Título: Alguém como você

Autora: Bélier

Categoria: Romance Yaoi

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Depois de tantas batalhas, o Cavaleiro de Virgem quer encontrar alguém especial para lhe fazer companhia. Será que realmente os opostos se atraem?

Capítulo 8

Saori vai dar uma festa? – Shaka perguntou, curioso.

Sim... – Mu ajeitou melhor sua cabeça no colo de Shaka, que continuou a acariciar seus cabelos.

No seu salão, eu suponho? – Shaka afastou uma mecha lilás, ajeitando-a atrás da orelha do ariano.

U-hum... – Mu concordou novamente, enquanto uma de suas mãos descansava sobre a coxa nua do loiro.

Shaka balançou a cabeça, inconformado. Depois de pensar um pouco, o indiano voltou a indagar o amante. – Da última vez que ela nos ofereceu uma festa, foi em virtude da sua escolha para Mestre do Santuário... – Shaka fez uma pausa significativa. – Você não fez nada errado, fez?

Não... – Mu respondeu de tal forma que Virgem desconfiou que ele já estivesse quase cochilando.

Não durma... – O loiro beliscou de leve a orelha do tibetano. – Você vai se atrasar...

Atrasar para o quê? – Mu perguntou, afundando mais ainda a cabeça no colo de Shaka, que estava começando a achar que aquilo já não era mais tão inocente.

Ora, você desce à arena todos os dias sob o pretexto de assistir aos treinos, mas depois disso some da vista de seus guardas durante horas... – Shaka ergueu uma sobrancelha, malicioso. – Você está se tornando relapso. Acho que Atena vai substituí-lo!

Seria ótimo... – Mu riu suavemente. – Assim eu poderia ficar mais tempo com você aqui, sem que notassem a minha ausência!

Shaka observou com carinho o cavaleiro que repousava em seu colo. Definitivamente, Áries não era ambicioso.

Quase todos os dias, os dois se encontravam, furtivamente, na primeira casa. A exigência de sigilo vinha por parte do loiro, que ainda não se sentia muito à vontade para revelar o seu romance aos outros habitantes do Santuário. Shaka sabia que estava sendo imaturo, principalmente pelo fato de Mu não se importar com o quê seus companheiros fossem pensar.

Shaka mordeu o lábio inferior, pensativo. Talvez todos até soubessem, ou pelo menos desconfiassem, depois daquela semana de idas e vindas dele pelas casas Zodiacais até o Salão do Mestre. Era perda de tempo tentar se resguardar.

Ela prometeu uma festa nos moldes da civilização! – Mu comentou, interrompendo seus pensamentos. – Com música e tudo...

Mas que coisa! – Shaka indignou-se. – O Santuário não é lugar para isso!

Mu suspirou, fingindo impaciência. – Por Zeus! Venha cá, seu velho rabugento... – O ariano o puxou pelo braço, fazendo com que o indiano se deitasse ao seu lado na cama. Os dois ficaram se encarando durante algum tempo, os olhos verdes fitando os azuis com paixão.

Vou te mostrar quem é velho, aqui. – Shaka quebrou o silêncio, desafiando Áries. O loiro desenhou um caminho imaginário no peito do amante com a ponta do dedo indicador, provocando-o.

Mu sorriu inocentemente. – Preciso ir, ou vou me atrasar!

Atrasar para o quê? – Shaka repetiu as palavras do ariano, enquanto o obrigava a deitar-se de costas na cama. – Que eu saiba, você não tem mais compromissos hoje... – Virgem deitou-se sobre Mu, seu corpo roçando maliciosamente contra o dele.

Mu suspirou, satisfeito, envolvendo os ombros de Shaka com os braços e deixando-o acomodar-se melhor sobre seu corpo. – Tenho compromissos, sim... – O Mestre do Santuário encarou o companheiro com um brilho divertido no olhar.

Shaka estreitou os olhos, e encarou o rosto inocente do ariano. – Não tente fugir, agora! Você me provocou! – O indiano escorregou uma das mãos pela lateral do corpo trabalhado de Mu, demorando-se na cintura esbelta. Seus dedos acariciaram a pele sensível, fazendo com que o ariano se contorcesse e deixasse escapar um riso breve. – Agora vai ter que arcar com as conseqüências...

