Capítulo 7
Fuga
- Gina, o que você está fazendo? Pegue só o necessário!
- Mas, Rony, isso aqui...
- É grande demais e pesado demais.
- Eu carrego. – Harry puxou o malão de Gina e saiu do quarto. Ela parou por alguns momentos olhando a porta e depois decidiu fechar e travar bem as janelas.
Ela e Rony desceram logo em seguida. Encontraram Hermione na ponta da escada conversando com algumas pessoas da sua faculdade. Todos estavam muito aflitos.
Os Cavaleiros Rubros tinham feito um importante avanço durante a madrugada: tinham cercado a universidade de Hermione e a de Harry, às custas de exposição a muitos trouxas, que acreditavam tratar-se de um ataque terrorista. As descobertas-tardias não estavam mais seguras e o Largo Grimmauld era muito pequeno para esconder todas elas.
- Mione, nós vamos nos dividir em três vans. Você dirige a vermelha. – Harry passou uma chave para Hermione.
- Vamos como trouxas? – ela não entendia.
- Vamos, não temos permissão da lei para fazer uma chave de portal e, de qualquer forma, qualquer tipo de mágica pode ser rastreada e isso é muito perigoso quando se tem tantos Cavaleiros Rubros infiltrados no Ministério.
Hermione ficou olhando para a chave. Depois fechou a mão em torno dela e separou algumas pessoas que iriam em sua van. Chamou Gina para acompanhá-la. Saiu da casa dos Black carregando uma pequena mochila e parou para olhar quando a porta sumia no ar. Sabia para onde deveria levar todas as pessoas que estavam com ela.
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- Esse lugar está muito sujo e muito empoeirado. – disse Gina depois de espirrar pela terceira vez. – Tem certeza de que ficaremos aqui?
- Sim, esse é o único lugar grande o suficiente que tem tantas proteções quanto o Largo Grimmauld. – Hermione trazia as últimas malas para dentro, todos os outros estavam olhando curiosos para o local.
- Que lugar é esse? Parece um velho...
- Um velho hotel, Aline. Era propriedade dos Black também, por isso eles fizeram questão de protegê-lo contra trouxas tão bem quanto a sua própria casa.
- Mas, Mione...
- O que foi, Gina? – a garota já tinha parado de admirar o velho saguão e olhava a amiga intrigada.
- Como foi que você nos contou isso? Quero dizer, agora. Está faltando a proteção do feitiço Fidelius nesse lugar!
- Não, não está. – Hermione suspirou. – Eu sou a fiel do segredo desse novo esconderijo.
Gina arregalou os olhos e Hermione completou:
- Foi idéia de Rony. Ele... Ele sugeriu que eu... Bem, vamos levar essas malas para cima antes que os outros cheguem.
Gina percebeu que Hermione quis mudar rapidamente de assunto. Mas sorriu ao imaginar seu irmão mostrando mais uma vez a confiança sem limites que tinha na ex-namorada. E sabia que Hermione tinha percebido isso... E quanto era difícil para ela manter a decisão de não voltar a namorar Rony.
- Vamos, então. Cada um pega a sua mala e traz para um dos quartos do primeiro andar. – Hermione ordenou para os outros. – Alguns já estão limpos.
- Ah, tudo bem. – Gina disse de repente, sem ter que pegar qualquer mala, já que Harry ainda trazia seu malão numa outra van. – Já sentia saudades de toda aquela faxina que fizemos no largo Grimmauld.
Hermione deu um pequeno sorriso e guiou todos para o primeiro andar.
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- Encosta!
- O quê?
- Encosta, Harry!
Harry estava achando difícil entender o que Rony estava gritando pela janela de sua van. Os dois estavam em alta velocidade por uma estrada do interior. Tinham perdido Hermione de vista fazia meia hora, quando ela tinha seguido por um caminho alternativo.
Quando conseguiu ouvir, Harry ainda sim não parou. Por que Rony iria querer interromper a fuga numa estrada deserta e trouxa? Não fazia sentido!
- Encosta!
Resolveu não discutir e parou a van. Rony parou atrás dele fazendo grande barulho e saiu do veículo.
- O que aconteceu?
- Preciso da mala de poções da Gina. – Rony respondeu, abrindo bruscamente a porta e procurando entre a bagagem. Harry saiu também e foi até a van do amigo. Levou um grande susto ao ver Deborah muito pálida e deitada sobre duas amigas.
- O que você está sentindo? – perguntou, debruçando-se sobre ela.
- Não sei... – sua voz era fraca. – Às vezes parece que estou entrando em um sonho.
Harry não sabia o que poderia estar causando a sensação de torpor na amiga, mas correu até Rony para ver o que ele estava pegando. Quando chegou perto do amigo, viu que ele tinha aberto o malão de Gina.
- Gina costuma trazer poções numa maletinha, não estou encontrando. Tantas coisas nessa mala e nenhuma importante, eu... Ah! Aqui.
Rony pegou uma pequena bolsa e correu até Deborah. Harry, antes de segui-lo, fechou a mala de Gina de modo a trancá-la. Phillipe, que estava bastante irritado por Rony ter derrubado diversas malas em seu colo, tirou o malão de Gina das mãos de Harry e o jogou no fundo da van sem paciência.
Deborah pareceu se recuperar com o que quer que Rony tenha levado para ela. Conseguiu sentar no banco e abrir completamente os olhos. Depois, segurou a mão de Harry e disse:
- Eu gostaria que você viesse aqui.
- Não posso, Deborah. Eu preciso dirigir aquela van.
- Ele dirige. – ela apontou com a cabeça para Rony. Harry não respondeu.
- Leva essa aqui, cara. Eu levo a outra. – respondeu Rony, voltando para a outra van e sentando-se ao volante.
