãos passeasse pelas costas nuas dele, brincando displicentemente com a trança de cabelos lilases. Novamente, permitiu-se se perder nas sensações que aqueles lábios lhe traziam.
Ouviram então vozes abafadas, vindas do salão principal.
- Cavaleiro de ouro?! Qual deles está com o Mestre? – Pausa. - Aconteceu algo para ele estar aqui? – A voz assustada se fez ouvir mais alta, ecoando no silêncio do salão principal.
- Saori. – Mu murmurou, desapontado, separando sua boca da de Shaka.
Shaka se afastou, apreensivo. – Athena já voltou? Então...
Os dois cavaleiros de ouro colocaram uma distância razoável entre eles, antes que Saori adentrasse o aposento, seguida de Seiya, Shun...
E Ikki.
Continua
Comentários dos personagens:
- Aham... Bem, hoje a Bélier não veio... (Shaka)
- Sim, e ela nos incumbiu de comentar esse capítulo... (Mu)
- Hã... Oh, Mu? Eu acho que eu já vi essa piscina antes... (Shaka apóia o dedo nos lábios, pensativo)
- Err... Não viu não, Shaka! (Mu disfarça)
- Vi, sim! (Shaka teima)
(Mu sussurra no ouvido de Shaka) – Isso foi em outra fic, seu tonto!
- Ah, tá! (Shaka sorri, sem graça) Mas que eu vi, vi!
- Você não viu nada, você estava bêbado!
- Oh, eu vi muita coisa naquele dia...
- Mudando de assunto... Eu acho que você vai se dar mal no próximo capítulo... (Mu comenta, com ar de pesar)
- Eu?! (Shaka ri) VOCÊ vai se dar mal!
- Mas...?!