Mu enroscou seus dedos nos cabelos loiros, puxando o rosto de Shaka para mais perto do seu. – Não desejo outra coisa.

Seus lábios se encontraram, e trocaram um beijo apaixonado. Separaram-se em busca de ar. Mu segurou carinhosamente o rosto de Shaka, afastando os cabelos longos que teimavam em cair. Encaram-se durante algum tempo, até que Mu se manifestou.

Eu te amo.

Pego de surpresa, Shaka apenas observou o ariano. Jamais duvidara de que os sentimentos de Mu por ele fossem menos do que amor. Mas ele nunca havia manifestado aquilo verbalmente, e nem Shaka também o havia feito. O indiano pousou o polegar sobre os lábios úmidos do amante, acariciando-os.

Eu também te amo.

Os dois novamente se beijaram, seus gestos cheios de cumplicidade e de paixão. Shaka apartou, e ergueu o rosto de Mu, beijando-o no pescoço, abaixo da mandíbula. Seus lábios fecharam-se sobre o pomo de adão do ariano, e Mu deixou escapar um gemido rouco, sua garganta vibrando sob os lábios do loiro, que sorriu, deliciado. Mu era tão sensível aos seus toques... E ele se sentia cada vez mais tentado a descobrir os pontos frágeis do amante, assim como Mu ia aos poucos descobrindo os seus. Áries havia ensinado muito a ele durante as duas semanas em que estavam juntos, e Shaka já se sentia mais à vontade para seduzir o amante.

Virgem deixou uma das mãos deslizar contra um mamilo rosado do ariano, sentindo-o endurecer contra sua palma. Substitui sua mão pela boca, e beliscou de leve com os dentes a carne intumescida. Mu suspirou discretamente, mas Shaka sentiu os dedos do tibetano apertarem com mais força seu cabelo.

Excitado, Shaka sustentou-se em suas mãos, e ergueu-se sobre Mu. Moveu os quadris, roçando sua ereção contra a do ariano. Em resposta, Mu entreabriu as pernas, e o indiano empurrou-se com mais força contra ele. Sentindo aquela necessidade diferente apoderar-se dele, Shaka segurou o tibetano pelos quadris, erguendo-o um pouco e fazendo seu sexo tocar as nádegas do outro cavaleiro.

Mu... – Shaka sussurrou, fazendo com que o ariano abrisse os olhos e o encarasse. – Eu... – O loiro sentiu suas faces corarem, e parou, sem saber como se expressar.

Shaka... – Mu segurou a nuca do cavaleiro de Virgem, seus olhos verdes cheios de desejo. – Faça.

Shaka sentiu sua respiração acelerar, diante da aceitação do amante. Desejava muito aquilo, mas ainda assim, fitou Mu com dúvida. Áries apenas tocou seu rosto, demonstrando confiança. Decidindo-se, o indiano alcançou, hesitante, o pote de lubrificante sobre a cômoda, e emergiu os dedos nele. A seguir, ergueu-se em seus joelhos, e espalhou o creme viscoso por sua ereção. Encabulado, notou que Mu não tirava os olhos dele, acompanhando todos os seus gestos. Ao terminar, voltou a deitar-se rapidamente sobre o companheiro, envergonhado.

Shaka... – Mu acariciou os ombros tensos do loiro, sussurrando as palavras em seu ouvido. – Não precisa ter vergonha.

Virgem riu, um pouco nervoso. – Parece bem mais fácil quando você faz...

Mu beijou Shaka na boca, e entreabriu as pernas, deixando-o se acomodar melhor. O indiano ergueu uma das pernas do ariano, colocando-o em uma posição mais cômoda, e penetrou-o com cuidado. Shaka ofegou, ao sentir-se envolto pelo corpo quente do amante, e deteve-se, apreciando a sensação. Mu moveu-se discretamente sobre ele, e Shaka mordeu o lábio inferior, tentando se controlar.

Virgem imitou os movimentos do ariano, quando faziam amor, e logo encontrou seu próprio ritmo. O ariano envolveu a cintura de Shaka com as pernas, trazendo o loiro mais fundo dentro de seu corpo. Virgem gemeu, e aumentou a velocidade, empurrando-se com mais vigor contra o tibetano, que gemia a cada investida sua. Shaka perdeu-se num mar de sensações: a visão do rosto corado de Mu, exprimindo pura excitação; as unhas dele cravadas em suas costas, provocando-lhe um misto de dor e prazer; o corpo bonito dele sob o seu; a voz dele, rouca de desejo, sussurrando seu nome...