Harry levantou Deborah de um dos bancos de trás e colocou-a sentada na parte da frente do veículo. Fechou a porta, deu a volta e sentou-se ao volante. Ela deu um sorriso e escorregou no banco, apoiando a cabeça no encosto e olhando para Harry ao seu lado enquanto ele dava a partida.
Não andaram por vinte minutos até Rony, que seguia na frente, brecar no meio da estrada, sem aparente explicação. Harry pisou no freio a tempo de evitar um acidente. Começou a tentar enxergar o que acontecia até que viu Rony sair da van mais uma vez e vir até ele.
- Tem uma barreira.
- Barreira?
- Sim, tem uma obra fechando a estrada. Ela nos obriga a pegar aquele desvio. – disse, apontando para uma estrada de terra à direita deles.
- Tudo bem.
Rony olhou admirado para Harry.
- Tudo bem? Pode ser uma armadilha!
- Rony, como seria uma armadilha? Não usamos magia desde que saímos do Largo Grimmauld, o lugar para onde vamos está protegido pelo feitiço Fidelius e, de todos aqui, só nós dois ouvimos do fiel onde fica.
- Sim, ninguém sabe nosso destino, mas todo mundo sabia boa parte do nosso caminho.
- Rony, você não... – Harry hesitou, olhou para Deborah no banco ao seu lado. Soltou o cinto de segurança e saiu, puxando Rony a uma certa distância na estrada.
- Rony – ele continuou -, você não desconfia de alguém do grupo, não é mesmo? Uma das descobertas-tardias. Dos meus amigos... Ou de Hermione!
Rony não quis responder, provavelmente por medo de ofender Harry, mas ele entendeu.
- Você desconfia...
- Harry, desculpa, mas...
- Não, tudo bem. – Harry o interrompeu. – Se você acha melhor não pegarmos o desvio, não pegaremos.
- Eu... – Rony suspirou – Eu acho melhor irmos por lá mesmo, qualquer outro caminho vai nos afastar muito. Provavelmente, só estou sendo paranóico.
Ele voltou para sua van e deixou Harry a olhá-lo. Depois, Harry também voltou ao seu lugar e os dois veículos partiram para o desvio.
A estrada era muito ruim, de terra e com reflexos da chuva da noite anterior. Eles conseguiam pouca velocidade naquelas condições e os buracos tornavam a viagem bastante desconfortável. Já tinham andado por muito tempo quando Harry viu Rony fazer uma curva brusca com sua van e invadir o gramado que contornava a estrada.
Harry não entendeu o que acontecia, mas apressou-se em segui-lo. Rony, depois de feita a curva, voltou para a estrada com a maior velocidade que conseguia. Harry ainda não tinha entendido o motivo quando alguém em um dos bancos de trás berrou. Deborah virou para ver o que acontecia, mas parecia não conseguir enxergar nada através de todas as pessoas que estavam lá dentro.
Porém, em poucos segundos, ficaram visíveis três figuras pelo espelho esquerdo de Harry.
Eram três homens. Eles usavam capas muito vermelhas com um capuz que os cobria até os olhos. O resto de seus rostos estava pintado de preto com linhas brancas que seguiam do centro em direção às orelhas. Montavam em cavalos alados brancos e voavam a pouca distância do solo.
No veículo da frente, Rony exclamou 'Não vai ter jeito' e brecou. Abriu a porta para todos que estavam dentro e tirou um guarda-chuva de trás de seu banco.
- Corram! – berrou, assim que Harry parava atrás dele e também tirava todos da sua van. Agarrados às malas, as descobertas-tardias corriam em direção a Rony. Ele tinha colocado o guarda-chuva no chão e murmurava: "Portus".
Harry pensou em ajudar Deborah a correr, mas, quando olhou, ela já tinha saído e estava muito próxima de Rony, sem qualquer sinal do mal-estar que tinha sentido. Ainda impressionado com aquela recuperação rápida, Harry desviou um pouco o caminho para buscar o malão de Gina. Trazendo-o com a ajuda da varinha, tocou no guarda-chuva no momento em que os três Cavaleiros derrubavam e ateavam fogo nas duas vans. A chave de portal funcionou.
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N/A: Período de seca total! Não conseguia escrever este capítulo.
Muito bem, agora ele está aí, espero que gostem! E que o próximo não demore tanto...
Lily: Você quer ver esses dois juntos? Ah, calma, a vida (deles) dá voltas...
Xianya: A Gina e o Harry simplesmente estão vivendo aquilo que acontece a todos nós: não se sentir correspondido... Pobrezinhos...
Letícia: preciso que você me deixe seu e-mail para eu mandar as atualizações, ok?! Obrigada pelo elogio!
Alessa: Acho que este capítulo responde sua dúvida de onde todo mundo vai "morar".
Anna Malfoy: Ainda não decidi se outros alunos do tempo de Hogwarts vão aparecer... Mas, quem sabe? A história pode nos levar a reencontrá-los!
Isabelle: É, o que será que vou fazer com esses cabeças-duras? Olha o problema que fui arranjar, rs...
Marina: Calma!!! O Rony vai continuar aí... Ele não vai sumir, só vai enfrentar alguns problemas...
Sarinha: Menina, adorei sua review, obrigada!!! A gente precisa se falar mais no MSN! São realmente muito engraçadas as nossas conversas (você ainda vai gostar da Mione, ah vai...). E quanto à Tonks... Ah, você sabe o quanto eu adoro ela, né?! Ela tem que ser a personagem mais divertida sempre, mesmo quando não é a protagonista.
Obrigada por todas as reviews!
E desculpas pelo atraso.
Beijos!