Sentindo o orgasmo se aproximar, e temeroso de que o amante não conseguisse atingir o clímax tão rápido quanto ele, Shaka trouxe uma das mãos entre seus corpos suados, e segurou a ereção de Mu, massageando-a. Sentiu-o contorcer-se de prazer, e não pôde evitar mais. Gozou com um grito rouco, e soube que Mu o acompanhava pela umidade que sentiu em seu abdômen.

Exausto, Shaka deixou-se cair sobre Mu, escondendo seu rosto corado entre os cabelos lavanda. Áries acariciou suas costas com suavidade, como se quisesse acalmá-lo. Quando finalmente se sentiu seguro para encarar o amante, Shaka ergueu-se, seus olhos procurando os dele.

Você é tudo pra mim...

x-

No dia da festa, Shaka chegou ao salão com um certo receio. Observou atentamente os demais presentes. Concluiu que ele deveria ser um dos últimos a chegar, pela quantidade de pessoas que já lotavam o local. Imaginou de onde haveria saído tanta gente, uma vez que cavaleiros, mesmo, não eram muitos. Avistou Kiki junto a outros jovens rapazes, e deduziu que Athena havia convidado também os aprendizes, e talvez até guardas e servos.

Sua próxima ação foi tentar localizar Mu. Avistou-o conversando com Saori. Sentiu seu peito se apertar, diante do sentimento incômodo. Seus lábios se contraíram, com desgosto, ao perceber o que o havia atingido.

Ciúme. Tolo e implacável ciúme.

Observou de longe a moça conversar animada com o Mestre do Santuário. Athena estava muito bonita, como sempre, vestida de branco. Ela gesticulava muito, e por várias vezes sua mão tocava o braço do ariano, coberto pelo veludo pesado. Shaka estreitou os olhos, irritado. Teve ímpetos de cruzar o enorme salão, derrubando todos que ameaçassem cruzar seu caminho, e empurrar a Deusa para longe do seu amante.

Shaka surpreendeu-se diante da imaturidade de seus pensamentos. "Como o amor nos faz ridículos..." Mu respondia, de forma cortês, as perguntas de Saori, e sorria gentilmente. O loiro, no entanto, notou que o sorriso do ariano não chegava ao seu olhar, como sempre acontecia quando este era destinado a ele. Como se pudesse ler seus pensamentos – "E talvez ele realmente pudesse", Shaka pensou - Mu voltou sua cabeça, olhando exatamente na sua direção. Encararam-se durante alguns segundos, mas o suficiente para que Shaka pudesse vislumbrar o brilho que ele buscava nos belos olhos verdes.

Sem saber exatamente o que deveria fazer, o indiano procurou circular pelo grande salão. Controlando o seu ciúme, optou por não atrapalhar a conversa entre a Deusa e o Mestre, e caminhou a esmo, parando para conversar eventualmente com algum outro cavaleiro. Mesmo assim, Virgem não conseguia desprender sua atenção de Mu. Seus olhos a todo o momento procuravam os cabelos lilases, no meio dos demais convidados.

Como a reencarnação de Athena havia prometido, a música alta ecoava pelo salão e feria seus ouvidos, habituados com o silêncio. Alguns cavaleiros, mais acostumados com a civilização, dançavam alegremente. Shaka acabou parando próximo à mesa, olhando curioso o que estava sendo oferecido.

Gostando da festa, Shaka de Virgem?

O loiro voltou-se, deparando-se com Ikki, que estava parado ao seu lado.

Na verdade, acabei de chegar. – O indiano respondeu, sua voz soando tranqüila. Shaka achou estranho que Fênix viesse conversar com ele, depois de tudo o que acontecera. Quase não o tinha visto nas últimas semanas, pois passava muito do seu tempo com Mu, e isso havia evitado um confronto. Pelo menos até aquele momento.

Mesmo? Imaginei que você seria o primeiro a aparecer... Afinal, do quarto do seu amante até aqui é um pulinho. – Ikki comentou, sua voz saindo sarcástica.

Shaka tentou manter-se calmo, mesmo diante daquela provocação. – Ikki, eu...

Não tente negar, Shaka. – Ikki começou a servir-se das bebidas. – Você não ia conseguir convencer ninguém, muito menos eu, que te conheci um pouco melhor do que os outros... – A voz de Ikki soou amarga. – Céus, você deveria ver sua cara quando olha pra ele!

Virgem baixou os olhos, envergonhado. – Eu sinto muito.

Não, Shaka, não sinta! Vocês realmente foram feitos um para o outro! – Ikki balançou a cabeça, rindo com deboche. – São tão parecidos que chega a ser... irritante!

Shaka achou melhor não responder. Ikki nunca entenderia que o que o atraíra em Mu fora exatamente a personalidade do ariano, tão parecida com a do próprio indiano. O moreno já ia se retirando, levando dois copos, quando hesitou por um momento. Fênix, que procurava não encarar Shaka, finalmente ergueu os olhos, fitando-o. – Eu... – O cavaleiro de Bronze suspirou, com pesar. – Eu te amei, Shaka. Acredite.

Shaka não respondeu. Observou o outro cavaleiro afastar-se, com uma sensação de pesar. Sabia que havia magoado Ikki, jamais deveria ter lhe dado esperanças, pois eram pessoas muito diferentes. Virgem continuou observando Ikki, e viu quando ele abraçou uma figura loira, no meio do salão. Shaka olhou, surpreso, e identificou a moça de cabelos tão parecidos com os seus como sendo June, a amazona de Camaleão. Não conseguiu evitar o riso, diante da situação. Afinal de contas, até onde ele tinha influenciado naquela escolha?

"Não importa." Shaka pensou. "Tomara que ela o ame como ele merece." Voltou-se novamente para a mesa, tentando escolher algo que pudesse comer. Pegou, curioso, um petisco de uma bandeja, e observou-o atentamente. "E isso, é o quê?" Shaka tentou identificar pelo olfato, sem muito sucesso.

Pode comer, não morde!

Novamente interrompido, Virgem dessa vez virou-se para deparar com Kamus, que ria diante da cena.

Hã... – Shaka mostrou a comida para Kamus. – Com o seu comentário, acredito que você esteja querendo me dizer que isto não foi feito com a carne de algum pobre animal, é isso?

Não, não foi... – Kamus pegou um. – Não acredito, o homem mais próximo de Deus com medo de um salgadinho de festa!

Ora, Kamus, você sabe que em termos de comida eu sou meio restrito! - Shaka respondeu, aborrecido com a piada. Ele geralmente não interagia muito com os demais cavaleiros, e brincadeiras sempre o deixavam incomodado. – Eu... – O loiro então notou que finalmente Saori afastava-se de Mu, deixando-o a sós. A deusa logo em seguida juntou-se a Seiya, abraçando-o com carinho pela cintura.

Kamus acompanhou o olhar de Shaka. – Não precisa sentir ciúmes, meu caro. Todo mundo sabe que Athena idolatra o cavaleiro de Pégaso.

Não seja tolo! Ciúmes de quem? – Virgem procurou soar indignado, mas sua voz saiu um tanto quanto aliviada.

E todo mundo sabe que Mu só tem olhos para você... – Kamus continuou, ignorando a interrupção do loiro, e servindo-se de uma taça de vinho. – Por que você esconde o que sente dos outros?

Shaka finalmente mordeu o salgadinho, que parecia ser recheado com ameixas, apenas para ter que adiar uma resposta ao cavaleiro de Aquário.

– Porque eu sou um tolo? – Foi a resposta em tom duvidoso.

Não... Talvez seja apenas medo. – Kamus provou o vinho pensativo. – Não tenha medo de amar. É um dos sentimentos mais nobres do ser humano. Já sofremos muito nessa vida, para ter receio de demonstrar nossos sentimentos... – Shaka viu o semblante do francês mudar, de repente. Olhando ao redor, viu Miro, que fazia alguns gestos sedutores para o cavaleiro de Aquário, chamando-o. Kamus pigarreou discretamente. – Amor também pode ser incrível, quando se acha a pessoa certa... Aproveite a festa, Shaka.

Aquário dirigiu-se até Miro, e Shaka viu-se novamente sozinho. Decidiu ir até Mu.

O indiano havia dado alguns passos, quando avistou o ariano, parado bem no meio do salão. Nesse momento, a música mudou drasticamente de agitada para algo bem romântico. Shaka hesitou, mas Mu o encarou fixamente, seus olhos mandando uma mensagem velada ao loiro. Virgem olhou ansioso para os lados, tentando ver se alguém o observava. Mesmo não estando convencido, respirou fundo e foi até onde Mu estava.

Mu estendeu uma das mãos para o indiano, que a segurou levemente, seus dedos apenas tocando os do ariano. Shaka aproximou-se do amante, finalmente deixando suas preocupações de lado. Que todos o vissem, ele já não mais se importava.

Mu segurou a mão de Shaka com mais força, erguendo-a até a altura de seus rostos, enquanto pousava a outra sobre sua cintura, trazendo-o mais para perto. Virgem percebeu então o que o ariano queria.

Dançar.

Ele nunca tinha dançado.

Shaka encostou seu rosto contra o de Mu, descansando o queixo sobre o ombro do ariano. Apoiou sua mão livre no peito do outro cavaleiro, sentindo a maciez do veludo do manto contra a palma. Acariciou o tecido de leve, deliciando-se com a sensação. Shaka sabia que várias pessoas deveriam estar observando-os, aguardando o desfecho da cena, mas baixou os olhos, restringindo o momento somente a eles.

Sentiu que Mu o conduzia com firmeza, e deixou-se levar pelos passos do companheiro. Naquele momento, Shaka finalmente compreendeu que não precisava preocupar-se com mais nada. Havia encontrado alguém para ficar ao seu lado. Alguém para guiá-lo naqueles sentimentos que ainda eram novos a ele. Alguém para consolá-lo, quando as lembranças de todas as batalhas pelas quais já havia passado o atormentassem. Alguém para escutá-lo e aconselhá-lo, quando tivesse dúvidas. E alguém para dar-lhe o carinho e a paixão que sempre ansiara naquela vida.

Shaka brincou distraidamente com uma mecha de cabelo macio de Mu. Ao sentir que o ariano abaixava a cabeça, ergueu a mão até tocá-lo no rosto, seus dedos longos acariciando a pele alva com carinho. Apesar de já há muito tempo não ouvir mais aquela língua, sua mente conseguiu captar algumas frases da música. As palavras entoadas pela voz bonita da cantora soaram nítidas, e ele sorriu junto ao pescoço de Mu, ao entender seu significado.

Mu virou o rosto para ele, curioso. – O que foi?

Nada. – Shaka soltou sua mão da do ariano, e envolveu os ombros dele com os braços. Mu acariciou as costas do loiro com a mão recém liberada. Virgem beijou delicadamente os lábios do companheiro, antes de apoiar seu rosto novamente contra o dele. – A festa está ótima...

Fim

Comentários da autora:

Finalmente terminada! Missão cumprida.

Peço mais uma vez desculpas pela demora, e agradeço a todas que acompanharam a fic, às que deixaram seus comentários... Espero que tenham gostado, mas não esqueçam de escovar os dentes, logo após a leitura. Os danos podem ser irreparáveis...

A música é Deliver Me, da Sarah Brightman (cuja letra eu tive que retirar da fic por livre e espontânea pressão). Maravilhosa, mais uma vez eu recomendo, ouçam. Não deixem de ler a letra, por favor! (risos) Ela é importante.

Ops! Esqueçam que o Shaka dançou com o Mu em A poção do amor... A frase Você é tudo pra mim foi alusão a Morangos Agridoces, primeira fic em que eu fiz o Mu uke.

Eu queria deixar registrado aqui que essa foi uma fic que me deixou bem dividida. Não consegui deslanchar do jeito que eu gostaria. Foi um erro colocar o Ikki entre os dois, pois eu sabia que não ia conseguir digerir bem a coisa. Por outro lado, essa estória serviu para duas coisas. Explorar a sexualidade do Shaka, e o fato dele querer deixar de ser virgem, foi uma delas. Eu gosto da personalidade dele, acho que mais do que a do Mu, e achei que ele ficou bem caracterizado, alternando momentos de extrema impassibilidade com outros de total confusão. O outro motivo pelo qual eu gostei de escrever essa fic foi o fato de ter testado tudo o que eu queria, com relação às cenas lemon. Foi um verdadeiro laboratório!

Bem, acho que é só! Beijos, e até breve...

Bélier